3.754
©
Nome Artístico
Jorge Veiga
Nome verdadeiro
Jorge Manuel de Oliveira Veiga
Data de nascimento
14/4/1910
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
29/6/1979
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantor. Compositor.

Nasceu no Engenho de Dentro, bairro do subúrbio carioca. Teve infância de menino pobre, trabalhando como engraxate, vendedor de frutas e pirulitos. Quando adulto, trabalhou como pintor de paredes e, ao cantar durante o serviço, o proprietário da casa comercial que estava pintando percebeu que ele tinha qualidades de cantor. O patrão conseguiu que ele cantasse num programa da Rádio Educadora do Brasil (PRB-7), oportunidade que deu início à sua carreira artística.

Dados artísticos

 

Em 1934, iniciou a carreira artística em circos e pavilhões no Rio de Janeiro. No mesmo ano, começou a se apresentar imitando Sílvio Caldas no programa Metrópolis na Rádio Educadora. Pouco depois, excursionou ao norte do país com uma companhia mambeme. Em 1939, estreou em disco com a rancheira “Adeus João” acompanhado ao acordeom por Antenógenes Silva que era na verdade o titular do disco. Por sugestão do violonista Rogério Guimarães e do compositor Heitor Catumbi, mudou seu repertório e estilo de cantar, passando a interpretar primordialmente sambas malandros e anedóticos, além de sambas de breque. Em 1942,  quando atuava na Rádio Guanabara, conheceu Paulo Gracindo, figura que teve grande importância na carreira do cantor,  o que transparece neste  depoimento: “Paulo Gracindo foi a luz que apareceu na minha vida. Me ensinou a cantar sempre sorrindo,  para dar mais leveza à  interpretação e divertir mais os ouvintes”.

Em 1944, voltou a aparecer, pela Odeon, com o samba “Iracema”, de Raul Marques e Otolindo Lopes, que foi sucesso nacional.  No mesmo ano, foi contratado pela Continental e lançou os sambas “Morena linda”, de João Martins e Otolindo Lopes e “Minha patroa é boa”, de Valdemar Silva e Estanistau Silva. Em seguida, gravou com Dircinha Batista o maxixe “Baianinha”, de Castro Barbosa. No ano seguinte, gravou os sambas “Maria”, de Raul Marques e Carlos de Souza e “Rosalina”, de Haroldo Lobo e Wilson Batista e as marchas “O que é que eu tenho com isso”, de Amado Régis, Almanir Grego e Gadé e “Marinheiro Popeye”, de Buci Moreira, Raul Marques e Arnô Canegal. Ainda em 1945, fez sucesso com os sambas “O coração também esquece”, de Príncipe Pretinho e Raul Marques e “Cabo Laurindo”, de Haroldo Lobo e Wilson Batista.

Em 1946, gravou da dupla Alberto Ribeiro e Antônio Almeida com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto a marcha “A sopa vai se acabar” e o samba “Isabel”. No mesmo ano, gravou com Ari Cordovil o samba “Fui um louco”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira e a marcha “O expresso não parou”, de Ari Cordovil e Isidoro de Freitas. No ano seguinte, gravou a marcha “Pode ser que não seja”, de João de Barro e Antônio Almeida, os sambas “Cinzas”, de Osvaldo Silva e Haroldo Lobo e “O que é que há”, de João de Barro e “O que é que eu dou?”, de Dorival Caymmi e Antônio Almeida e o samba jongo “Mana Diodé”, de Gastão Viana e João da Baiana. No Carnaval de 1947, fez sucesso com o samba “Eu quero é rosetar !”,  de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, amplamente  executado pelas rádios.

