Escritor. Jornalista. Letrista.
Para alguns, teria nascido na Fazenda Auricídia que, na época, pertencia ao Município de Ilhéus, mas foi registrado em Itabuna.
Em 1913, uma praga de varíola obrigou sua família a mudar-se para a cidade de Ilhéus, onde passou toda a infância. Mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro que, durante a década de 1930, foi palco de discussões políticas e artísticas. Na Faculdade de Direito travou contato com o comunismo. Passou a atuar como jornalista e ingressou no Partido Comunista. Devido à suas posições políticas, teve que se exilar na Argentina e no Uruguai em 1941 e 1942.
Em 1945, foi eleito Deputado Federal pelo Partido Comunista Brasileiro. Foi autor da emenda que instituiu a liberdade religiosa. No ano seguinte, sem 1946, seria cassado, juntamente com toda a bancada comunista.
Entre 1948 e 1950, exilou-se em Paris. Em 1951 e 1952, viveu exilado em Praga.
Foi casado com escritora Zélia Gattai.
Autor de mais de 30 livros, entre romances e contos, que o consagraram como importante cronista da cultura do povo da Bahia.
Entre seus livros estão “Gabriela, Cravo e Canela”; “Mar morto”; “Jubiabá”; “Capitães da areia”; “Cacau”, entre outros, todos clássicos da literatura brasileira.
Eleito, em 1961, para a Academia Brasileira de Letras.
Seu envolvimento com a música popular se deu a partir da amizade com o compositor Dorival Caymmi, com quem compôs a maior parte de suas obras musicais. Sua primeira parceria com Dorival Caymmi a ser gravada foi a toada “É doce morrer no mar”, versos seus com música de Dorival Caymmi, que a gravou pela Columbia no ano de 1954 no lado B do disco em 78 rpm. Neste mesmo ano, de 1954, Dorival Caymmi regravou a composição no LP intitulado “Canções praieiras”, lançado pela gravadora Odeon. No ano de 1958 a composição “É doce morrer no mar” seria regravada por Pierre Kolmann, no LP “Música de Caymmi em HI-FI – Pierre Kolmann e seu conjunto”, da gravadora Musidisc. Ainda em 1958 gravou pelo Selo Festa o LP, em 10 polegadas, “Canto de Amor à Bahia e Quatro Acalantos para Gabriela, Cravo e Canela”, no qual declamou “Canto de Amor à Bahia”, “Rondó de Ofenisia”, “Lamento de Glória”, “Cantiga Para Ninar Malvina” e “Cantar de Amigo de Gabriela”, tendo o parceiro Dorival Caymmi na ilustração musical ao violão. No ano posterior, em 1959, “É doce morrer no mar” voltaria a ser regravada por Dorival Caymmi, desta vez para o LP “Caymmi e seu violão”, da Odeon.
Em 1963, “É doce morrer no mar” foi regravada por Carlos José, no LP “A poesia de Caymmi na voz de Carlos José”, da Continental. Neste mesmo ano estreou no Brasil o filme “Seara vermelha”, para o qual João Gilberto compôs a trilha sonora, com letra de Jorge Amado, “Lamento da morte de Dalva na beira do Rio São Francisco”, gravada com este título somente para o filme.
No ano de 1968, a cantora Dulce Nunes lançou, pelo selo Forma, o LP “Samba do escritor”, que incluiu o samba “Lamento de Glória”, com versos seus e música de Dulce Nunes. Neste mesmo ano, de 1968, dividiu com Dorival Caymmi a presidência do júri do “Festival de Sambas da Bahia”, evento realizado no Teatro Castro Alves, em Salvador, para celebrar a reinauguração desse teatro, que teve também personalidades do Rio de Janeiro para integrar o júri, como Sérgio Porto, Oscar Castro Neves, Quarteto em Cy e Ricardo Cravo Albin.
No ano de 1971 João Gilberto regravou “Lamento da morte de Dalva na beira do Rio São Francisco”, desta vez com o título “Undiú”, para o LP “João Gilberto”, também conhecido como o “Álbum Branco”. No ano seguinte, em 1972, teve gravado por Dorival Caymmi o “Canto de Obá”, parceria de ambos, no disco “Caymmi”, lançado pela gravadora Odeon. Neste mesmo ano, de 1972, o “Canto de Obá” foi regravado pelo Quarteto em CY, no LP “Quarteto em Cy”, da Odeon, em gravação que contou com a participação especial de Dorival Caymmi. Neste mesmo ano Dorival Caymmi compôs a trilha sonora do filme “Capitães da areia”, baseado em um de seus romances.
Em 1975 “Alegre menina”, parceria com Dori Caymmi, foi gravada por Djavan, no LP “Gabriela”, com a trilha sonora da novela do mesmo nome (adaptação do seu romance “Gabriela, Cravo e Canela”), da Rede Globo, lançado pela gravadora Som Livre. No ano seguinte, em 1976, sua composição “Retirantes”, em parceria com Dorival Caymmi, interpretada pelo parceiro, foi incluída na trilha sonora da novela “A Escrava Isaura”, adaptação do romance de Bernardo Guimarães pela TV Globo, estrelada por Lucélia Santos, com direção de Herval Rossano.
Em 1981, “Cantiga de cego”, com Dorival Caymmi, foi gravada por Dorival Caymmi, para o LP “Terras do sem fim”, trilha sonora da novela de mesmo nome, da Rede Globo, lançado pela gravadora Som Livre.
