Cantor. Compositor.
Filho de um policial militar.
Irmão de Getúlio Côrtes (compositor de “Negro gato” gravado por Roberto Carlos e por Luiz Melodia), por essa razão, no início da carreira assinava Gerson Cortes, chegando a gravar um compacto duplo com esse nome.
Foi coroinha da igreja São Luiz Gonzaga, em Madureira, subúrbio carioca.
Aos 17 anos, trabalhou como mímico na Rádio Mayrink Veiga.
Trabalhou, também, como dublador no programa “Hoje é Dia de Rock!”, de Jair de Taumaturgo. Logo depois, passou a atuar como dançarino, fazendo par com Angélica Maria Galhardo, que mais tarde tornou-se sua esposa e com a qual teve um filho. Pouco tempo depois, seu irmão Getúlio Côrtes o convidou a trabalhar como coreógrafo do programa “Jovem Guarda”, apresentado por Roberto Carlos. Mais tarde, foi convidado por Chacrinha para coreografar a dança das chacretes.
Seu nome artístico deve-se ao fato de ser admirador do grupo de jazz americano King Curtis Combo.
No início dos anos 2000, segundo Sir Dema (Dj, produtor e pesquisador da black music), houve uma “Sessão Solene Em Homenagem aos 30 Anos da Black Rio”, na qual estavam presentes Gerson King Combo, Mr. Funky Santos, Don Filó, Fernando (Presidente do Fã Club James Brown), Sandra de Sá, Barrozinho, Rômulo Costa e Mr. Paulão da Equipe Black Power.
Em 2016 sua composição “Mandamentos Black” foi trilha do videoclipe promocional do seriado da NetFlix “Get Down”, que documentou o início do hip hop nos Estados Unidos.
Faleceu em decorrência de complicações da diabetes.
Em 2021 estreou no “Festival Visões Periféricas”, o documentário “Trem do Soul”, de Clementino Júnior. Com produção de Márcio Januário, produção executiva de Jusele Sá e Julia Pacheco, direção de fotografia de Robson Maia, roteiro de Milena Manfredini e trilha musical, composição e arranjos de Jonathan Ferr. Com pesquisa musical e iconográfica de Ana Theresa de Andrade Barbosa, André Diniz, Jorge Luiz Barbosa e Zezzynho Andrade e cenas adicionais de bailes cedidas pelo Acervo CULTNE, no média-metragem foram entrevistados ícones do movimento jovem, preto e periférico do Rio de Janeiro da década de 1970, tais como Sandra de Sá, DJ Nenén, Dom Filó, Carlos Dafé, entre outros, além do próprio Gérson King Combo, considerado um dos pilares deste movimento musical carioca.
Em 2023 estreou o documentário em longa-metragem “Gerson King Combo – O Filme”, documentário retratando a vida e a obra do “Rei da Black Music Brasileira”, em duas sessões, a primeira no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, no bairro da Consolação, em São Paulo, e a segunda no Estação NET Botafogo, no Rio de Janeiro. O filme, de David Obadia e Mauricio Eiras, com direção geral de David Obadia e Belisário Franca, foi produzido pela Digi2 & Giros, contou com entrevistas de Elza Soares, Seu Jorge, Marcelo D2, Fernanda Abreu, Alcione, Mr. Catra, Serjão Loroza, Dj Marlboro, Dom Filó, Mr Funky Santos, Paulão Black Power, Lecy Brandão, Simoninha, Max de Castro, Jair de Oliveira, Zezé Motta, Gog, Rappin Hood, Thaíde e Carlos Dafé.
No ano de 1970, gravou o LP “Brazilian Soul – Gérson Combo e A Turma do Soul”, lançado pela gravadora Polydor. O disco, com a participação especial do grupo Os Diagonais, contou com arranjos do maestro Waltel Branco, sendo incluídas as faixas “Mulher Rendeira” (Volta Seca), “Juliana” (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), “Fiz A Cama Na Varanda” (Dilú Mello), “Aos Pés Da Santa Cruz” (Marino Pinto), “Quero Voltar Pra Bahia”, “Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda”, “Na Baixa Do Sapateiro” (Ary Barroso), “Demais”, “Ninguém Me Ama”, “Ternura Antiga”, “Xote Das Meninas” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), “Is That Law”, “Prece Ao Vento”, “Nunca Mais”, “Mal Me Quer”, “Jardineira”, “Teu Cabelo Não Nega”, “As Pastorinhas” (Noel Rosa e Braguinha) e “Primavera”, de Cassiano e Silvio Rochael.