Em 1948, gravou os sambas “Testamento de sambista”, de Raul Marques e Alberto Maia, “O doutor quer falar com você”, de Wilson Batista e Alberto Maia e “Boa noite, como passou?”, de Gil Lima e José Batista. Em 1949, gravou com o acompanhamento de Geraldo Medeiros e seu conjunto, os sambas “Eu não sou marinheiro”, de Osvaldo dos Santos e Djalma Mafra, “Deixa eu viver minha vida”, de Ary Monteiro e “Carne de gato”, de Ari dos Santos e Gentil Leal e o choro “Confusionista”, de José Leocádio. Em 1950, lançou o samba “Cala a boca Etelvina”, de Antônio Almeida e Wilson Batista, também com acompanhamento de Geraldo Medeiros e seu conjunto. No mesmo ano, gravou os sambas “Me deu um breve”, de Raimundo Olavo e Oldemar Magalhães, “Copacabana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro e “Medalha dourada”, de Otolindo Lopes e Arnô Provenzano. No mesmo período, gravou em dueto com Paulo Gracindo o samba “Fizeram moamba”, de Amado Alves e em dueto com Ademilde Fonseca, o samba “Carne seca com tutu”, de Ary Barroso e Vilma Azevedo, que fez bastante sucesso naquele ano.

Em 1951, gravou com acompanhamento da Orquestra Tabajara de Severino Araújo os sambas “Tem mulher no samba”, de Raimundo Olavo e Caboclo e “A vaca Vitória”, de Wilson Batista e Jorge Murad. No mesmo ano, fugiu ao seu perfil de sambista e gravou o maracatu “Pitiguari”, de José Leocádio e José Pacheco e o baião, gênero da moda na época, “Balança na rede”, de Fernando Lobo e Paulo Soledade. A partir de 1951, na Rádio Nacional,  ficou famoso pelo bordão criado por Floriano Faissal, com o qual iniciava seus programas: ” Alô, alô, senhores aviadores que cruzam os céus do Brasil, aqui fala Jorge Veiga, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Estações do interior, queiram dar os seus prefixos para guia de nossas aeronaves”. No ano seguinte, gravou o samba “Emilinha”, de Fernando Lobo e Manezinho Araújo.  Ainda em 1952, voltou ao baião e gravou “Bota água na canjica”, de Milton de Oliveira e Haroldo Lobo e “Umbigada do Sabino”, de Fernando Lobo e Manezinho Araújo e “Primo, você que é feliz”, de Rutinaldo e Norival Reis, com acompanhamento de Astor e seu conjunto. Em 1953, gravou da dupla Haroldo Lobo e Milton de Oliveira a marcha “Na China” e o samba “Reza por nosso amor”, também com acompanhamento de Astor e seu conjunto. No mesmo ano, fez sucesso com a autobiográfica “Marcha do pintor”, de Bruno Gomes, Ivo Santos e Airton Amorim. Gravou ainda, no mesmo ano, sua primeira composição, o samba “Boêmia”, parceria com Zé Violão com o qual estreou na Copacabana.

Em 1954, gravou os sambas “Para esquecer”, de Ivo Santos e Ai Cordovil, “Não posso mais”, de Haroldo Lobo, Milton de Oliveira e Claudionor Santos e “Eu sou o samba”, de Arnô Canegal e Orlando Soares, a marcha “Eu tenho uma nêga”, de Gomes Cardim, Manezinho Araújo e David Raw, o choro “Sou Flamengo”, de Carlos Renato e Pedro Caetano e o baião “Quero me casar”, de Gordurinha. Em 1955, lançou duas composições da dupla Haroldo Lobo e Milton de Oliveira: o samba “Não vou morrer” e a marcha “Tira essa mulher da minha frente”, sendo que essa última, além de sucesso no carnaval, foi escolhida por um júri reunido no Teatro João Caetano como um das dez mais populares marchas do carnaval daquele ano. No mesmo ano, gravou os sambas “Quando o divórcio chegar”, de Gordurinha e “Que culpa tenho eu”, de Arnô Canegal, Albertina da Rocha e Antônio Guedes e o “Hino da torcida do Flamengo”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal. Também no mesmo ano, gravou o samba “Café soçaite”, de Miguel Gustavo, uma bem-humorada sátira ao “café soçaite” e ao colunismo social carioca dos anos 1950.  Em seus versos, Miguel Gustavo registrava personagens e expressões freqüentes nas colunas dos jornalistas Ibrahim Sued e Jacinto Thormes (também citados), sendo esta gravação considerada a melhor interpretação de “Café soçaite”. O grande sucesso desse samba gerou  um  LP apenas com músicas de Miguel Gustavo, todas de sátiras ao “Café soçaite” da época. Resolveu adotar com enorme sucesso, no rádio e na televisão, a imagem do malandro grã-fino, apresentando-se sempre de smoking. Por essa época, ficou consagrado como “O caricaturista do samba”, termo cunhado por Paulo Gracindo.

