Compositor. Cantor. Instrumentista. Arranjador. Produtor.
Aos 12 anos mudou-se para Arapongas (PR), onde estudou contabilidade, abandonando o curso para atuar em teatro e shows em Londrina. Nesta cidade conheceu Arrigo Barnabé. Autodidata no violão, apaixonou-se pelo baixo ouvindo os discos de Jimmy Hendrix. Mudou-se para São Paulo em 1973.
Em 1975, venceu um festival de música em Campinas com sua canção “Luzia” e participou do Festival da Feira da Vila, em Vila Madalena, com sua composição “Nego Dito”. Integrou a vanguarda paulistana, formada no Teatro Lira Paulistana, ao lado de Arrigo Barnabé e da banda Sabor de Veneno. Em 1979, apresentou no Festival de Música Popular, o último realizado pela extinta TV Tupi, a canção “Sabor de veneno”, ao lado de Arrigo Barnabé.
Misturando samba, reggae, funk e rock, lançou, nos anos 1980, acompanhado da banda Iscas de Polícia, os LPs “Beleléu, Leléu, e eu” (1980), “Às próprias custas S. A.” (1983), “Sampa midnight – Isso não vai ficar assim” (1986) e “Intercontinental! Quem diria! Era só o que faltava” (1988) . Suas letras, marcadas por uma crítica contundente, e a música de pouco apelo comercial, acabaram dando-lhe uma aura de “artista maldito”, alcunha que sempre recusou. Em 1987, estreou como produtor no primeiro LP da cantora Fortuna. Quatro anos depois, produziria o LP “Amme”, de Alzira Espíndola.
No início da década de 1990, passou a ser acompanhado pelo grupo Orquídeas do Brasil, com o qual lançou, em 1993, o CD “Bicho de sete cabeças” e, em 1994, o CD “Bicho de sete cabeças vol. 2”. Foi contemplado com o Prêmio de Melhor CD do Ano, cedido pela APCA, pelo disco “Ataulfo Alves por Itamar Assumpção – pra sempre agora”, lançado em 1996, contendo exclusivamente canções daquele compositor. Em 1998, lançou o CD “Pretobras – Por que eu não pensei nisso antes… “. Todos os seus LPs independentes foram reeditados em CD pelo selo Baratos Afins, de São Paulo.
Constam da relação dos intérpretes de suas canções artistas como Ná Ozzetti, Branca de Neve (“Nego dito”), Cássia Eller (“Já deu pra sentir” e “Aprendiz de Feiticeiro”), Monica Salmaso (“Canto em Qualquer Canto”, com Ná Ozzetti) e Zélia Duncan (“Código de Acesso”).
Faleceu no dia 12 de junho de 2003.
No ano seguinte, foi lançado o CD póstumo “Vasconcelos e Assumpção – isso vai dar repercussão”, contendo sete composições próprias, gravadas com o percussionista Naná Vasconcelos: “Leonor”, “Cabelo duro”, “Próxima encarnação”, “Fim de festa”, “Justo você Berenice”, “Aculturado”, “Assim Naná ensina”. O disco contou com a participação de Paulo Lepetit (produção musical, baixo, violão e teclados), Bocato (trombone). Nos vocais, Vange Milliet, Tata Fernandes e Anelis Assumpção, filha do compositor e cantor, e integrante do grupo Dona Zica.
Em 2006, foi celebrado pelo parceiro Arrigo Barnabé no CD “Missa in memoriam – Itamar Assumpção”, contendo cinco faixas em latim, “Kyrie”, “Gloria”, “Credo”, “Sanctus” e “Agnus Dei”, com arranjos de Tiago Pinheiro, seguindo o ritual ortodoxo da Igreja Católica.
Em 2014, foi lançado o livro “Itamar Assumpção: Cadernos inéditos”, pela Editora Terceiro Nome. O livro é uma compilação de 110 cadernos rascunhados de músicas, bilhetes de desculpas, versos soltos, desenhos, listas de compras, crônicas, poesias e contos infantis escritos pelo compositor ao longo de toda a sua vida e guardados por sua esposa.
Em 2020 foi criado, pela filha Anelis Asssumpção, o MU.ITA – Museu Virtual Itamar Assumpção. O museu virtual reúne a obra e a memória de forma virtual no site do compositor e cantor.
Em 2023 o músico Renato Gama apresentou, no Centro Cultural Penha, em São Paulo(SP), show em homenagem a Itamar Assumpção denominado “Olhos negros vivos” com a participação de uma das parceiras artísticas do músico, Alzira Espíndola.
Em 2024 foi lançado álbum ao vivo de show em que Arrigo Barnabé cantou repertório do cantor e compositor em 2023. Foram gravadas as canções “Na cadência do samba” (Ataulfo Alves e Paulo Gesta) “”Errei erramos (Ataulfo Alves e Arthur Vargas); “De mais ninguém” (Marisa Monte e Arnaldo Antunes); “Dor elegante” (Itamar Assumpção e Paulo Leminski), “Mal menor” (Itamar Assumpção), “Fico louco” (Itamar Assumpção) “Noite torta” (Itamar Assumpção). “Luz negra” (Nelson Cavaquinho e Amâncio Cardoso) e “Quando eu me chamar saudade” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito).