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Nome Artístico
Emilinha Borba
Nome verdadeiro
Emília Savana da Silva Borba
Data de nascimento
31/8/1923
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
3/10/2005
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora.

Nasceu no Rio de Janeiro, à Rua Visconde de Niterói, na Vila Savana, bairro de Mangueira. Filha de Eugênio Jordão Borba e Edith da Silva Borba. Com a família de seis irmãos, dentre os quais, José, seu irmão gêmeo, passou grande parte da sua infância em Mangueira. Em seguida, mudou-se com a família para o bairro de Jacarepaguá. Desde menina gostava de cantar e imitar as grandes cantoras do rádio, como Carmen Miranda. Em 31 de agosto de 1957, casou-se formalmente com Artur Sousa Costa, corredor automobilístico e filho do Ministro da Fazenda do governo Getúlio Vargas. Com ele teve seu único filho, Artur Emílio. Em 2005, sofreu um acidente caseiro que a fez ficar internada no CTI. Recuperou-se após alguns dias de internação retornando à sua casa. Faleceu em outubro desse ano após sentir-se mal durante o almoço. Seu corpo foi velado na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

 

No dia do centenário de Emilinha, Ricardo Cravo Albin publicou a seguinte crônica:

100 ANOS HOJE DA MULHER MAIS POPULAR DO BRASIL NOS ANOS 50

Celebrei em crônica anterior os 100 anos do Copacabana Palace Hotel e o belo livro que o jornalista Ricardo Boechat pesquisou e escreveu sobre ele em 1999.

Hoje mais um centenário, já que nesta sexta-feira 31 de agosto um Mito da vida brasileira, a cantora Emilinha Borba, nascia em pleno Morro da Mangueira (Rio) há exatos 100 anos (1923).

Como celebrar com o rótulo de mito uma cantora de rádio, uma mulher que nem teve a voz de Maria Callas, nem a graça e fama de Carmem Miranda?

Sim, caros leitores, Emília Savanah da Silva Borba foi Mito porque foi um fenômeno de comunicação com o povo deste país. Por que? Pelo fato  que tantos sociólogos e especialistas em comunicação insistem em testemunhar. Ela arrebatou o país em pleno auge da radiofonia, da Era do Rádio, tanto por sua presença e sua simplicidade, quanto por sua semelhança com a identidade típica da mulher brasileira. Como assim? É assim: simpatia, beleza e “morenice” no tamanho exato, além de voz natural e sem exageros de emissão. E, o essencial, uma mistura de parecer uma filha de um lar brasileiro comum com uma certa modéstia cativante. Embora de fato uma rainha, ela sempre aparentava ser uma princesa discreta, dócil e disposta a amar e retribuir a quem lhe quisesse bem. A possível e natural delicadeza em “ser assim” sempre foi o grande trunfo de Emilinha Borba.

Aliás, quando me referi ao fenômeno de comunicação Emilinha no Brasil em palestra na Universidade de Nova York (há dez anos, ela ainda estava viva), dezenas de professores e alunos norte-americanos assentiram sem discordância. Eles lá longe reconheciam o fenômeno Emilinha.

De fato, pude testemunhar em pesquisas que fiz em arquivos por aqui que ela foi a mulher mais popular do país ao longo da década dos anos 50, muito mais que a Primeira Dama Dona Darcy Vargas, ou figuras como Marta Rocha e as demais Misses Brasil, que recebiam popularidade instantânea. Mesmo concorrentes suas, cantoras popularíssimas como Dalva de Oliveira (com quem chegou aos tapas ao disputar com Emilinha as atenções do galã Orson Welles no Rio, em 1942) ou Marlene, sua mais célebre rival a partir do momento em que a paulista arrebatou o título de Rainha do Rádio em 1949. Que Emília conquistaria em 1953-54, mas com o dobro da votação das vencedoras anteriores.

 

Emilinha, pasmem, mereceu capas de todas as revistas do país por 350 vezes. Semana sim, semana não, lá estava La Borba na capa da Revista do Rádio ou da Radiolândia.

Filmes? Contei no nosso Dicionário Cravo Albin que ela teria participado de mais de 30 películas, alguns delas (poucas, é verdade) também como atriz. Isso além do número tradicional ao cantar seu sucesso musical do momento.

Emília certa vez me disse que chegou a confidenciar ao Presidente Vargas que teria corrido o país de ponta a ponta mais de seis vezes. Sempre com praças lotadas e com algumas cidades em decreto de feriado municipal apenas para recebê-la. Vargas apenas retrucaria – “que inveja, minha filha, tenho de você”.

Em 1939, antes de completar 18 anos, ela deslanchou, contratada pelo Cassino da Urca como crooner a pedido de Carmem Miranda. Logo também seria contratada para rodar seu primeiro filme, Banana da Terra, e gravaria de imediato seus primeiríssimos discos, Pirulito e Faça o Mesmo. Jamais parou desde então, a não ser entre 1968-1972 quando anunciou ao país perplexo que se retiraria de cena por causa de grave edema nas cordas vocais. Do qual se reabilitaria e voltaria em plena forma. Eu posso testemunhar isso porque para ela escrevi e dirigi seis espetáculos individuais, dos quais um ao lado de Jorge Goulart, que resultou no histórico LP “Oh, as Marchinhas”, de veiculação internacional. O outro com João Roberto Kelly – “Quero Kelly” em que Emilinha celebraria a obra do velho amigo, autor de seu sucesso “Mulata Bossa Nova” (1965).

Eu convidaria ainda Emilinha para juntar-se à Marlene no LP duplo “Há Sempre um Nome de Mulher”, em que ambas foram os grandes destaques e no qual elas se declararam muito amigas. Reitero aqui, “muito” em termos. Ambas de fato se respeitavam. Mas amigas íntimas mesmo, pra valer, nunca foram. Palavra de pesquisador…

Cabe-me aqui, para finalizar, observar a extrema importância dos melhores amigos de cada uma dessas grandes intérpretes do Brasil, os integrantes de seus fã-clubes. Convivi com seus dedicadíssimos amigos, os de Marlene e os de Emília, e pude comprovar que de fato só Mitos especialíssimos podem merecer tanta dedicação, atenções e mesuras. Ambas sempre me disseram: “São de fato minha verdadeira família, a quem não sei como agradecer.”

