5.001
Nome Artístico
Ederaldo Gentil
Nome verdadeiro
Ederaldo Gentil Pereira
Data de nascimento
7/9/1947
Local de nascimento
Salvador, BA
Data de morte
30/3/2012
Local de morte
Salvador, BA
Dados biográficos

Compositor. Cantor. 

Nasceu no Largo Dois de Julho, centro histórico de Salvador.

Filho de D. Zezé e Seu Carlos.

Aos 11 anos já participava da bateria da Escola de Samba Filhos do Tororó, começando a compor para a escola ainda muito jovem, entrando para a ala da escola.

Foi jogador de futebol (meia-esquerda) do Guarany, chegando a treinar no Vitória.

Trabalhou como relojoeiro, assim como o pai, Seu Carlos.

Em 2017, patrocinado pelo “Projeto Natura Musical” seu sobrinho, o músico Luisão Pereira, coordenou, com auxílio dos pesquisadores musicais Paquito e Lucas Cunha, o site “Acervo Ederaldo Gentil”, no qual foi exposto todo o acervo disperso em redações de jornais, estúdio e nas mãos de familiares do compositor, trazendo à tona várias composições inéditas, assim como entrevistas em periódicos, jornais e revistas.

Ao lado de Batatinha, Riachão, Panela, Nélson Rufino, Edil Pacheco, Walter Queirós, Tião Motorista, Chocolate, Roque Ferreira, Nélson Balalô, Paulinho Boca de Cantor e Walmir Lima, é considerado a representação do samba mais tradicional da Bahia.

Dados artísticos

Com 20 anos, compôs “Rio de lágrimas”, música venceu o “Festival de Música da Prefeitura de Salvador” em 1967. No mesmo ano, compôs para a Escola de Samba Filhos do Tororó seu primeiro samba-enredo, “Dois de fevereiro”. No ano seguinte, em 1968, ganhou outra vez o “Festival de Música da Prefeitura de Salvador”, dessa vez com o samba “Silêncio”. Este festival reinaugurou o Teatro Castro Alves, o principal da cidade, tendo sido o júri presidido por Dorival Caymmi e Jorge Amado e para o qual foram convidadas personalidades do Rio de Janeiro, como Sérgio Porto, Oscar Castro Neves, Quarteto em Cy e o crítico Ricardo Cravo Albin. No mesmo ano, classificou um samba-enredo de sua autoria, “História dos carnavais”, em concurso promovido pela Prefeitura. Neste mesmo ano, de 1968, Tião Motorista foi responsável pela gravação de sua primeira música, “Esquece a tristeza”. No ano seguinte, em 1969, Jair Rodrigues gravou pela Philips dois sambas seus em parceria com Edil Pacheco, “Alô, madrugada” e “Berequetê”.

Em 1970, com “O samba chama”, venceu o “1º Festival de Samba de Salvador”. Integrou o conjunto Função, com o qual fez diversos shows pela cidade de Salvador. Por essa época, Maria Bethânia e Eliana Pittman gravaram composições suas.

Em 1972 compôs com Anísio Félix o samba-enredo “In-Lê-In-Lá”, em homenagem aos cinqüenta anos de Mãe Menininha, para a Escola de Samba Filhos do Tororó.

No ano de 1973, mudou-se para São Paulo e assinou contrato com a gravadora paulista Chanteclair, lançando seu primeiro disco, um compacto simples contendo duas composições suas, “Triste samba” e “O ouro e a madeira”. Ainda neste ano, com a música “O ouro e madeira”, venceu o “1º Concurso de Sambas” realizado no Pelourinho. 

Em 1975, o conjunto Nosso Samba regravou pela Odeon “O ouro e a madeira”, tornando a música um grande sucesso e projetando o nome do compositor nacionalmente. Ainda nesse ano, retornou a Salvador e participou no Teatro Vila Velha do show “Improviso”. Obteve também o primeiro lugar, no mesmo ano, no concurso de sambas-enredos de Salvador. Neste mesmo ano de 1975, gravou seu primeiro LP pela Chanteclair, “Samba, canto livre de um povo”, interpretando “O ouro e a madeira”, “Pam pam pam” (c/ Batatinha), “Rose” (c/ Nélson Rufino), “Fevereiro eu volto” (c/ Eustáquio de Olivieira) e “Samba, canto livre de um povo”, em parceria com Edil Pacheco, entre outras. No mesmo ano, Alcione, no disco “A voz do samba”, pela gravadora Philips, interpretou uma composição sua em parceria com Batatinha, “Espera”.

Em 1976, lançou seu segundo disco, “Ederaldo Gentil – pequenino”,  também pela Chanteclair, no qual interpretou diversas composições de sua autoria, como “O rei” (c/ Paulo Diniz), “In-lê-in-lá” (c/ Anísio Félix), “Vento forte” (c/ Eustáquio Oliveira) e “A Bahia vem”, em parceria com Batatinha. Ainda nesse ano, Alcione gravou “Agolonã” (c/ Batatinha). No ano seguinte, em 1977, no LP “Pra que chorar”, a cantora interpretou de sua autoria “Feira do rolo” e, em 1978, “A volta ao mundo”. Por esta época, com Batatinha, montou o show Batatinha o show “O Samba Nasceu na Bahia”. 

