
Cantor. Compositor.
Foi criado entre catireiros e violeiros.
Iniciou sua carreira artística aos 10 anos de idade, quando passou a tocar viola e cantar em reuniões festivas em sua cidade natal. Aos 15 anos, recebeu de seu avô uma viola de presente. Mudou-se para São José do Rio Pardo e continuou se apresentando em festas. Em 1946, mudou-se para São Paulo. No mesmo ano formou uma dupla com Chico Carretel e os dois passaram a se apresentar na Rádio Cruzeiro do Sul, no programa “Serra da Mantiqueira”. A dupla logo se desfez e, em seguida, formou uma nova parceria com Motinha, com quem atuou no programa “Serra da Mantiqueira”, na Rádio Bandeirantes. Em 1949, formou dupla com Mineirinha. Em 1953, a dupla gravou o rasqueado “Perfume de meu bem”, de sua autoria. Gravou no ano seguinte “Mulher ciumenta”, rasqueado de Palmeira e Nonô Basílio. Em 1955, foi formado o Trio Jeca Mineiro, Bambuí e Pirajá, que gravou em 1956 a toada “Filho de ninguém”, de José Fortuna, e a moda de viola “Moda das duplas”, de Piraci. No início dos anos 1960, formou nova dupla, agora com Nininha. O primeiro disco da dupla incluiu a canção rancheira “Meu diário” , parceria com Teixeira Filho, e a guarânia “Quem é que não sente”, parceria com José Russo. A dupla faria ainda outras gravações nos quatro anos em que permaneceu atuando. Suas composições foram gravadas e conheceram sucesso na voz de outros intérpretes. Em 1959, Nonô e Naná gravaram a valsa “Minas Gerais”. Em princípios dos anos 1960, Liu e Léu gravaram o valseado “Amarga saudade”. Em 1963, Zilo e Zalo gravaram a moda de viola “Alma do Ferreirinha”. No mesmo ano, Paiozinho e Zé Tapera gravaram o bolero “A dama de vermelho”, que se tornaria um dos maiores sucessos de sua autoria e um dos clássicos do repertório sertanejo. Na Rádio Cultura, apresentou o programa “Lá no pé da serra”. Na segunda metade dos anos 1960, por recomendações médicas, teve que parar de cantar, continuando, entretanto, a compor. Em 1976, a dupla Chitãozinho e Xororó gravou em seu LP “Doce amada”, a composição “Caboclo de fato”, de sua autoria e Kambukira. Em 1978, compôs, com o pintor de placas e cartazes Atilio Versuti, a canção “Fuscão preto”, que se tornou um verdadeiro fenômeno da música sertaneja. Logo após ficar pronta, a música foi gravada pela dupla Giovanti e Mariel, numa prensagem particular. Em 1980, o trio mineiro Vandeirante, Zé Batista e Darlon gravou-a por um pequeno selo. No fim daquele ano, Zé Tapera e Teodoro gravaram “Fuscão preto” para a RCA. Estas gravações, entretanto, não obtiveram sucesso e passaram desapercebidas. Em 1982, foi regravada pelo Trio Os Gladiadores e iniciou sua trajetória de sucesso. Com aquele trio vendeu mais de 100 mil cópias. No mesmo ano, Almir Rogério a gravou e chegou a vender mais de 700 mil cópias. A música “Fuscão preto” recebeu versões nos Estados Unidos, “Black mustang”, e na Itália, “Fiat nero”, além de ter virado filme de Jeremias Moreira Filho, com atuação de Xuxa e Almir Rogério, entre outros. Recebeu também mais de 50 regravações. Em 1997, a gravação de “Fuscão preto” na voz do Duo Ciriema foi relançado pela BMG, no CD da “Luar do sertão” dedicado à dupla.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.