Já que celebro neste texto Emilinha no centenário desta sexta-feira, refiro-me ao presidente do seu maior Fã-clube, o Marinho. Que guarda em seu pequeno apartamento um Museu Emilinha Borba, com centenas de faixas, troféus, fotos e vestidos. Tudo que se possa imaginar de pequenas (ou mesmo grandes) delicadezas de fãs e devotos do Mito o dedicado Marinho conserva como relíquias.

E falando em homenagens, tenho o prazer de informar que o Presidente da Rádio Roquette Pinto, Fernando Nogueira, atendeu de imediato à minha sugestão de a Emissora Oficial do Estado do Rio prestar tributo a Emilinha de hora em hora nas 24 horas do dia 31 de agosto. Gravarei 24 programas de 2 a 4 minutos “A Felicidade bate à porta do centenário de Emilinha Borba. Por ordem da Roquette, na voz e produção de Ricardo Cravo Albin”. A que se segue um a um dos maiores sucessos de Emilinha.

Também no sábado, das 9h às 11h, apresentarei meu programa Carioquice, com especial de quase duas horas de duração com os sucessos de Emilinha. Repetido às 23h da noite de segunda-feira, dois dias depois.

Cabe ainda informar que a Missa do Centenário na Igreja São Francisco de Paula (Largo de São Francisco) às 10h da manhã de 31 de agosto contará com a Banda Corpo de Fuzileiros Navais e Coral da Escola Municipal Ginásio Emilinha Borba, que prestarão reverências à Favorita da Marinha.

Ricardo Cravo Albin

31/08/2023

 

Dados artísticos

Começou freqüentando programas de calouros, apesar da relutância de sua mãe. Ganhou seu primeiro prêmio, aos 14 anos, na “Hora Juvenil”, da Rádio Cruzeiro do Sul. Cantou também no programa “Calouros de Ary Barroso”, obtendo a nota máxima ao interpretar “O X do problema”, de Noel Rosa. Logo depois, começou a fazer parte dos coros das gravações da Columbia. Formou, na mesma época, uma dupla, “As Moreninhas”, com Bidú Reis (Edila Luísa Reis), com a qual se apresentou em várias rádios, durante cerca de um ano e meio. Logo depois, gravou para a “Discoteca Infantil” um disco em 78 rpm com “A História da Baratinha”, em adaptação de João de Barro. Desfeita a dupla, foi logo contratada pela Rádio Mayrink Veiga, ocasião em que recebeu de César Ladeira o slogan “Garota nota dez”. Gravou sua primeira participação em disco pela Columbia, em 1939, cantando a marchinha “Pirulito”, em dupla com Nilton Paz, depois de um convite do compositor João de Barro, autor da música.

Gravou seu primeiro disco solo em março de 1939, pela Columbia, com acompanhamento de Benedito Lacerda e seu conjunto, com o samba-choro “Faça o mesmo”, de Nássara e Frazão, e o samba “Ninguém escapa…”, de Frazão. Na época, aparecia no selo do disco como Emília Borba. No mesmo ano, gravou com acompanhamento de Napoleão Tavares e seus soldados musicais, o choro-rumba “Vem cantar também”, de Paulo Pinheiro e J. Ferreiro, o samba “Qual a razão?”, de Antônio Almeida e Mário Lago, e a marcha “Faça de conta”, de Custódio Mesquita e Mário Lago. Ainda em 1939, conseguiu ser apresentada, por intermédio de Carmen Miranda, de quem sua mãe Edith era camareira, ao empresário Joaquim Rolas, proprietário do Cassino da Urca, que a contratou como crooner. Na ocasião, Carmen Miranda emprestou-lhe um vestido e sapatos plataforma, para que ela, que era menor de idade, e que por isso, teve de alterar seu registro de nascimento, fizesse seu teste. Passou no teste, tornando-se uma das principais atrações do Cassino. Também no mesmo ano, atuou no filme “Banana da terra”, de Alberto Bynton e Rui Costa.

Em 1940, gravou com acompanhamento de Radamés Gnattali e sua orquestra os sambas “O cachorro da lourinha” e “Meu mulato vai ao morro”, da dupla Gomes Filho e Juraci Araújo. Nesse ano, apareceu nos filmes “Laranja da China”, de Rui Costa e “Vamos cantar, de Leo Marten. No ano seguinte, assinou contrato com a Odeon, gravadora onde sua irmã, a cantora Nena Robledo, casada com o compositor Peterpan era contratada e lançou os sambas “Quem parte leva saudades”, de Francisco Scarambone, e “Levanta José”, de Haroldo Lobo e Valdemar de Abreu. Nesse disco já apareceu com o nome artístico que a consagrou. Gravou ainda um segundo disco na Odeon com o samba “O fim da festa”, de Nelson Teixeira e Nelson Trigueiro, e a marcha “Eu tenho um cachorrinho”, de Georges Moran e Osvaldo Santiago.

Em 1942, foi contratada pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, desligando-se meses depois. Nesse ano participou das filmagens do filme inacabado “Its all true”, de Orson Welles. Em setembro de 1943, retornou ao “cast” da mesma emissora, a PRE-8 e durante os 27 anos que lá permaneceu consagrou-se como sua “Estrela Maior”. Na Rádio Nacional, tornou-se uma das cantoras mais queridas e populares do Brasil. Participou, efetivamente, de todos os programas musicais da PRE-8 e foi a “campeã absoluta em correspondência” por 19 anos consecutivos, até quando durou a pesquisa naquela emissora. Sua popularidade muitas vezes esteve associada ao programa de César de Alencar, que era transmitido para todo o Brasil, aos sábados à tarde. Ainda em 1943, apareceu no filme “Astros em desfile”, de José Carlos Burle, na Atlântida. Em 1944, estreou no selo Continental da gravadora Columbia com o choro “Infância”, de J. Cravo Jr e Carlito Moreno, e logo depois, a marcha “Ganhei um elefante”, de Peterpan e Russo do Pandeiro, e o samba “Se eu tivesse com que…”, de Afonso Teixeira e Peterpan, com acompanhamento de Napoleão Tavares e seus soldados musicais. Nesse ano, apareceu nos filmes “Romance de um mordedor”, de José Carlos Burle, e “Tristezas não pagam dívidas”, de José Carlos Burle e Rui Costa, os dois na Atlântida.

