
Compositor. Cantor. Instrumentista.
Embora nascido e criado no bairro de Madureira, tradicionalmente vinculado ao samba, no fim dos anos 1950 tornou-se admirador do rock norte-americano, principalmente Elvis Presley e Little Richard.
Começou as suas atividades artísticas dublando astros norte-americanos como Frank Sinatra, Sammy Davis Jr., Louis Armstrong, entre outros. No início da década de 1960 passou a atuar como violonista amador nas rádios Mayrink Veiga, Tupi e Mundial. Nessa época formou com o vocalista Pedro Paulo e Jocelin Braga o conjunto Wonderful Boys. Em 1961, conheceu Roberto e Erasmo Carlos num programa de rádio, logo enturmando-se com o pessoal da Jovem Guarda. Tornou-se assistente de produção do Renato e Seus Blue Caps e firmou-se como um dos compositores favoritos de Roberto Carlos no início de carreira. Seu primeiro e maior sucesso como compositor foi “Negro gato”, gravado por Renato e Seus Blue Caps em 1963. A canção foi gravada por Roberto Carlos três anos depois. É também a sua música mais gravada, merecendo versões posteriores de Erasmo Carlos, Marisa Monte e Luís Melodia, entre outros. Em 1965, Renato e seus Blue Caps gravou “Esqueça e perdoe”, e Roberto Carlos “Noite de terror”, ambos na CBS. Em 1966 compôs “O homem triste”, parceria com J. V. Rosa Júnior, gravada por Eduardo Araújo na CBS. No mesmo ano, obteve muito sucesso com as composições “O feio”, parceria com Renato Barros, e “Pega ladrão”, ambas gravadas por Roberto Carlos no LP “Jovem guarda”. A partir de 1967, passou a trabalhar como assistente musical de Carlos Manga nos programas da Jovem Guarda, comandados por Roberto Carlos na TV Record, tornando-se também representante da APA Produções Artísticas, responsável pelos contratos de Roberto Carlos e outros artistas do movimento. No ano seguinte, participou como diretor musical do filme “Jovens pra frente”, do diretor Alcino Diniz, no qual atuaram Rosemary, Oscarito e Jair Rodrigues. No mesmo ano teve a música “Toque pra frente”, gravada por Wanderléia na CBS. Em 1970, Renato e seus Blue Caps gravou “Meu amigo do peito”, em LP pela CBS. Um dos poucos negros a participar ativamente do movimento Jovem Guarda, teve como seus maiores intérpretes Roberto Carlos e Renato e Seus Blue Caps. Com o declínio da Jovem Guarda, afastou-se da carreira artística. Seus sucessos são sempre regravados. “Quase fui lhe procurar”, por exemplo, composição de 1968, foi regravada em 1995 por Roberto Carlos e em 1997 por Luís Melodia.
Em 2002, foi homenageado com um CD tributo “O pulo do negro gato” no qual Erasmo Carlos, Léo jaime, Renato e seus Blue Caps, Fagner, Leno, Almir, Golden Boys e Jerry Adriani relembraram seus sucessos, entre as quais, “Negro gato”, “Pega ladrão”, “O tempo vai apagar” e “O feio”. O CD é encerrado com sua interpretação para o tango-rock “Coração embalsamado”, de sua autoria. Em 2002, o sanfoneiro Zé da Onça, gravou “Negro Gato”, no CD “Forró du Zé da Onça – Zé da Onça e sua gente/40 anos de forró”, recriando o hit com características do gênero. Em 2008, apresentou, na quadra do G.R.E.S. Império Serrano, em Madureira, (RJ) o show “A Noite do Negro Gato”, em que recebeu amigos como Gerson King Combo, Lilian Knapp e Michel Sullivan, entre outros. Em 2018, pouco depois de completar 80 anos de idade, lançou no Teatro Ipanema o CD “As Histórias de Getúlio Côrtes” seu primeiro como cantor e no qual, ao lado dos músicos Marcelo Callado, Benjão, Melvin e André Paixão, interpretou composições de sua autoria como “Atitudes”, “Eu preciso ser feliz” e “Hei você”, entre outras. No mesmo ano, começou a ser filmado por Bernardo Vilhena um documentário sobre sua carreira. Em nota no jornal O Globo, assim disse Bernardo: “O rock ficou muito embranquecido por aqui. Mas o pioneiro, negro, está vivíssimo aos 80 anos”.