Em 1984, “É doce morrer no mar”, com Dorival Caymmi, foi gravada pelo parceiro, no LP “Setenta anos – Caymmi”, em show realizado no Teatro Castro Alves, em Salvador, por ocasião dos 70 anos de Dorival Caymmi. No ano posterior, em 1985, Inezita Barroso gravou “É doce morrer no mar” no LP “Inezita Barroso – A incomparável”, do selo Líder. No mesmo ano, a modinha “Era uma vez três irmãs”, com letra sua e música de Juca Chaves, foi gravada por Juca Chaves, no LP “O Menestrel do Brasil – Enfim (Quase livre)”, da Arca Som. Ainda em 1985 a Sargaço Produções lançou “Caymmi som, imagem, magia”, com um apanhado da obra de Dorival Caymmi em dois discos, trazendo no primeiro, um depoimento seu sobre o parceiro Dorival Caymmi, sendo regravado no mesmo disco “É doce morrer no mar”.
Em 1992 “Modinha para Tereza Batista” (c/ Dorival Caymmi, foi gravada por Simone Caymmi, para o LP “Tereza Batista”, trilha sonora da minissérie da TV Globo, lançado pela gravadora Som Livre. Dois anos depois, em 1994, “Beijos pela noite”, com Dorival Caymmi e Carlos Lacerda, foi gravada por Danilo Caymmi e Simone Caymmi, para o LP “Dorival”, lançado pela Sony Music, em homenagem à Dorival Caymmi.
Em 1995 “É doce morrer no mar” seria regravada por Danilo Caymmi no LP “Sol moreno”, da EMI-Odeon.
No ano 2000, a gravadora Warner Music lançou o CD “Jorge Amado – Letra & Música”, no qual vários artistas interpretaram obras compostas em sua homenagem ou baseadas em seus romances, além de alguns que cantaram suas composições com diversos parceiros. Do disco fizeram parte as faixas “Depoimento de Gilberto Gil”, com Gilberto Gil; “É doce morrer no mar” (c/ Dorival Caymmi), interpretado por Lenine; “Jubiabá” (Gerônimo), com Lazzo; “Suor negro” (Saul Barbosa e Jorge Portugal), cantada por Sandra de Sá; “Caminhos da fome” (Carlos Pita e Jorge Portugal), com Cátia Guima; “Jesuino Galo Doido” (Antônio Carlos e Jocafi), por Gilberto Gil; “Capitães de Areia” (Jarbas Bittencourt e Jorge Portugal), interpretada por Fafá de Belém; “Memórias do mar” (Vevé Calazans e Jorge Portugal), cantada por Caetano Veloso; “Noite perpétua” (Roberto Mendes e Jorge Portugal), com Márcia Short; “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (Antônio Carlos e Jocafi), com o grupo Sem Compromisso; “Rosa Palmeirão” (Edil Pacheco e Jorge Portugal), com Dominguinhos do Estácio; “Alegre menina” (c/ Dori Caymmi), interpretada por Frejat; “Milagres do Povo” (Caetano Veloso), com Margareth Menezes; “Modinha para Gabriela” (Dorival Caymmi), com Tânia Maya; “Olhos de Xangô” (Lazzo e Jorge Portugal), interpretada por Wil Carvalho; “A luz de Tieta” (Caetano Veloso), por Pedro Luís e A Parede; “Quincas Berro Dágua” (Gilson Babilônia e Jorge Portugal), cantada pela Banda Eva, e a última faixa do disco, a gravação do depoimento de Caetano Veloso.
No ano de 2001 Dorival Caymmi em parceria com o filho, Danilo Caymmi, compôs o tema de abertura da telenovela “Porto dos Milagres”, da TV Globo, inspirada no seu livro “Mar Morto”.
Em 2012, em comemoração aos 100 anos de seu nascimento, foi homenageado na Academia Brasileira de Letras, no espetáculo “Os Caymmi visitam Jorge Amado”, em show que contou com as presenças de Danilo Caymmi e Stella Caymmi (voz) e Flavio Mendes (violão). O espetáculo, produzido pelo Instituto Cultural Cravo Albin, teve apresentação de Ricardo Cravo Albin. Na ocasião, foram interpretadas suas parcerias com Dorival Caymmi: “É doce morrer no mar”, “Retirantes”, “Cantiga de cego”, “Canto de obá”, “Modinha para Tereza Batista” e “Beijos da noite”, esta última tendo ainda o famoso político Carlos Lacerda como coautor, além de “Canção da campanha de Prestes” cantada em gravação feita por Zélia Gattai, composta para a campanha de Luiz Carlos Prestes ao Senado em 1946.
No ano de 2013 o doutor em literaturas de língua portuguesa Júlio Diniz coordenou o projeto gráfico “Dorival Caymmi – Acontece que ele é baiano”, livro bilingue lançado com o apoio da Repsol Sinopec Brasil, no qual participaram com textos Caetano Veloso, João Ubaldo Ribeiro e Stelinha Caymmi, além de entrevistas exclusivas com Dori Caymmi, Nana Caymmi e Danilo Caymmi, e ainda textos de Paulo César Pinheiro, Júlio Diniz e do próprio Jorge Amado, e ainda farto material icnográfico de arquivo da família Caymmi, com várias fotos de Dorival Caymmi e Jorge Amado em uma parceria e amizade de mais de meio século.
Entre suas intérpretes internacionais consta a caboverdeana Cesária Évora, que regravou “É doce morrer no mar”, em dueto com Marisa Monte.
(vários)
(part. Dorival Caymmi)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
CAYMMI, Stella. Dorival Caymmi – o mar e o tempo. São Paulo: Editora: 34, 2002.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.
DINIZ, Júlio (org.) Dorival Caymmi – Acontece que ele é baiano. Rio de Janeiro: Repsol Sinopec Brasil, 2013.
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