Em 1956, gravou os sambas “Solução”, de Raul Sampaio e Ivo santos e “Fora da jogada”, de sua parceria com Haroldo Lobo. No mesmo ano, gravou em dueto com Carmen Costa o samba “Obsessão”, de Mirabeau e Milton de Oliveira. No ano seguinte, gravou de sua parceria com Zé Violão o samba-jongo “Em boi morto até eu bato”, a “Marcha da feira”, de Paquito, Romeu Gentil e Rubens Machado e os sambas “Palhaço”, de Fernando Lobo e Ari Cordovil e “Samba de Itaguaí”, de sua parceria com Raul Marques. Ainda em 1957, fez sucesso com o samba “Estatuto da gafieira”, de Billy Blanco. Em 1958, lançou para o carnaval a marcha “Vamos pra Brasília”, de Átila Bezerra, Sebastião Gomes e Valdir Ribeiro e o samba “Falador passa mal”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira. No mesmo ano, gravou mais uma música alusiva ao futebol, o samba “Torcida organizada”, de Gordurinha e Francisco Soares. Lançou, também no mesmo ano, o LP “Caricaturista do samba”, com “Recado que a Maria mandou”, de Haroldo Lobo e Wilson Batista, “Rei do samba”, de Arino Nunes e Miguel Lima, “Faustina”, de Gadé e “Sambista no céu”, de sua autoria.

Em 1959, conheceu novo grande sucesso com a regravação do samba “Acertei no milhar”, de Wilson batista e Geraldo Pereira, que virou um marco na sua carreira. Também no mesmo ano, fez sucesso com o samba “Orora analfabeta”, de Gordurinha e Nascimento Gomes. Em 1960, lançou os sambas “Assunto do dia”, de Zé Violão e “Água no leite”, de Cyro Monteiro e Nascimento Gomes e a marcha “Brigitte Bardot”, de Miguel Gustavo, alusiva a famosa atriz francesa em pleno sucesso na época e que, no Brasil, passou uma temporada morando em Búzios, praia do norte fluminense. No ano seguinte, fez sucesso com o samba “Obrigado doutor”, de sua autoria e Gabilan. No mesmo ano, transferiu-se para a RCA Victor e lançou os sambas “O pugilista da fama”, de Claudionor Martins e Moreira da Silva e “Imaginação de pobre”, de Claudionor Martins e Nelson Maia. Em 1961, lançou o LP “A volta do sambista (Obrigado doutor), que apresentava entre outras, a “Aluga-se uma casa”, de Sebastião Gomes e René Bittencourt, “Dinorah”, de Heitor Catumbi e Benedito Lacerda, “Aguenta o velho galho”, de Heitor Catumbi e “A baleia”, de José Batista. Em 1962, fez sucesso com a marcha “Garota de Saint-tropez”, de João de Barro e Jota Jr. Gravou também os sambas “Carta à Brigitte Bardot”, de Miguel Gustavo, em outra alusão à atriz francesa, “Caixa alta em Paris” e “O marido da vedete”, os dois de Gordurinha e “Na cadência do samba”, de Ataulfo Alves e Paulo Gesta. Em 1964, fez grande sucesso no carnaval com o samba-coco “Bigorrilho”, de Paquito, Romeu Gentil e Sebastião Gomes, que se tornou depois obrigatório em seus shows.

