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Nome Artístico
Jeca Mineiro
Nome verdadeiro
José Silva
Data de nascimento
4/9/1913
Local de nascimento
Arceburgo, MG
Data de morte
26/5/2003
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantor. Compositor.

Foi criado entre catireiros e violeiros.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira artística aos 10 anos de idade, quando passou a tocar viola e cantar em reuniões festivas em sua cidade natal. Aos 15 anos, recebeu de seu avô uma viola de presente. Mudou-se para São José do Rio Pardo e continuou se apresentando em festas. Em 1946, mudou-se para São Paulo. No mesmo ano formou uma dupla com Chico Carretel e os dois passaram a se apresentar na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa “Serra da Mantiqueira”. A dupla logo se desfez e, em seguida, formou uma nova parceria com Motinha, com quem atuou no programa “Serra da Mantiqueira”, na Rádio Bandeirantes. Em 1949, formou dupla com Mineirinha. Em 1953, a dupla gravou o rasqueado “Perfume de meu bem”, de sua autoria. Gravou no ano seguinte “Mulher ciumenta”, rasqueado de Palmeira e Nonô Basílio. Em 1955, foi formado o Trio Jeca Mineiro, Bambuí e Pirajá, que gravou em 1956 a toada “Filho de ninguém”, de José Fortuna, e a moda de viola “Moda das duplas”, de Piraci. No início dos anos 1960, formou nova dupla, agora com Nininha. O primeiro disco da dupla incluiu a canção rancheira “Meu diário” , parceria com Teixeira Filho, e a guarânia “Quem é que não sente”, parceria com José Russo. A dupla faria ainda outras gravações nos quatro anos em que permaneceu atuando. Suas composições foram gravadas e conheceram sucesso na voz de outros intérpretes. Em 1959, Nonô e Naná gravaram a valsa “Minas Gerais”. Em princípios dos anos 1960, Liu e Léu gravaram o valseado “Amarga saudade”. Em 1963, Zilo e Zalo gravaram a moda de viola “Alma do Ferreirinha”. No mesmo ano, Paiozinho e Zé Tapera gravaram o bolero “A dama de vermelho”, que se tornaria um dos maiores sucessos de sua autoria e um dos clássicos do repertório sertanejo. Na Rádio Cultura, apresentou o programa “Lá no pé da serra”. Na segunda metade dos anos 1960, por recomendações médicas, teve que parar de cantar, continuando, entretanto, a compor. Em 1976, a dupla Chitãozinho e Xororó gravou em seu LP “Doce amada”, a composição “Caboclo de fato”, de sua autoria e Kambukira. Em 1978, compôs, com o pintor de placas e cartazes Atilio Versuti, a canção “Fuscão preto”, que se tornou um verdadeiro fenômeno da música sertaneja. Logo após ficar pronta, a música foi gravada pela dupla Giovanti e Mariel, numa prensagem particular. Em 1980, o trio mineiro Vandeirante, Zé Batista e Darlon gravou-a por um pequeno selo. No fim daquele ano, Zé Tapera e Teodoro gravaram “Fuscão preto” para a RCA. Estas gravações, entretanto, não obtiveram sucesso e passaram desapercebidas. Em 1982, foi regravada pelo Trio Os Gladiadores e iniciou sua trajetória de sucesso. Com aquele trio vendeu mais de 100 mil cópias. No mesmo ano, Almir Rogério a gravou e chegou a vender mais de 700 mil cópias. A música “Fuscão preto” recebeu versões nos Estados Unidos, “Black mustang”, e na Itália, “Fiat nero”, além de ter virado filme de Jeremias Moreira Filho, com atuação de Xuxa e Almir Rogério, entre outros. Recebeu também mais de 50 regravações. Em 1997, a gravação de “Fuscão preto” na voz do Duo Ciriema foi relançado pela BMG, no CD da “Luar do sertão” dedicado à dupla.

Discografias
1962 Caboclo 78 Não bebas por mim/Poema de amor
1961 Caboclo 78 Meu diário/Quem é que não sente
1961 Caboclo 78 Morrendo de amor/Matando a saudade
1956 Copacabana 78 Filho de ninguém/Moda das duplas
1954 Copacabana 78 Mulher ciumenta/Meu sistema
1953 Copacabana 78 Perfume de meu bem/Gaúcho apaixonado
Obras
A dama de vermelho (c/ Ado Benatti)
A solidão me tortura (c/ Sebastião Vito)
Alma de gaúcho (c/ Ado Benatti)
Alma do Ferreirinha (c/ Zilo)
Amar não é crime (c/ Paiozinho)
Amarga saudade (c/ Zelão)
Amor ausente (c/ Nascim Filho)
Aperte minha mão
Baile gaúcho (c/ Milton Cristofani)
Caboclo de fato (c/ Kambukira)
Cante comigo (c/ Campanha)
Cinzas e espumas (c/ Atilio Versuti)
Copo de festa
Desconfiada (c/ Zelão)
Eterno apaixonado (c/ Labareda)
Fazenda vaidosa
Força do destino (c/ Ado Benatti)
Fuscão preto (c/ Atilio Versuti)
Grades de ferro (c/ Anésio Cardoso)
Ilusão perdida (c/ Maria Terezinha)
Jamais te esquecerei
Lembranças que o tempo não apaga
Lábios doces (c/ Zé Tapera)
Mandamento sagrado (c/ Sebastião Vitor)
Meu diário (c/ Teixeira Filho)
Meu sabiá (c/ Atilio Versuti)
Meu sistema
Minas Gerais (c/ Moreno)
Morrendo de amor (c/ Milton Cristofani)
Mãezinha feliz (c/ José Fortuna)
Não bebas mais (c/ Orlandinho)
Não bebas por mim
Perfume de meu bem
Poema de amor (c/ Nascim Filho)
Por que mentir? (c/ Sertãozinho)
Pé vermelho
Quem é que não sente (c/ José Russo)
Remorso (c/ Benedito Seviero)
Romance infeliz (c/ Moreno)
Traidor (c/ Piraci)
Vai com Deus (c/ Labareda)
Égua preta (c/ Atilio Versuti)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.