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Nome Artístico
Januário de Oliveira
Nome verdadeiro
Januário de Oliveira Chirico
Data de nascimento
24/3/1902
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
22/2/1963
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantor. Humorista. Compositor.

Nascido no bairro carioca do Catumbi. Antes de iniciar carreira artística trabalhou como caixeiro e alfaiate. Nessa época, já animava serestas no Clube Ginástico Português. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, consolidou sua carreira em São Paulo.

Dados artísticos

Estreou na Rádio Sociedade. Em seguida foi contratado pela Rádio Clube do Brasil. Em 1929, o compositor Sinhô levou-o a São Paulo, para integrar um espetáculo no Teatro Municipal. O espetáculo, em apoio à candidatura de Júlio Prestes à presidência, foi promovido pelo Clube da Antropofagia. No mesmo ano, foi contratado pela Columbia e gravou seu primeiro disco de 78 rpm com o choro “Chequerê”, de Sinhô. No lado B do disco cantou em dueto com Henrique Chaves a música “Nossa Senhora do Brasil”, também de Sinhô, ambas com o acompanhamento do piano de Sinhô e do violão de Pedroso. No mesmo período, gravou o samba “Minha branca” e a valsa “Como se gosta”, ambas também de Sinhô, que fez acompanhamentos ao piano e o samba “Castigo”, de José Maria de Abreu. Em 1930, dos quase 30 discos que lançou pela Columbia, vários foram com gravações de obras de Hekel Tavares com diferentes parceiros como as canções “Dança de caboclo”, “O carreiro”, com Olegário Mariano, “Os oinho dela”, com Josué de Barros e a embolada “Olha o pingo”, com Joracy Camargo. Gravou no mesmo ano, sua primeira composição, a toada “Minha viola”. Ainda no mesmo ano, gravou os sambas “Que será de mim”, de Heitor dos Prazeres.”O dinheiro faz tudo”, de Nilton Bastos, “Macumba de Mangueira”, de Almirante e “Eu sou do amor”, de Ary Barroso, o samba canção “Tristeza”, de João da Gente e Heitor dos Prazeres, a valsa Cauã”, de Sinhô e o grande sucesso “Quebra, quebra gabiroba”, marcha carnavalesca de Plínio Brito, com o acompanhamento de Gaó, Jonas, Petit, Zezinho, Grany, Paraguassu e Jararaca.

Estabelecido em São Paulo, por intermédio de Sinhô passou a apresentar-se na Rádio Educadora Paulista (hoje Gazeta). Foi um dos principais artistas contratados pela Columbia, em que gravou quase toda a sua discografia (59 discos com 103 músicas ao todo).

Em 1931, gravou com M. G. Barreto o samba “Despedida”, de parceria dos dois. No mesmo ano, foi contratado por uma pequena gravadora, a Arte-Fone. No mesmo ano trabalhou na Rádio Record, onde recebeu de César Ladeira o pseudônimo de “A voz de veludo”. Em 1933, foi contratado pela RCA Victore gravou as valsas “Marli (A dor do abandono)”, de Arnaldo Pescuma e “Há nos teus olhos…um luar”, de Joubert de Carvalho. Em 1934, gravou as canções “Oh!…vem por Deus” e “Na orfandade”, ambas de André Filho. Trabalhou na Rádio Difusora de São Paulo, atuando no “Programa da saudade”, criado em 1935 e um dos mais ouvidos na capital paulista. No mesmo ano, ainda participou cantando e atuando como galã no filme “Fazendo fita”, de Vitório Capelaro, e participou da inauguração da Rádio Farroupilha de Porto Alegre (RS), ocasião em que cantou em dueto com Carmen Miranda o samba “No tabuleiro da baiana”, de Ary Barroso. No mesmo ano, gravou as valsas “Tortura de amor”, de Valentina Biosca e Heitor Catumbi e “Meu destino”, de José Maria de Abreu e Barros de Souza, com a qual fez sucesso.

Em 1936, em dupla com Arnaldo Pescuma, fez sucesso com “Mulatinha da caserna”, de Martinez Grau e Ariovaldo Pires e “Paulistinha querida” , de Ary Barroso. A primeira recebeu o primeiro prêmio na categoria marcha, em concurso de carnaval promovido pela Prefeitura de São Paulo. Ainda com Arnaldo Pescuma gravou os sambas “Vá carregar piano”, de Nabor Pires Camargo e “Quero dar um beijinho em voc^”, de Martinez Grau e Ari Machado.

Ainda em 1936, retornou à Columbia e gravou o samba “Tristezas de São João”, de Frazão. No mesmo ano, gravou a valsa “Saudades de minha terra”, de Décio Pacheco da Silveira e a toada “Alma de violeiro”, de Décio Pacheco da Silveira e J. Melo Macedo. Depois de deixar a Rádio Difusora, fez excursão ao sul do país com o cantor italiano Carlo Butti, permanecendo por dois anos em Porto Alegre, integrando a Rádio Farroupilha. Em 1937, gravou a marcha “Você tem um jeitinho”, de Adoniran Barbosa e José Nicolini. Em 1938, já de volta a São Paulo, iniciou carreira humorística, apresentando-se na década de 1940 na Rádio Nacional e em cassinos e boates do país. Ficou conhecido como o “Humorista das quatro vozes”, pois imitava com perfeição as quatro extensões vocais: barítono, tenor, contralto e soprano. Fazia imitações de artistas da época (Nelson Eddy, Marta Eggerth, Jean Sablon e principalmente Carmen Miranda).

