0.000
©
Nome Artístico
José Maria de Abreu
Nome verdadeiro
José Maria de Abreu
Data de nascimento
7/2/1911
Local de nascimento
Jacareí, SP
Data de morte
11/5/1966
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Instrumentista. Regente.

Filho do maestro e compositor Juvenal Roberto de Abreu, que lhe ensinou a tocar diversos instrumentos musicais, entre os quais o violão. Sua mãe, Leopoldina de Abreu era pianista. Em 1927 ingressou na Escola de Farmácia de Itapetinga, abandonando-a logo no princípio para se dedicar à música.

Dados artísticos

Em 1922, aos onze anos de idade, compôs a sua primeira música, o “Hino do grupo escolar”. Nessa época era o primeiro trumpete da banda escolar. Aos 14 e 15 anos de idade já musicava revistas para as companhias de Otília Amorim, Sebastião Arruda e Abílio de Menezes, quando essa percorria o interior paulista. Em 1926, passou a tocar na orquestra do Cine Íris, em Itapetininga, SP. Em 1927, substituiu o maestro da Companhia de Revistas de Otília Amorim, Sebastião Arruda e Abílio Menezes. Nesse mesmo ano, regeu a orquestra do Teatro Boa Vista, na cidade de São Paulo.  Em 1928, já morando na capital paulista, empregou-se como pianista nas casas Sotero e Di Franco. Ainda em 1928, ganhou projeção com a gravação de uma de suas composições, a valsa “Recordando”, interpretada por Francisco Alves na Parlophon. No ano seguinte, o cantor paulista Paraguassu gravou suas marchas “Suspiro” e “Não chores meu bem”. No mesmo ano, acompanhou ao piano o cantor Januário de Oliveira na gravação da canção “A casa onde nasci”, de sua autoria. Por essa época realizou diversas gravações na Columbia acompanhando ao piano diferentes artistas.
Em 1930 teve o samba “Gosto” gravado pela Jazz Band Columbia. Também é de sua autoria o hino da revolução paulista de 1932, “Vencer ou morrer”, com versos de V. Castro.   Ao se transferir para o Rio de Janeiro, em 1933,  venceu o concurso de músicas juninas promovido pelo jornal “A Noite”, com a composição “Promessa”, gravada em seguida por Gastão Formenti. Nesse mesmo ano foi contratado como pianista da Rádio Mayrink Veiga, onde ficou até 1938, quando foi para a Rádio Clube.  A partir de 1934, começou a parceria com Francisco Matoso, que renderia grandes clássicos da música romântica da década de 1930, como “Boa-noite, amor”, valsa gravada por Francisco Alves e que durante anos foi prefixo da Rádio Nacional.
Em 1935 teve as valsas “Meu destino”, parceria com Barros de Souza, gravada por Januário de Oliveira, e “Só você”, parceria com Francisco Matoso, por Chiquinha Jacobina, ambas na Victor. No mesmo ano Silvinha Melo gravou a valsa “Velho amor”, parceria com Francisco Matoso, e o fox trote “O que restou de você”, parceria com C. R. Barros de Souza. Ainda em 1935, suas valsas “Juras De Amor”, “Antigamente”, “Nas Margens Do Paraíba” e “Sob A Tristeza Da Tarde” foram gravadas na Victor pela Orquestra Típica Victor, dirigida pelo maestro Radamés Gnattali. No ano seguinte, Aracy de Almeida gravou os sambas “Ingratidão” e “E você me abandonou”, parcerias com C. R. Barros de Souza, Alzirinha Camargo gravou a marcha “Pau que nasce torto”, também com C. R. Barros de Souza, e Gastão Formenti a canção “Vingança” e a valsa “Recolhimento”, parcerias com Francisco Matoso. Ainda em 1936 teve gravados dois de seus grandes sucessos, o samba-canção “Fui feliz” e a canção “Cancioneiro”, parcerias com Francisco Matoso, por Orlando Silva na Victor. No mesmo ano, teve os sambas “Morena sereia”, gravado por Orlando Silva e Irmãs Pagãs e “Na Bahia”, gravado