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Nome Artístico
Juca Chaves
Nome verdadeiro
Jurandyr Czaczkes
Data de nascimento
22/10/1938
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Cantor.

Foi criado em São Paulo, demonstrando, desde muito cedo, interesse por música e poesia. Aprendeu violão ainda menino, quando compôs “Hino para os cachorros” e “Semente bonitinha”. Estudou no Colégio Mackenzie, onde organizava festas nas quais cantava suas composições. Teve sólida formação musical. Estudou com Guerra-Peixe (harmonia, contraponto e fuga), Oswaldo Lacerda (teoria musical e solfejo), Lurdinha Amaral (violão e canto), Scupinari (violão clássico), Bernardo Federowsky (regência), Fausto Antão Fernandes (canto orfeônico), Nair Medeiros (piano) e Maynard Araújo (curso de folclore). Fundou o movimento Juventude Musical Brasileira, com o Maestro Eleazar de Carvalho, de quem foi também aluno. Dos 16 aos 19 anos de idade, teve intensa produção poética motivada pelo Grupo de Seresteiros de São Paulo, que fundou com amigos do Largo de São Francisco. Nessa época, sua composição “Nas águas de Saquarema” chegou a ser interpretada por Leny Eversong na Rádio Nacional. Foi um dos organizadores, em 1955, da revista “Rua Augusta Chic”, onde publicava suas poesias e crônicas.

Em 2006, foi candidato a senador na Bahia pelo PSDC, terminando a campanha em quarto lugar, com 19 603 votos (0,35% do total).

Faleceu no Hospital São Rafael, em Salvador (BA), por conta de problemas respiratórios. Deixou a esposa, Yara Chaves, e duas filhas, Maria Moreno e Maria Clara.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira profissional em 1955, apresentando-se na TV Tupi, em São Paulo.

Em 1957, realizou, no Teatro Leopoldo Fróes, seu primeiro recital.

No final da década de 1950, editou a coletânea de poemas satíricos “Pincel da sociedade”. Nessa época, chegou a trabalhar como repórter nos jornais “Diários Associados” e “Última Hora”.

Em 1960, gravou o LP “As duas faces de Juca Chaves”, com destaque para suas canções “Por quem sonha Ana Maria?”, “Nasal sensual”, uma alusão ao seu próprio nariz, e “Presidente bossa nova”, que lhe gerou problemas com a censura por se referir ao presidente Juscelino Kubitschek.

Também foi vítima de censura sua composição satírica “O Brasil já vai à guerra”, que se referia à aquisição de um porta-aviões pelo governo brasileiro. “Seguirei teus dúbios passos”, “Contrabando de café” e “Caixinha… Obrigado” são músicas com as quais também se destacou nesse período.

Em 1963, após gravar “Dona Maria Teresa”, seguiu para a Europa, em busca de maior liberdade de expressão. Passou algum tempo em Portugal, onde se apresentou algumas vezes e chegou a ter problemas com o governo salazarista. Em seguida, fixou residência em Roma. Tocou órgão em uma igreja, piano em cabarés e apresentou-se em televisão.

Em 1967, obteve sucesso com sua composição “Lé com lé, cré com cré”.

No ano seguinte, lançou o LP “Italiano”, contendo versões de suas canções, assinadas por G. Calabrese, como “O naso mio!” e “Per chi sogna Annamaria?”.

Retornou ao Brasil em 1969 e percorreu o país com o show “Circo Sdruws”.

Em seguida, foi contratado pela TV Record (SP) para apresentar o programa “Juca, caviar e mulher”.

Em 1972, lançou o LP “Muito vivo – A sátira de Juca Chaves”, registrando composições próprias, como “Take me back to Piauí”, “Caixinha, obrigado” e “Paris tropical”, e o LP “Juca Chaves ao vivo”.

Em 1974, montou o show “Vá tomar caju”, com o qual se apresentou em diversas cidades do Brasil, e gravou o LP “Ninguém segura este nariz”, contendo suas canções “Sim, sou feio”, “Divina cinquentona” e “Amor non sense”, entre outras.

Em 1975, foi novamente vítima da censura, desta vez pela canção “Rimas sádicas”, proibida pelo uso do termo “tesão”. A música viria a ser liberada na íntegra, alguns anos depois, pelo Conselho Superior de Censura, quando foi defendida em reunião do plenário, no Ministério da Justiça, por Ricardo Cravo Albin.

Lançou, em 1977, o LP “Juca bom de câmera”, contendo o texto “O pequeno notável”.

Em 1985, gravou “O menestrel do Brasil – Enfim (quase) livre”, registrando suas composições “Nova República”, “Rimas sádicas” e “Votar, votar”, entre outras.

No início da década de 1990, fundou a gravadora independente Sdruws Records.

Em 1994, inaugurou o “Jucabaré – Theatro Inteligente”, em São Paulo.

Em 1996, apresentou o espetáculo “Juca Chaves – O menestrel do Brasil”, no Teatro Municipal de São Paulo, acompanhado pela Camerata Atheneum e pelo Coral Paulistano.

Discografias
1985 LP O menestrel do Brasil-Enfim (quase) livre
1979 LP O pequeno notável
1977 LP Juca bom de câmera
1974 LP Ninguém segura este nariz
1972 LP Juca Chaves ao vivo
1972 LP Muito vivo-A sátira de Juca Chaves
1968 LP As músicas proibidas de Juca Chaves

(Coletânea:)

1968 LP Italiano
1960 LP As duas faces de Juca Chaves
Obras
A cúmplice
A semana do João
A situação
Alça de caixão
Amor non sense
Aquarela de sonhos
Assim é o Rio
Atraso e solução
Auto retrato
Cacá
Caixinha, obrigado
Cantata para a condessa Alessandra
Cantiga para Iara dormir e sonhar
Chapéu de palha com peninha preta
Contrabando de café
Crítica das críticas
Demolição
Divina cinquentona
Dona Maria Teresa
E no fundo era igual às outras
Era uma vez... Três irmãs
Eu, o ignorante
Itapoã já
Jeová Jeová
Latino Americano Desculpe, foi engano
Legalidade
Lembretes
Lé com lé, cré com cré
Marcha da tanajura
Menina
Meu violão morreu
Musa infiel
Nasal sensual
Nova República
Nós, irracionais
Nós, os gatos
O Brasil já vai à guerra
O tempo passa
Orquestra sinfônica
Paixão segundo o nosso amor
Paris tropical
Pavana para um roxo amor
Pelo fio do telefone
Pena preta de urubu
Pequena marcha para um grande amor
Políticos de cordel
Por quem sonha Ana Maria
Por ser tão pequenininho (De baixo pra cima)
Presidente bossa nova
Que saudade
Retorno
Rimas sádicas
Seguirei teus dúbios passos
Sim, sou feio
Sou sim, e daí?
Take me back to Piauí
Trenzinho elétrico
Tô duro
Violão no ombro
Votar, votar
Vou viver num arco-íris
Águas de Saquarema
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.