No ano seguinte, gravou os sambas “Como eu sambei”, de Peterpan e Afonso Teixeira, “Você e o samba”, de Peterpan e Ari Monteiro, e “O outro palpite”, de Grande Otelo e Garoto, e o choro “Divagando”, de Nelson Miranda e Luiz Bittencourt. Nesse ano, atuou no filme “Não adianta chorar”, da Atlântida, dirigido por Watson Macedo. Em 1946, gravou para o carnaval do ano seguinte o samba “Madureira”, de Peterpan e Jorge de Castro. Atuou ainda no filme “Segura essa mulher”, da Atlântida, com direção de Watson Macedo. Em 1947, fez sucesso com a rumba “Escandalosa”, de Moacir Silva e Djalma Esteves. Gravou também a “Rumba de Jacarepaguá”, de Haroldo Barbosa, o samba “Se queres saber”, de Peterpan, “Já é de madrugada”, de Peterpan e Antônio Almeida, e a marcha “Telefonista”, de Peterpan, todas sucesso, especialmente as duas primeiras.

Para o carnaval de 1948, lançou as marchas “Barnabé”, de Haroldo Barbosa e Antônio Almeida, e “Que carnaval”, de Arlindo Marques Junior e Roberto Roberti. Nesse ano, lançou mais dois sambas de Peterpan, em parceria com René Bittencourt, “Quem quiser ver, vá lá” e “Meu branco”. Participou também do filme de grande sucesso “Este mundo é um pandeiro”, da  Atlântida, dirigido por Watson Macedo. Com a orquestra de José Maria de Abreu gravou os sambas “Contraste” e “Esperar por quê?”, de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro. Atuou também nos filmes “Folias cariocas”, de Hélio Tys e “É com esse que eu vou”, dirigido na Atlântida por José Carlos Burle.

Em 1949, lançou para o carnaval um de seus maiores sucessos, a marcha “Chiquita bacana”, de João de Barro e Alberto Ribeiro. Fez-se presente nos filmes “Poeira de estrelas”, da Fenelon Produções, dirigido por Moacir Fenelon e “Estou aí”, da Cinédia, direção de José Cajado Filho. Ainda nesse ano, gravou a marcha “Boca negra”, de Antônio Almeida e Alberto Ribeiro, e os sambas “Porta bandeira”, de Nássara e Roberto Martins e “Tem marujo no samba”, de João de Barro, este último em dueto com Nuno Roland com acompanhamento de Severino Araújo e sua orquestra Tabajara. Ainda no mesmo ano, fez sucesso com o samba “Eu sei estar na Bahia”, de José Maria de Abreu e Osvaldo Santiago, gravado em dueto com Blecaute.

Ainda em 1949, em concurso tradicional para elejer a “Rainha do Rádio” do ano, perdeu o título para a grande “rival” Marlene. Na época, os jornais davam destaque para a polêmica criada pelos fãs-clubes das duas estrelas. No ano seguinte, as cantoras surpreendem o público ao gravarem em dueto “Eu já vi tudo”, de Peterpan, “Casca de arroz”, de Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti, e “A bandinha do Irajá”, de Murilo Caldas. Atuou no filme “Todos por um”, dirigido na Cinédia por José Cajado Filho em 1950, mesmo ano em que gravou os baiões “Paraíba” e “Baião de dois”, da dupla Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que obtiveram grande sucesso, e os sambas “Boa”, de Marília Batista e Henrique Batista e “Jurei”, de Nássara e Valdemar de Abreu. Em 1951, lançou a marcha-baião “Bate o bombo”, de Humberto Teixeira, e a marcha “Tomara que chova”, de Paquito e Romeu Gentil, um de seus grandes sucessos carnavalescos, com acompanhamento de Guio de Moraes e Seus Parentes, e a marcha “Festa brava”, de João de Barro, e o samba “Perdi meu lar”, de Geraldo Pereira e Arnaldo Passos, com acompanhamento de Radamés Gnatalli e sua orquestra. Participou ainda de outro filme de sucesso, “Aviso aos navegantes”, dirigido na Atlântida por Watson Macedo. Atuou também em “Aí vem o barão”,também na Atlântida, e do mesmo diretor. Com Ivon Curi gravou a toada “Noite de luar”, de José Maria de Abreu, Alberto Ribeiro e Ivon Curi.

Atuou em mais dois filmes em 1952, “É fogo na roupa”, de Watson Macedo e “Barnabé tu és meu”, da Atlântida, com direção de José Carlos Burle. Nesse ano, gravou o samba “Fora do samba”, de Peterpan, Amadeu Veloso e Paulo Gesta, a marcha “Nem de vela acesa”, de Paquito e Romeu Gentil, e com Jorge Goulart, o samba “Sua mulher vai ao baile comigo”, de Caribé da Rocha e Evenor. No ano seguinte, participou dos filmes “O destino em apuros”, da Multifilmes e “Aí vem o general”, de Alberto Atillio. Nesse ano, gravou as marchas “Bananeira não dá laranja”, de João de Barro, e “Catumbi encheu”, de Rutinalo e Norival Reis, e os sambas “Você sabe muito bem”, de Lourival Faissal, Bené Alexandre e Getúlio Macedo, e “Pelo amor de Deus”, de Humberto Teixeira e Felícia Godoy. Gravou na Todamérica com Albertinho Fortuna a marcha “Felipeta”, de Antônio Almeida, e o samba “Olha a corda”, de Antônio Almeida e João de Barro. Em 1953, foi eleita a Rainha do Rádio pela Associação Brasileira do Rádio apenas com o voto popular, sem patrocínio comercial obtendo praticamente o triplo dos votos da segunda colocada.

