Geny Martins

Em 1953, abandonou o emprego que mantinha no Ministério da Aeronáutica e usando o nome artístico criado pelo maestro Clélio Ribeiro, passou a dedicar-se à carreira de cantora profissional.

Seu primeiro trabalho foi como cantora do Dancing Avenida e do Dancing Eldorado, no Rio de Janeiro, sob a orientação do maestro Ubirajara Silva (pai do futuro cantor e compositor Taiguara). Nessa época, foi contratada pela TV Tupi do Rio de Janeiro, integrando o coro do programa “Espetáculos Tonelux”.

Em 1956, tornou-se figura constante no Programa Carlos Henrique, da Rádio Mayrink Veiga. Nesse mesmo ano, concorrendo com Gilda de Barros, Norma Suely, Ruth Amaral, Carminha Mascarenhas e Miriam Marques. foi eleita, com quase 1.000 votos, “Rainha dos Músicos do Rio de Janeiro”, em movimentado pleito de quatro meses (oito apurações quinzenais), promovido pelo sindicato da categoria, sucedendo Ângela Maria e sendo sucedida por Emilinha Borba. O título equivalia ao de “Rainha do Rádio”. Como prêmio, foi contratada pela Rádio Mayrink Veiga e gravou seu primeiro disco, um 78 rpm contendo “Tarde feliz” (Bidu Reis) e “Só você” (Cesar Cruz e Silvinha Drummond). Em seguida, apresentou-se na Rádio Nacional onde atuou como rádio-atriz, com Rodolfo Meier, e na Rádio Tupi, sob a direção de Almirante.

Em 1957, levada para a Sinter (mais tarde Philips e hoje Universal) por Ary Vasconcellos, gravou mais um 78 rpm com as canções “Vida de minha vida” (Antonio Almeida) e “Resolução” (Milton Legey), acompanhada pelo conjunto de Vadico, com Baden Powell ao violão, e pelo coro da Rádio Nacional, integrado por Zezé Gonzaga e Ellen de Lima. Contratada pela TV Rio Canal 13, apresentou-se com Lúcio Alves, durante alguns meses, em programa de música popular na emissora. Ainda nesse ano, fez turnê pelo Nordete e Nordeste do país, apresentando-se em shows com o cantor Ari Lobo, a cantora Sandra Helena e o comediante Zé Trindade.

Em 1958, atuou como cantora da Boite Dominó, no Beco do Joga a Chave, em Copacabana (RJ), sendo acompanhada pelo pianista José Ramos e pelos violonistas Manoel da Conceição, o “Mão de Vaca”, e Bola Sete. Nesse ano, tornou-se amiga de Newton Mendonça (1927-1960), que trabalhava na boite Le Carroussel, em frente à Dominó. Ainda nesse ano, o compositor lhe ofereceu quatro músicas, então inéditas, para gravar: “O tempo não desfaz”, de sua autoria exclusiva, e mais três em parceria com Antonio Carlos Jobim: “O domingo azul do mar”, “Desafinado” e “Samba de uma nota só”. Escolheu apenas as duas primeiras, dispensando as duas que viriam a se tornar canções emblemáticas da Bossa Nova na voz de João Gilberto.

Em 1959, gravou o samba “O tempo não desfaz”, acompanhada por Vadico (piano), Baden Powell (violão), Raul de Barros (trombone) e Copinha (flauta), lançado, no ano seguinte, em disco 78 rpm que registrou também “É o fim” (Marino Pinto e Aloizio Barros). Nesse mesmo ano, o violonista Bola Sete decidiu transferir-se para os Estados Unidos, convidando para acompanhá-lo a cantora, que optou por ficar no Brasil. Ainda em 1959, foi contratada como crooner da Boite do Hotel Plaza (RJ), para, ao lado do então iniciante Roberto Carlos, fazer a parte nacional da casa, no conjunto de Zé Maria. A parte internacional era estrelada por Booker Pittman.

Em 1960, mudou-se para São Paulo, onde se apresentou com sucesso em duas das mais importantes casas noturnas locais: Chicote e Oásis. Esta última seria, anos depois, palco de estréia de Elis Regina.

Dispensando o convite para uma turnê européia com a Orquestra Simonetti, preferiu voltar para o Rio, onde gravou um 78 rpm contendo “Domingo azul do mar” e “É demais” (Carlos Monteiro de Souza e Alberto Paz), acompanhada por Vadico (piano) e Baden Powell (violão), agora já na Philips. O disco foi lançado em 1961, após a morte de Newton Mendonça. Nesse ano, abandonou a carreira artística para se casar. Antes do casamento, ainda atuou em várias casas noturnas cariocas, como Au Bon Gourmet, Drink’s, Sacha’s, Bacarat, La Bohème, Boite do Hotel Miramar, OK Bar, Texas Bar e Dancing Brasil.

Na década de 1970, retornou aos palcos do Rio de Janeiro para apresentações em clubes e casas noturnas.

Em 1984, lançou um compacto duplo pela Multi Records e freqüentou programas de rádio.

Nos anos 1990, participou do projeto “Seis e Meia” da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) e de outros shows promovidos por Ary Vasconcellos naquela instituição.

Em 1992, apresentou-se no Teatro Rival (RJ), com o espetáculo “Joguem rosas na Geny”.

Em 1999, lançou seu primeiro CD, “Geny Martins – Mais romântica”, com direção, arranjos e participação instrumental de Décio Paiva. Nesse ano, fez show no Vinicius Bar (RJ).

Em 2000, voltou ao cenário artístico carioca estrelando o show “Encontros”, escrito, dirigido e produzido por Marcelo Câmara, duas vezes apresentado nas “Quintas Acústicas”, da Casa de Cultura Laura Alvim.

Em 2001, cantouno piano-bar Ouvidor 43 (RJ), seguindo com apresentações esporádicas noite carioca.