
Instrumentista. Pianista. Compositor. Maestro. Estudou no Colégio São Luiz, na cidade de Itú, interior de São Paulo. Ainda no século XIX, mudou-se para o Rio de Janeiro. Tornou-se funcionário do Senado Federal.
Começou a compor aos 13 anos, quando escreveu a “Ave Maria”, para piano e coros, que seria executada em 1883 na Igreja do Santíssimo Sacramento. No mesmo ano, a edição da valsa “Inspiração celeste” foi assim registrada pelo jornal argentino “El Mundo Artístico”: “Composição melodiosa e sentimental e que sem dúvida fará bom caminho”. Em 1887, por encomenda do bispo do Pará, compôs, em homenagem ao papa Leão XIII, uma “Marcha triunfal”, que seria tocada em Roma. Apresentando-se em diferentes locais e eventos que reuniam intelectuais cariocas, muitas vezes em companhia do irmão e também pianista João Reis, tocou em saraus e concertos. Em 1889, publicou o livro “Catabile”, definido pelo Jornal do Brasil como “miniaturas em prosa e musical”. Na década de 1890, tentou obter uma pensão para estudar na Europa, tendo recebido, inclusive, o apoio do compositor Carlos Gomes. Não conseguiu, entretanto a pretendida pensão. Dedicou então a Carlos Gomes a valsa “Odaléa”, que seria impressa pela Casa Röder, de Leipzig. Em 1892, foi saudado pelo crítico Alfredo Camarate, do Jornal do Brasil, que em artigo no referido jornal afirmou ser o pianista um “músico fértil e produtivo e que, “Odaléa” é uma valsa muito bonita e brilhante”. No século XX, além de compor valsas, polcas, mazurcas e tangos brasileiros, passou a compor também música para orquestras. Iniciou também a carreira de crítico musical, tendo escrito em jornais como “O Combate”, além de publicar os livros “”A margem da música” e “Música de pancadaria”. Em 1914, concluiu o poema sinfônico “Vigília darmas” para 42 instrumentos e que estrearia no ano seguinte no Teatro Lyrico, no Rio de Janeiro. Em 1920, iniciou o frustrado projeto de transformar em ópera a peça “Sóror Mariana”, do escritor português Julio Dantas, que autorizou o projeto. Porém, o compositor não logrou obter a dotação de 30 contos para a montagem da peça que ficou inacabada, apenas com a melodia básica e parte dos cantos. Essa seria, aliás, sua grande frustração. Em 1923, sua ópera “Heliophart” estreou no Palácio das Festas, como parte das comemorações do centenário da Independência do Brasil, comemorados no ano anterior. No mesmo programa foram apresentadas suas obras sinfônicas “Vigília darmas” e “Caravana celeste”. Após sua morte, o filho, Frederico Mário dos Reis, tentou, sem lograr êxito, obter os prometidos recursos para a conclusão e encenação da ópera “Soror Mariana”. Ao noticiar sua morte, em 1933, o Jornal “A Noite” afirmou ser ele uma “figura tradicional da cidade do Rio de Janeiro”. Teve mais de 200 composições editadas, muitas delas arquivadas na Biblioteca Nacional.