
Maestro. Instrumentista. Saxofonista. Compositor.
Imigrante da Rússia fez parte de um grupo de músicos que ajudaram a moldar a música popular brasileira nas décadas de 1930 e 1940, atuando com compositor, maestro e instrumentista. Foi integrante da Orquestra Pan American com a qual acompanhou dezenas de gravações na Odeon. Gravou na Odeon em 1927, ao saxofone, com acompanhamento do pianista Lúcio Chameck, os choros “É certo que me amas?” e “Albertina”, e as canções “Simple confession”, e “La cinquantaine”, de sua autoria. No ano seguinte, gravou, de sua autoria, também em interpretação ao saxofone o choro “Não quero perder-te”. No mesmo ano, a marcha “Auto-lotação”, o samba “Língua de prata”, e o fox-trot “Foi um sonho”, foram gravadas na Odeon por Francisco Alves. Ainda em 1928, seu choro “Ursada” foi gravado na Odeon pelo maestro e instrumentista Romeu Ghipsman. Em 1929, teve o samba “Olhos negros” gravado por Francisco Alves. No mesmo ano o maxixe “Gosto assim” foi gravado na Odeon pela Orquestra Pan American. Em 1931, obteve sucesso no carnaval com a marcha “Puxa, puxa o cordão”, lançado pela Odeon com o Trio T. B. T. Nesse ano, teve o samba “Fusuê”, com Osvaldo Santiago, e a marcha “Sou do amor” gravadas por Marques da Gama na Parlophon. No ano seguinte, seu samba “Só com pai de santo” foi gravado por J. Mário na Odeon. Pouco depois, passou a dirigir a orquestra do Lido. Em 1932, gravou na Victor com sua orquestra do Lido as marchas “Juraci vem cá!”, de sua autoria, e “O dia vem raiando”, de Nelson Ferreira. Em 1933, acompanhou com sua orquestra do Lido a cantora Carmen Miranda na gravação da marcha “Foi você mesmo”, de Joubert de Carvalho. No mesmo ano, acompanhou com sua orquestra do Lido o cantor Raul Roulien na gravação dos fox-trotes “Formar um ninho” e “Beguin”, de Kernell e Raul Roulien, e “Se eu perdesse você” e “Mente por favor”, de Berlin e Raul Roulien. Também em 1933, acompanhou com a orquestra do Lido, na gravadora Columbia, a gravação dos sambas “Falta de consciência”, de Ary Barroso, e “Zombando da vida”, de Ary Barroso e M. L. Azevedo, feitas pelo cantor Ascendino Lisboa, além de acompanhar o cantor Arnaldo Amaral nos sambas “Fita meus olhos”, de Cartola e Osvaldo Vasques, e “Por que será?”, de Buci Moreira e Osvaldo Vasques, e a cantora Zezé Fonseca nas marchas “Teu amor e uma cabana”, de Custódio Mesquita, e “Casar não é para mim”, de Alberto Ribeiro.
Em meados da década de 1930, passou a dirigir a orquestra do Cassino da Urca, que contou como crooner com a cantora Linda Batista. Em 1939, regeu a orquestra do Cassino da Urca no acompanhamento da gravação da marcha “Joujoux e balangandans”, de Lamartine Babo, feita em dueto por Mário Reis e Mariah, e no samba “Voltei a cantar”, de Lamartine Babo, na voz de Mário Reis. No mesmo ano, regeu a osquestra do Cassino da Urca nas gravações das marchas “Dona Rita”, de João de Barro, Alberto Ribeiro e Alcyr Pires Vermelho, e “Triste pierrô”, de João de Barro e Alcyr Pires Vermelho, feita por Francisco Alves, e no samba “Deixa esta mulher sofrer”, e na marcha “Iaiá boneca”, ambas de Ary Barroso, na gravação de Mário Reis. Ainda em 1939, gravou com sua orquestra do Lido os sambas “Minha vida melhorou”, de Vadico, e “Noite escura”, de Maércio Azevedo e Maurício Joppert.
Na década de 1950, foi contratado pela Rádio Nacional, onde passou a atuar no acompanhamento na apresentação de artistas em diversos programas. Em 2004, sua gravação em solo do choro “É certo que me amas?”, de sua autoria, com acompanhamento ao piano de Lúcio Chameck, foi relançada pelo selo Revivendo no CD “Revivendo o choro”.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.