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Nome Artístico
Guimarães Rosa
Nome verdadeiro
João Guimarães Rosa
Data de nascimento
27/6/1908
Local de nascimento
Cordisburgo, MG
Data de morte
19/11/1967
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Escritor (poeta, contista e romancista). Diplomata. Médico. Poliglota.

Seus principais livros são “Sagarana” (1946), “Corpo de Baile” (1956), “Grande Sertão: Veredas (1956), “Primeiras Estórias” (1962) e “Tutameia” (1967), todos traduzidos para diversas línguas.

Desde o seu primeiro livro editado, “Sagarana” até “Tutameia”, seu último publicado em vida, o escritor presenciou e opinou nas diversas traduções de seus livros para várias línguas, mesmo porque era poliglota, dominando fluentemente oito línguas, além de escrever e entender cerca de 20 outras. Contudo, não chegou a ouvir as suas letras de músicas gravadas por seus parceiros, algumas, inclusive, retiradas de seu livro “Ave, Palavra”, com textos selecionados de sua produção entre 1947 e 1967, ano da publicação do livro, pouco depois de seu falecimento, reunindo crônicas, contos, diários, reportagens poéticas, poesias, anotações e notas de viagens, reflexões filosóficas, enfim, suas colaborações em jornais e revistas, trabalho que definiu como uma “miscelânea”, caracterizando a variedade exposta no volume, uma publicação póstuma organizada por Paulo Rónai, que acrescentou outros textos inéditos aos já escolhidos pelo autor.

Segundo Tristão de Athayde, pseudônimo de Alceu Amoroso Lima:

“Escritor absolutamente singular em nossas letras. Não só em nossas terras contemporâneas, mas ainda em toda a história da nossa literatura. O nosso Guimarães Rosa tomou da matéria-plástica Brasil em suas mãos de bruxos tanta a paisagem como gente e linguagem, e com ela está modelando uma imagem de nossa cultura absolutamente inédita. Um autor absolutamente inqualificável, a não ser nas categorias do gênio, isto é, dos grandes isolados.”

Faleceu de ataque cardíaco poucos tempo depois de ter assumido a Cadeira nº 2, da Academia Brasileira de Letras, aliás, cumprindo uma profecia dele mesmo, que depois de tomar posse morreria, portanto, a demora de quatro anos por parte do escritor em assumi-la, pois fora eleito em 6 de agosto de 1963. No ano de sua morte havia sido indicado ao “Prêmio Nobel de Literatura”, por seu legado internacional, comparado frequentemente a escritores como Proust e Joyce.

Dados artísticos

Talvez uma das primeiras incursões de Guimarães Rosa pela letra de música tenha sido por intermédio da cantora e compositora Dulce Nunes (Dulce Pinto Bressane), para quem entregou 15 letras, logo depois, quatro foram musicadas, tendo 11 delas ainda supostamente inéditas.

Três composições foram gravadas pela parceira no LP “Samba do Escritor”, sendo as duas “O Aloprado” e “Adamúbies”, poemas retirados pelo escritor do livro “Ave, Palavra”, e ainda uma terceira letra intitulada “Ou Ou”.

O disco, de 12 polegadas, foi lançado em 1968 pelo Selo Forma, da Gravadora Philips, contando com as participações especiais de Nara Leão, Edu Lobo, Gracinha Leporace, Joyce e o conjunto vocal Momento Quatro, além de arranjos de Luiz Eça, Oscar Castro Neves e o lançamento de Egberto Gismonti, como arranjador e multi-instrumentista (violão e piano). Convém lembrar que a compositora e cantora detinha a prática de musicar textos de escritores, não necessariamente poetas e/ou letristas, como consta nas outras faixas, tais como parcerias com os escritores Millôr Fernandes, Antônio Callado e Jorge Amado, além de outras com os poetas Paulo Mendes Campos, Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade, não necessariamente letristas, como Vinicius de Moraes, este sim, letrista e um dos parceiros da cantora.

Dulce Nunes (o Nunes como sobrenome veio do primeiro marido, o pianista Bené Nunes) também viria a gravar outra parceria com Guimarães Rosa, o poema “O moço e a moça”, também pinçada, pelo autor, do livro “Ave, Palavra”.

Outra incursão de Guimarães Rosa no trabalho fonográfico se deu no ano de 1973, quando o cantor e compositor Luiz Cláudio gravou a composição “O galo cantou na serra”, parceria de ambos, em LP lançado pela gravadora Odeon.

Porém, o escritor faleceu um ano antes do lançamento do LP de Dulce Nunes, nem chegando a ouvir a sua produção bissexta de letras para músicas gravadas pela parceira.

Obras
Adamúbies - (c/ Dulce Nunes)
O aloprado - (c/ Dulce Nunes)
O galo cantou na serra - (c/ Luiz Cláudio)
O moço e a moça - (c/ Dulce Nunes)
Ou Ou - (c/ Dulce Nunes)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na Música Popular Brasileira: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.