5.001
©
Nome Artístico
Gérson King Combo
Nome verdadeiro
Gérson Rodrigues Côrtes
Data de nascimento
30/11/1943
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
22/9/2020
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantor. Compositor.
Filho de um policial militar.
Irmão de Getúlio Côrtes (compositor de “Negro gato” gravado por Roberto Carlos e por Luiz Melodia), por essa razão, no início da carreira assinava Gerson Cortes, chegando a gravar um compacto duplo com esse nome.
Foi coroinha da igreja São Luiz Gonzaga, em Madureira, subúrbio carioca.
Aos 17 anos, trabalhou como mímico na Rádio Mayrink Veiga.
Trabalhou, também, como dublador no programa “Hoje é Dia de Rock!”, de Jair de Taumaturgo. Logo depois, passou a atuar como dançarino, fazendo par com Angélica Maria Galhardo, que mais tarde tornou-se sua esposa e com a qual teve um filho. Pouco tempo depois, seu irmão Getúlio Côrtes o convidou a trabalhar como coreógrafo do programa “Jovem Guarda”, apresentado por Roberto Carlos. Mais tarde, foi convidado por Chacrinha para coreografar a dança das chacretes.
Seu nome artístico deve-se ao fato de ser admirador do grupo de jazz americano King Curtis Combo.

No início dos anos 2000, segundo Sir Dema (Dj, produtor e pesquisador da black music), houve uma “Sessão Solene Em Homenagem aos 30 Anos da Black Rio”, na qual estavam presentes Gerson King Combo, Mr. Funky Santos, Don Filó, Fernando (Presidente do Fã Club James Brown), Sandra de Sá, Barrozinho, Rômulo Costa e Mr. Paulão da Equipe Black Power.

Em 2016 sua composição “Mandamentos Black” foi trilha do videoclipe promocional do seriado da NetFlix “Get Down”, que documentou o início do hip hop nos Estados Unidos.

Faleceu em decorrência de complicações da diabetes.
Em 2021 estreou no “Festival Visões Periféricas”, o documentário “Trem do Soul”, de Clementino Júnior. Com produção de Márcio Januário, produção executiva de Jusele Sá e Julia Pacheco, direção de fotografia de Robson Maia, roteiro de Milena Manfredini e trilha musical, composição e arranjos de Jonathan Ferr. Com pesquisa musical e iconográfica de Ana Theresa de Andrade Barbosa, André Diniz, Jorge Luiz Barbosa e Zezzynho Andrade e cenas adicionais de bailes cedidas pelo Acervo CULTNE, no média-metragem foram entrevistados ícones do movimento jovem, preto e periférico do Rio de Janeiro da década de 1970, tais como Sandra de Sá, DJ Nenén, Dom Filó, Carlos Dafé, entre outros, além do próprio Gérson King Combo, considerado um dos pilares deste movimento musical carioca.

Em 2023 estreou o documentário em longa-metragem “Gerson King Combo – O Filme”, documentário retratando a vida e a obra do “Rei da Black Music Brasileira”, em duas sessões, a primeira no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, no Espaço Itaú de Cinema – Augusta, no bairro da Consolação, em São Paulo, e a segunda no Estação NET Botafogo, no Rio de Janeiro. O filme, de David Obadia e Mauricio Eiras, com direção geral de David Obadia e Belisário Franca, foi produzido pela Digi2 & Giros, contou com entrevistas de Elza Soares, Seu Jorge, Marcelo D2, Fernanda Abreu, Alcione, Mr. Catra, Serjão Loroza, Dj Marlboro, Dom Filó, Mr Funky Santos, Paulão Black Power, Lecy Brandão, Simoninha, Max de Castro, Jair de Oliveira, Zezé Motta, Gog, Rappin Hood, Thaíde e Carlos Dafé.

 

Dados artísticos

No ano de 1970, gravou o LP “Brazilian Soul – Gérson Combo e A Turma do Soul”, lançado pela gravadora Polydor. O disco, com a participação especial do grupo Os Diagonais, contou com arranjos do maestro Waltel Branco, sendo incluídas as faixas “Mulher Rendeira” (Volta Seca), “Juliana” (Antônio Adolfo e Tibério Gaspar), “Fiz A Cama Na Varanda” (Dilú Mello), “Aos Pés Da Santa Cruz” (Marino Pinto), “Quero Voltar Pra Bahia”, “Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda”, “Na Baixa Do Sapateiro” (Ary Barroso), “Demais”, “Ninguém Me Ama”, “Ternura Antiga”, “Xote Das Meninas” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas), “Is That Law”, “Prece Ao Vento”, “Nunca Mais”, “Mal Me Quer”, “Jardineira”, “Teu Cabelo Não Nega”, “As Pastorinhas” (Noel Rosa e Braguinha) e “Primavera”, de Cassiano e Silvio Rochael.

