
Cantor. Compositor. Faleceu aos 89 anos na cidade paraibana de Santa Rita.
Iniciou a carreira na década de 1950, cantando na Rádio Clube Pernambuco. Em 1954, participou do concurso “Primeiro Campeonato de Cantores Novos”, promovido pela Rádio Nacional e apresentado por César de Alencar. Ficou em primeiro lugar, cantando músicas do repertório de Jorge Goulart e Carlos Galhardo. Assinou um contrato de dois anos com a Rádio Nacional. Participou dos programas de auditório e era presença constante nos programas apresentados por Paulo Gracindo, que foi um de seus grandes incentivadores. Na contracapa de um disco do cantor, escreveu: “Jóia não sai de moda nunca”.
Em 1956, foi contratado pela gravadora Copacabana onde estreou com sucesso cantando o samba “Uma noite no Rio”, de sua autoria em parceria com Aôr Ribeiro e Mário Mascarenhas. O outro lado do disco trazia a valsa “Sussu”, de Joubert de Carvalho. Em 1957 fez sucesso com as gravações do fox balada “Caprichos do amor”, parceria com Mário Mascarenhas e da guarânia “Checamba-me”, de J. Alea, Jocelino e Nelinho. Em 1958 gravou de sua autoria e Benil Santos o samba “Devoção” e de Assis Valente o samba “Lamento” e da dupla Raul Sampaio e Benil Santos o bolero “Noites cruéis”. O samba “Lamento”, lhe foi entregue por Assis Valente e foi a última música composta por ele, que iria suicidar-se naquele mesmo ano. No entanto, a gravação não alcançou o sucesso esperado. No ano seguinte registrou o beguine “Veneno”, de Poly e Henrique Lobo, a guarânia “Amor de índia”, de Augusto Mesquita e Muraro e o bolero “Triste recordação”, de Rossini Pacheco, entre outras composições.
Em 1960 gravou de Blecaute a marcha lamento “Lamento do triste adeus” e de Nássara e Jair Amorim o bolero “Minha estrela é você”. No ano seguinte registrou o bolero “O despertar da montanha”, de Eduardo Souto com letra de Francisco Pimentel. No outro lado do disco, a mesma música foi interpretada pela Orquestra Copacabana. Em 1962, tentando acompanhar os novos rítmos musicais gravou o chachacha “O homem do bombô”, de Getúlio Macedo. Em 1963, lançou pela gravadora Copacabana o LP “Jairo Aguiar canta para os enamorados” no qual interpretou boleros, baladas e sambas-canção tais como “Twist do amor” e “Eternamente teu”, com Joluz; “Cerejeira do Japão”, de Paulo Barbosa e Paulo Ronaldo; “Última lição”, de David Raw e Mário Rossi; “Coração em bibop”, de Rildo Hora e Paulo Gracindo; “Porque tu ris”, de Serafim Costa Almeida; “Um sonho pra depois”, de Washington Marinho e Joluz; “A tua ausência me alucina”, de Carlos de Morais e Luís de Carvalho; “Eu e você”, com Roberto Muniz; “Cabo Canaveral”, de Osmar Safety; “Magia dos teus olhos”, de Antônio ramos e Motorzinho, e “Judeu errante”, de Aires Viana e Edel Ney.
Pela gravadora Copacabana lançou 20 discos de 78 rpms, 10 compactos e 12 LPs, perfazendo quase 200 músicas, muitas composições de sua autoria. Seus maiores sucessos foram: “Enxugue as lágrimas”, “Serenata de Schubert”, “Ainda espero por ti” . Atuou no Teatro de Revista e também em filmes produzidos por Carlos Imperial. Na década de 1960 excursionou pela Argentina e o Uruguai. Ao retornar ao Brasil, passou a cantar em cidades do Norte e Nordeste do país. Voltou ao disco em 1990, lançando “Emoção maior”, pela somarj. Em 2001, lançou o CD “Jairo Aguiar reconquista sucessos”.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.