Hyldon

Na adolescência, por volta de 1965, já residindo em Niterói, influenciado pelos Beatles e incentivado por seu primo Pedrinho da Luz (guitarrista do The Fevers), montou uma banda chamada Os Abelhas, formada por jovens da sua idade, com a qual fez bailes em clubes de Niterói e cidades vizinhas, tocou em programas de rádio (de Paulo Bob) e televisão, no programa “A Festa do Bolinha”, de Jair de Taumaturgo, na extinta TV Rio. Por essa época, substituiu o guitarrista Almir na gravação de uma faixa no disco do grupo The Fevers.

Em 1967 sua mãe resolveu voltar à Bahia., mas o filho fica no Rio de Janeiro, morando na casa do primo Pedrinho da Luz.

Teve sua primeira música, “Eu me enganei”, gravada por Roberto Livi.

No ano de 1969 junto a Cassiano, Camarão (irmão de Cassiano) e Amaro, formou o grupo Os Diagonais, grupo no qual tocava guitarra e baixo e com o qual viajou por cidades baianas e mineiras.

Trabalhou como guitarrista de Tony Tornado, Frank Landi e de Wilson Simonal.

Entre 1970 e 1973 trabalhou na gravadora Polydor produzindo vários artistas e discos, entre os quais “O Som Bateau”, da banda fictícia Os Caretas, além das Banda do Canecão e Turma do Pagode, discos que chegaram a vender de 100 a 150 mil cópias, um número expressivo para a época. Por essa época produziu também Erasmo Carlos, Diana, Jerry Adriani, Wanderléa, Wanderley Cardoso, Adilson Ramos e todos os discos de Odair José na Polydor (chegou a tocar guitarra na faixa “Pare de tomar a pílula”, o maior sucesso de Odair José). Por essa época passou a ser gravado também por Jerry Adriani, Wilson Simonal, Gerson King Combo, Tony Tornado, Pedro Paulo, Elizabeth, Adriana, The Fevers, Rosa Maria, Carlos José, entre outros, além de Wanderley Cardoso que interpretou de sua autoria “Chove, a natureza chora”.

No ano de 1974, lançou o primeiro disco, um compacto simples com a composição “Na rua, na chuva, na fazenda – casinha de sapê”, seu maior sucesso, graças ao DJ Big Boy, que foi o primeiro a executar a música em seu programa da Rádio Mundial AM. No ano seguinte, em 1975, lançou o segundo compacto, também com êxito, apresentando a música “As dores do mundo”, composição que, na época, ultrapassou as execuções radiofônicas das músicas de Roberto Carlos em São Paulo. Posteriormente esta música ganharia uma versão do grupo Jota Quest e novamente voltaria às paradas de sucesso. Os dois sucessos lançados em compactos simnples (Na rua, na chuva e na fazenda e As dores do mundo) o levariam a gravar um LP pela Polydor no mesmo ano, “Na rua, na chuva, na fazenda”, no qual misturava elementos da música rural com o soul e no qual foram incluídos os sucessos “Na Sombra de uma Árvore”, “Acontecimento”, “Sábado e Domingo” e “As dores do mundo”.

Em 1976 gravou o LP “Deus, a natureza e a música”. Este disco foi gravado com os músicos da banda Azymuth. Ainda deste disco destacaram-se as faixas “Pra dizer adeus” (Edu Lobo e Torquato Neto) na qual constou arranjo e performace do pianista Cristóvão Bastos (na época, integrante da Banda Black Rio) e “Primeira pessoa do singular”, música de Hyldon com letra de Caetano Veloso. No ano posterior, em 1977, gravou o LP “Nossa história de amor”. Disco no qual participaram Dominguinhos, Ed Lincoln, Maurício Einhorn e Zé Bodega. Gravou, com sua mulher Zoé Ruth, o disco infantil “A turminha do bebê”. Por essa época, compôs o tema “O Seu Boneco é o terror”, para o personagem do ator Lug de Paula, produzindo também o disco.

No início da década de 1990, o grupo Kid Abelha regravou com sucesso “Na rua, na chuva, na fazenda”.

No ano de 1998, a convite do poeta Sergio Natureza, participou dos shows em homenagem ao compositor Sérgio Sampaio. Neste mesmo ano, a gravadora Universal Music relançou o disco “Velhos camarada”, coletânea que reuniu Cassiano, Tim Maia e Hyldon.

No ano 2000 participou do show e do disco “Tributo a Tim Maia”, lançado pela gravadora Som Livre. No ano seguinte, em 2001, sua composição “Na rua, na chuva, na fazenda” interpretada pela dupla Cristian e Ralf entrou na trilha sonora da novela “Amor e Ódio”, do SBT. Neste mesmo ano produziu e lançou o CD “Pra todo mundo cantar junto”, disco no qual incluiu sucessos seus e de outros autores da MPB.