No ano de 1972, depois de uma pequena estada nos Estadios Unidos, em 1972, gravou o compacto duplo “Gerson Cortes”, pela gravadora Parlophone, no qual interpretou as faixas “A poluição”, “Nunca pensei”, “Alguém no meu caminho” e “Pra lá de normal”. Neste mesmo ano, de 1972, imbuído da cultura negra americana, sua carreira tomou um outro rumo, transformando-se em um dos fomentadores do movimento Black Music, ao lado de Carlos Dafé, Don Salvador & Grupo Abolição, Hyldon, Cassiano e Os Diagonais, Tim Maia, Dom Mita, Sandra de Sá e Banda Black Rio.

No ano de 1977 gravou pela Polydor seu primeiro LP, “Gérson King Combo Volume I”, no qual incluiu “Mandamentos black” (c/ Pedrinho e Augusto César), “Just for you” (R. Combo e Mário Corrêa), “Esse é o nosso black brother” (c/ Pedrinho e Augusto César) e “Uma chance”, de sua autoria em parceria com Pedrinho e R. Combo.

Em 1978 lançou o segundo disco intitulado “Gérson King Combo Volume II”. Neste LP, lançado pela gravadora Polydor, interpretou “Pro que der e vier” (Hyldon e Pedrinho), “Good Bye” (D. Luiz e Nixon) e “Meu nome é…”, de autoria Carter e, de sua autoria: “Hey, você” (c/ Hugo Belati), “Funk brother soul” (c/ Pedrinho), “Tenho um vulcão dentro de mim” (c/ Messias) e “É melhor pra nós dois”, em parceria com R. Combo. O disco ainda contou com a participação do conjunto Super Bacana, muito importante na época como fomentador do movimento nos bailes cariocas.

Em 1986 gravou o disco “Mão Branca”.

Lançou 18 discos, sendo três LPs, seis compactos duplos e nove compactos simples.

Com o fim da movimento black music, afastou-se da vida artística e passou a trabalhar como Coordenador de Eventos de uma fundação para crianças carentes e excepcionais, ligada à Secretaria de Desenvolvimento Social da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.

No ano 2000 a produtora Elza Cohen o inseriu novamente no mercado musical, produzindo shows e apresentações do cantor em vários locais, como a “Feira Zoeira”, na Lapa no Rio de Janeiro e no “Lounge do Free Jazz”, de São Paulo. Por essa época, gravou com o grupo de rap Artigo 288. Logo depois, ao lado de Cassiano, Tim Maia, Farofa Carioca e Ed Motta, participou da coletânea “Soul Brasileiro”, da gravadora Universal. Neste CD, compilação dos acervos das gravadoras PolyGram e Universal Music, interpretou “Andando nos trilhos”, de sua autoria em parceria com R. Combo e Augusto César.

Em 2001 fez duas participações especiais nas faixas “A mina lá da rua” (Ciro Cruz) e “Quem sabe” (Paulinho Black e Gérson King Combo), ambas no disco “Dançar é bom”, CD de estréia da banda carioca Clave de Soul.  Neste mesmo ano, a convite de Paula Lima, participou do CD “É isso aí”, disco da cantora paulista lançado pelo selo Regata. Ainda neste ano, o titã Charles Gavin relançou, através da coleção “Samba Soul”, da gravadora Universal, um CD com seus dois primeiros discos. Neste mesmo ano de 2001 lançou pela gravadora Continental o disco “Mensageiro da Paz”, que contou com a participação de Sandra de Sá na faixa-título, do grupo Cidade Negra na música “Força e poder” e do grupo Clave de Soul em “Não avance o sinal”. Das 13 músicas do disco, algumas são regravações: “Mandamentos black”, “Funk bhoter soul” e “Uma chance”. As inéditas são “Eu soul”,  “Brigas” e “Tudo é possível”, entre outras.

Em 2002 participou do show “Sandra de Sá convida” Gérson King Combo, Banda Black Rio, Luciana Mello, Seu Jorge e Rappin Hood, Canecão. Neste mesmo ano, foi o padrinho do show “A noite da música negra carioca”, pelo projeto “Novo Canto”, no qual apresentou os novos talentos Marko Andrade e Lúcio Sherman. O show foi apresentado no Espaço Sesc de Copacabana, com direção e roteiro de Euclides Amaral e Sergio Natureza. Ainda neste ano, participou como convidado do grupo mineiro Berimbrown no “Projeto Conexão Telemig Celular de Música”, apresentado noTeatro Rival, no Rio de Janeiro.

