Pianista. Professor.
Irmão gêmeo do saxofonista Vitor Assis Brasil. Iniciou sua formação no Conservatório Brasileiro de Música (RJ), onde estudou piano, harmonia e teoria musical. Aos 10 anos de idade, recebeu o 1º Premio do Conservatório. Em 1960, continuou seus estudos com o concertista Jacques Klein. Dois anos depois, venceu o Concurso Nacional de Piano da Bahia. Em 1964, viajou para Paris (França), onde estudou com Pierre Sancan.
Em 1965, participou do Concurso Internacional Beethoven, realizado em Viena (Áustria). Classificou-se em 3º lugar, disputando com mais de 60 candidatos. Nessa capital, aprimorou seus estudos com Richard Hauser e Dieter Weber, e atuou como solista na Orquestra Filarmônica de Viena.
No ano seguinte, apresentou-se no Wigmore Hall (Londres), no Brahmsaal (Viena), no auditório da Família Meneghine (Milão) e no Teatro de Belgrado (Iuguslávia).
Em 1970, estudou com Ilona Kabos, em Londres.
Em 1975, apresentou-se na Universidade Católica em Washington.
Na década de 1980, formou, com Zeca Assumpção (baixo) e Cláudio Caribé (bateria), o João Carlos Assis Brasil Trio, que mais tarde contou com a participação de David Chew (violoncelo) e Idriss Boudrioua (sax). Apresentou-se, com o grupo, em vários concertos. Ainda nessa época, atuou como professor do Conservatório Brasileiro de Música e, durante cinco anos, como professor e diretor da Faculdade de Música da Universidade Estácio de Sá (RJ).
A partir de 1982, começou a desenvolver um trabalho com Clara Sverner (dois pianos e quatro mãos), gravando o LP “Clara Sverner e João Carlos Assis Brasil: Satie-Joplin”, considerado um dos 10 melhores disco do ano pelas revistas “Manchete” e “IstoÉ”.
Em 1985, atuou como membro do júri do Concurso Nacional de Piano Arnaldo Strela, realizado em Juiz de Fora (MG). Apresentou-se, nesse ano, novamente ao lado de Clara Sverner, no Teatro Cultura Artística (SP), em concerto gravado ao vivo e lançado no LP “Clara Sverner e João Carlos Assis Brasil: Gershwin-Fauré”.
Mais tarde, apresentou-se no Rio e em São Paulo, em duo piano-oboé com Harold Emert, e em duo piano-violino com Oscar Lafer.
Atuou em inúmeros concertos com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal, com a Orquestra Sinfônica Brasileira, com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e com a Orquestra Sinfônica de São Paulo, sob a regência de Eleazar de Carvalho e John Neschling, entre outros maestros.
Dirigiu a série “Concertos de Sábado”, no Shopping Cassino Atlântico (RJ).
Atuou nos projetos “Metrô-Música” e “Rioarte instrumental” (RJ).
Acompanhou vários artistas, como Maria Bethânia, Zizi Possi, Alaíde Costa e Olívia Byington, entre outros, destacando-se por sua atuação, em 1987, no show “Pescador de pérolas”, de Ney Matogrosso, com o qual viajou pelo Brasil e Portugal.
Em 1988, além de inúmeras apresentações em salas de concerto, gravou, com Ney Matogrosso e Wagner Tiso, e participação de Jaques Morelenbaum e Jurim Moreira, o disco “A Floresta Amazônica – Villa-Lobos”.
Lançou dois discos sobre Villa-Lobos, o primeiro com a cantora Leila Guimarães, executando a Bachiana nº 5, e o segundo realizando a primeira gravação do 3º movimento da Bachiana nº 2.
Em 1989, apresentou-se, ao lado de Olívia Byington, no Rio de Janeiro (Rio Jazz Clube) e em outras capitais, em show que gerou um disco gravado ao vivo.
