
Cantor. Compositor. Instrumentista (Bandolinista). Irmão de Luperce Miranda e de Romualdo Miranda com quem criou e integrou o grupo vocal e instrumental Turunas da Mauricéia.
Iniciou a carreira artística no começo da década de 1920. Em 1926, criou na cidade de Recife com os irmãos Luperce Miranda, no bandolim, e Romualdo Miranda, no violão, e mais Manoel de Lima e João Frazão nos violões, e Augusto Calheiros nos vocais o grupo vocal e instrumental Turunas da Mauricéia, com o qual foi para o Rio de Janeiro no ano seguinte
onde se apresentaram com grande sucesso cantando emboladas, cocos e sambas nordestinos, ritmos até então desconhecidos na cidade. Ainda em 1927, o grupo gravou dez discos pela Odeon com vocais de Augusto Calheiros. Gravou um total de dezoito discos com o grupo Turunas da Mauricéia. Em 1929, seus choros “Caboclo mentiroso”, “Vamos embora que já é noite” e “Chorando no pinho” foram gravados na Parlophon pelo grupo Desafiadores do Norte, a toada “No meu sertão” foi lançada por Gastão Formenti, além da toada “Esse boi deu”, e o samba “Sabiá zangou-se”, registrados por Patrício Teixeira, também na Parlophon. Teve também três composições gravadas na Parlophon por Joviniano Araújo, o coco “Macacão”, e o samba-lundu “Margarida bole”, parcerias dos dois, e o samba “Adeus Sinhá”. No mesmo ano, gravou em solo de bandolim na Parlophon a valsa “Saudades do Norte”, de sua autoria. Ainda em 1929, Patrício Teixeira registrou pela Odeon a embolada “Pisada é essa!”, e a toada “Gaúcho verdadeiro”, e Ascendino Lisboa gravou na Victor o samba “Tapeação”. No mesmo ano, gravou na Victor, ao bandolim, os choros “Despacho”, “Caboco urso”, e “Saudoso”, e a valsa “Celestial”, de sua autoria.
Em 1930, os Turunas da Mauricéia gravaram os sambas “Samba da pesqueira” e “Samba de Campinas”, de sua autoria. Nesse ano, o grupo Desafiadores do Norte gravou a toada “De Pernambuco a Alagoas”, com vocal de Joviniano Araújo, e o samba “Não gosto assim”, com estribilhos cantados por Sebastião R. dos Santos, que gravou também a embolada “De Larajeira à Propriá”. Ainda nesse ano, o Grupo Desafiadores do Norte registrou na Brunswick com vocais de Iolanda Osório os sambas “Chô arara”, “Devagá cá mesa”, e “Dona Toínha”, e a embolada “Aí baiano”, além do choro “Cuidado com ele”, gravado na Odeon. Teve ainda o samba-lundu “Isso eu sei que é” registrado por Sebastião Rufino na Brunswick, e a embolada “A paia avoa”, lançada por Patrício Teixeira na Odeon. Em 1931, sua embolada “Caboré” foi gravada por Almirante na Parlophon, enquanto o fado “Soluços dalma” e o choro “Tás vendo” foram gravados pelos Desafiadores do Norte na Brunswick. Entre suas mais de trinta composições gravadas estão cocos, emboladas, sambas e valsas registradas por nomes como Patrício Teixeira, Almirante, Ascendino Lisboa, Gastão Formente e o grupo Desafiadores do Norte, além das que foram lançadas pelos Turunas da Mauricéia.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.