
Instrumentista. Arranjador. Cavaquinista. Escritor. Radialista. Produtor.
Professor de cavaquinho na Escola de Música a UFRJ, na qual foi o idealizador do bacharelado no instrumento.
Filho de Marcel Cazes, violonista e compositor.
Irmão do percussionista Beto Cazes.
Formado em Química pela UFRJ.
Autodidata, começou a tocar violão aos seis anos de idade, interessando-se, mais tarde, aos 13 anos, pelo cavaquinho, banjo, violão caipira, bandolim e violão tenor.
Publicou pela Editora Lumiar, em 1988, “Escola moderna do cavaquinho”, livro em 14ª edição.
No ano de 1999, pela Editora 34, publicou “Choro – do quintal ao Municipal”.
Em 2002, pela Editora Lumiar, publicou “Literatura mínima para cavaquinho” (partituras e CD). Ainda no ano de 2002 publicou “171 histórias engraçadas sobre música e músicos”.
Em 2004, criou e apresentou o programa “Nacional Choro Clube”, na Rádio Nacional AM, e assumiu a programação musical do Bar Rio Scenarium, reduto de grupos e artistas novos, assim como de artistas consagrados do choro e do samba.
Em 2005 foi lançado pela Editora Cité de La Musique, na França, o livro “MPB – Musique Populaire Brésilienne”, organizado por Dominique Dreyfus e no qual constou o seu ensaio “Nascimento de uma identidade brasileira, Choros, ritmos europeus e sotaque brasileiro”, junto a outros ensaios de Sérgio Cabral, Carlos Sandroni, Zuza Homem de Mello, Jairo Severiano e Walnice Nogueira Galvão.
Em 2010 apresentava, aos domingos, o programa “Choro MPB”, na Rádio MPB FM, do Rio de Janeiro.
Trabalhou como âncora do documentário “Apanhei-te, Cavaquinho”, da TV portuguesa.
Mestre em “Etnomusicologia” na Escola de Música da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), com dissertação sobre as rodas de choro.
Em 2012 o maestro Ernani Aguiar criou o curso de cavaquinho em nível de bacharelado para a UFRJ, e, dedicou ao cavaquinista a composição “Concertino para cavaquinho e orquestra”.
Iniciou sua carreira musical em 1976 como integrante do conjunto Coisas Nossas ao lado de Beto Cazes, Oscar Bolão, Aloísio (Luíta) e Carlos (Caola) Didier. Com esse grupo, especializado no repertório de Noel Rosa, apresentava-se rgularmente em programas de televisão, entre os quais “Rio Dá Samba”, comandado por João Roberto Kelly. Com esse grupo também se apresentava com a cantora Marília Batista e ainda com a cantora Marlene, no evento de série carnavalesca, produzido e apresentado por Ricardo Cravo Albin, na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro.
No ano de 1980, ao lado de seu irmão Beto Cazes, passou a fazer parte da Camerata Carioca, atuando com o bandolinista Joel Nascimento e o maestro e pianista Radamés Gnattali.
Em 1982, integrando o Camerata Carioca, gravou o LP “Vivaldi e Pixinguinha” e no ano seguinte, “Tocar”.
No ano de 1985 acompanhou diversos artistas em discos e shows, entre eles Elizeth Cardoso e Nara Leão em turnês pelo Brasil e no Japão. No ano seguinte, assinou a direção musical do espetáculo “Yes, nós temos Braguinha”, com Braguinha e Miúcha, com direção e roteiro de Ricardo Cravo Albin, encenado no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (Prêmio Shell para Braguinha), na casa noturna Um Deux Trois (RJ) e pelo Brasil, através do “Projeto Pixinguinha”.
No ano de 1988 iniciou sua carreira de solista de cavaquinho gravando o disco “Henrique Cazes”. Neste mesmo ano fundou e dirigiu a Orquestra Pixinguinha que, reproduz os arranjos do compositor, gravando-os em CDs, lançados também nos mercados europeu e japonês.
Em 1990 lançou o LP “Tocando Waldir Azevedo”. Dois anos depois, lançou o CD “Waldir Azevedo, Pixinguinha, Hermeto & Cia”.