Em 1971, gravou com Ciro Monteiro o LP “De leve”, pelo selo RCA  ViK interpretando entre outros sucessos, os sambas “Pra seu governo”, de Haroldo Lobo e M. de Oliveira, “Falso amor”, de J. B. de Carvalho, “Não tenho lágrimas”, de M. Bulhões e M. de Oliveira e “Café soçaite”, de Miguel Gustavo. Em 1972, gravou o lundu “Isto é bom”, de Xisto Bahia, acompanhado por Canhoto, ao cavaquinho, José Menezes, ao bandolim, Dino e Meira, nos violões, Gilberto DÁvila, no ritmo, e Lino, na tumbadora, e o samba “Vou te abandonar”, de Heitor dos Prazeres, acompanhado por Altamiro Carrilho, na flauta; José Menezes, no bandolim; Canhoto, no cavaquinho; Dino e Meira, nos violões; Luna, na tumbadora; Jorge, no pandeiro; Gilberto, no surdo, e Gilson, no reco reco, especialmente para o Fascículo “Donga e os primitivos” da série Nova História da Música Popular Brasileira, da Abril Cultural. Em 1974, gravou com Roberto Paiva o LP “Noel Rosa x Wilson Batista”, dentro da série “Temas e figuras da MPB”, retrtndo a famosa polêmica entre os dois compositores. Nesse LP, interpretou as composições de Wilson Batista “Lenço no pescoço”, “Mocinho da Vila”, “Conversa fiada”, “Frankenstein”, “Terra de cego” e “Meu mundo é hoje”, enquanto Roberto Paiva cantou os sambas de Noel Rosa.  Em 1975,  saiu pela Copacabana o LP  “O melhor de Jorge Veiga”. Em 1978, a convite do produtor R. C. Albin foi um dos astros, ao lado de Clementina de Jesus, Cauby Peixoto, Fafá de Belém e Marlene do LP “O dinheiro na música popular”, produzido pelo Banco do Brasil, como brinde de Natal, com larga distribuição em todo o país. Em 1979, ano de seu falecimento, a CBS lançou o LP “O eterno Jorge Veiga”, com um apanhado de seus sucessos, incluindo composições suas como “Boi com abóbora”, parceria com Marinho da Muda, “Festrival de bolachadas”, com Gordurinha e “Casa que tem cachorro”, com Blacaute e Newton Teixeira.

 