Lançou a seguir, o disco “Self portrait” sobre a obra de seu irmão Vitor Assis Brasil, com a participação de Zeca Assumpção (contrabaixo), Jurim Moreira (bateria) e Paulo Sérgio Santos (clarineta e sax).
Em 1992, apresentou-se, ao lado de Alaíde Costa, em show que originou a gravação de um CD.
De 1994 a 1997, idealizou e apresentou o programa “Instrumental informal”, transmitido pela TVE.
Em 2000, dividiu o palco do Teatro Café Pequeno (RJ) com Claudia Netto e Claudio Botelho, no show “American concert”, interpretando clássicos da canção norte-americana de autoria de George & Ira Gershwin, Irving Berling, Cole Porter e Rodgers & Hart, entre outros. Nesse mesmo ano, fez recital na Fundação Eva Klabin (RJ), ao lado de Clara Sverner, interpretando obras de Erik Satie, Villa-Lobos, Ernesto Nazareth e Ravel,
Apresentou-se, em 2001, na Série Instrumental da Sala Cecília Meireles (RJ), interpretando obras de Gershwin, Chiquinha Gonzaga, Nazareth, Cole Porter e do irmão Victor Assis Brasil.
Em 2004, gravou o CD “Todos os pianos”. Fez show de lançamento do disco no Mistura Fina (RJ). Nesse mesmo ano, apresentou-se no tributo “Para Victor, com carinho”, em homenagem a seu irmão Victor Assis Brasil, no espaço que leva o nome do instrumentista e compositor falecido em 1981, no Parque dos Patins, na Lagoa (RJ), do qual também participaram Nivaldo Ornellas e Luiz Avellar Trio.
Em 2005, apresentou-se, ao lado de Claudia Lira, no Café Teatro Arena (RJ), com o show “Chão de Estrelas – Uma homenagem à Era do Rádio”.
Em parceria com o cantor Márcio Gomes, lançou, em 2013, o DVD “Música Popular In Concert”, interpretando clássicos da música brasileira e da música internacional, com show no Theatro Net Rio (RJ). Em 2024 foi lançado, pelo selo Discobertas, álbum ao vivo com o cantor Zé Renato gravado em 1994 na Sala Cecília Meireles. Além dos dois, participaram da gravação Marcos Ariel (piano), Marco Pereira(violão) e Omar Cavalheiro(baixo). O álbum foi feito a partir de gravação em fita K7 masterizada por Ricardo Carvalheira. A produção artística de Maurício Gouvêa e Memeca Moschovich. No álbum foram colocadas as músicas “Maringá” (Joubert de Carvalho), “Arranha-céu”(Silvio Caldas e Orestes Barbosa); “Serra da boa esperança” (Lamartine Babo); “Faceira” (Ary Barroso); “Sem você” (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes), “Serenata do adeus” (Vinicius de Moraes); “ A lenda do caboclo” (Heitor Villa-Lobos); “Elba”(Victor Assis Brasil), “ Our love is here to stay”(George e Ira Gershwin) “Blues”(Victor Assis Brasil); “Waltzing”(Victor Assis Brasil) (1980), “Prelúdio”(Villa-Lobos), “Promessa” (Custódio Mesquita e Evaldo Ruy); “Mulher” (Custódio Mesquita e Sady Cabral); “A saudade mata a gente” (João de Barro e Antônio Almeida); “ Toada (Na direção do dia)” (Zé Renato, Claudio Nucci e Juca Filho); “Pedra que rolou” (Pedro Caetano) e “Minha palhoça” (J. Cascata).
Além de atuar em shows e recitais, era professor no Conservatório Brasileiro de Música, no Conservatório de Niterói e na Escola de Música Villa-Lobos.
(Participação:) Cello Ensemble, Antonio Guedes Barbosa, Leila Guimarães
Clara Sverner e João Carlos Assis Brasil
WERNER, Kenny: Effortless mastery. New Albany (USA), Jamey Aebersold Jazz Inc., 1996.