
Compositor. Cantor. Radialista.
Desde criança gostava de recitar versos, recebendo como cachê doces, queijo e requeijão. Seu primeiro instrumento musical foi uma gaita de boca que ganhou do pai. Mais tarde aprendeu a tocar cavaquinho e violão. Formou duplas com Anterino Coutinho, depois com o irmão Nelson, Geraldo Telles e, finalmente, com o outro irmão José, animando festas na região em que nasceu.
Formou dupla com Miguelinho. Apresentaram-se no programa de rádio de Pedro Tomaz Olivieri, o Compadre Formiga, em Patos de Minas. Em 1953, mudou-se para Goiânia, formando o Trio da Amizade, que fez apresentações diárias na Rádio Brasil Central. Foram os primeiros artistas de Goiás a gravar discos. Em 1955, lançaram a guarânia “Brasília” e a marcha campeira “Motorista de Goiás”. Em 1956, lançaram outro disco cantando a toada “Milagres de Trindade” e a marcha campeira “São Paulo não pode parar”. Em fins de 1955, fixou-se em São Paulo, atuando durante algum tempo com o Trio Mineiro, com quem gravou diversos discos em 78 rpm. O primeiro disco surgiu em 1959 com o rasqueado “Capricho”, de sua parceria com Arlindo Pinto, e o valseado “Coisas da vida”, com Mineirinho. Apresentaram-se durante uma temporada na Rádio Nacional de São Paulo nos programas de Nhô Zé. Mais tarde transferiu-se para a Rádio Bandeirantes, onde foi contratado como apresentador de programas. O primeiro programa que apresentou foi “Maiador da fazenda”, de Zacarias Mourão. Lançou, posteriormente, o programa “Choupana do Goiá”. Foi substituto eventual do Capitão Balduíno e do Comendador Biguá nos programas “Brasil caboclo” e “Serra da Mantiqueira”. Permaneceu na Rádio Bandeirantes até meados de 1961, tendo músicas suas gravadas por diversos artistas, entre os quais Pedro Bento e Zé da Estrada, Liu e Léu, Irmãs Galvão, Zilo e Zalo, Caçula e Marinheiro, Tibagi e Miltinho, Milionário e José Rico, Chitãozinho e Xororó e Sérgio Reis. Foi trabalhar na Rádio Nove de Julho, onde ficou por dois anos, tendo feito ainda uma curta temporada com Zacarias Mourão na Rádio Excelsior. Apresentou-se ainda como free-lancer na Rádio Nacional de São Paulo no programa “Biá e seus Batutas”, passando depois a dedicar-se apenas às composições. Em 1974, Chitãozinho e Xororó lançaram LP intitulado “Caminhos de minha infância”, título de uma composição de Goiá, gravada naquele mesmo disco, que continha ainda “Saudade de Goiás”, “Baile do adeus” e “Carrossel da vida”, esta em parceria com Geraldo Meirelles. Em 1979, escreveu a trilha sonora do filme “A vingança do Chico Mineiro”.
Em 1980, “Saudade da minha terra” foi regravada por Milionário e José Rico no disco “Estrada da vida”.
Um de seus maiores sucessos foi “Saudades da minha terra”, feita em parceria com Belmonte e gravada inicialmente por Belmonte e Amaraí e regravada, em 1996, por Chitãozinho e Xororó no CD “Clássicos sertanejos”. Morreu precocemente vítima de doença hepática. Em 2006, foi homenageado pelo cantor Sérgio Reis, através do CD “Tributo a Goiá”, lançado pela Unimar Music . O disco foi produzido por Marco Bavini, e teve direção artística de Marco Bavini e Paulo Reis. Nesse trabalho foram interpretadas as faixas “Caminho de minha infância”, “Aurora do mundo”, “Esquina do adeus” e “Canção do meu regresso”, todas de Goiá; além de “Gente de minha terra”, de Goiá e Amir de Mello; “Recordação”, de Goiá e Waldemar Franceschi; “Tardes morenas de Mato Grosso”, de Goiá e José Rodrigues de Carvalho; “Campos amados de Coromandel”, de Goiá e Waldemar Franceschi; “Ponte da vida”,de Goiá e Dionilde da Silva; “Retalho de saudade”, de Goiá e Francisco Antônio do Carmo, e “Saudade da minha terra”, de Goiá e Pascoal Todarello.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
LUNA, Paulo. “Dos braços dessa viola à dissonância de uma guitarra: A tensão entre tradição e modernidade na música caipira e sertaneja”. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2005.