5.002
Nome Artístico
Jonjoca
Nome verdadeiro
João de Freitas Ferreira
Data de nascimento
16/9/1911
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
19/6/2006
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantor. Compositor.

Filho de português, nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo. Ainda cursando o ginasial, formou um conjunto com dois violonistas, um dos quais irmão do cantor Jorge Fernandes.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira artística aos 18 anos de idade,  quando foi à gravadora Odeon e conseguiu que o diretor Eduardo Souto se interessasse por gravar um disco no qual  fosse o cantor.  Nesta primeira gravação, lançada em fevereiro de 1930, registrou os sambas “Não te dou perdão”, de Ismael Silva e “Não fui eu”, de Caninha. Neste mesmo ano, gravou ainda  mais dois discos pela Parlophon com a marcha “Segura ele”, de Zé Carioca, os sambas “Nega beiçuda de saia branca”, de Peri e Rui Borba e “Sem um adeus”, de Henrique Brito e Gomes Jr. e o samba canção “Fugiu, fugiu!”, de Ary Barroso. Por essa época,  conheceu o cantor Castro Barbosa formando então  uma dupla, Jonjoca e Castro Barbosa, que gravou muitas músicas de sucesso. Fez dupla com Castro Barbosa para competir com a dupla Francisco Alves e Mário Reis, já que havia forte semelhança de sua voz com a de Mário Reis e a de Castro Barbsa com a de Francisco Alves. Em julho de 1931, a dupla registrou pela Victor os sambas “Sinto falta de você” e “A cana está dura”, ambos compostos por ele.  Esta dupla era a contrapartida da Victor à famosa dupla Francisco Alves e Mário Reis, lançada pela gravadora Odeon. Ainda em 1931, gravou sozinho na Victor o samba “Rosalina”, de Orestes Barbosa e J. Thomaz. No mesmo ano, fez sucesso com o samba “Abandonado!”, gravado em dupla com Castro Barbosa. Por essa época, Castro Barbosa alcançou grande sucesso ao gravar um clássico da música popular brasileira: a marcha “O teu cabelo não nega”, de Lamartine Babo e Irmãos Valença. Curiosamente, segundo relato de Jonjoca, “O teu cabelo não nega” lhes foi mostrada por Lamartine em um encontro casual na Cinelândia. A dupla adorou a música e Lamartine lhes disse: “É de vocês, podem gravá-la.”  Dias depois, como iam também gravar “Bandonô”, de sua autoria, teve a seguinte (e infeliz) idéia : “Ô Castro, vamos gravar essas músicas individualmente. Você fica com uma e eu com a outra.  Quanto à escolha, decidimos num cara ou coroa. Deu cara, e eu fiquei com Bandonô”. Ao todo, a dupla gravou 11 discos, lançando 22 músicas. Paralelamente, os cantores desenvolveram suas carreiras de solista.

Em 1932, gravou de sua autoria, os sambas “Mulher” e “Orgulhosa”. No mesmo ano, gravou os sambas “Bandonô”, de sua autoria, um dos sucessos do ano e “Vou viver sozinho”, de André Filho. Em 1933, gravou os sambas “Se a gente…quando gostasse”, de Assis Valente e  “Vivo por viver”, de sua autoria e, a marcha “Aborrecimento”, de Eduardo Souto e José Evangelista. Nesse mesmo ano, passou a gravar com Castro Barbosa na Odeon lançando a marcha “lalá”, de autroria da dupla e “Dona do lugar”, samba de Ismael Silva e Francisco Alves. 

Em 1934, gravou a marcha “Viram meu amor por aí?”. No mesmo ano, interrompeu a carreira, retornando às atividades em 1937 atuando como locutor da Rádio Mayrink Veiga.  Em 1938, transferiu-se para a  Rádio Nacional e, no ano seguinte, para a  Rádio Clube, onde  atuava como locutor apresentador e produtor de programas, lá permanecendo até 1953. Aos poucos foi se retirando da radiofonia. Apareceu muito esporadicamente em entrevistas para a televisão entre 1955 e 2002.

Discografias
1934 Columbia 78 Viram meu amor por aí?
1933 Odeon 78 Aborrecimentos
1933 Odeon 78 Deixa-se em paz
1933 Odeon 78 Mulato fraco/Aluga-se um malandro
1933 Odeon 78 Vivo por viver/Por que foi?
1933 Odeon 78 Zuzu/Se a gente... quando gostasse
1932 Odeon 78 Azul e branco/Mulher
1932 Víctor 78 Bandonô/Vou viver sozinho
1932 Víctor 78 Orgulhosa
1932 Parlophon 78 Vivo por viver/Por que foi
1931 Víctor 78 Rosalina
1930 Parlophon 78 Fugiu, fugiu/Sem um adeus
1930 Odeon 78 Não te dou perdão/Não fui eu
1930 Parlophon 78 Segura ele/Nega beiçuda de saia branca
Obras
A cana está dura
Abandonado!
Bandonô
Mulher
Nunca pensei
Não digo pra onde vou!
Não se fala mais nisso (c/ Luiz Barbosa)
Orgulhosa
Perdoa
Quero saber
Sinto falta de você
Vivo por viver
lalá (c/ Castro Barbosa)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.