No ano de 1972, depois de uma pequena estada nos Estadios Unidos, em 1972, gravou o compacto duplo “Gerson Cortes”, pela gravadora Parlophone, no qual interpretou as faixas “A poluição”, “Nunca pensei”, “Alguém no meu caminho” e “Pra lá de normal”. Neste mesmo ano, de 1972, imbuído da cultura negra americana, sua carreira tomou um outro rumo, transformando-se em um dos fomentadores do movimento Black Music, ao lado de Carlos Dafé, Don Salvador & Grupo Abolição, Hyldon, Cassiano e Os Diagonais, Tim Maia, Dom Mita, Sandra de Sá e Banda Black Rio.
No ano de 1977 gravou pela Polydor seu primeiro LP, “Gérson King Combo Volume I”, no qual incluiu “Mandamentos black” (c/ Pedrinho e Augusto César), “Just for you” (R. Combo e Mário Corrêa), “Esse é o nosso black brother” (c/ Pedrinho e Augusto César) e “Uma chance”, de sua autoria em parceria com Pedrinho e R. Combo.
Em 1978 lançou o segundo disco intitulado “Gérson King Combo Volume II”. Neste LP, lançado pela gravadora Polydor, interpretou “Pro que der e vier” (Hyldon e Pedrinho), “Good Bye” (D. Luiz e Nixon) e “Meu nome é…”, de autoria Carter e, de sua autoria: “Hey, você” (c/ Hugo Belati), “Funk brother soul” (c/ Pedrinho), “Tenho um vulcão dentro de mim” (c/ Messias) e “É melhor pra nós dois”, em parceria com R. Combo. O disco ainda contou com a participação do conjunto Super Bacana, muito importante na época como fomentador do movimento nos bailes cariocas.
Em 1986 gravou o disco “Mão Branca”.
Lançou 18 discos, sendo três LPs, seis compactos duplos e nove compactos simples.
Com o fim da movimento black music, afastou-se da vida artística e passou a trabalhar como Coordenador de Eventos de uma fundação para crianças carentes e excepcionais, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
No ano 2000 a produtora Elza Cohen o inseriu novamente no mercado musical, produzindo shows e apresentações do cantor em vários locais, como a “Feira Zoeira”, na Lapa no Rio de Janeiro e no “Lounge do Free Jazz”, de São Paulo. Por essa época, gravou com o grupo de rap Artigo 288. Logo depois, ao lado de Cassiano, Tim Maia, Farofa Carioca e Ed Motta, participou da coletânea “Soul Brasileiro”, da gravadora Universal. Neste CD, compilação dos acervos das gravadoras PolyGram e Universal Music, interpretou “Andando nos trilhos”, de sua autoria em parceria com R. Combo e Augusto César.
Em 2001 fez duas participações especiais nas faixas “A mina lá da rua” (Ciro Cruz) e “Quem sabe” (Paulinho Black e Gérson King Combo), ambas no disco “Dançar é bom”, CD de estréia da banda carioca Clave de Soul. Neste mesmo ano, a convite de Paula Lima, participou do CD “É isso aí”, disco da cantora paulista lançado pelo selo Regata. Ainda neste ano, o titã Charles Gavin relançou, através da coleção “Samba Soul”, da gravadora Universal, um CD com seus dois primeiros discos. Neste mesmo ano de 2001 lançou pela gravadora Continental o disco “Mensageiro da Paz”, que contou com a participação de Sandra de Sá na faixa-título, do grupo Cidade Negra na música “Força e poder” e do grupo Clave de Soul em “Não avance o sinal”. Das 13 músicas do disco, algumas são regravações: “Mandamentos black”, “Funk bhoter soul” e “Uma chance”. As inéditas são “Eu soul”, “Brigas” e “Tudo é possível”, entre outras.
Em 2002 participou do show “Sandra de Sá convida” Gérson King Combo, Banda Black Rio, Luciana Mello, Seu Jorge e Rappin Hood, Canecão. Neste mesmo ano, foi o padrinho do show “A noite da música negra carioca”, pelo projeto “Novo Canto”, no qual apresentou os novos talentos Marko Andrade e Lúcio Sherman. O show foi apresentado no Espaço Sesc de Copacabana, com direção e roteiro de Euclides Amaral e Sergio Natureza. Ainda neste ano, participou como convidado do grupo mineiro Berimbrown no “Projeto Conexão Telemig Celular de Música”, apresentado noTeatro Rival, no Rio de Janeiro.
