0.000
Nome Artístico
José Cavaquinho
Nome verdadeiro
José Rabelo da Silva
Data de nascimento
20/3/1884
Local de nascimento
Guaratinguetá, SP
Data de morte
1/5/1951
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Violonista. Cavaquinista. Flautista. Regente. Compositor.

Conhecido também como Zé Cavaquinho, ainda jovem se mudou para o Rio de Janeiro, onde estudou cavaquinho na loja e fábrica de instrumentos Cavaquinho de Ouro. Posteriormente aprendeu a tocar violão e flauta.

Foi professor de violão e escreveu métodos para o estudo do cavaquinho. Foi professor da filha, Ivone Rabelo, que se tornou uma conhecida violonista. Foi funcionário do Ministério da Agricultura.

Dados artísticos

Sua carreira artística começou ainda jovem e, em 1903, com apenas 19 anos, participou da serenata organizada por Eduardo das Neves em homenagem ao aviador brasileiro Santos Dumont que então regressa da Europa. Por essa época também atuou em orquestras, tocando flautas, basicamente em apresentações em cinemas. Por essa ocasião, reunia-se frequentemente no Cavaquinho de Ouro com outros importantes músicos da época como Quincas Laranjeiras, Anacleto de Medeiros, Luís de Souza, Juca Kalut, Felisberto Marques, Catulo da Paixão Cearense, Luiz Gonzaga da Hora, Irineu de Almeida, além do maestro Heitor Villa-Lobos, entre outros.

Em 1907, foi um dos fundadores do famoso rancho carnavalesco Ameno Resedá, cuja reunião de fundação teria acontecido segundo alguns na ilha de Paquetá e segundo outros na barca que trazia o grupo fundador de volta à Praça Quinze, depois de um passeio à famosa ilha da Baía da Guanabara. Em 1908, formou e regeu a orquestra que era a grande atração do primeiro desfile do rancho Ameno Resedá, com o enredo “Corte Egipciana”. Essa orquestra tinha mais de vinte músicos além do coral. Além de reger a orquestra do Ameno Resedá desfilou também como violonista e flautista e compôs várias marchas-ranchos para desfile do Ameno Resedá. Ainda em 1908, participou com Catulo da Paixão Cearense e outros de um famoso recital organizado pelo poeta na Escola Nacional de Música. Na ocasião usou um violão-bolacha fabricado pelo Cavaquinho de Ouro.

Em 1911, dirigiu a orquestra do Ameno Reseda no desfile de carnaval com o enredo “Corte de Belzebu”. Na ocasião, apareceu empunhando sua flauta à frente da orquestra e da comissão de frente, em documento histórico reproduzido posteriormente por Jota Efegê no livro “Ameno Resedá – O rancho que foi escola”. Nessa ocasião, participou nos jardins do Palácio Guanabara de uma apresentação especial do Rancho Ameno Resedá ao presidente da República Hermes da Fonseca e sua esposa Orsina da Fonseca.

Em 1928, foi homenageado pela Casa Cavaquinho de Ouro através de um folheto por ela publicado e em cujo texto, citado por Ary Vasconcelos, se lê “..é, na atualidade, por suas requintadas preocupações clássicas do solo, um autêntico esteta do violão.” Entre suas composições destacaram-se a valsa “Miragem”, e os tangos “Ipiranga” e “Guanabara”, este último, gravado em 1930 pela Orquestra Brunswick.

Obras
Guanabara
Ipiranga
Miragem
Bibliografia Crítica

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

VASCONCELOS, Ary. A nova música da República Velha. Edição do autor. Rio de Janeiro, 1985.