
Cantor.
Filho do clarinetista Ernani Amorim e sobrinho da atriz Olga Louro. Foi estudante do Colégio Militar. Na juventude foi remador do Clube de Regatas do Flamengo. Foi campeão carioca de luta-livre com o nome de Kid Soares. Era o cantor preferido de Ary Barroso de quem se tornou grande amigo.
Iniciou a carreira artística em 1938 atuando como crooner da orquestra de seu pai, Ernani Amorim que se apresentava no Cassino da Urca. Atuou em seguida nos Cassinos Atlantico, Guarujá e no Grande Hotel de Poços de Caldas. Foi crooner da orquestra do Maestro carioca. Em 1945, inaugurou a boate Clipper, em São Paulo. Nesse ano, gravou seu primeiro disco, pela gravadora Continental interpretano o samba “Samba brasileiro”, de Armando Silva Araújo e o fox-trot “O beijo no lenço”, de Osvaldo Santiago e Roberto Roberti com acompanhamento de Osvaldo Borba e sua orquestra. Em seguida, gravou com o mesmo acompanhamento o samba “Luar do meu país”, de Armando Silva Araújo.
Em 1947, retornou ao Rio de Janeiro e passou a cantar na Boate Night and Day. Em 1948, gravou pela gravadora Star o samba “Praça da Bandeira”, de Arlindo Marques Junior, Roberto Roberti e Américo Seixas e a marcha “A Rosa é a maior”, de Arlindo Marques Junior e Roberto Roberti.
Transferiu-se em 1950 para a gravadora Sinter e gravou a marcha “Taí” e o samba “Nunca mais pude esquecer”, de Joubert de Caravalho. Em 1951, gravou com acompanhamento de Valdir Calmon e seu conjunto o bolero “Tua ausência”, de Luiz Batista e Manoel Paradela e o samba-canção “Meu céu é você”, de Marino Pinto e Gilberto Panicali. Em seguida, gravou com Lírio Panicali e sua orquestra o fox “Lua azul”, de Rodgers e Hart, com versão de Claribalte Passos; o beguine “Hula” e o samba “Paris, Paris!”, de Joubert de Carvalho, além do samba-canção “Dois extremos”, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro.
Gravou em 1952, acompanhado de um conjunto de boite os sambas-canção “Flor da Lapa”, de Wilson Batista e César Brasil; “Nossa vida”, de César Siqueira e “Isto sim, é amor, de Elza Marzulo e Carolina Cardoso de Menezes e, o bolero “Cinzas”, de Luiz Bittencourt e José Meneses. No ano seguinte, gravou as marchas “Velho puritano”, de Humberto de Carvalho e “Gondoleiro”, de Cristóvão de Alencar e César Brasil e os sambas “Bebida não me atrasa”, de Claudionor Cruz e Antônio Braga e “Que malandro sou eu?”, de João Correia da Silva , Alberto de Oliveira e Mário Moreira Filho. Também em 1953, gravou com Lírio Panicali e sua orquestra os sambas-canção “Pensando em você”, de Antônio Carlos Jobim e “Faz uma semana”, de Antônio Carlos Jobim e João Stockler. Nesse ano, conheceu o compositor Ary Barroso na boate Clube da Chave, em Copacabana, na qual cantava e que numa noite recebeu o compositor que o acompanhou ao piano. Demonstrou grande conhecimento da obra de Ary Barroso ficando a partir de então seu amigo. Nessa época, atuou no filme “Não adianta chorar” ao lado da atriz e cantora Mary Gonçalves.
Gravou em 1954 os sambas-canção “Maria da Penha”, de João de Barro e “Migalhas de amor”, de José Batista e César Siqueira com acompanhamento de César Siqueira e sua orquestra. Nesse ano, passou a atuar com Ary Barroso com quem excursionou sete vezes ao exterior durante seis anos. Ainda no mesmo ano, excursionou com a orquestra do maestro Carioca a Montevidéu no Uruguai juntamente com o cantor Orlando Correia e a cantora Aracy Costa fazendo shows em Montevidéu e em cidades do interior uruguaio além de apresentações na Argentina..
Em 1955, esteve com Ary Barroso em Buenos Aires, na Argentina, em Santiago, no Chile e em Punta Del Este, no Uruguai, onde fez show na boate Tromba e em praça pública, com grande presença de público. Nesse ano, participou a festa de aniversário a Revista da Música Popular, criada pelo crítico Lúcio Rangel, na boate Plaza cantando acompanhado por Ary Barroso ao piano. Em 1957, gravou na Odeon dois sambas -canção de Antônio Carlos Jobim e Marino Pinto, “Frase perdida” e “Sucedeu assim”. Em 1958, fez temporada de muito sucesso com Ary Barroso na boate Freds.
Em 1960, fez temporada de 10 dias com Ary Barroso na boate Arpège no Rio de Janeiro. Nesse ano, vijou com Ary Barroso e a Orquestra de Ritmos Brasileiros para uma temporada de um mês na Argentina e no Uruguai. Em 1962, lançou pela Odeon o LP “Dois amigos” no qual interpretou composições de Ary Barroso, entre as quais, “Balada da saudade”; “Tufão”; “Ocultei”; “Risque”; “Pierrô”; “Inquietação”; “Dois amigos” e “Trapo de gente”. Em 1964, gravou pelo selo pernambucano Mocambo a toada “Sozinho”, de Geraldo Mendonça e Antônio Carlos Jobim e o samba-canção “Você voltou”, de Antônio Carlos Jobim e Nelson Souto. Por essa época, abandonou a carreira artística. Em 1967, prestou depoimento para o Museu da Imagem e do Som, do Rio de Janeiro.
Em 1984, foi entrevistado pelo cantor Lúcio Alves para um programa especial na TV Educativa sobre Ary Barroso. Em 1997, teve três interpretações de músicas de Antônio Carlos Jobim, os sambas-canção “Pensando em você”, “Faz uma semana”, com João Stockler e “Engano”, com Luiz Bonfá, relançadas no CD “Meus primeiros compassos”, do selo Revivendo em homenagem ao maestro Tom Jobim.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CABRAL, Sérgio. No tempo de Ary Barroso. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1993.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.