No ano de 1995 lançou pela gravadora Kuarup o CD “Desde que choro é choro”
No ano de 1997, pelo selo Funarte, lançou o CD “Relendo Waldir Azevedo”.
Em 1999, participou, com Cristina Buarque, do show “Homenagem a Noel Rosa”, realizado na praia do Arpoador (RJ), talk-show do qual resultaram dois CDs e inúmeras apresentações em vários bares, boates do eixo Rio-São Paulo.
Atuou também como instrumentista, produtor de discos e compositor de trilhas sonoras para TV, cinema e teatro. Neste mesmo ano de 1999 produziu, na Inglaterra, o CD “Bach in Brazil”.
No ano de 2001, pela gravadora alemã Teldec, com produção de Rildo Hora, e juntamente com Altamiro Carrilho, Sivuca, Época de Ouro, Pedro Amorim, Joel Nascimento, Maria Tereza Madeira e Ademilde Fonseca, participou do disco “Chorinho”. No ano seguinte, em 2002, lançou, pela Deck Disc, o CD “Beatlesn choro”, disco no qual regravou vários sucessos do grupo inglês e para os quais fez arranjos para valsa, choro, maxixe. Entre as composições incluídas estão “While my guitar gently weeps” e “Eleanor Rigby”. Deste disco participaram músicos de renome como Carlos Malta, Hamilton de Holanda, Paulo Sérgio Santos, Quarteto Maogani e Rildo Hora. Teve a música “Fado da Delfina”, parceria com Sérgio Sarraceni, incluída na trilha da novela “A Padroeira” da Rede Globo.
Em 2003, com Beto Cazes (percussão) e Fernando Moura, lançou o CD “Eletro Pixinguinha XXI”. Com 11 faixas o disco fez uma releitura de parte da obra de Pixinguinha, principalmente de composições desconhecidas do mestre da MPB: “Dança dos ursos”, “Conversa de crioulo” e “Já andei”. O disco ainda contou com a participação especial de Teresa Cristina e Pedro Miranda, além da Orquestra Pixinguinha na faixa “Yaô” (Pixinguinha e Gastão Vianna). Durante sua carreira participou de vários festivais internacionais: Martinica, Finlândia e “Festival de Jazz de Melbourne” (Austrália). Neste mesmo ano foi um dos convidados do violinista francês, radicado no Rio de Janeiro, Nicolas Krassik, para participar do “Projeto Choro na Lapa”, no Ballroom, no qual o violinista recebeu músicos brasileiros. Ainda neste ano, ao lado de Márcio Almeida, Déo Rian, Bruno Rian e Walmar Amorim, apresentou o show “Sempre Waldir”, dedicado a Waldir Azevedo. Neste mesmo ano foi relançado pela gravadora Som Livre o disco “Relendo Waldir Azevedo”, no qual vários cavaquinistas brasileiros prestaram homenagem ao mestre.
Em 2005 produziu a quarta edição da série “Beatles n choro”, pela Deckdisc, CD no qual participaram Rildo Hora, Carlos Malta, Hamilton de Holanda, Marcelo Gonçalves e Paulo Sérgio Santos, todos interpretando composições do grupo inglês.
No ano de 2006, nas comemorações de 30 anos de carreira, foram relançados seus três discos anteriores (dois Lps e um CD) em versões remixadas e ainda com faixas-bônus e vídeo clipe.
Em 2010 participou como músico do documentário “Apanhei-te Cavaquinho”, do cineasta português Ivan Dias, sobre a história do instrumento levado pelos colonizadores portugueses ao Brasil. No filme foram entrevistados Paulinho da Viola, João Bosco, Zé Menezes, Alceu Maia, Pedro Paulo Malta e Mauro Diniz, além do luthier Fernando Meireles e do cavaquinista português Júlio Pereira, em tomadas feitas no Brasil e em Portugal, principalmente nas rodas de choro luso-brasileiras em frente a uma casa de fados em Lisboa. Fazendo parte da trilha sonora foram gravados especialmente para o filme os clássicos “Apanhei-te cavaquinho” (Ernesto Nazareth) em performance de Henrique Cazes (cavaquinho) com o pianista americano, radicado no Brasil, Cliff Korman, e ainda “Variações sem tema”, escrita para cavaquinho e piano por Radamés Gnatalli em 1983. No ano posterior, em 2011, lançou o CD “A Voz do Botequim”, de Jota Canalha (seu alterego e personagem), no Bar Ernesto, na Lapa, centro do Rio de Janeiro. Neste ano montou o show “Jota Canalha Homenageia o Viradão Cultural – Músicas e Histórias Divertidas sobre Figuras de Popa da Cultura Nacional”, também apresentado no Bar Ernesto, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.
