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Nome Artístico
Jorge Simas
Nome verdadeiro
Jorge Eduardo Collyer Simas
Data de nascimento
14/8/1953
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Instrumentista. Compositor. Arranjador.

Filho de músicos amadores, foi criado nos bairros do Estácio e Parada de Lucas, ouvindo programas da Rádio Nacional e antigos discos 78 rpm de música instrumental que seus pais possuíam. 

Aos cinco anos de idade começou a tocar acordeom, chegando a compor pequenas valsas e canções. Quatro anos depois, em 1962, seu pai veio a falecer e o instrumento foi deixado de lado.

Seu interesse pela música foi recobrado na adolescência. 

No ano de 1970 ingressou na Escola de Marinha Mercante, época em que começou a tocar violão.

Por volta do ano de 1975, estudante de Engenharia sem pretensão de tornar-se músico profissional, começou a desenvolver uma ligação com o choro, através do bar Suvaco de Cobra, reduto de grandes instrumentistas. Começou então a participar de serestas, rodas de samba e pequenos shows que lhe rendiam alguma remuneração. Em 1980, graduou-se em Engenharia pela UERJ. Ainda na década de 1980, já músico profissional, ingressou na Escola Nacional de Música, onde estudou durante dois anos (arranjo e composição).

Dados artísticos

Autodidata, aos 15 anos, em 1968, começou a tocar cavaquinho e bandolim, e compôs sua primeira música com letra, “Lua vazia”, vencedora do “I Festival de Música do Colégio Olindense”, onde estudava.

Classificou-se em 1° lugar em dois festivais de música promovidos por aquela instituição, com as composições “Pensamentos” (1970) e “Rumo a Veja” (1972). 

Em 1974, venceu o “Festival de Música Interescolar da Leopoldina” com o samba “Nó perfeito”. No ano seguinte, em 1975, classificou-se em 1º lugar no “Festival Interescolar da TV Tupi”, com “Canção desconexa”. 

Profissionalizou-se em 1976, tocando violão de sete cordas com artistas como Ademilde Fonseca, 

K-Ximbinho, Claudionor Cruz, Nélson Cavaquinho, Abel Ferreira, Moreira da Silva e Dona Ivone Lara, entre outros. No ano seguinte, em 1977, formou o conjunto Nó em Pingo dÁgua, vencedor em 1978, do Concurso de Conjuntos de Choro da Cidade do Rio de Janeiro, promovido pela Secretaria de Cultura do Município. Atuou com o grupo até 1988. 

Em 1980, começou a ser solicitado para participar de gravações com inúmeros artistas como Beth Carvalho, Alcione, Jair Rodrigues, Clara Nunes, Elis Regina, Elza Soares, Agepê, Carlos Lyra, Daniela Mercury, Jamelão, Moraes Moreira, Fagner, João Nogueira, Quarteto em Cy, Nara Leão, Elizeth Cardoso, Baby do Brasil, Roberto Ribeiro, Noite Ilustrada, MPB-4, Zeca Pagodinho, Gilberto Gil, Mestre Marçal, Simone, Elton Medeiros, Toquinho e Emílio Santiago. 

No carnaval de 1991, foi contemplado com o Troféu Manchete, na categoria Melhor da Escola, por sua atuação como violonista sete cordas da Escola de Samba Unidos da Tijuca. Ainda nesse ano, representou o Brasil, atuando ao lado de Paulo Moura no festival de música instrumental “Folk-Tejo”, realizado em Lisboa. 

Em 1996, venceu o I Concurso de Choro da Cidade do Rio de Janeiro, promovido pelo Museu da Imagem e do Som, com o choro “Rio à toa”, composto em parceria com Dirceu Leite. 

No ano seguinte, participou, novamente com Paulo Moura, do “Vail Jazz Party”, festival de música instrumental realizado em Vail (Colorado, EUA). 

Em 1998, foi contemplado com dois Prêmios Sharp, nas categorias Melhor CD Instrumental e Melhor Grupo Instrumental, por sua participação no CD “Paulo Moura e os Batutas”. 

