Compositor. Cantor. Pintor. Escultor.
Neto de alemão, nasceu em Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Seu pai, Alfredo Nicolau Bollhorst, foi funcionário da Central do Brasil e tocava violão. Sua mãe, Marieta de Brito Bollhorst, tocava piano e sua irmã, como o pai, também tocava violão.
Como desde cedo demonstrara musicalidade, ganhou um cavaquinho aos oito anos, que passou a tocar em casa e na rua, em troca de frutas dadas pelo quitandeiro da vizinhança. Logo trocou o cavaquinho pelo violão, tanto pela desproporção em relação a sua altura, como pelo pouco recurso que o instrumento lhe oferecia para compor.
O pai faleceu em 1934. Devido às dificuldades pelas quais a família passava, empregou-se, em 1936, como office-boy na Casa Édson que, na época, exigia um termo de responsabilidade para que ele trabalhasse. Os amigos da família colaboraram, dando o necessário, e a mãe adaptou as roupas do pai para o filho, já um rapaz alto e magro. A reforma da roupa motivou logo um apelido dado pelos colegas, “Calção-balão”, que se tornou tema de seu primeiro samba, do qual o compositor não se lembra nem da letra nem da melodia. Mais tarde, transferiu-se para o cargo de mecânico de máquinas de calcular, que ocupou até a sua aposentadoria.
Dentre suas melhores lembranças, constam a carona que pegava no carro do vizinho mais famoso, Noel Rosa, e a calçada da d. Doca, que lhe servia de tela para desenhar com carvão as figuras da Revista Tico-Tico, as quais era obrigado a apagar com jatos dágua. Na escola, foi muitas vezes chamado a ilustrar o quadro-negro com os temas da aula. Como pintor, seu primeiro trabalho, um óleo sobre tela, data de 1966.
Em 1970 inscreveu-se no Primeiro Salão Carioca de Pintura Naïf. Teve dificuldades, a princípio, por não ter um currículo consagrado como pintor. Contudo, isso não impediu que tivesse o seu quadro premiado. Recebeu a condecoração Comendador da Ordem ao Mérito das Belas Artes pela Aeronáutica e, ainda, a homenagem do Clube do Samba, cuja galeria de arte recebeu seu nome.
No ano de 1987, ganhou como prêmio da Base Aérea do Galeão uma viagem para a Ilha de Fernando de Noronha.
Em 1990 e 1992, expôs seus quadros no Japão, nas cidades de Tóquio e Osaca, respectivamente. Além desse país, teve quadros expostos na Áustria e nos Estados Unidos. Como escultor, trabalhou com cerâmica e bronze, tendo feito exposição de suas peças no Museu da Imagem e do Som, em 1985.
Começou a compor em 1938. Em uma reunião familiar, mostrou a sua composição “Meu dilema” a seu cunhado, que o levou à Rádio Roquette-Pinto, apresentando-o ao cantor Augusto Calheiros que, em 1955, gravou a composição em 78 rpm, juntamente com outra canção também de sua autoria, “Audiência divina”. Por essa época, começou a freqüentar o programa de auditório da Rádio Tupi e estreou como cantor no “Programa Aurora”, na Rádio Vera Cruz. Também nessa época, Ademilde Fonseca incluiu no repertório de seus shows quatro composições suas: “Explosão atômica”, “Castelo de madeira”, “Ponto final” e “Deslumbramento”, sem chegar a gravar nenhuma. Continuou compondo em parceria com Pedro Caetano, Valdemar Gomes, Renato Gaetani e Leduvi de Pina. Pouco tempo depois, passou a ter composições registradas pelo Trio Irakitan e por Pedro Caetano.
Freqüentou os pontos de samba existentes na Praça Tiradentes, mas veio a conhecer Nelson Cavaquinho em Ramos, subúrbio do Rio de Janeiro, quando este tocava nos botequins do bairro. Guilherme de Brito voltando do serviço chegava à tardinha, princípio da noite, e encontrava Nelson Cavaquinho tocando e assim passou a ser mais um de seus fãs. Certa vez, arriscou-se a mostrar uma primeira parte de um samba ainda não concluído. O novo amigo interessou-se em colocar uma segunda parte e, assim, nasceu a parceria, que viria a trazer grandes sucessos à dupla. Apesar de não lembrar o nome da música, se “Garça” ou “Cinza”, o fato é que “Garça” foi gravada mais tarde, em 1954, por Ruth Amaral, enquanto “Cinza” teve o seu primeiro registro na voz da cantora Lucy Rosana.