Discografias
1979 CBS LP O eterno Jorge Veiga
1975 Copacabana LP O melhor de Jorge Veiga
1974 Studio Hara LP Noel Rosa x Wilson Batista - Série tenas e figuras da MPB - volume 1 - Roberto Paiva e Jorge Veiga
1971 RCA Vik LP De leve - Jorge Veiga e Cyro Monteiro
1963 RCA Victor 78 Mineiro de verdade/Reencarnação
1962 RCA Victor 78 Caixa alta em Paris/O marido da vedete
1962 RCA Victor 78 Garota de Saint-tropez/Carta à Brigitte Bardot
1962 RCA Victor 78 Lamento do povo/Eu já sabia
1962 RCA Victor 78 Maria arranja bode/Otário não tem vez
1962 RCA Victor 78 Na cadência do samba/antes porém
1961 Copacabana 78 A baleia/Obrigado doutor
1961 Copacabana LP A volta do sambista (Obrigado doutor!)
1961 Copacabana 78 Falso boato/Caixa alta
1961 RCA victor 78 Faltava alguém/Está fazendo um ano
1961 Copacabana 78 Faustina/Anúncio
1961 RCA Victor 78 O pugilista da fama/Imaginação de pobre
1960 Copacabana 78 Assunto do dia/Água no leite
1960 Copacabana 78 Brigitte Bardot/Abaixo de Deus
1959 Copacabana LP Alô alô canta Jorge Veiga
1959 Copacabana 78 Eu te cutuco/Beco sem saída
1959 Copacabana 78 Não tenho lágrimas/Dona Rosa
1959 Copacabana 78 Orora analfabeta/Lado claro
1959 Copacabana 78 Quem sou eu?/Acertei no milhar
1959 Copacabana 78 Você me conversou/Nunca pensei
1959 Copacabana 78 Última barbada/Amor não tem idade
1958 Copacabana LP Caricaturista do samba
1958 Copacabana 78 Didu boa praça/Aliança
1958 Copacabana 78 Torcida organizada/Me leva, seu presidente
1958 Copacabana 78 Tua barba vai crescer/Duas rotações
1958 Copacabana 78 Vamos pra Brasília/Falador passa mal
1958 Copacabana 78 Você vai/Cara bonita
1957 Copacabana 78 Adeus para sempre/Ainda mandou me dizer
1957 Copacabana 78 Estatutos da gafieira/Doutor Sabe-tudo
1957 Copacabana 78 Labariri (Tudo lembra você)/Em boi morto até eu bato
1957 Copacabana 78 Marcha da feira/O homem não chora
1957 Copacabana 78 Palhaço/Izabel
1957 Copacabana 78 Samba de Itaguaí/Profecia
1956 Copacabana 78 Boate Tra-la-lá/Não faz "gracie" pra ninguém
1956 Copacabana LP Café soçaite
1956 Copacabana 78 Já não sinto ciúmes/Nem ela
1956 Copacabana 78 Obsessão(Com Carmen Costa)/Fora da jogada
1956 Copacabana 78 Queima a cara dele/A batucada chegou
1956 Copacabana 78 Rosa/Estudem, crianças
1956 Copacabana 78 Solução/Desumana
1955 Copacabana 78 Café soçaite/Eu fiz uma prece
1955 Copacabana 78 Hino da torcida do Flamengo
1955 Copacabana 78 Judas/Palhaço
1955 Copacabana 78 Não vou morrer/Tira essa mulher da minha frente
1955 Copacabana 78 Quando o divórcio chegar/Que culpa tenho eu
1955 Copacabana 78 É sempre o papai/Cosme e Damião
1954 Copacabana 78 Alô, papai/Cabra macho
1954 Copacabana 78 Baile de choro/Com a barba de molho
1954 Copacabana 78 Bode no pagode/Boca de siri
1954 Copacabana 78 Brincadeira tem hora/Chuviscou
1954 Copacabana 78 Não posso mais/Eu sou o samba
1954 Copacabana 78 Para esquecer/Eu tenho uma nêga
1954 Copacabana 78 Sou Flamengo/Quero me casar
1953 Continental 78 Baião da Ximbica
1953 Copacabana 78 Boêmia/Vivo cansado
1953 Continental 78 Canção dos aviadores/Mulheres, cheguei!
1953 Copacabana 78 História da maçã/Pode chorar
1953 Continental 78 Na China/Reza por nosso amor
1953 Continental 78 Podem falar/Marcha do pintor
1953 Continental 78 Qual o teu desejo?/Era ela
1953 Copacabana 78 Sambista no céu/Turco malandro
1952] Continental 78 Primo, você que é feliz
1952 Continental 78 Bobo lelê/Nem queira saber
1952 Continental 78 Bota água na canjica/Umbigada do Sabino
1952 Continental 78 Eu amava uma mulher/Direito de nascer
1952 Continental 78 Quem chorou fui eu/Voltei
1952 Continental 78 Sem banana macaco se arranja/Emilinha
1951 Continental 78 A primeira umbigada/Charlando no Flamengo
1951 Continental 78 Dodô borocochô/O fruto da maldade
1951 Continental 78 O sultão/Errei
1951 Continental 78 Pitiguari/Balança na rede
1951 Continental 78 Tem mulher no samba/A vaca Vitória
1950 Continental 78 Aparência de santo/Minha decisão
1950 Continental 78 Cala a boca Etelvina/Maior sou eu
1950 Continental 78 Carne seca com tutu/Anúncio
1950 Continental 78 Copacabana/Fizeram moamba
1950 Continental 78 Jandira/O pagode está redondo
1950 Continental 78 Me deu um breve/Medalha dourada
1949 Continental 78 Ai... Ari/Enquanto a cidade adormece
1949 Continental 78 Deixa eu viver minha vida/Carne de gato
1949 Continental 78 Eu não sou marinheiro/Confusionista
1949 Continental 78 Hei de cantar/Deixa eu beber
1948 Continental 78 O doutor quer falar com você/Boa-noite, como passou?
1948 Continental 78 Testamento do sambista/Conversa, Raul
1947 Continental 78 Baile da Piedade/Última barbada
1947 Continental 78 Bom crioulo/O que é que eu dou?
1947 Continental 78 Celina/Mano Diodé
1947 Continental 78 Movimento/Estrela do mal
1947 Continental 78 O que é que há?/Ciúme e nada mais
1947 Continental 78 Pode ser que não seja/Cinzas
1946 Continental 78 A sopa vai se acabar/Isabel
1946 Continental 78 Aquela Mariana/Julieta
1946 Continental 78 Cabloco africano/Garoto levado
1946 Continental 78 Coração em leilão/A vida tem dessas coisas
1946 Continental 78 Eu quero é rosetar!/Cinzas
1946 Continental 78 Fui um louco/O expresso não parou

