Instrumentista. Arranjador. Compositor. Produtor musical.
Começou a tocar acordeom aos 12 anos de idade. Em seguida, iniciou seus estudos de piano, orquestração, arranjo e regência.
Em 1959, iniciou sua carreira profissional, apresentando-se em shows de bossa nova ao lado de Roberto Menescal e Durval Ferreira. Escreveu arranjos para os primeiros discos de Wilson Simonal e Marcos Valle.
Em 1964, lançou o LP “Inútil paisagem”, com músicas de Tom Jobim.
Em seguida gravou, com Os Catedráticos, os LPs “Impulso! Samba” (1964), “Tremendão” (1964) e “Ataque”, neste último registrando canções de sua autoria, como “Ataque” e “Razão de viver” (c/ Paulo Sérgio Valle).
Convidado por Augusto Marzagão, presidiu a comissão de seleção prévia das primeiras edições do Festival Internacional da Canção (FIC), com a responsabilidade de escolher os compositores que se apresentariam no Maracanãzinho (RJ). No II FIC, realizado em 1967, três músicas de Milton Nascimento (c/ Fernando Brant) foram selecionadas para serem apresentadas no evento (“Travessia”, “Maria minha fé” e “Morro velho”), razão pela qual é citado como responsável pelo lançamento do compositor.
Em 1967, mudou-se para Nova York (EUA), convidado para escrever arranjos para Luiz Bonfá, tendo atuado, em seguida, como arranjador do disco “Beach samba”, de Astrud Gilberto.
Foi então contratado por Creed Taylor para trabalhar em discos de outros artistas lançados pela gravadora CTI, como Tom Jobim, Walter Wanderley, Paul Desmond, Aretha Franklin (“Let me in your life”), Frank Sinatra (“Sinatra & Co.”), Roberta Flack (“Killing me softly”, “Chapter” e “Quiet fire”). Atuou também com Wes Montgomery, Ray Bryant e Stanley Turrentine.
Em 1969, lançou, com João Donato, o LP “Donato/Deodato”.
Em 1972, gravou o LP “Percepção”.
No ano seguinte, escreveu um arrojado arranjo para “Assim falou Zaratrusta”, de Richard Strauss (tema musical do filme de Stanley Kubrick “2001: uma odisséia no espaço”), faixa incluída em seu disco “Prelude”, que atingiu a marca de cinco milhões de cópias vendidas.
Foi premiado pelas revistas “Billboard”, “Cashbox”, “Record World” e “Playboy”, além de ter recebido um Grammy, na categoria Melhor Performance Instrumental pop/rock, e uma indicação para Melhor Artista Pop.
Depois de apresentar-se no Hollywood Bowl com o CTI All-Stars Band, formou seu próprio grupo. Estreou no Madison Square Garden de Nova York em 1973.
Após sete anos de turnês pelo mundo, voltou a concentrar-se em trabalhos de estúdio, atuando também como produtor musical em discos de diversos artistas, como Earth, Wind & Fire, Michael Franks, Gwen Guthrie, Chuck Mangione, Breakfast Club, The Dazz Band, One Way, Com-Funk-Shun, Pretty Poison, Kevin Rowland, White Lion, Brenda K. Starr e Kool & The Gang (“Celebration”, “Ladies night”, “Something special” e “As one”).
Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Deodato 2” (1973), “Whirl winds” (1974), “Deodato/Airto in concert”, com Airto Moreira (1974), “Artisty” (1974), “First cuckoo” (1975), “Very together” (1976), “Love island” (1978) e “Knights of fantasy” (1979).
Entre 1979 e 1983, atuou com o grupo pop Kool and the Gang.
Trabalhou em diversas trilhas sonoras de filmes de Hollywood, como “The onion field”, “The black pearl”, “Ghostbusters II”, “White nights”, “The girl from Ipanema”, “The adventures” (gravada com Tom Jobim e com a Orquestra Sinfônica de Londres), “The gentle rain”, “Target risk”, “The reporter”, “Beat street” e “Body rock”, entre outras. Algumas de suas gravações foram incluídas em trilhas sonoras de filmes como “Being there” e “O exorcista”, entre outros.
Na década de 1980, gravou os discos “Night cruiser” (1980), “Happy hour” (1982) e “Motion” (1985).
