
Cantor. Compositor. Radialista. Produtor
Iniciou seus estudos musicais sob a orientação de Pasquale Gambardella, com quem estudou canto e solfejo. Era neto do poeta Luiz Guimarães e filho do professor Francisco Eiras, da Academia de Medicina. Como médium de umbanda fez parte do Centro Espírita Caminho da Luz. Atuou como escritor na revista “À Caminho da Luz”, que divulgava temas religiosos ligados à Umbanda e ao Espiritismo, na qual assinava a seção especializada em curimbas.
Por volta da década de 1940, iniciou sua carreira artística atuando como cantor na Orquestra Napoleão Tavares, na Rádio Jornal do Brasil. Neste período, apresentou-se em diversas emissoras do Rio de Janeiro, dentre as quais a Mayrink Veiga e a Nacional. Inicialmente interpretava músicas norte americanas. Gravou alguns discos na Continental. Estreou como compositor em 1951, quando o cantor Francisco Carlos lançou pela Victor o fox “Adorável como um sonho”, uma parceria com Ciro Vieira da Cunha. Em 1953, lançou com sucesso o samba-canção “Minha prece”, também com Ciro Vieira da Cunha, e o beguine “Porque voltei”, uma parceria com Vitor Berbara. Em 1955, foi escolhida pelo crítico Silvio Túlio Cardoso, através da coluna “Discos populares”, escrita por ele para o jornal O Globo, como o “melhor disc-jockey do ano”, recebendo como prêmio um “disco de ouro”, entregue em cerimônia no Golden Room do Copacabana Palace. Em 1956, foi homenageado pela gravadora Sinter com o lançamento do LP “As favoritas do disc-jockey Haroldo Eiras na interpretação de Neusa Maria e Britinho”, no qual foram interpretados os sambas “A voz do morro”, de Zé Keti; “Siga”, de Fernando Lobo e Hélio Guimarães, e “Pois é”, de Ataulfo Alves; o choro “Paraquedista”, de José Leocádio; o fox-canção “A última canção”, de Guilherme Augusto Pereira; a toada “Peixe fisgado”, de Nazareno de Brito e Luis Bittencourt; o tango “Adeus querida”, de Eduardo Patané e Floriano Faissal, e o beguine “Porque voltei”, de sua autoria e Victor Berbara. Em 1960, foi lançado pela Polydor, o LP “Melodias do céu…na inspiração de Haroldo Eiras”, com a orquestra de Tito Romero, pseudônimo utilizado pelo guitarrista e compositor João Leal Brito o Britinho, filho de Josué de Barros, descobridor de Carmen Miranda. Nesse disco foram interpretadas as músicas “Melodia do Céu”, com Di Veras, “Nós Dois a Sós”, com Waldir Finotti, “Minha Prece”, com Ciro Vieira da Cunha, “Porque Voltei”, “Noite Após Noite” e “Teus Olhos Entendem os Meus”, com Victor Berbara, “Nos Teus Lábios”, com Ataliba Santos, “Adorável Como Um Sonho”, “Simplesmente” e “Nossa Canção”, com Ciro Vieira da Cunha, “Canção Emocional”, com Waldir Finotti, e “Se Depender de Mim”. Em 1961, apresentou na TV Tupi o programa “Sua Manhã de Domingo”, que deu ensejo a LP homônimo lançado por Moacyr Silva e seu conjunto e que incluiu duas composições de sua autoria “Canção Emocional”, com Waldir Finotti, e “Teus Olhos Entendem os Meus”, com Victor Berbara.
Em 1962, o samba-canção “Adeus meu amor”, com Victor Berbara, foi gravado por Dalva Barbosa em LP da RCA Victor. Em 1963, seu beguine “Melodias Do Céu”, assinada com Di Veras, foi gravada pelo cantor Nelson Ned, então no começo de carreira, em compacto duplo lançado pela gravadora Polydor. Atuou também como produtor musical de rádio, mantendo vários programas, e ainda na televisão e em shows. Na década de 1970, lançou e produziu o programa radiofônico “À caminho da luz”, sobre Espiritismo e Umbanda, na Rádio Guanabara, emissora do Rio de Janeiro, que era comandado pelo locutor Paulo Newton de Almeida. Em 1973, coproduziu com o compositor Paulo Newton de Almeida, o LP “À caminho da luz – Um disco que traz a Umbanda até você”, do qual participaram como compositores e intérpretes Paulo Newton de Almeida, Azuilson dos Santos e Arlette Moita, sendo o disco lançado pelo Selo AMC. Considerado um dos grandes comunicadores e locutores da radiofonia carioca, transitou com sucesso em quase todas as emissoras cairocas. Atuou como produtor de shows em várias casas noturnas da cidade. Como compositor, fora da umbanda, obteve sucessos na voz de Dick Farney, Dóris Monteiro e Núbia Lafayette, entre muitos outros intérprete.