Compositor. Letrista. Ritmista. Cantor. Radialista.
Aos sete anos, perdeu o pai e a mãe, sendo por isso criado por sua tia-avó, em Niterói, no Rio de Janeiro. Concluiu o curso primário nessa cidade. Com a morete da tia-avó, passou a viver com a avó materna, no Rio de Janeiro. Começou cedo a trabalhar. Durante o dia trabalhava como aprendiz de pintor, enquanto estudava à noite. Aos 19 anos, conseguiu empregar-se nos hotéis Vera Cruz e Rio, que ficavam próximos à Praça Tiradentes, principal reduto dos boêmios da época, passando a freqüentar as rodas de músicos.
Na década de 1930, por volta dos 20 anos de idade tornou-se freqüentador das rodas de músicos e artistas, conhecendo muitos dos grandes compositores da música popular brasileira que freqüentavam as noites da Lapa e da Praça Tiradentes como Ataulfo Alves, Herivelto Martins, Donga, Zé Pretinho, Wilson Batista e Nelson Cavaquinho.
A partir de 1938, encontrava-se também com alguns artistas do rádio no principal ponto de encontro de cantores e sambistas da época, o Café Nice, no Centro do Rio de Janeiro. Em dezembro de 1939, teve sua primeira composição gravada, o samba “Gargalhei”, em parceria com Arnô Canegal e Augusto Garcez por Carlos Galhardo na RCA Victor. No mesmo ano, formou com alguns amigos o conjunto “Os ritmistas”. Em 1942 teve a batucada “O caldo vai entornar”, parceria com C. Ferreira e Augusto Garcez e o samba “Estou arrependido”, parceria com Paquito e Orlando Braga gravadas pelo cantor Patrício Teixeira e o samba “Brasil, brasileiro”, parceria com Sebastião Lima, por Carlos Galhardo.
Em 1943 compôs com Jorge de Castro o samba “Muito obrigado” gravado por Aracy de Almeida. Nesse período atuou como crooner na Orquestra de Napoleão Tavares. Com seu grupo “Os ritmistas” fez uma temporada durante um mês no Teatro Solis, em Montevidéu, Uruguai. Na mesma época, atuou ao lado de Fon – Fon e sua orquestra. Em 1945, Erasmo Silva gravou os sambas “Só eu sei”, parceria com Nelson Trigueiro e Milton de Oliveira e “A conversa está boa”, parceria com Nelson Trigueiro. Em 1946 teve gravado seu grande sucesso, o samba “Louco (Ela é o seu mundo)”, parceria com Wilson Batista por Aracy de Almeida na Odeon.
Em 1947 sua marcha “Coitadinho do papai” foi gravada pela então crooner do Copacabana Palace Marlene, que com ela iniciou uma carreira vertiginosa no carnaval. Da gravação fez parte também o grupo vocal Vocalistas Tropicais. Em 1950, Jamelão gravou seu samba “Capitão da mata”, parceria com Humberto de Carvalho e Gadé. Em 1952 teve o samba “Pelo amor de Deus”, parceria com Manezinho Araújo e Rômulo Paes, gravado por Francisco Carlos na RCA Victor. No mesmo ano, lançou o programa “O clube da meia-noite”, na Rádio Guarani, de Belo Horizonte, MG, que esteve no ar até 1957.
Em 1953, teve gravados os baiões “Benzinho dos outros”, por Stellinha Egg e “Tim tim o lá lá”, por Blecaute, parcerias com Rômulo Paes. Em 1956 teve outras duas parcerias com Rômulo Paes gravadas: o “Baião de Diamantina”, por Ivon Curi e o fox “Flor do céu”, por Carlos Galhardo. Em 1958 a Banda do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro gravou o samba “Triste recordação”, parceria com Sebastião Gomes e a marcha “Camponesa”, parceria com Sebastião Gomes e A . Boscarino. Trabalhou como locutor-animador nas rádios Mauá, do Rio de Janeiro e Piratininga, Marconi e Apolo, de São Paulo. Foi sócio fundador da SBACEM e membro vitalício de seu conselho deliberativo. Teve mais de vinte músicas gravadas por artistas como Patrício Teixeira, Aracy de Almeida, Carlos Galhardo e outros. Seu grande sucesso foi o samba “Louco, ela é o seu mundo”, parceria com Wilson Batista e regravado,entre outros, por Elizeth Cardoso, Sílvio Caldas, Emílio Santiago e João Nogueira.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.