
Compositor. Produtor.
Em 1938 mudou-se para o Rio de Janeiro. Em 1942, ingressou na UBC, da qual ocupou entre outros, o cargo de conselheiro. Em 2009, concedeu entrevista publicada na revista da UBC entidade da qual há dez anos é presidente do conselho fiscal.
Com um repertório predominantemente romântico, compôs boleros, samba-canção, fox, mambo, samba e rumba. Um de seus principais parceiros foi Lourival Faissal, com quem compôs mais de vinte músicas. Entre outras, o bolero “Covarde”, o mambo “A louca”, o bolero “Intenção”, o ragtime “Ano novo, ano bom” e a marcha “Nosso Natal”.
Entre seus intérpretes estão Emilinha Borba, Marlene, Gilda de Barros, Alzirinha Camargo, Ângela Maria, Carlos Galhardo, Adelaide Chiozzo e Ellen de Lima, entre outros.
Em 1952, Carlos Galhardo gravou na RCA Victor a valsa “Mãezinha querida”, pioneira nas homenagens às mães e que se tornou um clássico do cancioneiro popular e que vendeu cerca de 6 milhões de cópias ao longo dos anos com diferentes intérpretes. Sobre essa composição o autor contou em entrevista que na época, ia de bonde da Penha onde morava até o centro do Rio de Janeiro quando leu na revista Seleções que naquele ano pela primeira vez no Brasil se comemoraria o Dia das Mães. Teve então a idéia de fazer a música e dá-la a Carlos Galhardo para gravar. A última gravação dessa composição foi feita em 1979 por Angela Maria e Agnaldo Timóteo e vendeu 2,6 milhões de cópias o que somado ao que já vendera anteriormente elevou a soma total a mais de 10 milhões de discos vendidos desde o seu lançamento. Com o sucesso alcançado foi contratado pela RCA Victor. Pouco depois passou a trabalhar na nascente televisão e tornou-se produtor do programa “Espetáculos Tonelux” que foi líder de audiência na TV Tupi tendo à frente a vedete Virgínia Lane.
No mesmo ano, Linda Batista gravou também na RCA o samba-canção “Divórcio”, parceria com Lourival Faissal. Em 1953, Fafá Lemos gravou pela RCA o baião “ABC do amor”, parceria com Augusto Alexandre, Gilberto Milfont gravou o samba-canção “Confissão” e Francisco Carlos o samba-canção “Primeiro amor” e o samba “A saudade eu vou levar”, os três da parceria com Lourival Faissal. No mesmo ano, Carlos Galhardo gravou a valsa “Tanta mentira” parceria com Mário Lago e Emilinha Borba e Trio Madrigal gravaram o mambo “É o maior”, parceria com Bené Alexandre.
Em 1954, Orlando Melo gravou pela Odeon, de sua parceria com Lourival Faissal, a toada “A canção do Jerônimo”, abertura da famosa novela de rádio “Jerônimo, o herói do sertão” e o baião “Apanha flor, sá Nanci”. No mesmo ano Nelson Gonçalves gravou na RCA Victor o samba-canção “Como eu previa”, parceria com Lourival Faissal. Em 1955, Jorge Veiga gravou de sua parceria com Lourival Faissal o “Hino da torcida do Flamengo” e Chiquinho do Acordeom o bolero “Horas íntimas”, parceria com Oscar Maneck.
Em 1956, o Trio Itapoan gravou o beguine “Praia Vermelha”, com Lourival Faissal, Hélio Chaves gravou na Mocambo o samba “Este é o samba”, parceria com Almeida Batista e Gilberto Milfont na Continental o fox trot “Até a lua se escondeu”. Em 1957, Cauby Peixoto gravou o samba-canção “Onde ela mora”, com Lourival Faissal, e o bolero “O louco”. No mesmo ano, Adelaide Chiozzo gravou a marcha “Tua companhia” e os Vocalistas Modernos o bolero “Covarde”, ambos com Lourival Faissal.
Em 1958, Emilinha Borba gravou na Continental “Botões de laranjeira”, parceria com Lourival Faissal. Ângela Maria pela Copacabana gravou o samba-canção “Voltei”, parceria com Irani de Oliveira e Gilda de Barros pela Sinter o fox “Trágica mentira”, parceria com Ilza Silveira. Em 1959, Os Cariocas gravaram pela Columbia o “Cha cha cha baiano” e Agnaldo Rayol regravou na Copacabana o bolero “Trágica mentira”.
Em 1960, Carlos Galhardo gravou pela RCA Victor o samba-canção “Presença viva do amor”, com Lourival Faissal, e o Trio Nagô gravou também na RCA o samba “Meu apelo”, parceria com Irani de Oliveira. No mesmo ano, o palhaço de circo Carequinha gravou na Copacabana o fox “É mamãe”, parceria com Irani de Oliveira. Em 1961, Leo romano gravou na Odeon o bolero “Aliança”. No mesmo ano produziu e compôs com Hamilton Sbarra as músicas para o disco “Carequinha no Parque Xangai”, que foi um grande sucesso. Em 1962, Ellen de Lima gravou na RCA Victor o samba-canção “Meu amor lhe acompanhará” e Carlos Galhardo o bolero “Tu e eu”, parceria com Irani de Oliveira.
Em 1963, Dalva de Andrade gravou na odeon o bolero “Cigana”. Teve mais de 50 composições gravadas. Atuou durante trinta anos como produtor e diretor de televisão, tendo trabalhado nas TVs Tupi, Excelsior e Globo. Compôs vinheteas e jingles. Compôs cerca de 400 músicas.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.