Atuou nos filmes “Caprichos do amor”, de H. Rangel e “O petróleo é nosso”, de Watson Macedo em 1954, ano em que gravou com o Trio Madrigal o bolero “Vaya com Dios”, de Russel e Pepper, com versão de Joubert de Carvalho. Gravou também nessa época o samba “Parabéns São Paulo!”, de Rutinaldo, a marcha “Aí vem a marinha”, de Moacir Silva e Lourival Faissal, o samba-canção “Os meus olhos são teus”, de Peterpan, e o bolero “Noite de chuva”, de Peterpan e José Batista. Nesse ano, gravou na RCA Victor em dueto com o radialista César de Alencar a valsa “Noite nupcial”, de Peterpan, e o samba “Os quindins de Iaiá”, de Ary Barroso.

Em 1955, gravou a toada “Jerônimo”, de Getúlio Macedo e Lourival, música tema da novela de aventuras “Jerônimo, o herói do sertão”, de grande sucesso, apresentada na Rádio Nacional tornando-se assim, a primeira cantora a gravar, comercialmente, uma música tema de “trilha sonora” de novela radiofônica. Nesse ano, atuou em cinco filmes diferentes, “Eva no Brasil”, de Pierre Caron; “Carnaval em Marte”, de Watson Macedo; “O rei do movimento”,de Vitor Lima; “Trabalhou bem Genival”, de Luiz de Barros, e “Guerra ao samba”, de Carlos Manga. Nesse período, gravou mais três composições de Peterpan: o cântico “Saudações aos peregrinos”, o samba “Nova Canaã” e a “Toada do amor”. Ainda em 1955, tornou-se a primeira cantora a cantar distante da orquestra quando estando em excursão ao Rio Grande do Sul cantou ao telefone nos estúdios da Rádio Gaúcha de Porto Alegre o bolero “Em nome de Deus” acompanhada pela orquestra do Maestro Ercolli Vareto que estava nos estúdios da Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Nessa ocasião defendia o primeiro lugar desse bolero na “Parada dos maiorais – Pastilhas Valda” do Programa César de Alencar.

Gravou no ano seguinte, com acompanhamento de Radamés Gnatalli e sua orquestra, a valsa “Lembrando Paris”, de Lourival Faissal e Jorge de Castro, e o samba “Insensato coração”, de Antônio Maria e Paulo Soledade. Em dueto com Bill Farr gravou o fox-marcha “Bate o bife”, de João de Barro, razoável sucesso naquele carnaval. Atuou também no filme “Vamos com calma”, dirigido na Atlântida por Carlos Manga.

Em 1957, fez grande sucesso no carnaval com a maliciosa marcha “Vai com jeito”, de

João de Barro, e que deu ensejo ao filme “Com jeito vai”, dirigido na Herbert Richers por J. B. Tanko. Nesse ano, atuou também nos filmes “Garotas e samba”, dirigido na  Atlântida por Carlos Manga, e “De pernas pro ar”, de Vitor Lima, lançado pela Herbert Richers e Sino-Cinedistri. Tornou-se nesse ano, a primeira cantora a gravar, comercialmente, um samba-enredo de escola de samba, “Brasil Fontes das Artes”, de Djalma Costa, Eden Silva e Nilo Moreira, do GRES do Salgueiro, com acompanhamento da bateria dessa escola de samba. Atuou no filme “É de chuá”, dirigido na Herbert Richers e Sino-Cinedistri, por Vitor Lima em 1958. Fez sucesso nesse ano com o bolero “Botões de laranjeira”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal. Gravou também as marchas “Noites de junho”, de João de Barro e Alberto Ribeiro, e “Primavera no Rio”, de João de Barro. Em seu disco na Continental, o LP “Calendário musical”, registrou sucessos como Botões de laranjeiras”, de Lourival Faissal e Getúlio Macedo, e “Fevereiro”, de João de Barro. Após 13 anos, deixou a Continental e ingressou na Columbia estreando com o samba-canção “Outra prece de amor”, de René Bittencourt, e o cha-cha-cha “Cachito”, de Velesquez e Bourget. Com esta música, tornou-se a primeira cantora a gravar através do sistema de colocar a voz sobre a parte inicialmente gravada pela orquestra. Esta música foi lançada simultaneamente em dezenas de estações de rádio em todo o país.

Gravou em 1959 a marcha-rancho “Meu Santo Antônio”, de Irani de Oliveira, e o bolero “Em meus braços”, de Irani de Oliveira e Almeida Rego, e os sambas “Amor de outrora”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal, e “Renunciei”, de Arsênio de Carvalho. Nesse ano, participou dos filmes “Mulheres à vista”, “Entrei de gaiato”, “Vai  que é mole” e “Garota enxuta”, dirigidos na Herbert Richers, por J. B. Tanko. Gravou no ano seguinte os sambas “Gelo”, de J. Piedade e Orlando Gazzaneo, e “A danada da saudade”, de Rutinaldo, as marchas “Pensar…professor”, de José Costa e Fernandinho, “Qual é o pó”, de João Roberto Kelly e G. Gonçalves, e “Marcha do pintinho”, de Hilton Simões, Alventino Cavalcanti e Oldemar Magalhães, e o bolero “Alguém”, de Getúlio Macedo e Lourival Faissal. Nesse ano, atuou no filme “Cala a boca Etelvina”, de Eurides Ramos. Também nesse ano, lançou o LP “Emília no país dos sucessos”, que tinha entre outras músicas, “Chiquita bacana”, de Alberto Ribeiro e João de Barro, “Música divina”, de Waldir Rocha, “Eu e o samba”, de Nelson Castro, e “Dez anos”, de Rafael Hernandes.  Foi mais de 50 vezes capa da famosa Revista do Rádio e recordista em receber cartas de fãs. Possuiu as colunas “Diário da Emilinha”, “Álbum da Emilinha”, “Emilinha responde” e “Coluna da Emilinha” através das quais se comunicava com os fãs nas revistas “Revista do Rádio” e “Radiolândia” e no jornal “A Noite”. Foi a estrela principal de inúmeros programas na Rádio Nacional. Foi a primeira artista brasileira a realizar uma excursão nacional com patrocínio exclusivo. Foi eleita por três anos consecutivos a melhor cantora do Rádio.

