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Nome Artístico
Elza Laranjeira
Nome verdadeiro
Elza Laranjeira
Data de nascimento
16/6/1925
Local de nascimento
Bauru, SP
Data de morte
22/7/1986
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Cantora.

Cantou na Rádio Clube de Bauru aos 10 anos de idade. Formou-se professora pela Escola Normal de Bauru e lecionou em escola pública antes de iniciar a carreira artística. Foi casada com o cantor Agostinho dos Santos. Era considerada uma das cantoras mais importantes do chamado broadcasting da radiofonia paulistana.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira artística na década de 1940, substituindo Leny Eversong no programa de Blota Júnior, transmitido pela Rádio Cruzeiro do Sul.

Em 1945, transferiu-se com o apresentador para a Rádio Record de São Paulo. Em 1951, fez suas primeiras gravações pelo selo Star, lançando quase simultâneamente dois discos, com os sambas “Foi sem querer”, de Enrico Simoneti e Maragliano e “Quando eu era pequenina”, de Enrico Simoneti e Donato, e, as canções “Poema das duas mãozinhas”, de Hervê Cordovil e Jorge de Lima e “Dia das mães”, de Maria Cecília B. França. No mesmo ano, gravou o baião “O galo já cantou”, de Hervê Cordovil e Raul Duarte.

Em 1953, foi contratada pela Copacabana e lá estreou com o samba “Vida nova”, de Alfredo Borba e Sérgio Rubens e a batucada “A louca chegou”, de Rômulo Paes, Adoniran Barbosa e Henrique de Almeida. No mesmo ano, gravou o samba “Gol de Baltazar”, de Alfredo Borba, homenagem ao então artilheiro do time de futebol do Corinthians de São Paulo. Gravou também no mesmo período, em dueto com Cauby Peixoto, o samba “Já paguei o meu tributo”, também de Alfredo Borba. Ainda no mesmo ano, estreou na gravadora Columbia, com o choro “Doçura”, primeira composição de sua autoria e o samba canção “Meu Deus não sei”, de Ted. Em 1954, gravou a marcha “É covardia”, de Alfredo Borba e José Sacomani e o samba “Mulher namoradeira”, de Alfredo Borba. No mesmo ano, gravou outra música alusiva ao futebol, uma vez que a seleção brasileira de futebol, em junho daquele ano, participava da Copa do Mundo da Suiça, o samba “Gol do Brasil”, de Alfredo Borba. No ano seguinte, gravou o xote “Bandinha do interior”, de Mário Vieira e Elpídio dos Santos e o baião “Baião espanhol”, de Alfredo Borba e Luiz Gaúcho. No mesmo ano, gravou mais duas composições de Alfredo Borba, a marcha “Gole de cachaça” e o samba “Lampião de querosene”.

Em 1956, teve uma rápida passagem pela Odeon, onde gravou dois discos. No primeiro, cantou “Lavadeiras de Portugal”, de Popp e Lucchesi, em ritmo de baião, com versão de Joubert de Carvalho e o choro “pica-pau”, de Alfredo Borba e José Henrique. O segundo disco, lançado em janeiro do ano seguinte, trazia a valsa “Que será, será”, de Livingstone e Evans, com versão de Nadir Corte Real, e, o samba “Poço dos desejos”, de Edson Borges. Em 1957, passou a gravar na RGE e lançou avalsa ” Dois olhos azuis”, de M. Jary e Maugéri Neto e o beguine “Insônia”, de Mário Albanese e Heitor Carrilho, com acompanhamento de Enrico Simoneti e sua orquestra. Em 1959, gravou o fox “É disso que eu gosto”, de Heitor Carrilho e Maugério Neto e o samba canção “Dona saudade”, de Mário Albanese e Habib Nader. No mesmo ano, gravou de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, o samba canção “Eu sei que vou te amar”, e, de Antônio Carlos Jobim e Marino Pinto, o samba “Aula de matemática”. Foi considerada uma das maiores intérpretes de Dolores Duran, de quem gravou ainda em 1959, o samba canção ” A noite do meu bem”.

