Cantor. Compositor. Violonista.
Viveu sua infância em um ambiente musical. O bandolim, o piano, o canto e o violino faziam parte de seu cotidiano familiar. Aos 12 anos de idade ganhou um violão verde e passou a integrar o conjunto de rock X-Gare. Em 1961, ao transferir-se para Ouro Preto a fim de estudar engenharia, teve seu interesse despertado pelo jazz, pela bossa nova e, tempos depois, pelo tropicalismo. Cinco anos mais tarde, conheceu, na casa do pintor Carlos Scliar, em Ouro Preto, o poeta Vinicius de Moraes, que viria a ser seu primeiro parceiro. Com o poeta, compôs “Rosa dos ventos”, “Samba do pouso” e “O mergulhador”, entre outras canções.
Em 1970, viajou de férias ao Rio de Janeiro, onde conheceu Aldir Blanc, com quem viria a iniciar uma fértil parceria.
No ano seguinte, Elis Regina registrou o trabalho da dupla, gravando a canção “Bala com bala” em seu LP “Ela”.
Em 1972, gravou sua canção “Agnus sei” (c/ Aldir Blanc), faixa B de um disco de bolso lançado pelo jornal “O Pasquim”, que apresentava, no lado A, a composição “Águas de março”, na interpretação do próprio compositor, Tom Jobim.
Formou-se em Engenharia no ano seguinte e mudou-se para o Rio de Janeiro. Ainda em 1973, gravou seu primeiro LP, “João Bosco”, registrando sua parceria com Aldir Blanc, em canções como “Tristeza de uma embolada”, “Nada a desculpar” e “Boi”, entre outras, e incluindo também “Bernardo, o eremita”, com Aldir Blanc e Cláudio Tolomei, além de “Quem será?”, com Aldir Blanc e Paulo Emílio, e “Amon Rá e o cavalo de Tróia”, com Paulo Emílio.
No ano seguinte, suas canções “O mestre-sala dos mares”, “Dois pra lá, dois pra cá” e “Caça à raposa”, todas com Aldir Blanc, foram incluídas no repertório do LP lançado por Elis Regina.
Em 1975, gravou seu segundo LP, “Caça à raposa”, contendo exclusivamente canções em parceria com Aldir Blanc, com destaque para “O mestre-sala dos mares”, “De frente pro crime”, “Dois pra lá, dois pra cá” e “Kid Cavaquinho”, já gravada com sucesso por Maria Alcina. Ainda nesse ano, juntamente com outros músicos, foi expulso da Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais (Sicam). O grupo fundou, então, a Sombrás, atitude que provocou a criação do Conselho Nacional de Direito Autoral (CNDA), entidade governamental destinada a solucionar o problema da arrecadação de direitos autorais.
Em 1976, lançou o LP “Galos de briga”, mais uma vez registrando exclusivamente sua parceria com Aldir Blanc, em canções como “Incompatibilidade de gênios”, “Latin lover”, “O ronco da cuíca” e “Rancho da goiabada”, entre outras.
No ano seguinte, gravou o LP “Tiro de misericórdia”, contendo novamente composições da dupla, como “Gênesis (Parto)”, “Falso brilhante” e “Vaso ruim não quebra”, além da faixa-título, entre outras.
Em 1979, lançou o LP “Linha de passe”, com destaque para suas músicas “O bêbado e a equilibrista” (c/ Aldir Blanc) e “Sudoeste” (c/ Paulo Emílio), além da faixa-título (c/ Aldir Blanc e Paulo Emílio), entre outras.
No ano seguinte, gravou o LP “Bandalhismo”, incluindo, mais uma vez, sua parceria com Aldir Blanc, nas músicas “Profissionalismo é isso aí”, “Siri recheado e o cacete” e a faixa-título, entre outras, além de “Anjo torto” (c/ Guerra Baião) e “Tal mãe, tal filha” (c/ Paulo Emílio e Aldir Blanc).
Em 1981, lançou o LP “Essa é a sua vida”, contendo canções com Aldir Blanc, como “Amigos novos e antigos”, “Perversa” e “Cabaré”, entre outras, além de “O caçador de esmeraldas” (c/ Aldir Blanc e Cláudio Tolomei). Nessa época, começou a realizar turnês internacionais.
Em 1982, gravou o LP “Comissão de frente”, mais uma vez registrando músicas em parceria com Aldir Blanc, como “A nível de…”, “Abigail caiu do céu” e a faixa-título, entre outras, além de “Nação”, “Coisa feita” e “Galo, grilo e pavão” (todas com Aldir Blanc e Paulo Emílio).