Gravou em 1961 as músicas “Milhões de carinhos”;  “Juntinhos é melhor”, de Fernando Costa, Rossini Pinto e Fernando Barreto; os sambas “Demorei”, de João de Oliveira e Oldemar Magalhães, e “Chora que eu vou gargalhar”, de Claudionor Santos e Ivo Santos, e as marchas “Papai e mamãe” e “Meu cavalo não manca”, de Rutinaldo e Brasinha. Atuou também no filme “Férias no Arraial”, da produtora Arabela. Também nesse ano foi eleita a “Rainha do Jubileu de Prata da Rádio nacional”. Entre meados da década de 1950 e 1960 teve marcante atuação na televisão cantando e apresentando programas. Apresentou “Emilinha canta”, com Blota Júnior na TV Record, de São Paulo; “Emilinha canta”, com Levy Freire na TV Itacolomi de Belo Horizonte; “Big show peixe”, com César de Alencar na TV Record de São Paulo; “O show é ODD”, com Paulo Gracindo na TV Rio; “Minha querida Emilinha”, na TV Rio; “Emilinha aos sábados”, na TV Excelsior, do Rio de Janeiro; “A grande premiada”, com Aerton Perlingeiro na TV Tupi, Rio de Janeiro; “Festival de músicas para o carnaval”, com João Roberto Kelly na TV Tupi do Rio. Por diversas ocasiões substituiu o apresentador Chacrinha no programa “Discoteca do Chacrinha”, nas Tvs Excelsior e Rio. Fez shows nos Estados Unidos, Israel e Inglaterra entre outros países.

Em 1962, gravou três canções da dupla Rossini Pinto e Fernando Costa, “Filhinho querido”, “Benzinho” e “Quero outra vez sentir”, e também “Castigo meu amor”, de Fernando Barreto e Fernando Costa. Gravou também a primeira composição de sua autoria “É brasa”, parceria com Fernando Costa e Rossini Pinto.

No ano seguinte, fez sucesso no carnaval com a marcha “Pó de mico”, de Dora Lopes, Renato Araújo e Arildo Souza. Nesse ano, lançou o LP “Benzinho”, música título da dupla Fernando Costa e Rossini Pinto, da qual gravou também “Vem  comigo dançar” e “Quero outra vez sentir teu coração”, além de “Porque foi que voltei”, de João Roberto Kelly. Fez sucesso no carnaval de 1964 com a “Marcha do remador”, de Antônio Almeida e Oldemar Magalhães. Em 1965, foi eleita “Rainha do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro”. Nesse ano, fez sucesso no carnaval com a marcha “Mulata iê-iê-iê”, de João Roberto Kelly. Gravou 117 discos, entre 1939 e 1965, tornando-se uma das cantoras de maior expressão nacional de todos os tempos. Atuou em 1966 nos filmes “007 1/2 no Carnaval”, da Copafilmes Copacabana, com direção de Vitor Lima, e “Virou bagunça”, da Cinedistri, com direção de Watson Macedo. Também no mesmo ano, lançou o LP “Amor da minha vida”, música título de Rossini Pinto que incluía ainda “Amor maior do mundo”, de sua autoria e Fernando Costa, “Viver sem teu amor não é viver”, de Peterpan, e “Minha renúncia”, de Média Vuelta e Neusa da Costa. No ano seguinte, atuou em “Carnaval barra-limpa”, na Herbert Richers, filme de J. B. Tanko.

Em 1968, completou treze anos consecutivos escolhida em primeiro lugar no concurso “Os mais queridos do Rádio e da televisão”. Nesse ano, se afastou da vida artística por problemas de saúde. Teve edema nas cordas vocais e foi submetida a três cirurgias e a longo período de estudo para reeducar sua voz. Ainda assim, voltou a cantar. Seu retorno ocorreu em espetáculo realizado pelo Sistema Globo de Rádio, diretamente do campo de futebol do Clube de Regatas Vasco da Gama no Rio de Janeiro, exatamente no Dia dos Marinheiros, em 1972. No início de 1973, em transmissão direta feita pela TV Tupi do Rio de Janeiro, apresentou-se no Canecão, no Festival de músicas para o carnaval, iniciativa do MIS a partir de 1968, quando, com a marcha de João Roberto Kelly “Israel”, venceu, mais uma vez, a “guerra” do carnaval. Em 1975, apareceu no filme “Assim era a Atlântida”, de Carlos Manga.

Em 1981, participou, pela primeira vez, de espetáculos culturais sobre a memória da MPB, na Sala Sidney Miller da Funarte, estrelando os shows: “Oh! As marchinhas”, com o cantor Jorge Goulart que seria convertido em LP com o mesmo nome e “Quero Kelly”, com João Roberto Kelly, ambos criados e dirigidos por Ricardo Cravo Albin para a série “Carnavalesca”. No LP “Oh! As marchinas”, lançado pela Phonodisc e apresentado por R. C. Albin, interpretou clássicos carnavalescos como “Balzaqueana”, de Wilson Batista e Nássara; “O teu cabelo não nega”, de Lamartine Babo e Irmãos Valença; “Pirata da perna de pau”, de João de Barro; “Touradas em Madrid”, de Alberto Ribeiro e João de Barro, e “As pastorinhas”, de João de Barro e Noel Rosa. No mesmo ano, gravou de maneira independente o LP “Força positiva” no qual cantou “Meu amor não envelhece”, de Arthur Moreira e Osmar Navarro, “O herói da noite”, de Renato Barbosa e Míriam Batucada, “Eu vou até de manhã”, de Lauro Maia, “O milagre da luz”, de Esdras Silva e Klécius Caldas e “Ninguém fica pra semente”, de Vovó Ziza e Noca da Portela. Em 1988, participou do LP duplo “Há sempre um nome de mulher”, do Banco do Brasil/ LBA, criado por Ricardo Cravo Albin para a Campanha do Aleitamento Materno, ocasião em que gravou novamente o repertório carnavalesco de sempre, ao lado da rival Marlene.

