
Instrumentista (pianista e tecladista). Arranjador. Produtor musical. Compositor.
Neto do pianista, compositor e maestro Eduardo Souto, autor do clássico “Despertar da Montanha”. Filho de Nelson Souto, também pianista e compositor, que teve músicas gravadas por Sílvio Caldas e Elizeth Cardoso mas não chegou a seguir a carreira de músico. Aos nove anos de idade, começou seus estudos de piano. Mais tarde, aprendeu com seu pai acordes de música popular. Dessa forma, começou a descobrir intuitivamente as harmonias das canções. Mais tarde, estudou com Wilma Graça (piano) e Carlos Monteiro de Souza (orquestração).
Em 1969, participou do IV Festival Internacional da Canção (TV Globo), com sua composição “Quem mandou” (c/ Sérgio Bittencourt), classificada em 7º lugar.
No ano seguinte, foi finalista do V Festival Internacional da Canção (TV Globo), com a canção “E coisa e tal” (c/ Sérgio Bittencourt), classificada em 10º lugar. Em seguida, começou a atuar como arranjador, em trabalhos de Marcos Valle, Evinha, Sá & Guarabyra e Taiguara, entre outros.
Em 1972, foi contemplado com o prêmio de Melhor Arranjador no Festival de Juiz de Fora.
Em 1974, sua composição “Choro de nada” (c/ Geraldo Carneiro) foi gravada por Vinicius de Moraes & Toquinho, e posteriormente por Tom Jobim & Miúcha.
De 1975 a 1979, integrou a equipe de criação da produtora de jingles Zurana, no Rio de Janeiro, ao lado de Tavito e Paulo Sérgio Valle.
Em 1980, foi contratado pela TV Globo para compor trilhas incidentais. Na emissora, trabalhou como produtor musical e arranjador do programa “Viva o Gordo”, estrelado por Jô Soares, além de ter criado várias vinhetas e temas musicais, com destaque para “Tema da Vitória”, comemorativo das classificações dos pilotos brasileiros na Fórmula 1, popularizada pelas vitórias de Ayrton Senna.
Foi diretor musical da Rede Manchete, desde sua fundação, em 1983, criando todas as vinhetas da emissora, incluindo as de abertura e encerramento.
Em 1984, montou sua própria produtora de jingles, a Souto Produções.
É autor de jingles bastante conhecidos, como os temas dos cigarros Hollywood e Carlton, da cerveja Malt 90, do Rock in Rio Festival (I, II e III), em parceria com Nelson Wellington, da árvore de Natal do Bradesco Seguros e de bebidas da Allied Domecq (Ballantines Finest, Frangelico), entre outros.
Assinou o arranjo orquestral da gravação de João Gilberto para o comercial da cerveja Brahma Chopp e todos os arranjos do primeiro ano da campanha de Coca-Cola, com a música “Águas de Março”, de Tom Jobim.
Compôs trilhas para diversas campanhas da Petrobras/BR Distribuidora, Prefeitura e Governo do Estado do Rio de Janeiro e órgãos do Governo Federal (BNDES, Cia Vale do Rio Doce, Banco Central).
Participou, como diretor musical, de várias convenções empresariais e eventos, como American Telecom, Ford (3 vezes), Coca-Cola (4 vezes, sendo a última em 2001), Rock in Rio III (2001), Prêmio Multishow de Música Brasileira (2000), Tributo a Tom Jobim 2000 (incluindo os arranjos) e outros.
Para teatro, assinou os arranjos orquestrais do musical “Corsário do Rei”, de Augusto Boal, com músicas de Edu Lobo e Chico Buarque.
Para cinema, escreveu os arranjos e compôs a trilha incidental do filme “Para viver um grande amor”, de Miguel Farias, sob a direção musical de Antônio Carlos Jobim. Fez também arranjos para o filme “Dias melhores virão”, de Cacá Diegues.
No mercado fonográfico, assinou a produção musical de discos de Djavan, Ivan Lins, Gonzaguinha e Wagner Tiso, além de ter assinado arranjos para trabalhos de Gilberto Gil, Marisa Monte, Elba Ramalho, Guilherme Arantes, Renato Russo & Paulo Ricardo, Gal Costa, Rita Lee, Leila Pinheiro, Fagner, Simone, Leo Gandelman, Zizi Possi, João Bosco, Titãs, Djavan, Paulinho da Viola, Daniela Mercury, Mocidade Independente de Padre Miguel, Ana Carolina, Dalto e Celso Fonseca, entre outros.
Recebeu por três anos consecutivos o Prêmio Sharp na categoria Melhor Arranjador, pelos discos “Retrato” (1995), de Fagner, “Amores e boleros” (1996), de Tânia Alves, e “Todo o sentimento” (1997), de Agnaldo Rayol.
Constam da relação dos intérpretes de suas composições artistas como Wilson Simonal, Evinha, Xuxa, Angélica e Taiguara, entre outros, além dos já citados.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Esteio Editora, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.