No ano de 1957, Raul Moreno gravou “A flor e o espinho”, parceria sua com Nelson Cavaquinho e Alcides Caminha, mais tarde também gravada por Elizeth Cardoso. Dois anos depois, em 1959, Orlando Silva gravou “Quando as aves emigram”, pela Odeon, e em 1962, “Palavra”, pela RCA Victor, ambas em parcerias com Luduvi de Pina, e, ainda, “Lugar de solteira”, esta de sua total autoria. Devido ao sucesso de suas músicas, passou a se apresentar em shows no Teatro Opinião e em programas de televisão.
No ano de 1965, sua composição “A flor e o espinho” (c/ Nelson Cavaquinho e Alcides Caminha) foi incluída no LP “Elizeth sobe o morro”, de Elizeth Cardoso, lançado pela gravadora Copacabana.
Em 1970, o grupo Originais do Samba incluiu no LP “Samba é de lei” (BMG) a composição “O bem e o mal” (c/ Nélson Cavaquinho). No ano seguinte Paulinho da Viola interpretou “Depois da vida”, parceria com Nélson Cavaquinho.
Em 1974, Beth Carvalho gravou duas composições suas, “Miragem” e “Falência”, ambas com Nelson Cavaquinho. Nesse mesmo ano, Elizeth Cardoso gravou “Quando eu me chamar saudade” (c/ Nelson Cavaquinho), no LP “Mulata maior”, lançada pela gravadora Copacabana e Zuzuca do Salgueiro interpretou “Nome sagrado” (c/ Nelson Cavaquinho e José Ribeiro). No crédito do disco constou Nelson Cavaquinho, José Alcides e José Ribeiro em vez de Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e José Ribeiro de Souza. Ainda em 1974 Nelson Cavaquinho participou do disco “Roda de samba nº 2” no qual interpretou “Armas proibidas” (c/ Nelson Cavaquinho e José Ribeiro” e “Quero alegria” (c/ Nelson Cavaquinho). No ano seguinte, o samba “Dois corações de cera” ganhou o 3º lugar no “Concurso de Sambas da Festa da Penha”. Nesse mesmo ano, em seu LP “Pandeiro e viola”, Beth Carvalho interpretou “O dia de amanhã” (c/ Nelson Cavaquinho). Ainda em 1975 Paulo César Pinheiro interpretou “Tatuagem” (c/ Nelson Cavaquinho e Paulo Gesta), no LP “O importante é que nossa emoção soberviva”, de Marcia, Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro gravado ao vivo em São Paulo.
Em 1976 Clara Nunes interpretou “Tenha paciência” (c/ Nelson Cavaquinho). No ano posterior, em 1977, Tião Motorista gravou “Dizem” (c/ Nelson Cavaquinho). No ano seguinte, no disco “De pé no chão”, Beth Carvalho incluiu “Meu caminho”, parceria com Nelson Cavaquinho, e Vânia Carvalho, irmã de Beth, interpretou, em seu primeiro LP, outra parceria da dupla, “Minha honestidade vale ouro”.
Em 1980, novamente, Beth Carvalho interpretou “Voltei” (c/ Nelson Cavaquinho). No ano seguinte, Alcione gravou “Luto”, Beth Carvalho interpretou “Deus me fez assim” e Elizeth Cardoso, no LP “Elizetíssima”, incluiu “Quando eu me chamar saudade”.
Vários artistas importantes da MPB gravaram suas composições, sejam elas com Nelson Cavaquinho ou com outros compositores. Beth Carvalho, sua mais assídua intérprete, gravou “Folhas secas”, “Louco”, “Lua vadia”, “Meu perdão”, “Se você me ouvisse”, “Tenha paciência”, “Voltei” e “Miragem”. Alcione interpretou “Luto”e “Folhas secas”; Nélson Gonçalves gravou “Meu velho coração”, “Quando eu me chamar saudade” e “O dono das calçadas”, dentre outras; Elis Regina registrou em sua voz “Folhas secas” e Clara Nunes, “Minha festa”.
Entre suas composições gravadas por ele mesmo, destacam-se “Minha terra”, feita no Japão e gravada no CD da Velha-guarda da Mangueira, além de “A flor e o espinho” e “Aquele despertar”, esta última em parceria com seu filho Juarez de Brito, gravada em um CD produzido por Katsonuri Tanaka para o mercado japonês.
