Compositor. Instrumentista.
Dos 12 aos 22 anos tocou clarineta na Banda Tangilense, em sua cidade natal. Em 1929, veio para o Brasil, indo residir no interior do estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista , ingressando na Banda da Força Pública, em que ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.
Sua primeira composição gravada foi “Olha a alva”, por Januário Pescuma e Arnaldo Pescuma com acompanhamento do Grupo X na RCA Victor. Em 1945, Osni Silva gravou na Continental, com acompanhamento da Banda da Força Pública de São Paulo, a marcha “Pela pátria”, composta em parceria com Antônio Romeu. Em 1946, Ênio Santos gravou na Continental “Destino”, parceria com Antônio Romeu. Em 1949, o xote “Schotish da vovó”, composto em parceria com Mário Zan foi gravado pelo próprio Mário Zan. Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso, com a composição “Matuto”, gravada pelo grupo Piratininga na Continental. Em 1952, sua toada “Farrapo humano”, composta em parceria com Arlindo Pinto, foi gravada por Carlos Antunes. Em 1953, Zezinha gravou ao acordeon os dobrados “Ibirapuera”, sua parceria com a própria Zezinha, e “Princesa Isabel”. Em 1954, Esmeraldino do Banjo gravou o choro “Preguiçoso” e Carlos Gonzaga gravou a canção “Canção de Natal”, de J. M. Alves e Palmeira. Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou dele e Reinaldo Santos a marcha “Pombinha branca”. Em 1956, as Irmãs Galvão gravaram o baião “Alecrim na beira dágua”, dele e Antônio Rago, e Alberto Calçada gravou, ao acordeon, o “Mambo da sogra”, de J. M. Alves e Messias Soares. Em 1957, realizou sua única gravação, acompanhado de sua Banda: gravou pela RCA Victor, de sua autoria, os dobrados “Craveiro Lopes” e “Domingo em festa”. No mesmo ano, Zaccarias e sua Orquestra gravaram dele e Mário Zan o dobrado “Quarto centenário”, seu maior sucesso. Em 1958, Alberto Calçada gravou seu maxixe “O matuto”, a dupla Pininha e Verinha gravou o corrido “Meu cavalinho”, de parceria com Lourdes Guimarães, Nilza Miranda gravou a valsa “Prece de Natal”. Em 1959, as Irmãs Galvão gravaram o rasqueado “Vai saudade”, a Banda Chantecler e Coro gravou, de sua autoria e Lourdes Guimarães, a marcha “Mulher brasileira” e Sid Biá gravou o bolero “Vida noturna”, de J. M. Alves e Palmeira, e o samba canção “História de um boêmio”, de J.M. Alves e Biá. Em 1960, Pirigoso gravou, de sua autoria e Mário Vieira, o arrasta-pé “Baile caipira”, o tango “Saudade de alguém”, também em parceria com Mário Vieira, e o maxixe “Antigamente era assim”, parceria de J.M. Alves e Pirigoso, e as Irmãs Galvão gravaram, de sua parceria com Zacarias Mourão, o bolero “Triste abandono”. Ao longo de sua carreira, compôs diversos pontos de umbanda e pontos de terreiro, gravados por diversos intérpretes. Em 1961, Otávio de Barros gravou o ponto de terreiro “Saravá banda”. Em 1962, a cantora Maria do Carmo gravou a curimba de umbanda “Prece a Mamãe Oxum”. Um de seus mais constantes parceiros foi o também produtor e cantor Palmeira, com quem compôs, dentre outras, a “Canção de Natal”, a valsa “Mãe, rainha do lar”, a marcha “Tomara que caia” e o samba “Não quero amar”. Ainda em 1962, compôs com Luiz Gonzaga o baião “Matuto aperreado”, gravado pelo próprio Luiz Gonzaga. Compôs valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1971, Os Titulares do Ritmo gravaram, de sua autoria e Ariovaldo Pires, a marcha “Avante, bandeirante”. Um de seus principais parceiros foi Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, com quem compôs, entre outras, o samba-maxixe “Volta ao passado”, a canção “Se Deus me perdoasse”, a valsa “Quando eu te disse adeus” e o maxixe “Enchendo lingüiça”. Entre seus diversos intérpretes estão as Irmãs Galvão, Zezinha, Alberto Calçada e Mário Zan. Em 1972, Zé Cupido gravou “Oito baixos do João”.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.