Cantora. Atriz.
Filha do cantor Osvaldo dos Santos.
Em 2018 renunciou ao papel em que representaria Dona Ivone Lara no musical “Dona Ivone Lara – Um sorriso negro – O musical”, em homenagem à Dama do Samba, devido a protestos acerca da cor de sua pele, mais clara que a de Ivone Lara. Os argumentos se deram acerca das poucas oportunidades que as atrizes de pele mais escura têm de protagonizar um espetáculo. Em artigo publicado com repercussão na página de Opinião do jornal O Dia, o historiador Ricardo Cravo Albin escreveu o seguinte acerca dos protestos: “Uma censura ainda mais cruel por atacar a própria grei, os artistas, os fazedores de beleza e de arte. E digo isso com a isenção de ter lutado em Brasília anos e anos contra a truculência censória às diversões públicas. Concluo minha perplexidade clamando pela volta à cena de Fabiana e de sua dignidade. Pelo respeito à Dona Ivone Lara. E pelo silêncio, sim, um silêncio obsequioso, de vozes tão inconsequentes.”
Iniciou a carreira no ano de 1996 integrando um grupo vocal liderado pela cantora Jane Duboc.
No ano de 1998, a convite de Eduardo Gudin, participou do grupo Notícias dum Brasil, com o qual participou do CD “Notícias dum Brasil – Pra tirar o chapéu”, de Eduardo Gudin.
Como atriz e cantora participou de vários musicais, entre os quais “Rainha Quelé”, em homenagem à Clementina de Jesus; “O Canto da Guerreira”, em homenagem à obra de clara Nunes e ainda de “Aquarelas de Ary Barroso”.
No ano de 2004 lançou o CD “O samba é meu dom”, tendo como faixa-título a parceria de Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro. No disco também interpretou “Meu drama (Silas de Oliveira), “A morte de Chico Preto” (Geraldo Filme), “Feito do nada” (Sérgio Santos) e “Verniz” (Paulo César Pinheiro), além do samba enredo de 1979 da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, “Acima de tudo mulher”; e ainda composições de novos autores como Mário Alexandre Mammana, Marcos Paiva, Rodrigo de Campos, Leandro Medina e Damasceno. No disco, além da participação do pai Osvaldo dos Santos, ainda contou com Renato Epstein (violão), Douglas Alonso (percussão), Marcos Paiva (baixo), Rodrigo de Campos (cavaquinho), Marcelo Jeneci (acordeon), Zé Barbeiro (violão de 7 cordas) e Dino Barioni no bandolim, violão e violão de 7 cordas.
Em 2005 foi indicada para os prêmios “Prêmio Rival Petrobrás” na categroria “Revelação” e “Prêmio Tim” nas categorias “Revelação”, “Cantora de samba” e “Cantora” pelo júri popular do prêmio. Ainda em 2005 participou do “Projeto Pixinguinha” integrando a caravana com Francis Hime, Celso Viáfora e Denise Pinaud.
No ano de 2006 apresentou-se no “Projeto Sesc Modern Sound”, na Modern Sound, em Copacabana, no Rio de Janeiro, além de manter regularmente suas apresentações no Bar Trapiche Gamboa. Neste mesmo ano de 2006 representou o Brasil no festival “Popkomm”, importante evento de Berlim, na Alemanha. Ainda neste ano participou do disco póstumo “Sobras”, de Maurício Tapajós, no qual interpretou “Vou deixar pra amanhã”, de Maurício Tapajós, João Nogueira e Aldir Blanc.
No ano de 2007, lançou, em show no Sesc Pinheiros, o CD “Quando o céu clarear”, disco no qual interpretou “Incensa” (Roque Ferreira), “Doces recordações” (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), “Pela sombra” (Nélson Sargento e Nei Lopes), “Agradecer e abraçar” (Gerônimo e Vevé Calazans) e a faixa-título “Quando o céu clarear”, do baiano Roque Ferreira. No disco também contou com as participações especiais de Dona Ivone Lara, Quinteto em Branco e Preto e Dos músicos cubanos Yaniel Matos (piano) e Júlio Padrón (trompete).
Em 2010 lançou seu primeiro DVD “Quando o céu clarear”, gravado no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Dedicado ao cantor e compositor Luiz Carlos da Vila, o disco contou com as participações dos artistas Rappin Hood e Maria Rita.
Em 2011 fez uma participação especial no CD “Uma flor para Nelson Cavaquinho”, lançado pela Lua Music em comemoração aos 100 anos do cantor e compositor homônimo, no qual interpretou a faixa “Pranto de poeta” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito). Nesse mesmo ano participou, como convidada de Dona Ivone Lara, do projeto “Encontro de Mulher dá Samba”, realizado na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, do qual também participaram as cantoras Thaís Gulin e Nilze Carvalho. Lançou seu terceiro CD “Fabiana Cozza”, que incluiu as faixas “Sandália amarela” (Wilson Moreira e Nei Lopes), “Sabe Deus” (Sombrinha, Marquinhos PQD e Carlinhos Vergueiro), “Eternamente sempre” (Sombrinha e Marquinhos PQD), São Jorge (Kiko Dinucci), “Serenata de São Lázaro” (Gilson Peranzzetta e Paulo César Pinheiro), “Candeeiro de Deus” (Roque Ferreira), “Lupiciniana” (Wilson das Neves e Nei Lopes), “Lá fora” (Elton Medeiros e Délcio Carcvalho), “Festa do Zé” (Sombrinah e Carlinhos Vergueiro), “Escudo” (Wanderley Monteiro e Ivor Lancellotti), “Santa bamba” (Kiko Dinucci e Fabiano Ramos Torres), entre outras. Com produção de Paulão Sete Cordas, o disco contou com arranjos de André Santos, Alessandro Cardozo, Marcos Paiva e Paulão Sete Cordas.