por Bibi Ferreira, parcerias com Noel Rosa, lançados no filme “Cidade mulher”. Em 1937, Gastão Formenti gravou a valsa “O segredo dos teus olhos”, parceria com Francisco Matoso e a canção “Coração, por que soluças”, parceria com Saint-Clair Sena. No mesmo ano, Orlando Silva gravou outro de seus grandes sucesso, a valsa “Horas iguais”, parceria com Francisco Matoso. No ano seguinte, teve as valsas “Junto de ti estou no céu”, parceria com Osvaldo Santiago e “Dois corações em tempo de valsa”, com Francisco Matoso, gravadas por Carlos Galhardo. Em 1939, Castro Barbosa gravou a valsa “Imagem perdida”, parceria com Saint Clair Sena. Em 1940, Francisco Alves gravou na Columbia o fox “Ao ouvir essa canção hás de pensar em mim”, parceria com Francisco Matoso. Em 1941 teve a valsa “Rosa de veludo”, parceria com Mário Castelar gravada por João Petra de Barros. Em 1945 teve gravada a primeira música com o novo parceiro Jair Amorim, o fox canção “Brigamos outra vez”, por Orlando Silva na Odeon. No início dos anos 1950 foi regente da orquestra da Rádio Clube do Rio de Janeiro.
Em 1950, Carmélia Alves gravou na Continental a marcha “Mimoso jacaré”, parceria com Alberto Ribeiro e Ivon Curi e Marlene lançaram o maxixe “Nêgo, meu amor”, parceria com Luiz Peixoto. Em 1951, Elizeth Cardoso lançou na Todamérica “O amor é uma canção”, parceria com Jair Amorim. Em 1952 obteve sucesso com o samba canção “Alguem como tu”, parceria com Jair Amorim gravado por Dircinha Batista na Odeon. Em 1949, Dick Farney gravou na Continental outra de suas parcerias com Jair Amorim e um grande sucesso, o samba “Ponto final”.
Viajou por toda a Europa e foi representante num congresso sobre direitos autorais realizado na Argentina do qual regressou com uma medalha recebida das mãos do então presidente argentino Juan Domingos Perón. Em 1954 musicou a revista “É sopa no mel”, de Luiz Peixoto, com a participação da vedete Luz Del Fuego. Em 1955, seu samba-canção “Alguém como tu”, com Jair Amorim fez parte do reprertório da cantora francesa Jacqueline François nos shows que ela realizou no Rio de Janeiro. Em 1974, a cantora Maria Alcina relançou a polca-choro “Tome polca”, gravada originalmente em 1950 por Marlene na Continental. Foi orquestrador e diretor da orquestra da gravadora Continental. Atuou ainda durante vários anos como maestro da Companhia de Dercy Gonçalves no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro. Musicou um dos maiores sucessos da Companhia de Walter Pinto, “Muié macho sim sinhô”, apresentada no Teatro Recreio. Foi durante longo tempo diretor artístico da Rádio Mundial do Rio de Janeiro. Em 1978 foi inaugurada em sua cidade natal uma estátua de bronze e uma praça com seu nome. Em 1981, a valsa “Boa noite amor”, com Francisco Mattoso foi regravada por Gilberto Alves no LP “O fino da seresta volume 2”.
Em 1982 teve a marcha “Pegando fogo”, parceria com Francisco Matoso, lançado em 1938 pelo Bando da Lua, regravada com sucesso pela cantora Gal Costa, que em  1985 regravou “Onde está o dinheiro”, parceria com Paulo Barbosa e Francisco Matoso. Em 1993, o samba-canção “Alguém como tu”, com Jair Amorim, foi gravado pelo cantor Fagner no LP “Demais” da BMG Ariola. Em 2005, teve o maxixe “Nego meu amor”, parceria com Luiz Peixoto, relançado na gravação de Ivon Curi e Marlene no CD “Farinhada à francesa”, do selo Revivendo que reuniu gravações de Ivon Curi. Em 2013, sua valsa “Porque te amei”, na interpretação de Januário de Oliveira, foi incluída no CD “Grandes valsas – Volume 1”, lançado pelo selo Revivendo.