No ano de 2002, o grupo Kid Abelha gravou o CD “Acústico MTV”, no qual a banda interpretou em dueto com Lenine a música “Na rua, na chuva, na fazenda”, um dos grande sucessos do compositor e que se tornou um dos sucessos da carreira do grupo.

Entre seus vários intérpretes estão Marisa Monte (Acontecimentos) e o grupo J. Quest (As dores do mundo). Neste mesmo ano sua composição “Na rua, na chuva, na fazenda”, foi incluída na trilha sonora do filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles e Kátia Lund.

Em 2003, refez o disco “Deus, a natureza e a música”. O LP, feito em 1976, o último disco de contrato com a gravadora, apesar de ter contado com músicos importantes na época: Oberdan Magalhães e Robson Jorge (ambos já falecidos) e ainda Banda Black Rio, Azymuth, Ed Maciel, Jorginho da Flauta, Don Chacal, Tony Bizarro e cordas do Teatro Municipal regidas por Waltel Branco. O LP ficou um pouco aquém na qualidade técnica, depois refeita, (a mixagem e nova voz do cantor), além de serem incluídas três faixas-bônus: “Táxi pra Bahia”, “Palavras de amor ao vento” e “Pelas ruas de Los Angeles”, contando com músicos de renome como Zé Canuto e Paulinho Trumpete. Neste mesmo ano, lançou o CD “O vendedor de sonhos”. O disco trouxe 11 composições inéditas, entre elas: “Alanis”, “Sambafunk”, “O prisioneiro” (c/ Bertrami, Mamão e Alex Malheiros), com a participação do grupo Azymuth, e “Refém da solidão”, letrada pelo poeta Jorge Salomão, além de “Pelas Ruas da Cidade”, a faixa-título “O Vendedor de Sonhos” (c/ Bertrami, Mamão e Alex Malheiros), “Amor Secreto”, “Não me dei Conta”  (c/ Júnior Mendes), “Sentimento Bom”, “Forró do Marinheiro”, “Vamos Passear de Bicicleta?”, “Momento de Paz”, “As Dores do Mundo” “Homem-Pássaro” (c/ Alex Malheiros) e a regravação de “Na Rua, na Chuva, na Fazenda”, mais conhecida como “Casinha de sapê”.

No ano de 2005 o historiador Marcos Roza deu início a filmagem do documentário “Soul black soul”, no qual mapeou as raizes do movimento soul no Brasil cotejando com o movimento Hip hop. No documentário, Hyldon e Sandra de Sá, entre outros, prestaram depoimentos sobre a década de 1970 e a black music. Neste mesmo ano apresentou no projeto “Quintal Brasil”, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu. Ainda em 2005 a gravadora Universal Music, em comemoração aos 30 anos de lançamento do primeiro LP do artista, lançou uma caixa com seus principais sucessos remasterizados e ainda com fotos inéditas e depoimento do próprio artista. Fez show em comemoração aos 30 anos de carreira no Teatro Rival BR, tendo como mestre de cerimônias o ator Antonio Pitanga e ainda recebeu como convidados especiais Carlos Dafé, Sandra de Sá e Cláudio Zoli.

Em 2008 lançou o CD “Soul brasileiro”, no qual incluiu as composições inéditas “Três éguas, um jumento e uma vaca”, “Brazilian samba soul”, “Medo da solidão”, “Copacabana beach”, “A moça e o vagabundo” (c/ Zeca Baleiro), “Forró da Boca Pequena”, “Bahia com Agá”  (c/ Jacks Wú), “Kankú Mussá – O Guerreiro Africano (c/ Ramon Torres), “Rapaz de São Paulo”, “O Último Latino Americano” (c/ Mauro Santa Cecília), “Domingo Triste”, “O Vento que Vem do Mar”, “A Viola e a Moringa” e “O Choro da Donzela”, parceria com Ricardo Brasil.

Em 2010 lançou o primeiro DVD “Hyldon ao Vivo” com participações especiais de MC Catra em “Velho Camarada” (música gravada originalmente em trio por Hyldon, Tim Maia e Fábio Rolón); Carlos Dafé na faixa “Quando o amor chegar” (composição tema da novela “Livre para Voar”, da Rede Globo em 1984); Bebeto em “Sábado e Domingo”; Michael Sullivan em “As Dores do Mundo”; Yasmin (filha de Hyldon) na faixa “Brazilian Samba Soul”; Marechal e MC Gil, além de Serjão Loroza e Marquinhos na faixa “O Sócio”.

