Cantor. Compositor. Instrumenstista.
Desde a infância demonstrou interesse pela música fazendo apresentações familiares. Aos 13 anos cantou em público pela primeira vez no colégio Pio X em Olinda. Aos 17 começou a estudar violão. Nesse período fez sua primeira composição, “Tiro errado”, que não chegou a ser gravada.
Em 1944 começou a atuar no programa “Divertimentos Guararapes”, produzido por Ziul Matos na Rádio Clube de Pernambuco, onde tocava violão e cantava toadas e cantigas de caráter regional. Fez parte dos conjuntos vocais Titulares do Ritmo, Os Boêmios e do Conjunto Paraguaçu. Em 1949 participou da inauguração da Rádio Jornal do Comércio. Em 1951 atuou na inauguração da Rádio Tamandaré. Em 1952 foi para o Rio de Janeiro, onde passou a atuar. Em 1954 teve a toada “Prece ao vento”, parceria com Alcir Pires Vermelho e Fernando Luiz, gravada na Continental pelo Trio Nagô, que passou a ser, a partir de então, um clássico da MPB, muitas vezes até confundida com a excepcional obra praieira de Dorival Caymmi. No mesmo ano passou a atuar na Rádio e na Televisão Tupi. Em 1955 gravou na Mocambo seu primeiro disco, interpretando de sua autoria o baião “Pregões do Recife” e a canção “Morena praieira”. No mesmo ano gravou o xote “Casamento aprissiguido”, de Rui Morais e Silva. Por essa época fez excursões ao Norte e Nordeste do país, atuando em rádios, tvs e clubes, cantando e contando histórias de humor. Em 1956 gravou na Columbia o samba “Maracangalha”, de Dorival Caymmi e o xote “Samba de brejo”, de Rui Morais e Silva. No mesmo ano o Trio Nagô gravou na Continental, de sua autoria, a toada “Mocambo de paia”. No ano seguinte, gravou de Manezinho Araújo o samba “A nega do doce”. No ano seguinte teve o xote “Quem é que vai”, gravado por Jair Alves na RCA Victor. Em 1958 gravou da dupla Venâncio e Corumba o xote “Ação de despejo” e a toada “Saudade não mata ninguém”. No mesmo ano lançou o LP “Encantos do Nordeste”, com contracapa assinada por Luís da Câmara Cascudo. Na mesma ocasião ingressou como membro-titular na Sociedade Brasileira de Folclore. No ano seguinte gravou os frevos “O boteco da Otília” de Valter Levita e Orlando Trindade e “Eu quero cafuné”, de sua autoria e Oldemar Magalhães. Em 1960 passou a gravar na RCA Victor onde registrou de sua autoria o coco “Riqueza de pescador” e de sua parceria com Oldemar Magalhães, o baião “Fé em Deus”. Ganhou do Jornal Diário da Noite, medalha de ouro como melhor cantor de folclore. Pelo mesmo motivo ganhou o prêmio Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Em 1975 teve lançado pela Rozenblit um LP com seus maiores sucessos. Trabalhou como apresentador e também como produtor na Rádio Nacional de Brasília. Ao longo da carreira gravou cerca de seis LPs. Em 1994 teve a música “O meu país”, parceria com Orlando Tejo e Livardo Alves, gravada por Flávio José no LP “Nordestino lutador”. Em 2000 a mesma composição foi regravada por Zé Ramalho no CD duplo “Nação nordestina”.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.