4.002
Nome Artístico
João Tomé
Nome verdadeiro
João Tomé
Data de nascimento
3/3/1920
Local de nascimento
Uberaba, MG
Data de morte
24/8/1971
Local de morte
Brasília, DF
Dados biográficos

Compositor. Multi-instrumentista.

 

Nasceu com uma grave lesão visual congênita, ficando completamente cego aos cinco anos de idade.

Devido ao grande interesse que teve pela música, ganhou uma viola de seu pai ainda pequeno. Depois, chegou a vender mangas que colhia em seu quintal e comprou um cavaquinho.

Aos 12 anos produziu uma flauta, com um pedaço de bambu que pegou no quintal da chácara onde morava.

Aprendeu a escala musical com o professor Antenógenes Silva.

Ganhou uma flauta transversal de seu tio, adquirindo prática na flauta e depois em outros instrumentos, como viola, violão, cavaquinho, bandolim, bateria e pandeiro. Tornou-se multi-instrumentista, e passou a ser conhecido como “o homem dos sete instrumentos” e “o homem que enxergava com a alma”.

Em 1947 tornou-se o coordenador musical do Instituto dos Cegos de Uberaba e ensinou os alunos internos a tocar vários instrumentos.

Em 1960 foi morar em Brasília (DF), onde deu aulas de violão no Centro Educacional Caseb.

Em 1967 foi efetivado no quadro permanente de professores da Fundação Educacional do Distrito Federal, onde desenvolveu um método de tocar violão para pessoas com deficiência visual.

Faleceu aos 51 anos de idade em Brasília (DF). Na ocasião, a Rádio Nacional de Brasília prestou-lhe homenagem ao longo da sua programação. O escritor e radialista Clemente Luz escreveu algumas crônicas a seu respeito, entre as quais “A morte de Tomé”, “As árvores também morrem”, “A flauta de Tomé”, “A bengala branca”.

Dados artísticos

Aos dezesseis anos fez sua primeira composição, a valsa “Amor de mãe” e não parou mais. Escreveu mais de 300 músicas em braile.

Atuou como músico na Rádio PRE-5, em Uberaba (MG), por quase duas décadas. Nessa época tocou em clubes, cassinos, boates e acompanhou artistas em turnê pela cidade, como Francisco Alves, Emilinha Borba, Anísio Silva.

Em 1960 foi convidado a coordenar a programação musical de uma boate na Cidade Livre, uma das cidades-satélites de Brasília, levando consigo o acordeonista Gilson Machado e o baterista Walter Ibituruna, ex-alunos seus do Instituto dos Cegos de Uberaba. Nesse mesmo ano assinou contrato com a Rádio e TV Nacional de Brasília. Ao lado de seus dois alunos integrou a orquestra da Rádio e TV Nacional de Brasília, sob a regência do Maestro Isaac Kolman, com a qual acompanhou artistas como Emilinha Borba, Dalva de Oliveira, Nelson Gonçalves, Jorge Veiga, Dóris Monteiro e Jamelão.

Apresentou o programa “Festival de João Tomé”, na Rádio e TV Nacional.

Durante 14 anos seu conjunto animou as noites da boate que funcionava no Brasília Palace Hotel, frequentada por Oscar Niemeyer, Juscelino Kubistchek, Lúcio Costa e vários deputados.

Em 1969 foi convidado para fazer o arranjo da música “Rosa Faceira”, de Clésio Ferreira e Climério Ferreira, que apresentou ao violão no “Festival da Universidade de Brasília” (UnB), realizado no Teatro Nacional.

Em 1971 participou do “Festival do Centro Universitário de Brasília” (CEUB).

Com o objetivo de divulgar suas composições, principalmente seus choros inéditos, sua filha Dolores compilou algumas músicas nos CDs “Piquenique” (2005) e “Todos Sabem” (2009).

Teve composições gravadas por Therezinha Magalhães, Paulo Marquez, pela dupla sertaneja Toninho e Marieta, entre outros.

Discografias
2009 CD Todos sabem
2005 CD Piquenique
Obras
Ai, Sinhá
Amor de mãe
Arroz-Doce
Boa Lembrança
Estudando
Marangone
Nem Todos Sabem
Piquenique
Todos Sabem
Touro Sentado