
Compositora.
Seu bisavô e avó maternos foram maestros e compositores. Desde criança interessou-se por artes em geral. Sua aproximação da música começou em brincadeiras com o irmão e futuro parcerio Milton Carlos, fazendo músicas e histórias para teatrinhos de boneca. Queria ser jornalista mas, ainda na adolescência, começou a participar, juntamente com o irmão, de festivais de música pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Faleceu de enfarte aos 61 anos em São Paulo.
Conhecida como “A compositora do Rei”, por ser compositora de “Outra vez”, um dos maiores sucessos de Roberto Carlos, participou de vários festivais nos quais o irmão Milton Carlos interpretava músicas de autoria deles. Em 1970, teve as primeiras composições lançadas pelo irmão que foi convidado a gravar um LP. Foram elas, “Desta vez te perdi”, “Tudo parou” e “Eu vou caminhar” e “Um presente para ela”. No ano seguinte, Milton Carlos gravou “Um presente para ela” e Marcos Roberto “Eu jurei”. A partir daí, passou a receber pedidos de músicas de outros cantores e cantoras. Em 1972, teve cinco músicas gravadas por importantes nomes da música jovem naquele momente: “Minha musa 1910”, com Os Incríveis, “Perto tão perto”, por Nilton César, “Calça lee”, com Nalva Aguiar, “Dados biográficos”, com Antônio Marcos e “Pinte de amarelo”, com Silvinha. Em 1973, conheceu o primeiro grande sucesso quando Roberto Carlos ouviu, através do amigo comum Eduardo Araújo, a música “Amigos, amigos”, parceria de Isolda com Milton Carlos e resolveu gravá-la. No mesmo ano, Milton Carlos gravou “Samba quadrado” e “Você precisa saber das coisas”, Joelma lançou “Errado ou certo” e Antonio Marcos “Quando o amor muda de casa”.
Obteve novo sucesso em 1974, na voz de Roberto Carlos com a canção “Jogo de damas”. No ano seguinte, Milton Carlos gravou mais cinco composições suas, “Amanhã é outro dia”, “Foi ela um tema de amor”, “Eu juro que te morreria minha”, “Cantiga nº 1” e “Tele-rodovia”. Nesse ano, teve nova canção gravada por Roberto Carlos, “Elas por elas”, além de “Na boca do povo”, gravada por Wando.
Em 1976, teve mais duas composições gravadas com grande sucesso na voz de Roberto Carlos, “Um jeito estúpido de te amar” e “Pelo avesso”. Nesse ano, Milton Carlos gravou “Um acalanto”, “Uma valsa, por favor”, “Último samba-canção”, “Me mata” e “Vexame”. Ainda nesse ano, Ângela Maria gravou “Nunca mais” e Agnaldo Rayol, “Eu levo uma cruz na corrente”.
Seu maior sucesso veio em 1977, com a música “Outra vez”, que tomou lugar na galeria dos maiores hits da carreira de Roberto Carlos. Composta no mesmo ano da morte de Milton Carlos, foi a primeira em que fez sozinha letra e música. Grande sucesso no ano seguinte ao que foi gravada, recebeu ainda regravações de Altemar Dutra, Simone, Emílio Santiago e outros, além de ser gravada no exterior por Pepino di Capri, Armando Manzanero e Ray Conniff e sua orquestra. Nesse ano, mais seis de suas parcerias com o irmão foram gravadas pelo irmão no último disco dele, “Eu e companhia”, “Enredo”, “Ana Cláudia”, “Maria de Tal”, “Feira de artesanato” e “Saudade do Bexiga”. Em 1978, Ronnie Von gravou “Por todas as coisas” e “Cara e coragem” e Roberto Carlos, “Tente esquecer”. Em 1981, Ronnie Von gravou “Seu lugar”.
Em 1982, teve nova música gravada por Roberto Carlos, “Como é possível”. Nesse ano, fez com Armando Mazanero as canções “Como quiseres”, “Preciso de você”, “Repartir”, “Vontade tenho”, “Meu problema”, “Te escrevo uma canção”, “Se Duvidas desse amor” e “Se existe alguém”, gravadas pelo próprio Armando Manzanero. No ano seguinte, Nelson Gonçalves gravou “A volta”. Em 1985, Roberto Carlos gravou “De coração pra coração” e no ano seguinte, “Quando vi você passar”. Em 1990, Manolo Otero gravou “esqueço tudo” e Joana “Meu jogo”. Em 1999, “Outra vez” foi regravada por Maria Bethânia, Tânia Alves e Trovadores Urbanos e em 2001, por Gal Costa e Sérgio Reis. Em 2003, foi relançado em CD um disco de Milton Carlos no qual ele canta “Jogo de damas”, “Um acalanto”, “Último samba-canção” e “Me mata”. Com mais de 400 composições, lançou, em 2007, o livro “Você também faz músicas”, em que dá orientações a iniciantes, a partir de tudo que aprendeu durante os 20 anos de carreira. Os capítulos ensinam a compor, editar e registrar músicas. No mesmo ano, gravou o disco “Tudo exatamente assim”, estreando como intérprete. O disco saiu pelo selo Toca Disco, da própria compositora e conta com “Outra vez”, seu maior sucesso, “Graças a Deus” e “Um jeito estúpido de amar”, também sucesso na voz de Roberto Carlos. Em 2008, sua composição “Outra vez”, que fora grande sucesso na interpretação de Roberto Carlos, nos anos 1970, recebeu destaque ao integrar a trilha sonora do filme “Meu nome não é Johnny”, lançado em circuito nacional, sendo interpretada pelo ator Selton Melo, no papel de João Guilherme Estrela. O filme, dirigido por Mauro Lima e produzido por Mariza Leão, recebeu grande acolhida da crítica, sendo apontado como grande campeão de bilheteria em todo o Brasil.