
Compositor. Estudou no Colégio Pio X, dos Irmãos Maristas, no qual começou a fazer seus primeiros versos. Considerado como um dos precursores da modernidade na música pernambucana fez versos não obedecendo à métrica tradicional do frevo. Foi também um dos pioneiros no lançamento do trio elétrico no carnaval brasileiro em meados da década de 1940, e, portanto, antes dos baianos Dodô e Osmar. Foi representante da gravadora Copacabana Discos na cidade de Recife, Pernambuco.
Começou sua carreira artística na cidade de João Pessoa onde compôs em 1937 a canção “Meu sublime torrão”. Nesse ano, foi fundada a Rádio Tabajara. Formou então com os amigos Jayme Bezerra e Paulo Barbosa o “Trio Irmãos do Ritmo” que passou a atuar na nova emissora. Na década de 1940, criou e dirigiu com Dulce Carneiro o programa radiofônico “Um instantâneo artístico da vida social de João Pessoa” que ia ao ar aos domingos com grande audiência da sociedade local. Envolvido com o carnaval de João Pessoa criou em 1941 o “Palácio do Frevo”, uma caminhonete com um serviço de som amplificado que saía pelas ruas da cidade na época do carnaval tocando músicas carnavalescas e que se constituiu num precursor dos trios elétricos. Desfilou durante três anos pelas ruas de João Pessoa com o Palácio do Frevo. Em 1942, compôs o frevo “Soltaram a onça” em homenagem à Banda da Polícia Militar que tocava todo domingo pela manhã na Praça João Pessoa. Esse frevo tornou-se sucesso no carnaval local sendo constantemente executado. Na mesma década compôs para o carnaval de João Pessoa, entre outros, os frevos “Inglezinha”, “A melhor das três”, “Rebeca” e “E o vento levou” que fizeram sucesso no carnaval da cidade, tendo sido incorporados ao repertório da Orquestra Tabajara do maestro Severino Araújo.
Em 1947, teve sua primeira composição gravada, o samba “Diana”, em parceria com Jorge Tavares, pelo conjunto vocal Quatro Ases e Um Coringa. Teve composições registradas, entre outros, por Jackson do Pandeiro, Carmélia Alves, Expedito Baracho, Os Cancioneiros e Gilberto Fernandes. No início da década de 1950, atuou como repórter do jornal Última Hora do Rio de Janeiro.Em 1951, Carioca e sua Orquestra gravou o frevo “Vou ficar em Pernambuco”, e Onésimo Gomes a canção “Náufrago do amor”, parceria com Popeye do Pandeiro. Em 1953, o cantor pernambucano Claudionor Germano gravou pela Copacabana o frevo-canção “História de pierrô”, parceria com Hilário Marcelino. No mesmo ano, teve o frevo “Micróbio do frevo”, que se tornaria um clássico do gênero, gravado pelo cantor Jackson do Pandeiro em disco da gravadora Copacabana. Em 1954, compôs com Nestor de Paula o coco “A mulher do Aníbal”, grande sucesso na voz de Jackson do Pandeiro. No mesmo ano, Gilberto Fernandes gravou o samba “Garota do balcão” e o bolero “Amargura”, ambos de parceria com Ari Monteiro. Em 1955, o grupo vocal Os Cancioneiros gravou a guarânia “Saudade”, parceria com Inaldo Vilarim, e Jackson do Pandeiro o frevo “Micróbio no frevo”. No mesmo ano Os Cancioneiros gravaram a toada “Velho Ceará”.
Em 1956, Carmélia Alves, a Rainha do Baião, gravou o frevo “Saudades de Pernambuco”, parceria com Rosa de Oliveira, e Claudionor Germano, o samba “Agora é tarde”. Em 1957, teve outro sucesso na voz de Jackson do Pandeiro, o rojão “O crime não compensa”, parceria com Eleno Clemente. Em 1958, Expedito Baracho gravou o frevo-canção “Casado não pode”. Em 1959, compôs com Dozinho o baião “Menino de pobre”, gravado por Os Cancioneiros. Em 1964, compôs o tema oficial paraa campanha do ex-presidente Juscelino Kubitschek à presidência da Repúlica em 1965, o que acabou não ocorrendo devido ao golpe militar de 1964. Em 1972, através de Lei Municipal, seu samba-exaltação “Meu sublime torrão” tornou-se o Hino Popular Oficial da cidade de João Pessoa. Em 2009, foi lançado pelo Sesc o “Tributo a Genival Macedo” com um encarte com textos de Renato Phaelante Câmara, Antonio Vicente Filho, José Teles, Eurico Rodolfo de Araújo Filho e outros falando sobre sua vida e obra. Juntamente foi lançado um CD com 14 composições suas: “Micróbio do frevo” que recebeu duas interpretações – uma de Kelly Benevides, Rosana Simpson, Cláudia Beija, Vanessa Oliveira e Nena Queiroga, com arranjos de metais do maestro Clóvis Pereira e acompanhamento da Spok Frevo Orquestra, – e outra na voz de Gilberto Gil; “Cigana mentirosa”, “Saudade de Pernambuco” e “Casado não pode”, com Geraldo Azevedo; A mulher do Aníbal” com o grupo Lampiões e Maria Bonita; “Meu sublime torrão” na voz de Elba Ramalho; “Manhãs de esperança” com Bento Rezende; “Garota do balcão” com Geraldo Maia; “Canção do amor ausente”, na voz de Patrícia Moreyra; “Agora é tarde”, na voz de Walmir Chagas; “Mundo de intriga”, na de Expedito Baracho; “Final de amor” na gravação de Cláudia Beija; “Cidade jardim” na de Eliane Ferraz; “Rio, cidade amor” com Claudionor Germano, e “Campina Grande” que recebeu gravação de Expedito Baracho.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.