Em 2012 conquistou o prêmio de “Melhor Cantora de Samba” na 23ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, realizada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano apresentou-se, ao lado do músico Gilson Peranzzetta, no projeto “Musicafinidades (Ecos de 22) – Experimentações e Novassonoridades”, realizado pela Funarte na Sala Funarte Sidney Miller, no Rio de Janeiro, com o intuito de apresentar artistas inovadores da cena musical contemporânea em um paralelo imaginário com a Semana de Arte de 1922.
Em 2013 participou da semana “Intérpretes Brasileiros”, dentro das comemorações do “Ano Brasil Portugal”, apresentando-se no Espaço Brasil, em Lisboa (Portugal). Nesse mesmo realizou o show “Canto Sagrado – 70 anos de Clara Nunes”, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro. Apresentou-se novamente no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, para a gravação do DVD e documentário “Canto Sagrado”, em homenagem a Clara Nunes.
Em 2014 foi convidada especial do show apresentado por Paulão Sete Cordas e o grupo Pé de Moleque no Teatro Rival, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano apresentou-se ao lado de Leci Brandão na cerimônia da 25ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, homenageando o gênero Samba, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 2015 apresentou-se, ao lado do compositor Roque Ferreira, na cerimônia da 26ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”, em noite de gala no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, homenageando a cantora Maria Bethânia. Nesse mesmo ano lançou, pelo selo Agô Produções, o CD “Partir”, produzido por Swami Jr. Com 14 faixas dentre as quais Chicala (João Cavalcanti), Fim da dança (Vidal Assis e Moyseis Marques), Mama Kalunga (Tiganá Santana), “Não pedi” (Roberto Mendes e Nizaldo Costa), entre outras.
Em 2016 realizou o show “Canto teatral para Bola de Nieve” na Casa do Choro, no Rio de Janeiro. Com direção e roteiro de Elias Andreato, o show dedicou-se a homenagear o cantor e compositor cubano Ignacio Jacinto Villa Fernández, cujo nome artístico era Bola de Nieve.
Em 2017 lançou, pelo selo Biscoito Fino, o CD “Ay amor!” registro de estúdio do show “Canto teatral para Bola de Nieve”, que realizou ao lado do pianista cubano Pepe Cisneros. O disco é todo cantado em espanhol com exceção de “Be careful, It’s my heart” e “La vie en rose”.
Em 2018 recebeu o prêmio de “Melhor Álbum Língua Estrangeira” com o CD “Ay Amor!” – gravado em duo com o pianista cubano Pepe Cisneros – na 29ª edição do “Prêmio da Música Brasileira”. Na ocasião, foi convidada para fazer a abertura da premiação, interpretando – em tom de protesto – a música “Ébano”, em tributo a Luiz Melodia, o grande homenageado da noite.
Em 2019 lançou o CD “Canto da noite na boca do vento”, com repertório calcado nas composições de Dona Ivone Lara, dentre as quais “Alguém me avisou” (Ivone Lara), que contou com a participação de Maria Bethânia, e “Adeus solidão” (Ivone Lara e Arlindo Cruz), com a participação de Péricles. O disco teve apenas uma música inédita, “A dama dourada”, composta por Vidal Assis e Hermínio Bello de Carvalho em homenagem à Grande Dama do Samba. O show de lançamento do CD foi apresentado no Teatro Rival, no Rio de Janeiro.
Em 2020 lançou o CD “Dos Santos” produzido por Fi Maróstica, com 19 faixas, dentre as quais “Batucadinho” (Everson Pessoa e Nei Lopes), “Bravum de Elegbara” (Moyseis Marques e Luiz Antônio Simas), “Cablocaria” (Alfredo Del-Penho e Luiz Antônio Simas), “Doce Oxum” (Gisele de Santi), “Filhas de Iemanjá” (Vidal Assis), “Lemba Kakala” (Tiganá Santana), “Manhã de Obá” (Ceumar e Fabiana Cozza), “Senhora Negra” (Sérgio Pererê), “Orin mimo” (Sandra Simões), entre outras.
Em 2023 lançou o álbum “Urucungo”, com 12 músicas inéditas do compositor Nei Lopes, com dividiu os vocais na faixa “Quesitos”. O álbum também contou com as participações especiais de Leci Brandão em “Dia de glória”, Francis Hime em “Ofertório”, João Camarero em “Pólen”, Ilessi em “Alquimias”, e Guinga em “Jurutaí”.
(vários artistas)
(vários artistas)
(participação)
(participação)
(participação)
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.