
Cantora.
Irmã da também cantora Gilda Valença. Fixou residência no Brasil a paritir do final da década de 1940. Em 1952 e 1953, manteve relacionamento amoroso com o então prefeito do Distrito Federal Coronel Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, romance que mereceu fortes reportagens na imprensa e em revistas especializadas.
Iniciou a carreira cantando em programas radiofônicos dedicados ao público infantil. Em 1940 começou a cantar profissionalmente na Rádio Nacional de Lisboa. Em 1946 venceu um concurso na mesma rádio, da qual passou a fazer parte do “cast” de artistas. Excursionou diversas vezes por Portugal. Em 1948 recebeu convite para vir ao Brasil fazer uma temporada de dois meses no Copacabana Palace Hotel, no espetáculo “Sonho nas Berlengas”. Acabou ficando no Rio de Janeiro, definitivamente, sendo contratada pela Rádio Nacional.
Em 1950 estreou em discos no Brasil gravando na Continental o fado canção “Já não sei”, de Antônio Mestre e o fado “Pomar da vida”, de Renê Bittencourt e Antônio Mestre. No ano seguinte gravou o fado baião “Ai, ai Portugal”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga e o baião “Carro de boi”, de Humberto Teixeira e Caribé da Rocha. Em 1952, gravou pela Sinter seu maior sucesso, o fado-canção “Coimbra (É uma lição de amor)”, de José Galhardo e Raul Ferrão. No ano seguinte gravou para o carnaval a marcha “Cabral no carnaval”, de Blackout.
Em 1954 gravou de Paulo Tapajós e Jorge Henrique a canção “Quero-te outra vez”. No mesmo ano lançou seu primeiro LP, pela RCA Victor. Tanto por sua beleza pessoal, quanto por sua ligação sentimental com o então prefeito do Distrito Federal, Cel. Dulcidio do Espírito Santo Cardoso, obteve grande popularidade, na década de 1950, tendo por inúmeras vezes merecido a capa das revistas Radiolândia e Revista do Rádio.
Em 1955 gravou o fox “Gosto milhões”, de Cole Porter, com versão de Haroldo Barbosa e o “Samba no Havaí”, de Bruno Marnet e Irani de Oliveira. No ano seguinte gravou com Ivon Curi o samba “Pequena do contra”, de Renê Bittencourt. Em 1957 gravou de Fernando César e Dolores Duran, a toada “Só ficou a saudade” e de Irani de Oliveira e Lourival Faissal o fado “Canção do imigrante”. Em 1962 lançou pela Continental o bolero “Que Deus me dê”, da dupla Jair Amorim e Evaldo Gouveia.
Até a década de 1970, quando encerrou a carreira artística, a cantora não gravou apenas fados e canções, mas também vários gêneros populares brasileiros como sambas-canções, baiões e marchinhas de carnaval.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.