Em 1990, lançou os CDs “In concert: live at Felt Forum. The 2001 concert” e “Somewhere out there”, este último contando com a participação dos vocalistas Tara Kennedy, Tom Hammer e Joe James.
Em 1994, participou, como convidado especial, da turnê ao Japão da cantora francesa Clémentine.
Trabalhou com a cantora islandesa Björk, assinando os arranjos dos discos “Post” (1995), “Telegram” (1996) e “Homogenic” (1997).
Ainda na década de 1990, participou, como arranjador, produtor ou tecladista, de discos de Gal Costa, Ithamara Koorax (“Almost in love”) Titãs (“Vol. II”) e Carlinhos Brown (“Omelete man”).
Atuou com várias orquestras sinfônicas, destacando-se a St. Louis Symphony, a Cincinatti Symphony, a New York Philarmonica e a Orchestra di Musica Leggera dellUnione Musicisti di Roma.
Constam entre os intérpretes de suas composições artistas como George Benson, Lee Ritenour, Sarah Vaughan, Milt Jackson, Joe Pass, Duke Pearson, Perez Prado e The Emotions, entre outros.
Ao longo de sua carreira, participou, como instrumentista, arranjador ou produtor musical, de mais de 450 discos (incluindo compilações).
Foi contemplado com 16 Discos de Platina, como artista, arranjador ou produtor, sendo considerado uma personalidade internacional no mercado norte-americano de música.
Em 2000, escreveu os arranjos da trilha sonora do filme “Bossa nova”, de Bruno Barreto.
Lançou, em 2007, o CD “Eumir Deodato Trio – Ao vivo no Rio”, gravado na Sala Cecília Meirelles (RJ), onde apresentou-se acompanhado por Marcelo Mariano (baixo) e Renato Massa Calmon (bateria). No repertório, “Also Sprach Zarathustra” (Richard Strauss), “Rhapsody In Blue” (George Gershwin), “Sabiá” (Tom Jobim e Chico Buarque), “Berimbau” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), “Dindi” (Tom Jobim e Aloysio de Oliveira) e “Samba de uma nota só” (Tom e Newton Mendonça), esta última com o arranjo criado para a trilha sonora do filme “Bossa Nova” (2000), de Bruno Barreto, do qual foi diretor musical, e ainda “Carly & Carole”, de sua autoria, canção composta em homenagem às cantoras e compositoras Carly Simon e Carole King.
Em 2007 e 2008 a gravadora Atração relançou, em CD, os cinco álbuns gravados por Eumir Deodato e seus Catedráticos do Samba entre 1964 e 65 para a gravadora Equipe: “Tremendão”, “Samba Nova Concepção” “Impulso!”, “Ataque” e “O Som dos Catedráticos”. Nas diferentes formações da banda para gravar os álbuns estiveram músicos como Dom Um Romão (bateria), Maurílio (trompete), Raul de Souza e Edson Maciel (trombone), Wilson das Neves (bateria), Dauteth Azevedo (guitarra) e Tenório Jr., entre outros. Nos repertórios foram incluidos clássicos como “Samba de Verão” (Marcos e Paulo Sergio Valle), “Estamos Aí”( Durval Ferreira, Maurício Einhorn e Regina Werneck), “Menina Certinha”(Luiz Fernando Freire e Durval Ferreira) e “Samba Novo”(Durval Ferreira e Newton Guimaraes Chaves), “My Manne Shelly (Henry Mancini), “O Sol Nascerá” (Cartola e Elton Medeiros), “Diz que Fui por Aí” (Zé Ketti e H. Rocha), “Tremendão”, “De Presente” e “Baiãozinho” (as três de Eumir Deodato).
Em 2010, apresentou-se no Rio de Janeiro, no projeto “Multiplicidade”, ao lado do artista gráfico Breno Pineschi. O espetáculo, realizado no Teatro Oi Casa Grande, foi apontado como um dos 10 Melhores Shows de 2010 do jornal ”O Globo” na edição de 28 de dezembro de 2010. No mesmo ano lançou o álbum “The Crossing”, com participações como a do cantor Al Jarreau, o percussionista Airto Moreira e o baterista Billy Cobhan. As faixas gravadas foram “Double Face”, “I Want You More”, “The Crossing”; “Night Passage”; “No Getting Over You”; “Summertime”; “Rule My World”; “Border Line” e “Double Face”.
Reedição
Reedição
(Trilha sonora do filme)
(Arranged and conducted by Deodato)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.