Gravou também outras composições, como “Canção pra Conservatória”, “A flor e o espinho”, “Gotas de luar”, “Intriga”, “Mulher sem alma”, “Quero alegria”, “Quando eu me chamar saudade”, “Tua saudade” e “Vou me abandonar”, dentre outras.
Nelson Cavaquinho, seu parceiro mais constante, também gravou várias canções da dupla, como “A flor e o espinho”, “Pranto de poeta”, “A lágrima”, “Amor de mãe”, “Amor perfeito”, “A tua traição”, “Consciência”, “Deus me fez assim”, “Me esquece”, “Não é só você”, “Quando eu me chamar saudade”, “Sinal de paz”, “Tatuagem” e “Visita triste”. Leny Andrade também gravou algumas músicas suas com Nélson Cavaquinho: “O bem e o mal”, “Quem chora tem sempre razão”, “A flor e o espinho” e “Folhas secas”. Fagner, um de seus parceiros, gravou “Distância” e Paulinho da Viola interpretou “Depois da vida”.
Entre suas intérpretes, Elza Soares registrou com sua voz rouca “Saudade a minha inimiga” e “Erva daninha”. Guilherme de Brito, boêmio ligado à família, compôs para o filho Juarez de Brito a canção “Herdeiro”, e “A vida”, para seu neto Guilherme Alexandre, gravada por Carlos Galhardo, além de “Nena”, para a sua esposa Artemisa Figueiredo Bollhorst. “Meus 15 anos”, dedicada à filha Diana foi gravada por Ruth Amaral, “Minha santa”, para a mãe Marieta de Brito, e “Luto”, dedicada a sua sogra d. Lica.
Entre seus vários intérpretes estão Nora Ney, a primeira a gravar “Quando eu me chamar saudade”, o amigo Cartola que gravou “Pranto de poeta”, Herculano Belém em “Corpo e alma”, João Dias interpretando “É tão triste cair”, Mara Silva em “Lenço branco”, Nuno Rolan em “Nunca te amei”, Ademilde Fonseca em “Choro do adeus”, e Carmim Murci em “A última rodada”.
No ano de 1997, a convite do produtor Rildo Hora, participou do CD “Casa de samba volume 2”, disco no qual fez dueto com Fagner. No ano seguinte, a BMG lançou o CD “Chico Buarque de Mangueira”, no qual o cantor interpretou “Folhas secas”.
Participou, em fevereiro de 2000, ao lado de Leny Andrade, Gilson Peranzzetta, Beto Cazes e Juarez de Brito, de um dos quatro blocos da série de espetáculos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em homenagem aos 90 anos de Nelson Cavaquinho, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin. Ainda em 2000, foi inaugurado, na cidade de Conservatória, o Museu Guilherme de Brito, Nélson Gonçalves, Silvio Caldas e Gilberto Alves, em homenagem aos quatro grandes nomes da música popular brasileira. Neste mesmo ano de 2000, sua composição “Folhas secas” foi incluída na coletânea “100 anos de música brasileira”, produzida por Ricardo Cravo Albin para a EMI-Music. No ano seguinte, com Marcos Sacramento, apresentou o show Homenagem a Nelson Cavaquinho, no projeto “Galeria dá Samba”, do Teatro da Galeria, no Rio de Janeiro. Ainda nesse ano, o cineasta André Sampaio começou a filmagem de um documentário sobre o compositor. Também em 2001, lançou, pela gravadora paulista Lua Discos, o CD “Samba guardado”, no qual interpretou várias de suas composições: “A canoa virou” e “A vegetariana”, ambas em parceria com o filho Juarez de Brito, “Pomba da paz”, “Me esquece”, “Choro do adeus” e “O bem querer”, todas em parceria com Nelson Cavaquinho, e “Cinza” (c/ Renato Gaetani e Nelson Cavaquinho), “Abismo” e “Jogo desonesto”, esta última em parceria com Nelson Sargento. O disco contou com as participações especiais de Cássia Éller em “Erva daninha” (c/ Nelson Cavaquinho) e de Luiz Melodia em “Maria”. Ainda em 2001, Nelson Sargento, Soraya Ravenle e grupo Galo Preto apresentaram no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, o show “O Dono das calçadas”, em homenagem a Nelson Cavaquinho. Foram incluídas várias parcerias de ambos. Nesse mesmo ano, o grupo lançou o disco “O dono das calçadas”, que trouxe, entre outras: “Minha honestidade vale ouro” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito), “A flor e o espinho” (Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e Alcides Caminha) e “Pranto de poeta” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito). Beth Carvalho apresentou, no Teatro Rival, o show “Nome sagrado”, em homenagem a Nelson Cavaquinho. No mês seguinte, outubro de 2001, a cantora lançou o disco “Nome sagrado – Beth Carvalho canta Nelson Cavaquinho”. Com 20 composições de Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho fez uma releitura da obra do compositor e incluiu, entre outras, “Minha festa” (c/ Guilherme de Brito), “A flor e o espinho” (c/ Guilherme de Brito e Alcides Caminha), “Nome sagrado” (c/ Guilherme de Brito e José Ribeiro). Neste mesmo disco, Guilherme de Brito fez uma participação especial na faixa “Pranto de poeta”, de sua autoria, em parceria com Nelson Cavaquinho.
