
Cantor. Compositor.
Filho de português, nasceu no Rio de Janeiro, no bairro de Botafogo. Ainda cursando o ginasial, formou um conjunto com dois violonistas, um dos quais irmão do cantor Jorge Fernandes.
Iniciou sua carreira artística aos 18 anos de idade, quando foi à gravadora Odeon e conseguiu que o diretor Eduardo Souto se interessasse por gravar um disco no qual fosse o cantor. Nesta primeira gravação, lançada em fevereiro de 1930, registrou os sambas “Não te dou perdão”, de Ismael Silva e “Não fui eu”, de Caninha. Neste mesmo ano, gravou ainda mais dois discos pela Parlophon com a marcha “Segura ele”, de Zé Carioca, os sambas “Nega beiçuda de saia branca”, de Peri e Rui Borba e “Sem um adeus”, de Henrique Brito e Gomes Jr. e o samba canção “Fugiu, fugiu!”, de Ary Barroso. Por essa época, conheceu o cantor Castro Barbosa formando então uma dupla, Jonjoca e Castro Barbosa, que gravou muitas músicas de sucesso. Fez dupla com Castro Barbosa para competir com a dupla Francisco Alves e Mário Reis, já que havia forte semelhança de sua voz com a de Mário Reis e a de Castro Barbsa com a de Francisco Alves. Em julho de 1931, a dupla registrou pela Victor os sambas “Sinto falta de você” e “A cana está dura”, ambos compostos por ele. Esta dupla era a contrapartida da Victor à famosa dupla Francisco Alves e Mário Reis, lançada pela gravadora Odeon. Ainda em 1931, gravou sozinho na Victor o samba “Rosalina”, de Orestes Barbosa e J. Thomaz. No mesmo ano, fez sucesso com o samba “Abandonado!”, gravado em dupla com Castro Barbosa. Por essa época, Castro Barbosa alcançou grande sucesso ao gravar um clássico da música popular brasileira: a marcha “O teu cabelo não nega”, de Lamartine Babo e Irmãos Valença. Curiosamente, segundo relato de Jonjoca, “O teu cabelo não nega” lhes foi mostrada por Lamartine em um encontro casual na Cinelândia. A dupla adorou a música e Lamartine lhes disse: “É de vocês, podem gravá-la.” Dias depois, como iam também gravar “Bandonô”, de sua autoria, teve a seguinte (e infeliz) idéia : “Ô Castro, vamos gravar essas músicas individualmente. Você fica com uma e eu com a outra. Quanto à escolha, decidimos num cara ou coroa. Deu cara, e eu fiquei com Bandonô”. Ao todo, a dupla gravou 11 discos, lançando 22 músicas. Paralelamente, os cantores desenvolveram suas carreiras de solista.
Em 1932, gravou de sua autoria, os sambas “Mulher” e “Orgulhosa”. No mesmo ano, gravou os sambas “Bandonô”, de sua autoria, um dos sucessos do ano e “Vou viver sozinho”, de André Filho. Em 1933, gravou os sambas “Se a gente…quando gostasse”, de Assis Valente e “Vivo por viver”, de sua autoria e, a marcha “Aborrecimento”, de Eduardo Souto e José Evangelista. Nesse mesmo ano, passou a gravar com Castro Barbosa na Odeon lançando a marcha “lalá”, de autroria da dupla e “Dona do lugar”, samba de Ismael Silva e Francisco Alves.
Em 1934, gravou a marcha “Viram meu amor por aí?”. No mesmo ano, interrompeu a carreira, retornando às atividades em 1937 atuando como locutor da Rádio Mayrink Veiga. Em 1938, transferiu-se para a Rádio Nacional e, no ano seguinte, para a Rádio Clube, onde atuava como locutor apresentador e produtor de programas, lá permanecendo até 1953. Aos poucos foi se retirando da radiofonia. Apareceu muito esporadicamente em entrevistas para a televisão entre 1955 e 2002.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997.
VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.