Obras
A casa onde nasci
A madrugada vem rompendo (c/ Milton Amaral e J. Castro Barbosa)
A noite vem chegando (c/ C. R. Barros de Souza)
A nossa valsa (c/ Jair Amorim)
A última valsa (c/ F. Correia da Silva)
Ai, Gegê (c/ João de Barro)
Ainda uma vez (c/ Francisco Matoso)
Alguém (c/ Francisco Matoso)
Alguém como tu (c/ Jair Amorim)
Amar (c/ Jair Amorim)
Amar sem ser amado
Amor é uma canção (c/ Jair Amorim)
Antigamente
Antônio, por favor (c/ Lamartine Babo)
Ao ouvir esta canção hás de pensar em mim (c/ Francisco Matoso)
Arroz doce (c/ C. R. Barros de Souza)
Barcarola (c/ Francisco Matoso)
Bem sei (c/ Jair Amorim)
Bisarei esta canção (c/ Jair Amorim)
Boa noite, amor (c/ Francisco Matoso)
Brigamos outra vez (c/ Jair Amorim)
Canarinho
Cancioneiro (c/ Francisco Matoso)
Canção de aniversário (c/ Alberto Ribeiro)
Canção do mar (c/ João de Barro)
Carminha
Castigo
Chuva e vento (c/ Alberto Ribeiro)
Coitado do Frederico (c/ Alberto Ribeiro)
Coração porque soluças? (c/ Saint-Clair Sena)
Crioula (c/ Francisco Matoso)
Cruel destino (c/ Saint-Clair Sena)
Depois do amor (c/ Osvaldo Santiago)
Derradeira ilusão
Docinho de Iaiá (c/ Luiz Peixoto)
Dois corações em tempo de valsa (c/ Francisco Matoso)
Dona felicidade (c/ Jair Amorim)
Dor de recordar (c/ Alberto Ribeiro)
Dê um sorriso (c/ C. R. Barros de Souza)
Dúvida (c/ João de Barro)
E não voltou
E você me abandonou
Encontrei-te afinal (c/ Osvaldo Santiago)
Erre se há aproveito (c/ Francisco Matoso)
Esperar por quê? (c/ Alberto Ribeiro)
Esposa modelo (c/ Carlos Rego Barros de Souza)
Eu jurei (c/ Carlos Rego Barros de Souza e Francisco Matoso)
Eu sei (c/ Osvaldo Santiago)
Eu sei estar na Bahia (c/ Osvaldo Santiago)
Eu, você e mais ninguém (c/ Saint-Clair Sena)
Fecho meus olhos, vejo você
Feitiço (c/ João de Barro)
Filha de Maria
Fui feliz (c/ Francisco Matoso)
Gosto
Hino do Grupo Escolar
Horas iguais (c/ Francisco Matoso)
Imagem perdida (c/ Saint Clair Sena)
Ingratidão (c/ C. R. Barros de Souza)
Isso é Brasil (c/ Luiz Peixoto)
Italiana (c/ Paulo Barbosa e Osvaldo Santiago)
Junto de mim (c/ Alberto Ribeiro)
Junto de ti estou no céu (c/ Osvaldo Santiago)
Juras De Amor
Legionário (c/ João de Barro)
Mais um amor... Mais uma desilusão
Mais uma valsa...mais uma saudade (c/ Lamartine Babo)
Mari (c/ Francisco Matoso)
Me dá, Iaiá (c/ Alberto Ribeiro)
Meu destino (c/ C. R. Barros de Souza)
Meu estilingue
Mimoso jacaré (c/ Alberto Ribeiro)
Morena sereia (c/ Noel Rosa)
Mulher sem coração
Na Bahia (c/ Noel Rosa)
Na paz do senhor (c/ Luiz Peixoto)
Naná (c/ Jair Amorim)
Napolitana (c/ Francisco Matoso)
Nas Margens Do Paraíba
Noite de luar (c/ Alberto Ribeiro e Ivon Curi)
Noite sem luar (c/ Francisco Matoso)
Nunca esquecerei teus olhos (c/ Valentina Biosca)
Não chores meu bem
Não deixe o galo cantar
Não me pergunte (c/ Jair Amorim)
Nêgo, meu amor (c/ Luiz Peixoto)
Onde está o dinheiro (c/ Paulo Barbosa e Francisco Matoso)
Onde mora a ventura (c/ Osvaldo Santiago)
Pau que nasce torto (c/ C. R. Barros de Souza)
Pegando fogo (c/ Francisco Matoso)
Poeira dourada (c/ Osvaldo Santiago)
Ponto final (c/ Jair Amorim)
Por ti falam teus olhos (c/ Osvaldo Santiago)
Primavera
Promessa
Que restou de você (c/ C. R. Barros de Souza)
Querida (c/ Edgar Proença)
Quininha (c/ C. Neto)
Recolhimento (c/ Francisco Matoso)
Recordando (c/ Francisco Matoso)
Retalho de felicidade (c/ Oduvaldo Cozzi)
Rolinha
Rosa de veludo (c/ Mário Castelar)
Samba do adeus (c/ Jair Amorim)
Saudade peste (c/ Alberto Ribeiro)
Se alguma vez (c/ Francisco Matoso)
Se eu fizesse uma canção para você (c/ Osvaldo Santiago)
Se o nosso amor ainda existisse (c/ Francisco Matoso)
Segredo dos teus olhos (c/ Francisco Matoso)
Sempre teu (c/ Jair Amorim)
Ser ou não (c/ Alberto Ribeiro)
Sevilhana (c/ Francisco Matoso)
Sob A Tristeza Da Tarde
Solidão (c/ Francisco Matoso)
Sombra...a saudade da luz (c/ Osvaldo Santiago)
Sombras ao luar (c/ Francisco Matoso)
Sonhar (c/ Jair Amorim)
Sonho azul (c/ Ciro Ribeiro e Raul Sena)
Sou triste (c/ C. R. Barros de Souza)
Suspiro
São João há de sorrir (c/ Francisco Matoso)
Só você (c/ Francisco Matoso)
Talita (c/ João de Barro)
Talvez (c/ Ary Monteiro)
Teu amor e o meu
Tome polca
Torre de marfim (c/ Osvaldo Santiago)
Um cantinho e você (c/ Jair Amorim)
Uma valsa azul (c/ Lamartine Babo)
Valsa da formatura (c/ Lamartine Babo)
Valsa do amor (c/ Osvaldo Santiago)
Vela branca sobre o mar (c/ Osvaldo Santiago)
Velho amor (c/ Francisco Matoso)
Vencer ou morrer (c/ V. Castro)
Vingança (c/ Francisco Matoso)
Você de mim não tem dó
Xodó (c/ Alberto Ribeiro)
Zuque-zuque (c/ Luiz Peixoto)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

EFEGÊ, Jota. Figuras e coisas do Música Popular Brasileira. Editora: MEC/FUNARTE. Rio de Janeiro, 1978.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

MARIZ, Vasco. A canção brasileira. Editora: MEC. Rio e Janeiro, 1956.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. Editora: 34. São Paulo, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Volume 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.