
Cantor. Compositor. Ator.
Seu pai, Manoel Garcia Redondo (1854-1916), foi fundador e ocupante da cadeira 24 da Academia Brasileira de Letras. Pai da Sra. Belita Tamoyo, viúva do ex-prefeito carioca Marcos Tamoyo. Desde a infância interessou-se pela música. Tocava violão, piano e compunha canções.
Iniciou sua carreira artística como cantor na Rádio Educadora Paulista, fundada em 1923, da qual foi diretor de música popular. Em 1926, foi argumentista e fotógrafo do filme “Lei do inquilinato”, de William Schowcair. No ano seguinte produziu, dirigiu a atuou no filme “Flor do sertão”. Sua primeira gravação foi realizada em 1929, na Colúmbia de São Paulo, da qual foi artista pioneiro com as canções “Beijos e beijinhos” e “Jaci”, de sua autoria. No mesmo ano, lançou com Trio Ghiraldini a canção “Saudade”, composição sua com a qual alcançaria grande êxito. Ainda no mesmo ano, gravou as valsas “Ao cair do pano”, de Sherman, Lewis e Hoefle e “Boa noite”, de Wood, Bibo e Conrad, a valsa canção “Ilusão que se vai”, de sua autoria e as marchas “Harmonia, harmonia!” e “Comendo bola”, da dupla Hekel Tavares e Luiz Peixoto.
Em 1930, gravou as valsas cancão “Sonhar”, de Lewis, Yvell e Spencer e “Ao alvorecer”, de Julian Robledo e as modinhas “Foi numa noite calmosa”, de Luciano Gallet e “A vida é assim”, de sua autoria e Luiz Gonzaga, que não era ainda o famoso Rei do Baião e sim, um homônimo. No mesmo ano, a cantora Lila Dias gravou seus sambas canção “Eu quero já” e “Rumores do sertão” e Abgail Parecis, sua valsa “Ilusão que se vai”. Ainda no mesmo ano, compôs com Napoleão Tavares a valsa “Meu amor é só teu”. Em 1931, a cantora Helena Pinto de Carvalho gravou suas marchas “Carinhos…carinhos…” e “Chi! Iaiá tá brava”. No mesmo ano, gravou com acompanhamento da Orquestra Columbia a valsa “Apenas um gigilô”, de sua parceria com Casucci e Caesar e o fox-trot “Encontro feliz”, de sua parceria com P. Norman. Gravou também a modinha “Seresta”, de Leopoldo Fróes. Ainda no mesmo ano, o maestro Gaó gravou ao piano suas valsas “Jaci”, “Saudades” e “Ilusão que se vai”. Também em 1931, participou do filme “Coisas nossas”, de Wallace Downey. Dedicou-se ao cinema, onde trabalhou como ator, produtor, diretor e argumentista. Em 1939, regravou sua canção “Saudade”. No mesmo ano, as Irmãs Pagãs gravaram seu choro “Eu não me incomodo mais”. Em 1941, gravou seu último disco com as valsas “Ao cair do pano”, de Sherman e Lewis Hoefle e “Boa noite”, de Wood, Conrad e Bibo. Gravou 59 discos na Columbia com 57 músicas.
Ao abandonar a carreira de cantor, assumiu a função de diretor artístico do Cassino da Urca. Em 1950, alcançou grande sucesso com o samba canção “Ave-Maria”, com Vicente Paiva, gravado por Dalva de Oliveira nesse mesmo ano e até hoje um clássico do cancioneiro popular, regravada entre outros pela OrquestraCassino de Sevilha, Lana Bittencourt, Alberto Ribeiro e Luciene Franco. Esta composição foi selecionada para ser cantada por Fafá de Belém para o papa João Paulo II em sua segunda visita ao país na década de 1990.
(Com Trio Ghiraldini)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.