Em 2002 foi lançado o livro “Velhas histórias, memórias futuras” (Editora Uerj) de Eduardo Granja Coutinho, livro no qual o autor faz várias referências ao compositor.
No ano de 2003, o grupo Tira Poeira regravou “Folhas secas”. Neste mesmo ano, lançou o CD “A flor e o espinho” com composições inéditas e regravações de alguns de seus muitos sucessos. Acompanhado do grupo Trio Madeira Brasil (Marcelo Gonçalves: violão sete cordas; José Paulo Becker: violão e Ronaldo do Bandolim: bandolim), o disco contou com as participações especiais de Beth Carvalho, na faixa “Folhas secas” (c/ Nelson Cavaquinho), e Fagner, na faixa “Distância” , em parceria com o próprio. Ainda foram incluídas “Quando eu me chamar saudade”, “Minha festa”, “O dono das calçadas”, “Garça”, “Pranto de poeta”, a inédita “Meu violão” e a faixa-título “A flor e o espinho”, em parceria com Nelson Cavaquinho e Alcides Caminha. Neste mesmo ano, foi lançado o livro “Luto e melancolia na música popular brasileira”, de José Novaes, no qual o autor cita várias vezes muitas composições de Guilherme de Brito em parceria com Nelson Cavaquinho. O livro foi lançado no Bar Bip Bip, em Copacabana, e contou com a presença de vários artistas citados: Guilherme de Brito, Beth Carvalho e Cristina Buarque, entre outros. Ainda em 2003, Eliane Faria incluiu “Folhas secas” (c/ Nelson Cavaquinho) no CD “Alma feminina”, lançado pelo selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin).
No ano de 2004 o disco “A flor e o espinho” (c/ Trio Madeira Brasil) foi indicado para o Prêmio Tim na categoria “Melhor Disco de Samba”. Neste mesmo ano, apresentou-se na Toca do Rato, roda de samba organizada pelo compositor Ratinho, de quem também é parceiro em músicas ainda inéditas. Neste mesmo ano, Beth Carvalho, com a participação especial do violinista francês Nicolas Krassik, incluiu “Folhas secas” no DVD “Beth Carvalho – a madrinha do samba”, gravado ao vivo no Canecão, no Rio de Janeiro.
No ano de 2007, pela gravadora Atração Fonográfica, lançou o CD “Folhas secas”, produzido por Katsunori Tanaka e Henrique Cazes, no qual interpretou as composições autorais “Delírio” (c/ Alcyr Píres Vermelho), “Intriga” (c/ Monarco), “Eu vou me abandonar” (c/ Tito Madi), “Encontro marcado” (c/ Nelson Cavaquinho), “Tua saudade” (c/ Umberto Silva), “Canção pra Conservatória” (c/ Tito Madi), “Miragem” (c/ Nelson Cavaquinho), “Quando eu me chamar saudade” (c/ Nelson Cavaquinho), “Palco vazio” (c/ Nelson Cavaquinho), “A noite de nós dois” (c/ Sassaga), “Aquele despertar” (c/ Juarez de Brito) e a faixa-título “Folhas secas”, em parceria com Nelson Cavaquinho). No disco contou com acompanhamento de Rafael Rabello (violão de sete cordas), Paulão (violão de seis cordas), Cláudio Jorge (violão de seis cordas), Henrique Cazess (cavaquinho e violão tenor), Beto Cazes (pandeiro), Mestre Marçal (cuíca e tamborim), Luna (surdo), Chiquinho (acordeon), Paulo Sérgio Santos (clarinete e sax soprano), Joel Nascimento (bandolim), Zeca Assumpção (baixo) e coro integrado por Nélson Sargento, Paulão Sete Cordas, Dinorah, Clarice e Beto Cazes.