Em 2003 o rapper Marcelo D2 incluiu no disco “À procura da batida perfeita”, pela Sony, sua composição “Mandamentos black”. Neste mesmo ano, participou de inúmeros shows, entre eles, “Carlos Dafé Convida” (c/ Preta Gil, Cidade Negra, Copa 7, Sandra de Sá, Dhema, Euclides Amaral, Lúcio Sherman e Marko Andrade), no Teatro Rival BR. Apresentou o show-baile “Gérson King Combo Convida”, no qual contou com a participação de Paula Lima, Sandra de Sá, Lúcio Sherman, Hildon, Limousine Negra, Carlos Dafé a da banda Clave de Soul.
Em 2004 foi um dos convidados de Carlos Dafé nos shows de segundas-feira na Dandi Brasil, em Ipanema. No ano seguinte, em 2005 foi um dos convidados da Banda Black Rio no Teatro Odisséia, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.
Em 2012 ao lado da banda Supergroove e da cantora Lady Zu, apresentou-se em show no Teatro Rival Petrobras, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro.
No ano de 2013, ao lado de Carlos Dafé e Hyldon, desfilou no sétimo carro do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela, na Marquês de Sapucaí, em decorrência do enredo da escola que homenageou os bailes e o gênero musical “Black music”, dos quais é um dos principais formatadores no Brasil. Neste mesmo ano foi o convidado especial da banda de soul music Funk!Nos!, em show no Studio RJ, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ainda em 2013, com Roberta Espinosa e Marquinho O Sócio, foi um dos convidados de Carlos Dafé no show de aniversário do amigo no Teatro Rival Br, no Centro do Rio de Janeiro, no qual foram acompanhados pela Banda Real Dance. Neste mesmo ano de 2013 ao lado de Carlos Dafé, Hyldon, Paulo Diniz, Tony Tornado, Lady Zú, Luís Vagner e Di Melo foi um dos convidados da Banda Black Rio em show no palco da Praça das Artes, na Estação República, do Metrô, no centro de São Paulo. Ainda em 2013 fez show no Teatro Rival BR, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, no qual recebeu diversos convidados especiais. Na ocasião, foi feita a gravação do DVD ao vivo.
Em 2016 apresentou-se no projeto “Somos Soul”, da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro, como convidado especial da cantora e compositora Lady Zu, com a qual dividiu a interpretação de clássicos do gênero como “Mandamentos black”, de sua autoria.
Em 2019, ao lado de Hyldon e Carlos Dafé, participou do show de lançamento do CD da banda paulistana Black Mantra, no teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Neste mesmo ano, de 2019, fez o show “Gérson King Combo Live” no Centro da Música Carioca Artur da Távola, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, acompanhado por três backing vocais, um guitarrista e um DJ, no qual interpretou, entre outras, “Uma Chance” (Gerson king Combo e Pedrinho da Luz); “Funk Brother Soul” (Gerson King Combo e Pedrinho da Luz); “Jingle Black” (Gerson king Combo e Pedrinho da Luz); “Rational Culture” (Tim Maia); “Sossego” (Tim Maia); “Falando do Brown” (Gerson king Combo); “I Feel Good” (James Brown); “Hora da União” (Toto); “Mandamentos Black” (Gerson king Combo, Pedrinho da Luz e Augusto Cézar) e “Good Bye” (Dom Luz e Nixon). O show foi transmitido pela TV Brasil, pelo programa “Todas as Bossas”, apresentado pela jornalista Bia Aparecida.
No ano de 2024 foi lançado, pelo Selo CopaSoul Disco e com distribuição pela Tratore, o EP póstumo intitulado “Vai enganar carácolis”, com apenas uma faixa, composta em parceria com Heitor Nascimento e o rapper paulistano Xis. O trabalho foi produzido por Ronaldo Groove em parceria com o produtor niteroiense Gilber T, que executou sintetizador, efeitos e backing vocal, além dos músicos Dalton Madalena (flauta), Ronaldo Groove (programações) e Heitor Nascimento (guitarras), Sidney Sohn (masterização) e arte de capa por Bia Mauro.
(c/ a Banda Supergroove)
(c/ Marysa Alfaia)
(Participação Especial de Getúlio Cortes)
(c/ OSócio)
(c/ Tomba Orquestra)
(participação)
(participação)
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. MPB – A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
MALBORO, DJ. DJ Malboro por ele mesmo – O funk no Brasil. (Org: Luzia Salles). Rio de Janeiro: MAUAD Consultoria e Planejamento Editorial Ltda, 1996.
PEIXOTO, Luiz Felipe de Lima, e SEBADELLE, Zé Octávio. 1976 – Movimento Black Rio. Rio de Janeiro. Editora José Olympio, 2016.
PESSOA, Simão. Funk – A Música que bate – Uma revolução sonora que conquistou o planeta. Manaus: Coletivo Gens da Selva. Editora Valer, 2000.