Em 2003 o rapper Marcelo D2 incluiu no disco “À procura da batida perfeita”, pela Sony, sua composição “Mandamentos black”. Neste mesmo ano, participou de inúmeros shows, entre eles, “Carlos Dafé Convida” (c/ Preta Gil, Cidade Negra, Copa 7, Sandra de Sá, Dhema, Euclides Amaral, Lúcio Sherman e Marko Andrade), no Teatro Rival BR. Apresentou o show-baile “Gérson King Combo Convida”, no qual contou com a participação de Paula Lima, Sandra de Sá, Lúcio Sherman, Hildon, Limousine Negra, Carlos Dafé a da banda Clave de Soul.

Em 2004 foi um dos convidados de Carlos Dafé nos shows de segundas-feira na Dandi Brasil, em Ipanema. No ano seguinte, em 2005 foi um dos convidados da Banda Black Rio no Teatro Odisséia, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.

Em 2012 ao lado da banda Supergroove e da cantora Lady Zu, apresentou-se em show no Teatro Rival Petrobras, na Cinelândia, no Centro do Rio de Janeiro.

No ano de 2013, ao lado de Carlos Dafé e Hyldon, desfilou no sétimo carro do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Portela, na Marquês de Sapucaí, em decorrência do enredo da escola que homenageou os bailes e o gênero musical “Black music”, dos quais é um dos principais formatadores no Brasil. Neste mesmo ano foi o convidado especial da banda de soul music Funk!Nos!, em show no Studio RJ, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Ainda em 2013, com Roberta Espinosa e Marquinho O Sócio, foi um dos convidados de Carlos Dafé no show de aniversário do amigo no Teatro Rival Br, no Centro do Rio de Janeiro, no qual foram acompanhados pela Banda Real Dance. Neste mesmo ano de 2013 ao lado de Carlos Dafé, Hyldon, Paulo Diniz, Tony Tornado, Lady Zú, Luís Vagner e Di Melo foi um dos convidados da Banda Black Rio em show no palco da Praça das Artes, na Estação República, do Metrô, no centro de São Paulo. Ainda em 2013 fez show no Teatro Rival BR, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, no qual recebeu diversos convidados especiais. Na ocasião, foi feita a gravação do DVD ao vivo.

Em 2016 apresentou-se no projeto “Somos Soul”, da Caixa Econômica Federal, no Rio de Janeiro, como convidado especial da cantora e compositora Lady Zu, com a qual dividiu a interpretação de clássicos do gênero como “Mandamentos black”, de sua autoria.

Em 2019, ao lado de Hyldon e Carlos Dafé, participou do show de lançamento do CD da banda paulistana Black Mantra, no teatro do Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Neste mesmo ano, de 2019, fez o show “Gérson King Combo Live” no Centro da Música Carioca Artur da Távola, no bairro da Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, acompanhado por três backing vocais, um guitarrista e um DJ, no qual interpretou, entre outras, “Uma Chance” (Gerson king Combo e Pedrinho da Luz); “Funk Brother Soul” (Gerson King Combo e Pedrinho da Luz); “Jingle Black” (Gerson king Combo e Pedrinho da Luz); “Rational Culture” (Tim Maia); “Sossego” (Tim Maia); “Falando do Brown” (Gerson king Combo); “I Feel Good” (James Brown); “Hora da União” (Toto); “Mandamentos Black” (Gerson king Combo, Pedrinho da Luz e Augusto Cézar) e “Good Bye” (Dom Luz e Nixon). O show foi transmitido pela TV Brasil, pelo programa “Todas as Bossas”, apresentado pela jornalista Bia Aparecida.

No ano de 2024 foi lançado, pelo Selo CopaSoul Disco e com distribuição pela Tratore, o EP póstumo intitulado “Vai enganar carácolis”, com apenas uma faixa, composta em parceria com Heitor Nascimento e o rapper paulistano Xis. O trabalho foi produzido por Ronaldo Groove em parceria com o produtor niteroiense Gilber T, que executou sintetizador, efeitos e backing vocal, além dos músicos Dalton Madalena (flauta), Ronaldo Groove (programações) e Heitor Nascimento (guitarras), Sidney Sohn (masterização) e arte de capa por Bia Mauro.