Ainda em 1938, gravou o batuque “Você é a melhor do mundo” e o samba “A canoa virou”, ambas de Adoniran Barbosa e Raimundo Chaves, e os sambas “Garota”, de Nabor Pires Camargo e “Não te quero mais”, de Manoel Dias. Em 1940, gravou a valsa “Saudades da minha terra” e a toada “Alma de violeiro”, ambas de Décio Pacheco da Silveira, sendo a segunda uma parceria com J. Melo Macedo. Em 1945, gravou na Continental a canção “Engenho novo”, de Hekel Tavares. Em 1949, decidiu interroper sua carreira e passou a empresariar vários artistas.

Discografias
1993 Revivendo CD Carnaval, vol. 9
1993 Revivendo CD Valsas brasileiras, vol. 1
1991 Revivendo CD Carnaval, vol. 4
1945 Continental 78 Engenho velho
1940 Columbia 78 Saudades da minha terra/Alma de violeiro
1938 Columbia 78 Defendendo a raça/Não te quero mais
1938 Columbia 78 Ondulação permanente/Garota
1938 Columbia 78 Você é a melhor do mundo/A canoa virou
1937 Columbia 78 Você tem um jeitinho
1936 Victor 78 Condecoração/Olha a lua

(Com Arnaldo Pescuma)

1936 Victor 78 Quero dar um beijinho em você/Mulatinha da caserna

(Com Arnaldo Pescuma)

1936 Columbia 78 Saudades de minha terra/Alma de violeiro
1936 Columbia 78 Tristezas de São João
1936 Victor 78 Vá carregar piano/Paulistinha querida

(Com Arnaldo Pescuma)

1935 Victor 78 Tortura de amor/Meu destino
1934 Victor 78 Oh!...vem por Deus/Na orfandade
1934 Victor 78 Sonho e realidade/Alma da noite
1933 Victor 78 Marli (A dor do abandono)/Há nos teus olhos...um luar
1932 Arte-Fone 78 Muitas lágrimas/Festa triste
1931 Artye-Fone 78 A fé nos salva/Professor de violão
1931 Arte-Fone 78 A nega sumiu
1931 Columbia 78 Despedida/Foi buscar lá

(Com M. G. Barrero)

1931 Arte-Fone 78 Estou vivendo de saudade/Teu modo de falar(c/ Raquel de Freitas)
1931 Arte-Fone 78 Eu me iludi/Puxa o tambu
1931 Arte-Fone 78 Linda
1930 Columbia 78 A inveja matou Caim/Corrupião da lagoa
1930 Columbia 78 Bota o feijão no fogo/Cresça e apareça
1930 Columbia 78 Cauã/Dezembro
1930 Columbia 78 Como és bela/Viva a Penha
1930 Columbia 78 Confessa/Quebra, quebra gabiroba
1930 Columbia 78 E foi assim que começou o nosso amor/Porque te amei
1930 Columbia 78 Engenho novo
1930 Columbia 78 Eu só gosto de você
1930 Columbia 78 Falsa jura/Macumbeiro
1930 Columbia 78 Fonte de saudade/A pequena dos meus sonhos
1930 Columbia 78 Gosto de machucar
1930 Columbia 78 Macumba de Mangueira/Eu sou do amor
1930 Columbia 78 Mamãezinha que está no céu/Na minha terra tem
1930 Columbia 78 Minha viola/Coisas do sertão
1930 Columbia 78 Não dou

(Com Elsie Houston)

1930 Columbia 78 Não trabalho mais
1930 Columbia 78 O carreiro/Dança de caboclo
1930 Columbia 78 O inheiro faz tudo
1930 Columbia 78 Os oinho dela/Lavandeirinha
1930 Columbia 78 Que será de mim/olha o pingo
1930 Columbia 78 Quero descançar
1930 Columbia 78 Se eu tivesse um filme falado de você

(com Elsie Houston)

1930 Columbia 78 Sem amor/O retrato da mulher que a gente gosta
1930 Columbia 78 Teu quebranto/Foi sem querer
1930 Columbia 78 Tristeza
1930 Columbia 78 Voltarás/Veneno de Eva
1930 Columbia 78 Vou-te por em leilão/Ingratidão
1930 Columbia 78 Wally
1930 Columbia 78 estás zangadinha?

(Com Elsie Houston)/regresso

1930 Columbia 78 fala macacada
1930 Columbia 78 É mentira/O amor não é assim
1929 Columbia 78 Caco véio/Queres me ver chorando
1929 Columbia 78 Chequerê/Nossa Senhora do Brasil (Com Henrique Chaves)
1929 Columbia 78 Como se gosta/Castigo
1929 Columbia 78 Minha branca
1929 Columbia 78 O perdão que não mereço/O meu estilingue
1929 Columbia 78 O teu feitiço/A casa onde nasci
Obras
Despedida (c/ M. G. Barreto)
Minha viola
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.