Suas músicas foram gravadas por intérpretes como Elizeth Cardoso, Délcio Carvalho, Elymar Santos, Zeca Pagodinho, João Nogueira, MPB-4 e Toque de Prima, entre outros. 

No ano 2000 atuou como diretor musical e instrumentista no espetáculo “Uma noite para Rosinha de Valença”, realizado no Canecão (RJ), com direção geral de Haroldo Costa, e que contou com a participação de inúmeros artistas. Trabalhou como diretor musical, arranjador e instrumentista no “Tributo a João Nogueira”, show em homenagem póstuma ao compositor e cantor, realizado no Tom Brasil (SP), com a participação de vários artistas. 

Neste mesmo ano, de 2000,  lançou, em dupla com o poeta e letrista Paulo César Feital, o CD “Carta ao Rei”, disco no qual contou com várias participações especiais, tais como Chico Buarque, Diogo Nogueira e Carlinhos Vergueiro na faixa “Labareda” (c/ Paulo César Feital); Paulo Moura em “Carlos poeta” (c/ Paulo César Feital e Clarisse Grova); Selma Reis na composição “Cabaré tropical” (c/ Paulo César Feital); Leny Andrade em “Lábios de Deus” (c/ Paulo César Feital) e a faixa “O Clero” (c/ Paulo César Feital), cantada por um coro de amigos de ambos, além de Cris Delanno, intérprete nas faixas “Muito bom” (c/ Paulo César Feital), “Carta ao Rei” (c/ Paulo César Feital e Clarisse Grova), “Mais feliz” (Élton Medeiros, Carlinhos Vergueiro e Paulo César Feital), “Valsa para Rosinha” (c/ Paulo César Feital). No disco o poeta Paulo César Feital declamou, de autoria do próprio, o texto “Luz Valenciana”. Ambos intérprtaram várias das faixas, nere as quais “Absolvição”, “Ó do Bobó”, “Choro animal”, “Cinco contra um” e “Santo Antônio do Categeró”, todas parcerias de ambos.

Em 2003, lançou o CD “Pela palavra”. Dois anos depois, em 2005, apresentou-se no Mistura Fina, no Rio de Janeiro, interpretando composições próprias gravadas em nos discos “Carta ao Rei” e “Pela palavra”.

Discografias
2003 Independente CD Pela palavra
2000 Independente CD Carta ao Rei

(c/ Paulo César Feital)

Obras
Absolvição (c/ Paulo César Feital)
Cabaré tropical (c/ Paulo César Feital)
Canto de raça (c/ Wanderson Martins)
Canção desconexa
Carlos poeta (c/ Clarisse Grova e Paulo César Feital)
Carta ao rei (c/ Clarisse Grova e Paulo César Feital)
Chic Radical (c/ Marcos Paiva)
Choro animal (c/ Paulo César Feital)
Cinco contra um (c/ Paulo César Feital)
Falsa tese (c/ Paulo César Feital)
Labareda (c/ Paulo César Feital)
Lente de contato (c/ Zeca Pagodinho e Wanderson Martins)
Lua vazia
Luz maior (c/ Marcos Paiva)
Lábios de Deus (c/ Paulo César Feital)
Mi canto (c/ Ivor Lancellotti)
Muito bom (c/ Paulo César Feital)
Nascido e mal pago (c/ Marcos Paiva)
No tempo do Patropi
Nó perfeito
O Clero (c/ Paulo César Feital)
Pelo teu destino (c/ Délcio Carvalho)
Pensamentos
Rosinha; para Rosinha de Valença (c/ Paulo César Feital)
Rumo a Veja
Santo Antônio do Categeró (c/ Paulo César Feital)
Valsa para Rosinha (c/ Paulo César Feital)
Waldeocly (c/ Paulo César Feital)
Yá yá de Marechal (c/ Paulo César Feital)
Ó do bobó (c/ Paulo César Feital)
Shows
1992 100 anos. Como integrante do Nó em Pingo d'Água. Com Antonio Adolfo.
Folk-Tejo. Festival de Música Instrumental. Com Paulo Moura, Lisboa.
Vail Jazz Party. Festival de Música Instrumental. Com Paulo Moura. Vail. Colorado, EUA.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.