Em 1991, recebeu o prêmio de “Cidadã benemérita da cidade do Rio de Janeiro”. Em 1995, recebeu o prêmio de “Cidadã paulistana”. No ano seguinte, foi laureada com o Troféu Imprensa. Durante boa parte da década de 1990 participou, quase anualmente, do baile de carnaval brasileiro realizado no Woldorf Astória Hotel em Nova York. Em 2003, lançou seu primeiro disco depois de 22 anos sem gravar, “Emilinha pinta e borda”, que contou com as participações especiais de Ney Matogrosso na faixa “Não existe pecado ao sul do equador”, de Chico Buarque e Ruy Guerra e do grupo Forroçacana mna faixa “ETC”, de Nando Reis, Marisa Monte e Carlinhos Brown. Nesse ano, por ocasião dos seus 80 anos, concedeu longa entrevista ao Jornal do Brasil, conduzida por Ney Matogrosso, na qual falou sobre sua carreira. No carnaval de 2004, apresentou-se no concorrido baile popular da Cinelândia, centro do Rio de Janeiro. No mesmo ano, gravações suas feitas entre 1939 e 1954 foram incluídas pelo selo Revivendo no CD “Se queres saber” entre as quais, “Rumba em Jacarepaguá”, “Tico tico na rumba”, “Escandalosa”, “Dez anos” e “Vem cantar também”. Ficou conhecida como “A favorita da marinha”, além de ser vista também por muitos como a “Eterna Rainha do Rádio”.

Em setembo de 2008, pouco antes de se completarem 3 anos de sua morte, o Fã Clube Nacional Emilinha Borba realizou no Rio Scenarium na Lapa a exposição “Emilinha: um acervo à procura de um espaço”. Na mesma época o Jornal do Brasil publicou reportagem sobre a dificuldade do Fã Clube da cantora encontrar um espaço para alojar o acervo da artista: “Quem diria: o legado da Favorita da Marinha está à procura de um porto seguro. Às vésperas do terceiro aniversário de morte de Emilinha Borba, lembrado em 3 de outubro, os objetos pessoais da cantora, que rivalizou com Marlene no auge da era do rádio, precisam encontrar alguém que cuide deles. São camisolas de cetim e algodão, o prato que Emilinha almoçou pela última vez, bijuterias, vestidos usados em shows, o estojo de maquiagem usado no dia em que morreu e ainda centenas de revistas, fotografias, discos, diplomas, prêmios e mais de 240 faixas dadas de presente à musa por fãs – itens típicos das décadas de 50 e 60”. Em 2010, foi homenageada especial do show “Cantando a era de ouro do Rádio” apresentado no teatro Rival pela cantora e atriz, e sua fã assumida, Tânia Alves, que dedicou toda a segunda parte de seu show “Cantando a Era de Ouro do Rádio” cantando as marchinhas, boleros e baiões do repertório dela. Uma prova da vitalidade do culto à cantora é que seu fã clube, criado oficialmente em 1952, chegou a 2010, cinco anos após a morte da cantora contando com mais de dois mil fãs cadastrados. Em 2011, estreou no Teatro Maison de France, no centro do Rio de Janeiro o musical “Emilinha e Marlene – As rainhas do rádio” com texto de Thereza Falcão e Julio Fischer, direção de Antonio De Bonis, direção musical de Marcelo Alonso Neves, e as atrizes Solange Badin e Vanessa Gerbelli nos papéis principais. O musical retrata a eterna rivalidade entre as cantoras Marlene e Emilinha. Ainda em 2011, foi homenageada com a exposição “Emilinha Borba – a cantora das multidões” realizada por seu fã clube no Centro Cultural Abrigo de Bondes no centro de Niterói. Em 2017, voltou ao cartaz no Centro Cultural João Nogueira, no bairro carioca do Méier o musical “Emilinha” com a atriz Stella Maria Rodrigues cantando vários sucessos da Rainha do Rádio.

Em 2018, foi apresentado no Teatro Riachuelo, centro do Rio de Janeiro o espetáculo de encerramento da temporada de sete anos no Rio do espetáculo “Emilinha”, com a atriz e cantora Stella Maria Rodrigues, que em determinadas cenas vestiu indumentária que pertenceu à cantora, recebendo os convidados especiais Nelson Freitas e Izabel Bicalho, antes de seguir para São Paulo com o espetáculo.

Em agosto de 2023, aconteceram diversas homenagens ao centenário da cantora. Foi realizado, pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), remake do clipe de “Aí vem a Marinha” (Moacyr Silva e Lourival Faissal, 1954), música gravada por Emilinha com a Banda do Corpo de Fuzileiros Navais. O clipe foi refeito com recursos de inteligência artificial. A Cinemateca do MAM promoveu mostra com os filmes “Barnabé, tu és meu”, “Estou aí?”, “Tristezas não pagam dívidas”, “Poeira de estrelas” e os curtas “Reflexus” 1 e 2. Na manhã do dia do centenário da cantora, foi rezada uma missa na Igreja São Francisco de Paula, no centro do Rio de Janeiro (RJ). Na missa a Favorita da Marinha recebeu a homenagem Banda Corpo de Fuzileiros Navais e do Coral da Escola Municipal Ginásio Emilinha Borba, além das homenagens de Ricardo Cravo Albin durante todo o dia, de uma em uma hora, na Rádio Roquette Pinto. Ainda para marcar o centenário da cantora, aconteceu, em setembro, na Fortaleza de São José, no bairro da Urca, no Rio de Janeiro, apresentação promovida pela Marinha e pelo Museu da Imagem e do Som. O repertório da cantora foi interpretado pela Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), Banda Sinfônica do CFN e pela cantora e gerente cultural do MIS (RJ) Mona Vilardo. Ela interpretou músicas como  “Primavera do Rio”, “Chiquita Bacana” e “Se queres saber”.

