5.002
Nome Artístico
Eliana Macedo
Nome verdadeiro
Ely de Souza Murce
Data de nascimento
21/9/1926
Local de nascimento
Portela, RJ
Data de morte
17/6/1990
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Atriz. Cantora.

A primeira atriz e intérprete chamada de “namoradinha do Brasil” (bem antes de Regina Duarte) era filha de Élio Lourenço de Souza e Élia Macedo de Souza. Adotou o nome artístico de Eliana para homenagear uma grande amiga de infância, que se chamava Ana. Além de seu pai e sua mãe terem nomes similares, sem o tradicional “h” a família foi completada com um irmão mais moço que Eliana, que se chamou Elinho (já falecido).

Dados artísticos

Sua vocação para a música veio do avô paterno que, desde cedo, incentivou filhos e netos a tocar instrumentos, formando uma banda denominada “XV de Novembro” na qual a menina Ely era crooner. Uma das estrelas das chanchadas da Atlântida, fez cerca de 24 filmes, entre os quais “E o Mundo se Diverte”, “Carnaval no Fogo”, “Aviso aos Navegantes”, “A sombra da Outra”, “Amei um Bicheiro”, “Carnaval Atlântida”, “Nem Sansão nem Dalila”, “Sinfonia Carioca” “Maria 38”, “Samba em Brasília”, “O Titio não é Sopa”, “Um Morto ao Telefone”, “Aí vem o Barão”, “Rio Fantasia” e “Três Colegas de Batina”. Contracenou com artistas que marcaram a época da chanchada como Anselmo Duarte, Cyll Farney, Trio Irakitã, José Lewgoy, Oscarito, Grande Otelo, entre muitos outros. Sobrinha de Watson Macedo (irmão de sua mãe), diretor que, ao lado de Carlos Manga, foi o responsável pelo período áureo da Atlântida, fez o primeiro filme, “E o mundo de diverte”, em 1949, no qual foi dirigida pelo tio, seu descobridor, que a dirigiria durante quase toda a sua carreira no cinema.

Gravou e interpretou em seus filmes várias composições, a maioria em dupla com Adelaide Chiozzo, destacando-se os sucessos”Pedalando”, de Anselmo Duarte e Bené Nunes, “Bate o Bombo Sinfrônio”, “Encosta sua Cabecinha” e “Vem Cá Sabiá”. Depois de consagrada no cinema, passou a fazer parte dos cast da Rádio Nacional se apresentando com seu marido, desde 1950, o radialista Renato Murce, um dos pioneiros do Rádio no Brasil.

Em 1951, interpretou com Adelaide Chiozzo a toada “Beijinho Doce”, de Nhô Pai, no filme “Aviso aos navegantes”. No mesmo filme, interpretou sozinha “Bate o bumbo Sinfrônio”, de Humberto Teixeira. Em 1952, cantou com Grande Otelo no filme Carnaval Atlântida”, o samba “No Tabuleiro da Baiana”, de Ary Barroso. No mesmo filme, interpretou “Se esta rua fosse minha”, do cancioneiro popular. Em 1953, gravou com Adelaide Chiozzo na Copacabana, a marcha “Queria ser patrona”, de Manoel Pinto e Aldari Almeida Airão e o samba “Com pandeiro na mão”, de Manoel Pinto, Jorge Gonçalves e D. Airão.

Em 1955, gravou na Continental o fox “Ele…ela… e o outro”, de Bruno Marnet e o samba “Procura do samba”, de Lírio Panicali e Francisco Anysio. Nos anos 1970, participou de uma novela da TV Globo, onde contracenava com a antiga colega Adelaide Chiozzo, relembrando alguns sucessos que a dupla cantava em filmes da Atlântida. Não teve filhos, deixando duas sobrinhas do falecido irmão Elinho: Mia Cristina e Mia Catarina. Em 2005, o acervo do marido Renato Murce, com cerca de 20 mil itens foi doado pela família ao Instituto Cravo Albin de MPB.

Discografias
1955 Continental 78 Ele...ela... E o outro/Procura do samba
1954 Copacabana 78 Beijinho doce/Cabeça inchada
1953 Copacabana 78 Queria ser patrona/"Com pandeiro na mão"
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.