No ano de 2012 foi um dos convidados especiais do cantor e compositor Carlos Dafé em show no Teatro Rival Br, no Rio de Janeiro e apresentou-se no “Rock In Rio Lisboa”, em Portugal, como convidado especial do grupo português Ovelha Negra. Neste mesmo ano finalizou o disco de músicas inéditas “Romances urbanos”, com parcerias com Arnaldo Antunes, Céu, Jorge Vercillo e Pedro Luís. O disco contou com a participação especial da cantora Roberta Spindel na composição “O velho e novo amor” (c/ Hanna Guerra). Também foi incluída uma gravação da música “Baile black”, parceira com Mano Brown e o rapper Dexter. No ano seguinte, em 2013, ao lado de Gérson King Combo e Carlos Dafé, desfilou no sétimo carro do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela, na Marquês de Sapaucaí, em decorrência do enredo da escola que homenageou os bailes e o gênero musical “Black music”, dos quais é um dos principais formatadores no Brasil. Neste mesmo ano, ao lado de Carlos Dafé, Gérson King Combo, Paulo Diniz, Tony Tornado, Lady Zú, Luís Vagner e Di Melo, foi um dos convidados da Banda Black Rio em show no palco da Praça das Artes, na Estação República, do Metrô, no centro de São Paulo. Ainda em 2013 lançou o CD “Romances urbanos”, no qual interpretou 12 composições inéditas com parceiros variados, destacando-se “No fim da estrada tem uma cidade” (c/ Zeca Baleiro); “Tempo, tempinho, tempão” (c/ Arnaldo Antunes); “Lua nova” (c/ Sergio Natureza); “Meu sol” (c/ Jorge Vercillo); “Foi no baile black (c/ Mano Brown e Dexter); “Revanche” (c/ Jorge Ailton); “Festa do síndico” (c/ Andreia Santiago), com participação especial de Sérgio Loroza; “O velho e o novo amor” (c/ Hanna Guerra); “O tombo” (c/ Céu e Arnaldo Anturnes); “Pista perigosa” (c/ Leo Cavalcanti); “Como num filme” (c/ Giulia Costa) e “Romance casual”, em parceria com Pedro Luís. O disco, produzido pelo próprio artista, também contou com as participações especiais Marcelo Jeneci (acordeon) e Kassin (guitarra).

No ano de 2015 fez show, no Theatro Net Rio, em comemoração aos 40 anos de lançamento do seu primeiro LP “Na rua, na chuva, na fazenda”, no qual foram incluídos seus sucessos “Na Sombra de uma Árvore”, “Acontecimento”, “Sábado e Domingo” e “As dores do mundo”, além da faixa-título, seu maior sucesso. No ano posterior, em 2016, fez show no Teatro Rival BR acompanhado pela banda Azymuth; apresentou o espetáculo “40 Anos de Na rua, na chuva, na fazenda”, no Sesc Unidade de Engenho de Dentro; no Espaço Wagner Tiso Jazz Club, em Búzios, cidade do Rio de Janeiro e no Theatro Net Rio. Lançou pela gravadora Deck Disc o CD “As coisas simples da vida” com dez faixas autorais. Neste mesmo ano, por iniciativa dos produtores João Augusto e Rafael Ramos, o CD foi vertido para LP, sendo lançado pelo Selo Polysom, da Gravadora Deck Disc.

Em 2018 fez show do disco “As coisas simples da vida” no Teatro Sesc Pompeia, com a participação dom parceiro Mano Brown. No ano seguinte, em 2019, ao lado de Carlos Dafé e Gérson King Combo, participou do show de lançamento do CD da banda paulistana Black Mantra, no teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Neste mesmo ano recebeu Carlos Dafé e Fernanda Abreu no espetáculo “Hyldon convida: Carlos Dafé e Fernanda Abreu”, apresentado no Teatro SESC Ginástico, no Rio de Janeiro.

Suas composições foram gravadas pelo pianista Richard Clayderman, Kid Abelha, Paula Toller, Céu, Serjão Loroza, Arnaldo Antunes, Mano Brown, Zeca Baleiro, Carlos Dafé e Jota Quest.

Entre suas intérpretes consta Marisa Monte, que incluía regularmente em seus shows algumas composições de sua autoria, como “Acontecimentos” e “I dont know what to myself”, parceria com Tim Maia, além de “Revanche”, gravada por Léo Maia, filho de Tim Maia.

Junto a Tim Maia, Gérson King Combo, Carlos Dafé e Cassiano.

Considerado um dos precursores da soul music no Brasil e participante do Movimento Black Rio.

Todos os seus LPs foram reeditados em CD.

Entre seus intérpretes destacam-se Fagner e Lenine, que executam em shows sucessos da carreira do compositor.