
Compositora. Diretora musical. Em 1936, formou-se em música pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Em 1941, ainda na capital paulista formou-se em canto orfeônico, no Instituto Musical São Paulo. No mesmo período estudou composição e orquestração com Esther Scliar e Guerra Peixe.
Em 1946, apresentou a opereta “O Reino das Águas Claras”, com versos de Monteiro Lobato, no programa Valores Novos do Brasil, e foi convidada por Fernando Tude de Souza, diretor da Rádio MEC, para criar e coordenar o setor infanto-juvenil da emissora. Nesse ano criou o programa “O Reino da Alegria”, que foi veiculado durante quase vinte anos, indo ao ar diariamente, com um grupo de diretores e atores, que incluiu, entre outros Fernanda Montenegro e Magalhães Graça. Entre 1952 e 1960, foi responsável pelo programa Música Viva na Rádio MEC. Também na década de 1960, produziu o programa “Música e Músicos do Brasil”. Em 1952, fez sua primeira trilha sonora para o teatro, para a peça “O Macaco da Vizinha”, de Joaquim Manuel de Macedo, com direção de Alfredo Souto de Almeida, com produção de “O Tablado”. Em 1957, fez com Esther Scliar a música e a direção musical da peça “As Guerras do Alecrim e da Manjerona”, de Antônio José da Silva, o Judeu, com direção de Gianni Ratto, para o Teatro Nacional de Comédia. Em 1958, compôs a música para a peça “Olho Mecânico”, de A. C. Carvalho, dirigido por Benedito Corsi, numa produção da Companhia Tônia-Celi-Autran. Em 1960, assinou a composição, a orquestração e a direção musical da peça “Revolução na América do Sul”, de Augusto Boal, no Teatro de Arena. No mesmo ano, fez música para “Cristo Proclamado”, de Francisco Pereira da Silva, uma produção do Teatro dos Sete. Em 1964, fez a direção musical do espetáculo “Opinião”, de Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, show que aglutinou as primeiras forças do teatro de resistência ao golpe militar de 1964. No mesmo ano compôs a música para “A Ópera dos Três Vinténs”, musical de Bertolt Brecht e Kurt Weill, com direção de José Renato, que abriu o Teatro Ruth Escobar. Em 1966, sua “Canção do Bicho”, com Denoy de Oliveira, Ferreira Gullar e Oduvaldo Viana Filho, foi gravada pelo conjunto vocal MPB-4, no compacto duplo “Se correr o bicho pega se ficar o bicho come”, lançado pela gravadora Philips com a trilha sonora criada por ela para a peça de Ferreira Gullar e Vianinha, com direção de Gianni Ratto, para o Grupo Opinião. No mesmo ano, a “Canção do bicho” foi gravada pela cantora Nara Leão para o LP “Manhã de liberdade” lançado por ela pela Philips. Em 1968, no LP “MPB-4” lançado pelo grupo homônimo em LP da gravadora Elenco foi regravada a “Cançao do bicho”. Em 1967, voltou a trabalhar com o grupo Opinição fazendo uma colagem sonora para a peça “A Saída, Onde Fica a Saída”, baseado em Frederick Cock, com direção de João das Neves. Nesse mesmo ano, foi convidada pelo musicólogo Ricardo Cravo Albin paraintegrar o Conselho de Música Erudita do Museu da Imagem e do Som. Em 1968, fez música para o espetáculo “Antígona”, de Sófocles, com direção de João das Neves. No mesmo ano, compôs e dirigiu execução da música ao vivo para a peça “Ralé”, de Máximo Gorki, que inaugurou o Teatro Novo, que era também uma companhia e escola de dança sob a direção de Gianni Ratto. Em 1969, escrevendo a partitura das músicas, entre as quais frevos, para o musical “Jornada de um Imbecil até o Entendimento”, de Plínio Marcos. Em 1970, fez a direção musical do espetáculo “Hair”, de Ragni e Rado, na versão carioca, com direção de Ademar Guerra. Ainda no Teatro Novo, criou um curso que mostrando um panorama da música e das artes plásticas com sons e imagens. Em 1971, fez os arranjos e gravou o “Tema da Cascatinha”, de sua autoria e da trilha sonora do filme Marcelo Zona Sul, para o LP “O fino da música no cinema brasileiro”, lançado pelo Museu da Imagem e do Som e produzido por R. Cravo Albin. Foi professora da Escolinha do Brasil, dos cursos de recreação da Pestalozzi, do Clube de Recreação Infantil, do Colégio Brasileiro de Almeida e da Escola Americana do Rio de Janeiro, onde desenvolveu trabalhos de dramatização, música e poesia.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.