Cantou durante muito tempo em casas noturnas de São Paulo. Destacou-se como cantora romântica, tendo gravado valsas, fox, beguines e sambas canções, como “Estou amando azul”, de Fernando César e Britinho, lançado também em 1959. No ano seguinte, gravou o samba canção “Fale baixinho”, de Portinho e Heitor Carrilho, e a marcha rancho “Um punhadinho de estrelas”, de Mário Albanese e Heitor Carrilho. No mesmo ano, gravou o samba ” Tome continha de você”, de Dolores Duran e o samba canção “Um minuto só”, de Edson Borges. Fiel ao seu estilo de músicas românticas, com temâticas amorosas, gravou ainda no mesmo ano, o bolero “Ninguém é de ninguém”, de Umberto Silva, Toso Gomes e Luiz Mergulhão e, o fox “Devaneio”, de Djalma Ferreira e Luiz Antônio. Ainda em 1960, lançou seu primeiro LP, e um dos discos de maior destaque, “A noite do meu bem”, com Simonetti e sua Orquestra, no qual cantou além da música título, as composições “Tome continha de você”, de Dolores Duran e Édson Borges; “Um punhadinho de estrêlas”, de Mário Albanese e Heitor Carillo; “Cuidado coração”, de Ciloca Madeira e Fred Jorge; “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; “Estou amando azul”, de Fernando César e Leal Brito “Britinho”; “Fale baixinho”, de Portinho e Heitor Carillo; “Quando te achei”, de Adoniran Barbosa e Hilda Hilst; “Podem falar”, de Agostinho dos Santos e Quico; “Conversa”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia; “Um minuto só”, de Édson Borges, e “Porquê”, de Hervé Cordovil e Vicente Leporace. Em 1962, gravou o bolero “Sem motivo”, de Aderaldo Monteiro e o samba canção “Mais uma vez adeus”, de Georges Auric e Teixeira Filho.

Em 1962, gravou o bolero “Sem motivo”, de Aderaldo Monteiro e o samba canção “Mais uma vez adeus”, de Georges Auric e Teixeira Filho. No mesmo ano, gravou acompanhada pelo Conjunto RGE, dois clássicos da bossa nova, os sambas “Só danço samba”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes e “Samba do avião”, de Tom Jobim. Apresentou-se em vários países latino-americanos, destacando-se o Uruguai.

Recebeu o Prêmio Roquete Pinto (melhor cantora paulista de música internacional), o Prêmio Cidade de São Sebastião (RJ) e o Troféu Chico Viola (SP). As músicas “A noite do meu bem”, de Dolores Duran e “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes destacaram-se entre suas gravações de maior sucesso. Deixou a Rádio Record e foi para Rádio Nacional (SP) no início da década de 1960.

Em 1963, lançou o LP “A música de Tom e Vinicius”, no qual interpretou, entre outras, “Só danço samba”, “Sem você”, “Por toda minha vida”, “Serenata do adeus” e “Derradeira primavera”. Ficou um tempo afastada da vida artística, só retornando em 1975. Nesse mesmo ano voltou a cantar na Boate Samba-Enredo (SP).

Discografias
1962 RGE LP Elza interpreta Tom Jobim e Vinícius de Moraes
1962 RGE 78 Sem motivo/Mais uma vez adeus
1962 RGE 78 Só danço samba/Samba do avião
1961 RGE LP Elza Laranjeiras canta sucessos
1960 RGE LP A noite do meu bem

Com Simoneti e sua Orquestra

1960 RGE 78 Fale baixinho/Um punhadinho de estrelas
1960 RGE 78 Ninguém é de ninguém/Devaneio
1960 RGE 78 Tome continha de você/Um minuto só
1959 RGE 78 A noite do meu bem/Estou amando azul
1959 RGE 78 Eu sei que vou te amar/Aula de matemática
1959 RGE 78 É disso que eu gosto/Dona saudade
1957 RGE 78 Dois olhos azuiz/Insônia
1957 Odeon 78 Que será, será/Poço dos desejos
1956 Odeon 78 Lavadeiras de Portugal/Pica-pau
1955 Columbia 78 Bandinha do interior/Baião espanhol
1955 Columbia 78 Gole de cachaça/Lampião de querosene
1954 Columbia 78 Gol do Brasil/Isso é namorar
1954 Columbia 78 Napoli/Lençol de linho
1954 Columbia 78 Não vá embora/Pé de pobre
1954 Columbia 78 É covardia/Mulher namoradeira
1953 Columbia 78 Doçura/Meu Deus não sei
1953 Copacabana 78 Gol de Baltazar/Don Juan
1953 Copacabana 78 Já paguei o meu tributo/Esquisitice da vovó
1953 Copacabana 78 Parabéns São Paulo/Você
1953 Copacabana 78 Vida nova/A louca chegou
1951 Carnaval 78 Encantadora de serpentes/Tira a coroa
1951 Star 78 Foi sem querer/Quando eu era pequenina
1951 Star 78 O galo já cantou/As lágrimas podem secar
1951 Star 78 Poema das duas mãozinhas/Dia das mães
Obras
Doçura (c/ Ted e Sérgio Rubens)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.