No ano seguinte, apresentou-se no XVII Festival de Montreux (Suíça), ao lado de Caetano Veloso e Ney Matogrosso. O show foi registrado no LP “Brazil Night – ao vivo em Montreux”. Ainda em 1983, realizou, no Teatro TUCA de São Paulo, sua centésima apresentação em shows. O espetáculo foi gravado e lançado no LP “João Bosco ao vivo: centésima apresentação”. Nessa época, começou a diversificar suas parcerias, deixando de compor exclusivamente com Aldir Blanc.
Em 1984, participou do Festival Yamaha (Japão) com “Prêt-à-porter de tafetá”, contemplada com o prêmio de Melhor Música. A canção foi registrada em seu LP “Gagabirô”, lançado nesse mesmo ano, que incluiu também suas composições “Bate um balaio ou Rockson do Pandeiro”, “Papel marché” (c/ Capinan) e “Senhoras do Amazonas” (c/ Belchior), além da faixa-título, entre outras.
Em 1986, gravou o LP “Cabeça de nego”, contendo suas canções “Bote Babalu pra pular no pagode”, “Quilombo” (c/ Aldir Blanc), “Odilê, odilá” (c/ Martinho da Vila), além da faixa-título, entre outras.
Em 1987, lançou o LP “Ai, ai, ai, de mim”, contendo suas canções “Si si, no no”, “As minas do mar” (c/ Aldir Blanc), “Quando o amor acontece” (c/ Abel Silva) e “Pirata azul” (c/ Capinan), entre outras.
No ano seguinte, participou do LP “Festival”, do guitarrista Lee Ritenour. Ainda em 1988, gravou o LP “Bosco”, cujo repertório incluía suas músicas “Funk de guerra”, “Tenho dito” e “Jade”, entre outras.
Em 1991, lançou sua parceria com Wally Salomão e Antônio Cícero no CD “Zona de fronteira”, em canções como “Trem-bala”, “Saída de emergência” e “Ladrão de fogo”, entre outras, além de “Memória da pele” (c/ Waly Salomão) e “Granito” (c/ Antônio Cícero).
Em 1992, lançou o CD “Acústico MTV”, que apresentou uma inovação no repertório, por incluir, além de suas próprias músicas, como “Odilê, Odilá” (c/ Martinho da Vila), “Tiro de misericórdia” (c/ Aldir Blanc) e “Papel machê” (c/ Capinan), entre outras, canções de outros compositores, como “Eleanor Rigby” (Lennon e McCartney) e “Fita amarela” (Noel Rosa), além da versão de Emílio Guerra “E então que quereis…?” (Maiakóvsky).
Em 1994, voltou a gravar um CD exclusivamente autoral: “Na onda que balança”. O repertório incluiu “Por um sorriso” (c/ Abel Silva), “Indeciso coração”, “Batalha de Dakar”, “O espírito do prazer”, “Liberdade” (c/ Cacaso) e “Momentos roubados” (c/ Belchior), entre outras.
Em 1995, lançou o CD “Dá licença, meu senhor”, contendo composições de outros autores como “Se você jurar” (Ismael Silva, Nilton Bastos e Francisco Alves), “Pai grande” (Milton Nascimento), “Desafinado” (Tom Jobim e Newton Mendonça), “Melodia sentimental (Floresta do Amazonas)” (Villa-Lobos e Dora Vasconcelos), “Um gago apaixonado” (Noel Rosa) e “Expresso 2222” (Gilberto Gil), entre outras, além de sua música “Pagodespell” (c/ Caetano Veloso e Chico Buarque).
Gravou, em 1997, o CD “As mil e uma aldeias”, inaugurando uma parceria exclusiva com seu filho, Francisco Bosco. No repertório, as canções “Califado de quimeras”, “Enquanto espero” e “Benguelô”, além da faixa-título, entre outras. Apresentou-se, em turnê de lançamento do disco, com uma banda formada por Nico Assumpção, Ricardo Silveira, Armando Marçal e Robertinho Silva.
Em 1998, gravou a trilha sonora de “Benguelê”, espetáculo do Grupo Corpo, que incluiu canções de sua autoria, como “Benguelô” (c/ Francisco Bosco) e de outros autores, como a faixa-título (Pixinguinha e João da Baiana).
