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Nome Artístico
Geraldo Magalhães
Nome verdadeiro
Geraldo Magalhães
Data de nascimento
31/5/1878
Local de nascimento
São Gabriel, RS
Data de morte
11/7/1970
Local de morte
Lisboa, Portugal
Dados biográficos

Cantor. Dançarino. Compositor.

A partir de 1937, trabalhou como representante de uma fábrica de vinhos. Manteve-se casado com Alda em Lisboa até a morte em 1970.

Dados artísticos

Sua carreira de cançonetista começou nos chopps e cafés dançantes do Rio de Janeiro, tornando-se conhecido  por  toda a cidade. Estreou em teatro no Salon de Paris, localizado na Rua do Ouvidor, com um repertório de lundus e cançonetas. Em seguida, passou  para o Alcazar Parque, na Lapa, fazendo dupla com a castelhana Margarita, conhecida nos rótulos dos discos da época como Senhorita Margarida. Em 1901, exibiu-se no Moulin Rouge, transferindo-se para o Passeio Público. Em 1902, apresentou-se com Senhorita Margarita na inauguração de um Café-concerto, na cidade de Santos em São Paulo. Antes da referida viagem, visitou a redação do jornal humorístico “O Rio Nu”, para despedir-se. O referido jornal publicou então a seguinte nota: “Veio despedir-se dessa redação por ter de partir para Santos, como partiu, o engraçado tenor e preclaro cidadão Geraldo de Magalhães, uma das glórias do gênero, nesta terra de fumo em rolo e café em grão”. Provavelmente, gravou no mesmo ano, pela Zon-O-Phone, seu primeiro disco, acompanhado de Margarita, “Embarca, morena”, sem indicação de gênero ou autoria. Com Nina Teixeira, mulata e gaúcha como ele, formou por volta de 1905 a dupla Os Geraldos. Provavelmente no mesmo ano, fez sua primeira gravação solo, interpretando “Gavotta”, sem indicação de autor e em seguida a cançoneta “Meu assovio”, de Eustórgio Vanderley. No mesmo ano, fez gravações com Nina Teixeira, entre as quais, “Corta-jaca”, de Chiquinha Gonzaga. Apresentaram-se na Maison Moderne e, em 1908,  a dupla viajou para o México e, de lá, para  Paris, onde eles lançaram com sucesso o  tango-chula “Vem cá, mulata”, que  haviam gravado três anos antes  em disco da Casa  Edison do Rio de Janeiro. Por essa época, gravou sozinho na Odeon a canção “Teus olhos morena”, um motivo popular do norte.  Em 1909, foram para Portugal onde fizeram sucesso. De volta ao Rio, receberam convites de diversos empresários. 

Por volta de 1910, gravou na Victor Record a canção “Os olhos dela”, de Irineu de Almeida, com versos de Catulo da Paixão Cearense. O musicólogo Ari Vasconcelos  conta que  ” um programa dOs Geraldos constituía-se sempre em um sucesso, com o público chegando, muitas vezes, ao delírio. Geraldo apresentava-se de cartola, casaca e monóculo, enquanto que Nina também caprichava na indumentária, com vestido de cores vivas e geralmente rebrilhantes de lantejoulas”. 

Em 1912, voltaram a Lisboa e a Paris, atuando sempre com muito sucesso. Ao regressar, desembarcam no norte do país, excursionando com o maestro Raul Morais. No Rio, apresentaram-se na revista carnavalesca “Fandanguaçu”, estreada no Teatro São Pedro, em janeiro de 1913, cantando com enorme sucesso a canção “Ó minha caraboo”, versão de  Alfredo de Albuquerque para um fox americano. Essa canção seria um dos grandes sucessos do carnaval carioca de 1916. Separado de Nina Teixeira em 1913, formou nova dupla com a portuguesa Alda Soares. Apresentaram-se no Palace Theatre, passando a anunciar-se como duetistas luso-brasileiros. Retornando a Lisboa, fixou residência nessa cidade, abandonando  a atividade artística em 1927. Além dos discos que gravou com suas parceiras, deixou cerca de 60 gravações solo em diferentes gravadoras.

Discografias
1918 Phoenix 78 A rolinha/O matuto
1918 Phoenix 78 Coração que implora/As três lágrimas
1918 Phoenix 78 Iaiá vem à janela
1918 Phoenix 78 Samba baiano/Iaiá me diga
1910 Victor Record 78 A rir, a rir (O cometa)
1910 Faulhaber 78 Meu coração é teu
1910 Faulhaber 78 Minha caraboo
1910 Victor Record 78 Os olhos dela
1910 Victor Record 78 Que ingênua
1909 Odeon 78 A flauta
1909 Odeon 78 Fado moderno
1909 Odeon 78 No bico da chaleira
1909 Odeon 78 Noivo em cócegas
1909 Odeon 78 O rouxinol
1909 Odeon 78 Presente de núpcias
1909 Odeon 78 Quem cobras não tem
1908 Odeon 78 A Deus no paraíso
1908 Odeon 78 A aurora surge brilhante
1908 Odeon 78 A gaiola e o passarinho
1908 Odeon 78 A lourinha
1908 Odeon 78 As lindas mãozinhas
1908 Odeon 78 Canção de amor
1908 Odeon 78 Menina Rosa
1908 Odeon 78 Moro à beira do mar
1908 Odeon 78 No mar
1908 Odeon 78 Os chapéus do teatro
1908 Odeon 78 Pouca sorte
1908 Odeon 78 Quando o amor morre
1908 Odeon 78 Te consagrando amor
1908 Odeon 78 Teus olhos morena
1907 Odeon 78 Fado
1907 Odeon 78 Fado dos olhos negros
1907 Odeon 78 Noite amorosa
1907 Odeon 78 Vendedor de pássaros
1906 Odeon 78 A brasileira
1906 Odeon 78 A laranjeira
1906 Odeon 78 Capital Federal
1906 Odeon 78 Cinira Polônio
1906 Odeon 78 Costureirinha
1906 Odeon 78 Eu sei que teus olhares
1906 Odeon 78 Eu tenho medo
1906 Odeon 78 Mulata
1906 Odeon 78 No túmulo
1906 Odeon 78 Não vai lá
1906 Odeon 78 O caroço
1906 Odeon 78 O meu casamento
1906 Odeon 78 O tabaquista
1906 Odeon 78 Os pés pequenos
1906 Odeon 78 Por mais que busque abafar
1906 Odeon 78 Quando eu te amei
1906 Odeon 78 Que valem flores
1906 Odeon 78 Sempre sentado
1906 Odeon 78 Última esperança
1905 Odeon 78 A minha prima
1905 Odeon 78 Conselhos
1905 Odeon 78 Cor
1905 Odeon 78 Desejos
1905 Odeon 78 Enterro da sogra
1905 Odeon 78 Faça como eu
1905 Odeon 78 Febre amarela
1905 Odeon 78 Gavotta
1905 Odeon 78 Margarida vai a fonte
1905 Odeon 78 Meu assovio
1905 Odeon 78 Pois sim
1905 Odeon 78 Trovas sertanejas
1905 Odeon 78 Zas-tras
Obras
Iaiá vem à janela
Samba baiano
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.