
Instrumentista (tecladista e organista). Arranjador. Compositor.
Em 1982, estudou contraponto e história da composição musical com Michel Phillipot, assistente de Olivier Messiaen, do Conservatório de Paris, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, participou do curso de alta interpretação em música barroca, ministrado em São Paulo por Renzo Buja, da Universidade de Verona (Itália). Ainda em 1983, graduou-se como organista pela Escola Nacional de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em 1983, foi contemplado com o 2º Prêmio no I Concurso Nacional de Órgão Antônio Silva.
Exerceu o cargo de Presidente da Associação Carioca de Organistas, nos períodos de 1982-1983 e 1984-1985.
Em 1984, escreveu a composição “Fuga Dórica” e transcreveu o Hino Nacional para órgão, além de ter participado, como instrumentista, do “French Organ Music and Improvisation Masterclass”, com o Professor Jacques Taddei, do Rueil-Malmaison Conservatory.
No ano seguinte, apresentou, pelo “Projeto Aquarius” (O Globo), um recital com obras de Bach, em comemoração ao terceiro centenário do compositor.
Em 1986, ingressou no curso de mestrado em órgão, sob a orientação do professor Gertrud Mersiowski. Nesse mesmo ano, gravou a “Widor’s 5th Simphony Toccata”, para o LP “Futures Masters in Music”, produzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Em 1987, foi novamente convidado a participar do “Projeto Aquarius”, para a primeira apresentação no Brasil dos 33 prelúdios-corais para órgão inéditos de J.S. Bach (The Neumaister Collection), descobertos na Universidade de Yale (EUA). Nesse mesmo ano, interrompeu sua carreira de organista, para dedicar-se à musica popular.
Criou e produziu diversas trilhas sonoras para a TV Globo, sob a direção de Hans Donner. Atuou, como arranjador e tecladista, com Oswaldo Montenegro, no projeto do CD e do show “Mulungo” (1991 e 1992), na turnê de 1992, no ballet “Telas” (1993) e nos CDs “Aos filhos dos hippies” (1995) e “Vale encantado” (1997).
A partir de 1993, começou a realizar, no Estúdio Nova Onda, trabalhos na área publicitária, como compositor e arranjador de jingles, spots e trilhas, pelos quais foi contemplado com 12 Prêmios Colunistas do Rio, três em 1995 e nove em 1996.
Assinou a criação e produção de várias trilhas para filmes publicitários de João Daniel Tikomiroff, o único diretor brasileiro inscrito na relação do “Commercial’s Book ’97”.
Escreveu e apresentou, como ator e organista, “Sebastian! Um musical do Século XVIII”, peça teatral sobre a vida de J.S. Bach, dirigida por Oswaldo Montenegro, encenada em teatros e universidades no Rio de Janeiro, Niterói e Petrópolis, em 1995 e 1996.
Para o teatro, compôs a música de “Bósnia, Bósnia” (1995), de Ad de Bont. Contemplada com o prêmio de Melhor Trilha Sonora do I Festival de Teatro de Grupo da Prefeitura de Santos (SP/1996), “O noviço” (1996), de Martins Pena, “Die Mütter” (1996/1997), de Bertolt Brecht, “O interrogatório” (1997), de Peter Weiss, e “Cabaret Youkali” (1998), em que assinou a direção musical e os arranjos de canções de Kurt Weill.
Atuou, de 1995 a 1998, como diretor musical da Cia. Ensaio Aberto. Para o cinema, criou, em 1998, a trilha sonora de “Castro Alves”, de Sílvio Tendler.
Em 2000, lançou o CD autoral “Homens partidos”, assinando os arranjos e a produção musical, e executando todos os teclados. O disco contou com a participação de Lô Borges, Claudio Nucci, Geraldo Azevedo e Clara Sandroni. Ainda nesse ano, participou do Festival da Música Brasileira (Rede Globo), como compositor de “Moleque-marraio”, interpretada por Claudio Nucci.
Em 2002, venceu a XX Feira Avareense de Música Popular (Fampop), com sua canção “Indiviso” (c/ Cristina Saraiva), interpretada por Márcia Tauil.
Em 2003, lançou o CD “Super Lisa”, trabalho elaborado e produzido em dupla com Clarisse Grova, assinando os arranjos das 13 faixas do disco, que contou com a participação de Victor Biglione, Ricardo Pontes, Ovídio, Flávia Belchior e Chico Adnet. No repertório, suas canções “O tal trem” e “Marrento”, ambas com Clarisse Grova, “Senhora” e “Moleque Marraio”, ambas com Marcelo Biar, “Rude pedra” (c/ Luiza Haranda), “Indiviso” e “Guerra e paz”, ambas com Cristina Saraiva, “É tarde” (c/ Carla Aka) e “Livro em branco” , além de “Coração” e “Import(ânsia)”, ambas de Clarisse Grova, “Um outro fado” (Clarisse Grova e Paulo César Feital) e uma releitura de “Ternura antiga” (J. Ribamar e Dolores Duran). Apresentou-se, com Clarisse Grova, no Teatro Café Pequeno (RJ), em show de lançamento do disco. Suas canções “Na corda bamba”, “Feito nascente” e “Além mar”, todas com Cristina Saraiva, foram registradas no disco “Só canção” lançado pela parceira também em 2003. Canção”
Pela autoria de “Fuga dórica”, seu nome foi inscrito como compositor na edição de 1999 do livro “Repertorium Orgelmusik 1950-1998”, de Klaus Beckmann, publicado pela Editora Schott. É membro do Royal College of Organists de Londres (Inglaterra).
Lançou, em 2009, o CD “Sagrado Profano”, contendo suas composições “Cadafalso”, “Dois sem par”, “O louco” e “Albeggiare”, todas com Cristina Saraiva, “Nieblas” e “Diadema”, ambas com Arnoldo Medeiros, “Medida” (c/ Felipe Cerquize), “Dom Pixote” (c/ Marcelo Biar), “Retrato de poeta” (c/ Marcelo Biar e Felipe Radicetti), “Primeira” (c/ Juca Novaes), “Canto de roda da Pedra do Sal”, “Andes” e “Relicário São Miguel”. O disco contou com a participação vocal de
Clarisse Grova, Luana, Marianna Leporace, Juliana Rubim, Folia de 3, Diana Goulart, Chico Adnet, Raphael Bessa, Ladston do Nascimento, Trovadores Urbanos, e com a participação instrumental de João Cantiber, Rodrigo Lessa, Flávio Paiva, Guilherme Hermolin, Dalmo Mota, Denise Pedrassoli, Déborah Cheyne, Oswaldo Carvalho, Hugo Pilger e Guta Menezes.
No ano de 2015, lançou o disco “America”, pelo selo Mills Records. O CD de 14 músicas, 12 delas inéditas, foi uma declaração de amor à América do Sul e contou com as faixas “Outro canto americano” (c/ Marcelo Biar), “Última canção indigenista” (c/ Felipe Cerquize), “O canto dos meninos do campo”, “Sendero americano” (c/ Sérgio Ricardo), “Casa de Mãe, casa de filha” (c/ Luhli), “Aurora” (c/ Etel Frota), “Um canto de trabalho” “Cinepoema” (c/ Socorro Lira), “Riacho de Areia” (Tradição Oral), “Amor de dois mendigos” (c/ Sérgio Ricardo), “Balada de Olga e Prestes” (c/ Marcelo Biar), “Como posso saber?”, “Urupemba” (c/ Sérgio Ricardo) e “Desejo meu”.
Clarisse Grova e Felipe Radicetti
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.