 

Discografias
2023 Novosom SL Carnaval de sucessos

Coletânea

2018 Novosom SL Meus primeiros anos

Coletânea

2013 Chiquita bacana

Single reedição

2013 Doce veneno

Single reedição

2013 Marcha do remador (Se a canoa não virar eu chego lá)

Single Reedição

2013 Tomara que chova

Reedição

2013 Vai com jeito

Single Reedição

2006 Warner Warner 30 anos Emilinha Borba

Coletânea

2004 Revivendo CD Se queres saber
2003 CD Emilinha pinta e borda
1995 Columbia Frente a frente

Com Elizeth Cardoso

1994 Warner Mestres da MPB Emilinha Borba

Coletânea

1991 Revivendo CD Emilinha Borba
1990 CBS LP O maravilhoso mundo musical de Emilinha Borba, Vol. 2
1989 CBS LP Presença de Emilinha (duplo)

Coletânea

1988 Revivendo LP Sempre favorita
1988 Collector's LP Ídolos do rádio
1984 CBS LP Sempre Emilinha

Coletânea

1982 Continental/PhonoDisc LP Oh! As marchinhas
1981 EPA Força positiva
1979 RCA Emilinha Borba e Noel Carlos

Single

1976 Continental LP Ídolos da MPB
1975 CBS LP Os grandes sucessos de Emilinha Borba
1970 Continental LP Calendário musical
1969 CBS LP Os grandes sucessos de Emilinha Borba
1967 Sony Music Banda meu bem (A Polca)

Single

1966 Sony Music - Nunca mais(Capri ces’t fini)/Aqui está o meu coração

Single

1965 CBS LP Amor da minha vida
1964 CBS 78 Menina da areia/Quando você me apareceu
1963 CBS LP Benzinho
1963 Columbia 78 Juro por Nossa Senhora/É triste a minha canção
1963 Columbia 78 Marcha do remador/Até o luar
1963 Columbia 78 Minha verdade/Choro com razão
1963 Columbia 78 Retrato de Cabral/Cuidado menina
1962 Columbia 78 Alegria de pobre/É brasa
1962 Columbia 78 Benzinho/Quero outra vez sentir
1962 Columbia 78 Castigo meu amor/Filhinho querido
1962 Columbia 78 Pó de mico/E o bicho não deu
1961 Columbia 78 Chora que eu vou gargalhar/Meu cavalo não manca
1961 Columbia 78 Milhões de carinhos/Juntinhos é melhor
1961 Columbia 78 Papai e mamãe/Demorei
1960 Columbia 78 A danada da saudade/Alguém
1960 Columbia 78 Boa noite meu bem/História da minha vida
1960 CBS LP Emília no país dos sucessos
1960 Columbia 78 Gelo/Marcha do pintinho
1960 Columbia 78 Me leva pro céu/Intriga
1960 Columbia 78 Pensar...Professor/Qual é o pó?
1959 Columbia 78 Amor de outrora/Renunciei
1959 Continental LP Calendário musical
1959 Columbia 78 Mamãe eu vou às compras/Na paz de Deus
1959 Columbia 78 Maria das Dores/Serapião
1959 Columbia 78 Menina direitinha/Vedete
1959 Columbia 78 Meu Santo Antônio/Em meus braços
1959 Columbia 78 Não comprem este disco/Fiorim Fiorelo
1958 Continental 78 Flor de março/Chuvas de abril
1958 Continental 78 Férias de julho/Canção de agosto
1958 Columbia 78 La machicha/Patrícia
1958 Continental 78 Noites de junho/Botões de laranjeira
1958 Columbia 78 Outra prece de amor/Cachito
1958 Continental 78 Primavera no Rio/Em outubro vou pagar
1958 Columbia 78 X9-O samba impossível/Resolve
1957 Continental 78 Aqueles olhos verdes/Desengano
1957 Continental 78 Arranca minha vida/Três caravelas
1957 Continental 78 Canção das fãs/Mentirosa
1957 Continental 78 Chora na lama/Fevereiro
1957 Todamérica 78 Corre, corre lambretinha
1957 Continental 78 Mulheres da terceira dúzia/Não há remédio
1956 Continental 78 A ordem do rei/Vai com jeito
1956 Continental 78 Bate o bife

(Com Bill Farr)

1956 Continental 78 Brasil fonte das artes/Só não vejo você
1956 Continental 78 Fandango/Samba moderno
1956 Continental 78 Feliz ano novo/É Natal
1956 Continental 78 Lembrando Paris/Insensato coração
1956 Continental 78 Meu benzinho/Beijar
1956 Continental 78 No tempo do vintém/Tarará tarará
1956 Continental 78 Não é só o luar/Jóia rara
1955 Continental 78 A água lava tudo
1955 Continental 78 Canta canta pasarinho/Toada de amor
1955 Continental 78 Chega de índio/Marcha do Varunca
1955 Continental 78 Deixa eu, nego/Canto do cisne
1955 Continental 78 Em nome de Deus/Jerônimo
1955 Continental 78 Istambul/Lavadeira
1955 Continental 78 Pescador granfino/Vou me acabar
1955 Continental 78 Saudação aos peregrinos/Nova Canaã
1954 Continental 78 A melhor fruta da terra/Ninguëm bebe por prazer
1954 Continental 78 Ai! Que medo/Senhorita
1954 Continental 78 Aí vem a marinha
1954 RCA Victor 78 Noite nupcial/Os quindins de Iaiá

(Com César de Alencar)

1954 Continental 78 Os meus olhos são teus/Noite de chuva
1954 Continental 78 Vaya com Dios(Com Trio Madrigal)/Parabéns São Paulo
1953 Continental 78 A louca chegou

(Com Ruy Rey)