No ano de 2012 lançou o CD “Uma história do cavaquinho”, com 14 faixas pesquisadas desde a formação do gênero “Choro”, na metade do século XIX até Waldir Azevedo (1923/1980). No repertório foram incluídos choros clássicos e poucos conhecidos, destacando-se as faixas “Cruzes, minha prima!” (Joaquim Callado 1848/1880), “Roceira” (Mário Álvares, nascido em 1861), “Brasileirinho” (Waldir Azevedo, obra emblemática, lançada no ano de 1949), “Não pode ser” (Nélson Alves, século XIX), “Gingando” (Canhoto e Dino Sete Cordas), “Meu cavaquinho” (Canhoto), “Brincando com o cavaquinho” (Waldir Azevedo) e “Eterna melodia” (Waldir Azevedo e Hamilton Costa); “Variações sem tema” (Radamés Gnatalli), com participação especial do pianista Cliff Korman; “Beliscando” (Paulinho da Viola), “Apanhei-te, cavaquinho” (Ernesto Nazareth), “Real Grandeza” (Henrique Cazes) e, também de sua autoria a faixa “Estudo número 6”, dedicada ao bandolinista Joel Nascimento e o “Estudo número 7”, dedicada ao também bandolinista Hamilton de Holanda. O disco foi gravado pelo quarteto Henrique Cazes (cavaquinho e violões), Marcello Gonçalves (violão de sete cordas), Omar Cavaleiro (baixo) e Beto Cazes (percussão), além de convidados especiais como o já citado Cliff Korman (piano), Luís Felipe de Lima (violão de sete cordas), Marcelo Caldi (acordeom), Leonardo Miranda (flauta) e Rogério Caetano (violão). O disco foi lançado em show no Centro Cultural Carioca, na Lapa, com a participação especial do bandolinista Joel Nascimento.
Em 2014 lançou o DVD “Brincando com o cavaquinho – 25 anos de solo”, pelo Selo Musicazes.
No ano de 2015 criou e fez a direção musical do show “Waldir Azevedo do Méier para o Mundo”, no qual contou com as participações especiais de Joel Nascimento (bandolim), Moraes Moreira (voz e violão), Zé da Velha (sopros), Silvério Pontes (sopros), João Camarero (violão) e Charlles da Costa (violão) e Beto Cazes (percussão), em comemoração aos 92 anos do mestre do cavaquinho. O evento foi apresentado no palco do Imperator Centro Cultural João Nogueira, casa de show do bairro do Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro. Fez show no espaço Tribuna Livre Cultural, na cidade de Nova Friburgo, interior do Estado do Rio de Janeiro. No show foi acompanhado por João Camarero (violão 7 cordas). Neste mesmo ano, ao lado de Alfredo Del-Penho, Pedro Miranda e Pedro Paulo Malta (cantores), Dirceu Leite (sopros), Luís Felipe de Lima (violão 7 cordas, arranjos e direção musical) e Oscar Bolão (bateria), apresentou no Teatro R. Magalhães Jr, da Academia Brasileira de Letras. O espetáculo “Lamartiníadas”, no projeto “MPB na ABL” (Música Popular Brasileira na Academia Brasileira de Letras), com direção, textos e apresentação de Ricardo Cravo Albin.
No ano de 2019 lançou o CD “Música para cavaquinho”, acompanhado de um livro com 12 estudos sobre o instrumento, fazendo show de lançamento do disco no Espaço Cultural BNDES, no Rio de Janeiro, acompanhado por um grupo integrado por João Camarero (violão), Omar Cavalheiro (contrabaixo) e Beto Cazes (percussão), apresentando, entre outras, releituras de clássicos como “Brincando com o cavaquinho” (Waldir Azevedo) e “Choro pro Waldir”, de Paulinho da Viola e Cristóvão Bastos.
(volume 4)
(vários). Alemanha
(c/ Camerata Carioca)
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