Lançou, em 2000, o CD “Na esquina”, consolidando sua parceria exclusiva com Francisco Bosco, com destaque para “Mama palavra”, “Flor de Ingazeira”, “Beirando a rumba” e a faixa-título, além das versões assinadas pela dupla para “Siboney”, canção folclórica escrita por Dolly Morse e Ernesto Lecuona em homenagem à cidade cubana, “Passos de amador”, para “Fools Rush in” (Johnny Mercer e Rube Bloom) e “Amar, amar”, para “True Love”, clássico de Cole Porter incluído na trilha sonora do filme “High Society”. O disco contou com a participação de Jaques Morelenbaum (arranjos e regência de orquestra), Ricardo Silveira (violão e guitarra), Arthur Maia (baixo), Jorge Hélder (baixo), Zeca Assumpção (baixo), Paulo Calazans (piano), Cristóvão Bastos (piano), Téo Lima (bateria), Marçal (percussão) e Marcelo Costa (percussão), e foi lançado em show no Canecão (RJ). Ainda em 2000, apresentou-se no Festival de Ilhabela (SP), ao lado de Ivan Lins e do pianista cubano Gonzalo Rubalcaba. No final desse mesmo ano, apresentou-se no Teatro Central de Juiz de Fora (MG), acompanhado por uma banda formada por Glauton Campello (teclados), João Baptista (baixo), Nelson Faria (guitarra), Kiko Freitas (bateria) e Marco Lobo (percussão). O espetáculo foi gravado ao vivo, gerando o CD duplo “Na esquina – ao vivo”, lançado em 2001.
Em 2003, gravou o CD “Malabaristas do sinal vermelho”. Nesse mesmo ano, a Lumiar lançou o “Songbook João Bosco”.
Comemorando seu 60º aniversário, lançou, em 2006, o CD e DVD “Obrigado, gente!”, gravado no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. A seu lado, os músicos Nelson Farias (violão e guitarra), Ney Conceição (baixo), Kiko Freitas (bateria), Armando Marçal (percussão), Marcelo Martins (sax e flauta), Jessé Sadoc (trompete) e Aldivas Ayres (trombone), e ainda, em participações especiais, Djavan (em “Corsário”, com Aldir Blanc), Guinga (em “Saída de emergência”, com Wally Salomão e Antônio Cícero), Yamandu Costa (em “Benzetacil”, com Aldir Blanc) e Hamilton de Holanda (em “Linha de passe”, com Paulo Emílio e Aldir Blanc). Constam ainda do repertório suas canções “Incompatibilidade de gênios”, “O ronco da cuíca”, “Quilombo/Tiro de Misericórdia”, “Escadas da Penha”, “Prêt-à-porter de tafetá” e “O bêbado e a equilibrista”, todas com Aldir Blanc, “Desenho de giz” e “Quando o amor acontece”, ambas com Abel Silva, “Odilê, Odilá” (c/ Martinho da Vila), “Memória da pele” (c/ Wally Salomão), “Papel machê” (c/ Capinam) e “Jade”. Assinou a produção musical João Mário Linhares. Nesse mesmo ano, apresentou-se no Canecão (RJ).
No dia 28 de março de 2007, foi homenageado pelo Instituto Cultural Cravo Albin na série “Sarau da Pedra”, projeto realizado com patrocínio da Repsol YPF e apoio da Dantes Livraria Editora. No evento, foi afixada no Mural da Música do instituto, diante da presença de várias personalidades da cena cultural carioca, uma placa com seu nome, a ele dedicada pela relevância de sua obra musical. Produzida por Heloisa Tapajós e Andrea Noronha, a comemoração contou com palestra do letrista e professor da UFRJ Abel Silva, e com um show do grupo instrumental Conexão Rio, com participação especial do saxofonista e flautista Zé Carlos Bigorna, com músicas de autoria do compositor homenageado. Ainda em 2007, participou da gravação ao vivo do projeto “Cidade do Samba” (CD e DVD), de Zeca Pagodinho e Max Pierre, apresentado por Ricardo Cravo Albin, interpretando em dupla com Daniela Mercury “De frente pro crime”, de sua parceria com Aldir Blanc.
