
Compositor. Instrumentista. Flautista.
Nasceu no bairro Terreiro Grande, morro do Salgueiro.
Trabalhou como carregador de engradados de cerveja, trocador de ônibus, engraxate e entregador.
O apelido Babão vem dos tempos em que tocava flauta.
Em 1940, a Escola Unidos do Salgueiro desfilou na Praça Onze cantando o samba-enredo “Terra amada”, o primeiro de sua autoria.
Em 1953, as escolas Azul e Branco e Depois Eu Digo se uniram e fundaram o Grêmio Recreativo e Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. A Unidos do Salgueiro, que não participou da fusão porque alguns de seus componentes, como Geraldo Babão e Casemiro Calça Larga, não concordaram, veio a desaparecer pouco tempo depois. Geraldo Babão passou, então, a fazer parte da Ala dos Compositores do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Unidos de Vila Isabel. Tempos depois, em 1962, passou a fazer parte da ala de compositores do Salgueiro. Como flautista, chegou a ser elogiado por Benedito Lacerda.
Após sofrer um acidente que comprometeu seriamente suas mãos, ficou impedido de tocar o instrumento.
Faleceu em conseqüência de complicações acarretadas por um tombo na escadaria que liga a Lapa (Rua Joaquim Silva) à Santa Teresa.
Compôs para a Escola Vila Isabel os samba-enredos “Castro Alves – Poeta dos escravos” (1959) e “Imprensa régia” (1960).
Em 1962, convidado por seu amigo Tião da Alda, então diretor de bateria do Salgueiro, passou a integrar a Ala dos Compositores da escola. O samba-enredo “Descobrimento do Brasil”, de sua autoria, classificou o Salgueiro em terceiro lugar no Grupo 1 do carnaval daquele ano.
Em 1964, a escola obteve o 2º lugar no Grupo I com o samba-enredo “Chico rei”, em parceria com seu irmão Jarbas Soares de Carvalho (Binha) e Djalma Sabiá.
Em 1965, em parceria com Valdelino Rosa, compôs “História do carnaval carioca”, samba-enredo com o qual a escola veio a conquistar o 1º lugar no Grupo 1 naquele ano.
Em 1973, novamente o Salgueiro desfilou com um samba-enredo de sua autoria, “Eneida, amor e fantasia”, classificando-se em 3º lugar no Grupo I.
Em 1974, foi lançado o LP “História das escolas de samba: Salgueiro”, pelo selo Marcus Pereira, no qual interpretou algumas de suas composições. Dois anos depois, sua composição “Samba do sofá” (c/ Dicró) foi registrada por Roberto Ribeiro, no LP “Arrasta povo”.
No ano de 2001, BMG lançou a “Série Sambas da Minha Terra”, coletânia que incluiu sua composição “Viola de maçaranduba”, cantada pelo próprio Geraldo Babão.
No ano de 2002, Martinho da Vila incluiu “Chico Rei” no disco “Voz e coração”, com a participação especial do percussionista Naná Vasconcelos.
Em 2015 os blocos Fazendários do Amor e Raízes da Tijuca homenagearam o compositor com uma roda de samba intitulada “Mocotó com Pimenta”, nome de uma de suas composições na quadra do Bloco Raízes da Tijuca, onde também ocorreu o pré-lançamento de um CD em homenagem ao compositor.
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.
CABRAL, Sérgio. O ABC de Sérgio Cabral – Um Desfile de Craques da MPB. Rio de Janeiro: Editora Pasquim/Codecri, 1979.
Revista Música Brasileira. Número 23. Rio de Janeiro: 11/1999.