Lançado no ano de 2011 pelo Selo Discobertas, do pesquisador Marcelo Fróes, em convênio com o Selo ICCA (Instituto Cultural Cravo Albin), o box “100 Anos de Música popular Brasileira” é integrado por quatro CDs duplos, contendo oito LPs remasterizados. Inicialmente os discos foram lançados no ano de 1975, em coleção produzida pelo crítico musical e radialista Ricardo Cravo Albin a partir de seus programas radiofônicos “MPB 100 AO VIVO”, com gravações ao vivo realizadas no auditório da Rádio MEC entre os anos de 1974 e 1975. Beth Carvalho interpretou no CD volume 7 as faixas “Folhas secas” (c/ Nelson Cavaquinho) e “A flor e o espinho” (c/ Nélson Cavaquinho e Alcides Caminha).
Em 2016 o cantor paulistano Rômulo Fróes lançou em homenagem ao compositor mangueirense Nelson Cavaquinho, pelo Selo Sesc, o CD “Rei Vadio”, no qual interpretou 14 composições, destacando-se a faixa “Mulher sem alma”, parceria com Nelson Cavaquinho.
No ano de 2019 Maria Bethânia regravou “A flor e o espinho” (c/ Nelson Cavaquinho e Alcides Caminha) para o projeto musical “Mangueira – A Menina dos Meus Olhos”, lançado em CD neste mesmo ano. No ano seguinte, em 2020, a cantora e compositora Rosa Passos lançou, pelo selo digital Tratore o single “From Paulelli to Rosa Passos”, no qual regravou “Folhas secas”, parceria com Nelson Cavaquinho.
(playlist)
(c/ Trio Madeira Brasil)
(c/ Trio Madeira Brasil)
(participação)
(participação)
(1 faixa)
(vários)
(participação)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.
ALBIN, Ricardo Cravo. O Livro de Ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A., 2003.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
CABRAL, Sérgio. Elizeth Cardoso – uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.
MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.
NOVAES, José. Luto e melancolia na música popular brasileira. Rio de Janeiro: Editora Intertexto/Oficina do Autor, 2003.
Seu Guilherme ou ainda… Guilherme de Brito, o “Homem de Branco”, conhaque e cigarro na mão.
Ex-mandarim das máquinas de calcular.
Cheio de sambas guardados em seus alfarrábios-pretos, prenhe de letras e poemas batidos à máquina antiga ou escritos à mão trêmula.
Boêmio ligado à família compôs para mãe, esposa, sogra, filho, filha e neto. Pintor de acordes afiados faz a poesia se unir à melodia e sambar com a linguagem no dia a dia.
letrista refinado desencravou zil vezes o pote da ponta do arco-íris os versos universal… que servem para qualquer povo, em qualquer época: “Tire o seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor”, considerado um dos mais bonitos do cancioneiro popular, podendo ser perfilado com o de Orestes Barbosa “Tu pisavas nos astros distraída” ou de qualquer outro grande poeta como Bandeira, Drummond ou Vinicius.
Sinestésico, põe melodia nos quadros e cores nas harmonias de suas composições, que na maioria das vezes, prefere dividi-las irmanamente com seus diversos parceiros, que reza a lenda… mais parece a Via-Láctea, pela quantidade e qualidade dos astros. Memória embaçada recorre à Dona Nena para lembrar algum samba ou parte da letra de alguma valsa antiga.
Recebeu flores em vida quando, ao lado de outras quatro grandes estrelas, virou museu na cidade de Conservatória. Isto para que as novas gerações desfrutem de todo o seu legado de inspiração, pois nem todos terão o prazer e a chance de ser seu contemporâneo e alguns, mais privilegiados como eu, amigo e vizinho da Dona Nena e do Seu Guilherme, em Brás de Pina, subúrbio do Rio de Janeiro.
Euclides Amaral
(poeta-letrista)