Lançou, em 2009, o CD “Não vou pro céu, mas já não vivo no chão”, primeiro de inéditas desde 2003. No repertório, suas canções “Sonho de caramujo”, “Navalha”, “Mentiras de Verdade” e “Plural singular”, todas com Aldir Blanc, “Desnortes”, “Tanto faz”, “Alma barroca” e “Tanajura”, todas com Francisco Bosco, “Jimbo no Jazz” (c/ Nei Lopes) e “Pronto pra próxima” (c/ Carlos Rennó), além de “Ingenuidade” (Serafim Adriano). Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do disco na Modern Sound (RJ), acompanhado dos músicos Ricardo Silveira (guitarra e violão), Nei Conceição (baixo) e Kiko Freitas (bateria).Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do disco na Modern Sound (RJ), acompanhado dos músicos Ricardo Silveira (guitarra e violão), Nei Conceição (baixo) e Kiko Freitas (bateria).
Apresentou-se, em 2011, nos espaços Caixa Cultural e Teatro Nelson Rodrigues (RJ).
Em 2012, apresentou-se no Teatro Rival (RJ), acompanhado por Ricardo Silveira (guitarra), João Baptista (baixo) e Kiko Freitas (bateria), com repertório próprio e também com canções de outros autores. Nesse mesmo ano, foi o homenageado na 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira, além de ter sido contemplado com a mesma premiação, na categoria Melhor Canção, por sua composição “Sinhá” (c/ Chico Buarque), incluída no CD “Chico”, lançado pelo parceiro. Também em 2012, Em 2012, lançou o CD e DVD “João Bosco – 40 anos depois”, reunindo sucessos de seu repertório e convidados como Chico Buarque, Milton Nascimento, João Donato, Roberta Sá, Toninho Horta, Trio Madeira Brasil e Cristóvão Bastos. Fez show de lançamento no Vivo Rio (RJ). Ainda nesse ano, o CD “João Bosco 40 anos depois” foi indicado ao “XIII Grammy Latino”, na categoria Melhor Álbum MPB, e figurou na relação “Os Melhores Discos de 2012” – assinada pelos jornalistas Bernardo Araújo, Carlos Albuquerque, Leonardo Lichote e Sílvio Essinger -, publicada na edição de 30 de dezembro desse mesmo ano do Jornal “O Globo.
Em 2013, foi a atração de abertura do “Sesi in Jazz Festival”, realizado na Praça do Largo do Machado (RJ). Nesse mesmo ano, foi contemplado com o Prêmio da Música Brasileira, nas categorias Melhor Cantor/MPB e Melhor Álbum/MPB, pelo CD “40 anos depois”. Recebeu também indicação para a categoria Melhor Canção, por “Eu não sei o seu nome inteiro”, de sua parceria com João Donato e Francisco Bosco, incluída no CD “40 anos depois”. Ainda em 2013, apresentou-se no Espaço Tom Jobim (RJ), em show no formato “voz e violão”.
Em 2015, apresentou-se por diversas capitais brasileiras em espetáculo síntese de sua vida e carreira, celebrando a retomada da parceria com Aldir Blanc, com quem formou uma das maiores duplas da história da música brasileira.
Em 2016 completou 40 anos de carreira e saiu em turnê pelo Brasil com o show “Quarenta anos e nenhum problema resolvido”.
Em 2017 gravou o álbum ‘Mano Que Zuera’, um álbum composto de 11 canções, entre elas algumas parcerias inéditas com o filho Chico Bosco, que também assinou a produção musical do álbum. Dessas parcerias, foi lançado o single ‘Onde Estiver’, que nasceu de conversas entre pai e filho. Além das inúmeras parcerias com o filho, o projeto contou ainda com clássicos como ‘Sinhá’ (parceria com Chico Buarque), ‘Duro na Queda’ e ‘João do Pulo’ (Parcerias com Aldir Blanc), esta última contando com uma fusão sonora com a canção ‘Clube da Esquina No 2’, e o encontro inédito com a composição de Arnaldo Antunes em ‘Ultraleve’, onde a filha Júlia Bosco fez uma participação.
Ainda em 2017, celebrando seus 70 anos, em Las Vegas, recebeu o Prêmio “Excelência da Obra”, parte importante das celebrações do Grammy Latino de 2017.
Em 2018, seguiu apresentando-se pelo Brasil com o espetáculo de seu último CD “Mano que Zuera” de inéditas. Na ocasião deu uma declaração para a imprensa sobre o ineditismo de uma canção: “Eu tenho um ponto de vista um pouco diferente das pessoas que acham que música inédita é uma música que ainda não foi gravada. Acho que música inédita é aquela que um músico, um intérprete, um arranjador, transforma em outra coisa. A canção nunca se esgota da primeira vez. Há sempre a possibilidade de você procurar novos limites e eu sempre fiz isso nos meus discos”.