1953 Continental 78 Acende a vela/Calúnia
1953 Continental 78 Baião de São Pedro
1953 Continental 78 Quando tu não estás/Outono
1953 Continental 78 Renunciei/Vai fazer um mês
1953 Continental 78 Semana inteira/Caboclo

(Com Blecaute)

1953 Continental 78 Você sabe muito bem/Pelo amor de Deus
1953 Continental 78 É o maior(Com Trio Madrigal)/Segure teu destino
1952 Continental 78 Aconteceu/Bandolins ao luar
1952 Continental 78 Bananeira não dá laranja/Catumbi encheu
1952 Continental 78 Cacimbão/Filho de mineiro
1952 Todamérica 78 Filipeta/Olha a corda

(Com Albertinho Fortuna)

1952 Continental 78 Fora do samba/Nem de vela acesa
1952 Continental 78 Mucho gusto

(Com Ruy Rey)

1952 Continental 78 Nosso amor/Camponesa
1952 Continental 78 Se você me deixar/A música que eu não ouvi
1952 Continental 78 Sua mulher vai ao baile comigo

(Com Jorge Goulart)

1951 Continental 78 Canção de Dalila(Com Trio Madrigal)/Feliz natal(Com Trio Madrigal e Trio Melodia)
1951 Continental 78 Dançando a rumba
1951 Continental 78 Dez anos/Mambo do gato
1951 Continental 78 Noite de luar

(Com Ivon Curi)

1951 Continental 78 Urubu Rei/O beijo da paz
1950 Continental 78 A Bandinha do Irajá

(Com Marlene)

1950 Continental 78 Baião de dois/Paraíba
1950 Continental 78 Bate o bumbo/Tomara que chova
1950 Continental 78 Boa/Jurei
1950 Continental 78 Festa brava/Perdi meu lar
1950 Continental 78 Vizinho do 57/Bico doce
1949 Continental 78 Boca negra/Tem marujo no samba

(Com Nuno Roland)

1949 Continental 78 Cabide de molambo/Caramba! Isto é samba
1949 Continental 78 Capelinha de melão/Dona Felicidade
1949 Continental 78 Casca de arroz/Eu já vi tudo

(Com Marlene)

1949 Continental 78 Deixe que amanheça/Eu sei estar na Bahia
1949 Continental 78 Escocesa/Boca Rica
1948 Continental 78 Barnabé/Que carnaval!
1948 Continental 78 Chiquita bacana/Porta bandeira
1948 Continental 78 Contraste/Esperar porque?
1948 Continental 78 Quem quiser ver, vá lá/Meu branco
1947 Continental 78 Escandalosa/Rumba de Jacarepaguá
1947 Continental 78 Já é de madrugada/Telefonista
1947 Continental 78 Tico tico na rumba (Com Ruy Rey)/Se queres saber
1946 Continental 78 Antes eu nunca te visse/Acapulco
1946 Continental 78 É um horror!/Madureira
1945 Continental 78 Ai! Luzia
1945 Continental 78 Como eu sambei/Você e o samba
1945 Continental15.224 78 Infância
1945 Continental 78 O outro palpite/Divagando
1944 Continental 78 Ganhei um elefante/Se eu tivesse com que
1942 Odeon 78 O fim da festa/Eu tenho um cachorrinho
1941 Odeon 78 Quem parte leva saudade/Levanta José
1940 Columbia 78 O cachorro da lourinha/Meu mulato vai ao morro
1939 Columbia 78 Faça de conta
1939 Columbia 78 Faça o mesmo/Ninguém escapa
1939 Columbia 78 Vem cantar também/Qual a razão
Obras
Amor maior do mundo (c/ Fernando Costa)
É brasa (c/ Fernando Costa e Rossini Pinto)
Shows
"Oh! As marchinhas", com o cantor Jorge Goulart, Sala Sidney Miller/Funarte, Rio de Janeiro. Roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin.
"Quero Kelly", com João Roberto Kelly, Sala Sidney Miller/Funarte, direção de Ricardo Cravo Albin.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB – A História de nossa música popular de sua origem até hoje. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

Crítica

Fenômeno, talvez, para apreciação antes sociológica do que musical, rainha absoluta dos auditórios e, para além deles, estrela mais popular de todo o rádio, no período de mais afirmação e maior alcance nacional desse veículo, o que inclui a segunda metade dos anos 40 e a primeira dos anos 50, Emilinha Borba não contou com as graças da crítica desse tempo. Sua voz chegou a ser classificada de “quadrada e desagradável”. O repertório — uma seqüência considerada marcante de boleros, rumbas, baiões e marchinhas — seria medíocre, tanto do ponto de vista poético quanto do melódico, e de irremediável mau gosto. Na mídia da época, uma suposta elite estética autonomeada e mesmo apreciações comedidas realçavam-lhe apenas os inegáveis dotes de simpatia e comunicabilidade. Na verdade, quase sempre essas pesadas restrições a Emilinha, ainda que inconscientemente, procuravam atingir o espaço do qual ela era símbolo, os auditórios de rádio, povoados a partir de 1945 por um populacho urbano em certa ascensão social. O distanciamento veio permitir uma reavaliação. A voz de pequena extensão, um tanto anasalada, talvez abusasse dos “trèmolos”. Mas era sempre bem emitida e de timbre agradável. A interpretação surpreende: Emilinha era romântica nos boleros e sambas-canção, maliciosa nas rumbas e nos mambos, brejeira nos baiões e toadas, alegre nos sambas e contagiante nas marchinhas carnavalescas. Ao repertório também se fez injustiça: Emilinha gravou muitos — e alguns muitas vezes — dos grandes compositores brasileiros. É a criadora e lançadora de pelo menos dois clássicos, tão cultuados hoje quanto há meio século: o samba-canção “Se queres saber” (Peterpan), de 1947, e o baião “Paraíba” (Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira), de 1950. Há ainda a extensa lista de sucessos carnavalescos, liderada por “Chiquita bacana” (João de Barro-Alberto Ribeiro), de 1949.

Moacyr Andrade