Discografias
2024 Selo CopaSoul/Tratore Vai enganar carácolis
2020 Selo Copa Soul Discos CD Deixe sair o suor (ao vivo)

(c/ a Banda Supergroove)

2020 Selo Caravela/Warner Music Brasil CD Eu parei

(c/ Marysa Alfaia)

2020 Independente Compacto simples Tira esse joelho daí

(Participação Especial de Getúlio Cortes)

2019 Selo ORB Music CD Hey, meu irmão

(c/ OSócio)

2019 IMusic/Copa Soul Discos CD Uma chance (ao vivo)
2015 Selo Tomba Records CD Quando achar que meu coração é pedra

(c/ Tomba Orquestra)

2009 Independente CD Soul da Paz
2001 Atração Fonográfica CD Dançar é bom

(participação)

2001 Continental CD Mensageiro da paz
2001 Selo Regata CD É isso aí

(participação)

2000 Universal CD Soul brasileiro

(vários)

1986 LP Mão Branca
1980 Universal Music International Compacto simples Melô do Mão Branca
1979 Universal Music International Compacto simples Gerson King Combo
1978 Polydor LP Gérson King Combo. Volume II
1977 Polydor LP Gérson King Combo Volume I
1977 Polydor LP Gérson King Combo. Volume I
1977 Universal Music International Compacto simples Jingle black
1972 Gravadora Parlophone Compacto Duplo Gerson Cortes
1970 Gravadora Polydor LP Gerson Combo e A Turma do Soul
Obras
Andando nos trilhos (c/ R. Combo e Augusto César)
Aquela brincadeira (c/ R. Combo)
Desce daí
E Moisés falou (c/ Marcelo)
Esse é o nosso black brother (c/ Pedrinho e Augusto César)
Eu sou do movimento black brasileiro
Funk brother soul (c/ Pedrinho)
Hey, você (c/ Hugo Belati)
Mandamentos black (c/ Pedrinho e Augusto César)
Na trilha do coração (c/ Mr. Paulo Santos)
Por isso vou te amando (c/ Mr. Paulo Santos)
Problema social
Quem sabe (c/ Paulinho Black)
Tenho um vulcão dentro de mim (c/ Messias)
Uma chance (c/ R. Combo e Pedrinho)
Vai enganar carácolis - (c/ Xis e Heitor Nascimento)
É melhor pra nós dois (c/ R. Combo)
Shows
2005 Gérson King Combo e Mariana de Moraes. Teatro Odisséia, RJ.
A noite da música negra carioca. Projeto Novo Canto. (c/ Lúcio Sherman e Marko Andrade). Espaço Sesc Copacabana. RJ,
Berimbrown convida Gérson King Combo. Projeto Conexão Telemig Celular de Música. Teatro Rival, RJ,
Carlos Dafé Convida. (c/ Preta Gil, Cidade Negra, Gérson King Combo, Copa 7, Sandra de Sá, Dhema, Euclides Amaral, Lúcio Sherman e Marko Andrade). Teatro Rival BR, RJ,
Carlos Dafé convida Gérson King Combo. Dandi Brasil, RJ,
Festa Zoeira. Lapa. (vários). RJ,
Gérson King Combo Convida. (c/ Paula Lima, Sandra de Sá, Lúcio Sherman, Hildon, Limousine Negra, Carlos Dafé e Clave de Soul). Quadra da Escola Império Serrano, RJ,
Sandra de Sá convida (Gérson King Combo, Banda Black Rio, Luciana Mello, Seu Jorge e Rappin' Hood), Canecão. RJ,
Show Gérson King Combo. Hipódromo Up. Rio de Janeiro, RJ,
Virada de ano em Copacabana. (c/ Carlos Dafé, Banda Clave de Soul, Bruno Maia e Zeca do Trombone). Praia de Copacabana, RJ,
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB – A História de Um Século. 2ª ed. Revista e ampliada, Rio de Janeiro: MEC/Funarte/Instituto Cultural Cravo Albin, 2012.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

MALBORO, DJ. DJ Malboro por ele mesmo – O funk no Brasil. (Org: Luzia Salles). Rio de Janeiro: MAUAD Consultoria e Planejamento Editorial Ltda, 1996.

PEIXOTO, Luiz Felipe de Lima, e SEBADELLE, Zé Octávio. 1976 – Movimento Black Rio. Rio de Janeiro. Editora José Olympio, 2016.

PESSOA, Simão. Funk – A Música que bate – Uma revolução sonora que conquistou o planeta. Manaus: Coletivo Gens da Selva. Editora Valer, 2000.