Apresentou-se em Brasília no Festival Cerrado Jazz, e foi um dos homenageados em show comemorativo de seus 40 anos de carreira, no qual priorizou canções marcantes de sua obra, além de composições do “Mano que Zueira”.
Em maio de 2020 lançou o álbum “Abricó de Macaco”. O trabalho foi lançado nas plataformas digitais, em CD e DVD. O registro visual foi exibido no Canal Brasil. A obra, com 16 faixas gravadas em estúdio ainda no ano de 2019, revisita o repertório do autor e traz duas músicas inéditas: “Abricó de Macaco” e “Horda”, parcerias de João com o filho Francisco Bosco.
Em setembro de 2021 fez o primeiro show presencial após o início do período da pandemia de Covid-19 na Casa de Arte e Cultura Julieta Serpa, no Rio de Janeiro.
Em 2022, completou 50 anos de carreira com a retomada das turnês nacionais e internacionais.
Em 2023 lançou o single “O canto da terra por um fio”(João Bosco e Francisco Bosco), com arranjo de Jaques Morelembaum.
Em 2024 lançou o álbum “Boca cheia de frutas” pela MP,B Discos /Som Livre. O trabalho teve arranjos de Cristovão Bastos e produção musical do prpoprio João Bosco. Foram incluídas no álbum o single single “O canto da terra por um fio” e mais dez canções inéditas: “Dias que são assim “(João Bosco e Francisco Bosco), “Vir-a-ser” (João Bosco e Francisco Bosco), “E aí?” (João Bosco e Aldir Blanc), “Dinossauros da Candelária” (João Bosco e Francisco Bosco), “Samba sonhado”(João Bosco e Francisco Bosco), “Sobre Tom “(João Bosco), “Dandara”(João Bosco e Roque Ferreira), “Buraco” (João Bosco e Francisco Bosco), “O cio da terra”(Milton Nascimento e Chico Buarque) e “Boca cheia de frutas”(João Bisco e Francisco Bosco).
Single
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.
REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.
Enquanto cursava Engenharia em Ouro Preto, no início dos anos setenta, o descendente de libaneses João Bosco era um dos poucos violinistas locais avesso à cantilena bucólica das rodas mineiras. Compartilhava do gosto pela divisão rítmica vigorosa que tanto o samba de breque quanto o jazz mais acentuado sublinhavam. Guiando os dedos da mão esquerda pelo território das harmonias dissonantes da Bossa Nova, não perdia de vista o experimentalismo de Marlos Nobre e nem a brejeirice de Ernesto Nazareth. O espectro sonoro que distinguia já chamara a atenção de Vinícius de Morais, de quem fora parceiro ainda calouro. O talento para a composição de melodias faladas a tornarem-se clássicas seria aprimorado ao longo dos anos, através de uma intensa e produtiva associação com o letrista Aldir Banc. A obra que realizaram juntos, marcada por uma originalidade sempre renovada, rendeu destaques do repertório de intérpretes de primeira grandeza. Elis Regina imortalizou os sambas “O Bêbado e o equilibrista” e “Mestre –sala dos Mares”, os boleros “Falso Brilhante” e “Dois pra Lá, Dois pra Cá”, entre outras canções da dupla. Clementina de Jesus, Cauby Peixoto e Ângela Maria também buscariam na obra de João Bosco e Aldir Blanc desafios para o seu canto.
Tendo consagrado um estilo pessoal como compositor e intérprete de suas canções, João Bosco seguia sequioso por novidades. Musicando letras de Waly Salomão e Antonio Cícero, chegou a um dos trabalhos mais impactantes de sua carreira, o álbum “Zona da Fronteira”. O trabalho entusiasmou as novas gerações e abriu as portas para que João Bosco fosse o primeiro nome da MPB a gravar um especial acústico para a MTV. Na apresentação para a emissora especializada em videoclipes, o mineiro engendraria uma peça capaz de sintetizar parte de sua formação e de sua contribuição para a música popular. Pinçando características semelhantes de três composições pertencentes a épocas e gêneros distintos, João Bosco aproximou Noel Rosa (“Fita Amarela”) dos Beatles (“Eleanor Rigby”) e de sua própria obra (“Trem Bala”). A fusão resume bem a inventividade de um autor capaz de não só produzir clássicos, mas também de reinventá-los.
Celso Masson