(Com Ari Cordovil)

1946 Continental 78 Margarida/O pagamento ainda não saiu
1946 Continental 78 Paraquedista/Meu aniversário
1946 Continental 78 Pode ser que não seja/Martírio
1946 Continental 78 Trinta e três/Alô, Maricota!
1945 Continental 78 Até numa pedreira/Vou sambar em Madureira
1945 Continental 78 Chá de cadeira/Não faça isso
1945 Continental 78 Falso batuqueiro/Recado que a Maria mandou
1945 Continental 78 Hilda/Não vamos brigar
1945 Continental 78 Maria/O que é que eu tenho com isso
1945 Continental 78 Na minha casa mando eu/Cabo Laurindo
1945 Continental 78 O coração também esquece/Já vai tarde
1945 Continental 78 O dono sou eu/Pensão de dona Laura
1945 Continental 78 Rosalina/Marinheiro Popeye
1945 Continental 78 Senhor comissário/Lúcia
1944 Odeon 78 Iracema
1944 Continental 78 Morena linda/Minha patroa é boa
1944 Continental 78 Perdi a paciência/Baianinha

(Com Dircinha Batista)

1939 Odeon 78 Adeus João

(Com Antenógenes Silva)

Obras
Abaixo de Deus (c/ Sebastião Mota)
Amor não tem idade (c/ Nogueira e M. Alves)
Aviadores do Brasil (c/ José Francisco)
Boi com abóbora (c/ Marinho da Muda)
Boêmia (c/ Zé Violão)
Casa que tem cachorro (c/ Blacaute e Newton Teixeira)
Doutor Sabe-tudo (c/ Zé Violão)
Em boi morto até eu bato (c/ Zé Violão)
Festrival de bolachadas (c/ Gordurinha)
Fora da jogada (c/ Haroldo Lobo)
Obrigado doutor (c/ Gabilan)
Reencarnação (c/ Nadinho)
Samba de Itaguaí (c/ Raul Marques)
Sambista no céu (c/ Zé Violão)
Você vai (c/ Badu)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 2. São Paulo: Editora 34, 1997.

Crítica

“Alô, alô, aviadores que cruzam os céus do Brasil. Aqui fala Jorge Veiga pela Rádio Nacional. Queiram dar os seus prefixos para a guia de nossas aeronaves.” Com essas frases aparentemente sem qualquer sentido nos dias de hoje, o cantor Jorge Veiga se apresentava nos programas mais ouvidos da Nacional em plena década de 50, começo dos 60. Jorge Veiga? Mas quem foi Jorge Veiga? Pra início de conversa, ele chegou a ter mais popularidade que seus contemporâneos Cyro Monteiro e Moreira da Silva. Não que fosse melhor que esses dois ícones do telecoteco, mas o que enternecia em Jorge Veiga era um misto de ingenuidade, bossa de malandro e ainda um certo ar de sujeito bronco, dentro dum corpanzil enorme. Jorge Veiga, sambista popular da linhagem que encontrava seus modelos mais bem-acabados na Lapa antiga, era conhecido como O Caricaturista do Samba. O que queria dizer que suas músicas faziam, no mais das vezes, caricaturas da época. Meia verdade, contudo, que começou pra valer quando o cantor, que se dava ao luxo de exibir uma voz fanhosa (deliciosa), gravou uma série de sambas de Miguel Gustavo, até então apenas considerado não propriamente um compositor mas o melhor autor de “jingles” do país. A série de Gustavo se abriu com o “Café society”, uma devastadora crônica de época sobre as “socialites” da época, seus bordões e seus dois colunistas, os emblemáticos Ibrahim Sued e Jacinto de Thormes.

O sucesso da música em 1955 projetou Jorge Veiga em todas as paradas de sucesso, gerando não só oito outras sobre o mesmo tema, como também fazendo o cantor envergar, a partir daí, um vistoso “smoking”, que parecia surreal e quase inacreditável naquele sestroso mulato cheio de ginga e salamaleques.

Ele foi e será sempre a voz ondulante da malandragem, da ginga e do melhor espírito carioca. É como eu sempre disse: Jorge Veiga é um dos poucos sambistas que rebolam não com o corpo. Mas com a voz.

Ricardo Cravo Albin