No ano de 1983, pela gravadora Nosso Som Gravações e Produções, lançou o disco “Identidade”, no qual foram incluídas as faixas “Luandê” (c/ Capinam), “Provinciano” (c/ Roque Ferreira), “Ternos da Lapinha” (c/ Gereba) e “Choro – dor”.

Em 1998, a EMI lançou o disco “Diplomacia”, de Batatinha. Nesse CD, juntamente com Batatinha, Nélson Rufino, Walmir Lima, Edil Pacheco e Riachão, participou da faixa “De revólver não”. Constou ainda, neste mesmo disco, uma de suas parcerias com Batatinha, “Ironia”, interpretada por Jussara Silveira. No ano seguinte, foi lançado o CD “Pérolas finas”, em sua homenagem. Produzido por seu parceiro e amigo Edil Pacheco, o disco contou com diversas participações especiais, como as de Gilberto Gil e Felipe de Angola em “Luandê”, composta após uma viagem do compositor a Angola; Luiz Melodia interpretando “Espera”, parceria do compositor com Batatinha; Beth Carvalho em “Eu e a viola”; Elza Soares em “A saudade me mata” e Jair Rodrigues, recriando um sucesso de 1975 do grupo Nosso Samba, em “O ouro e a madeira”. Ainda no disco aparecem o compositor e cantor Lazzo interpretando “Rose” (c/ Nélson Rufino) e Carlinhos Brown e Cézar Mendes em “Barraco”. O poeta Paulo César Pinheiro prestou homenagem ao amigo interpretando “De menor” e a dupla Paulinho Boca de Cantor e Pepeu Gomes cantou “In-lê-in-lá”, composta em homenagem à Mãe Menininha do Gantois. Outras participações se fizeram presentes nas vozes de cantoras novas, como Jussara Pinheiro em “Impressão digital” e Vânia Bárbara em “Oceano de paz”. O disco trouxe ainda Edil Pacheco, parceiro e amigo, cantando “Maria da Graça”, e a participação do cantor João Nogueira. Na linha de frente dos músicos, constam Maurício Carrillo (violão), Pedro Amorim (bandolim), Cristóvão Bastos (piano), Jorge Simas e Marco 7 Cordas (violões) e Luciana Rabello (cavaquinho).

Em 2004 sua composição “Passarela da vida” (c/ Dalmo Castello) foi incluída no CD “Passeador de palavras”, de Dalmo Castello.

No ano de 2017 seu sobrinho, o músico Luisão Pereira, reuniu seus trêrs discos lançados e mais um de inéditas (com novos artistas gravando a sua obra) em uma caixa de CDs com lançamento de parte de sua obra.

Entre seus principais intérpretes constavam Agepê, Alcione, Miltinho, Eliana Pittman, Leny Andrade, Maria Bethânia, Originais do Samba, Beth Carvalho, Elza Soares, Jair Rodrigues e Roberto Ribeiro.

Entre seus maiores sucessos estão “O ouro e a madeira”, “A Bahia vai bem”, “Eu e a viola”, “Rose”, “Impressão digital”, “A volta ao mundo” e “Feira do rolo”.

Discografias
1999 EMI CD Diplomacia

(participação)

1999 Copene - Companhia Petroquímica do Nordeste CD Pérolas finas
1983 Nosso Som Gravações e Produções LP Identidade
1976 Chanteclair LP Ederaldo Gentil - pequenino
1975 Chanteclair LP Samba, canto livre de um povo
1973 Chanteclair Compacto simples Triste samba/O ouro e a madeira
Obras
A Bahia vai bem (c/ Batatinha)
A saudade me mata
A volta do mundo
Agolonã (c/ Batatinha)
Alô, madrugada (c/ Edil Pacheco)
Amargura (c/ Paulo Diniz)
Amor, amor
Barraco
Baticum
Berequetê (c/ Edil Pacheco)
Choro - dor
Cimento fraco
Compadre
De menor
Dia de festa
Dois de Fevereiro
Espera (c/ Batatinha)
Esquece a tristeza
Eu e a viola
Feira do rolo
Fevereiro eu volto (c/ Eustáquio Oliveira)
História dos carnavais
Identidade
Impressão digital (c/ Paulo Diniz)
In-lê in-lá (c/ Anísio Félix)
Ironia
Ladeiras
Luandê (c/ Capinan)
Manhã de um novo dia (c/ Edil Pacheco)
Maria da Graça
Nordeste de Amaralina
O ouro e a madeira
O rei (c/ Paulo Diniz)
O samba e você (c/ Nelson Rufino e Memeu)
Oceano de paz (c/ Edil Pacheco)
Pam pam pam (c/ Batatinha)
Passarela da vida (c/ Dalmo Castello)
Provinciano (c/ Roque Ferreira)
Rio das minhas ilusões
Rio de lágrimas
Rose (c/ Nelson Rufino)
Roxinha
Samba chama
Samba, canto livre de um povo (c/ Edil Pacheco)
Semear do canto (c/ Eustáquio de Oliveira)
Silêncio
Ternos da Lapinha (c/ Gereba)
Triste samba
Vento forte (c/ Eustáquio Oliveira)
Shows
Improviso. Teatro Vila Velha. Salvador, BA,
O samba nasceu na Bahia (c/ Edil Pacheco e Ederaldo Gentil). Teatro Senac, Pelourinho, Salvador, BA,
Show com Edil Pacheco. Teatro Vila Velha. Salvador, BA.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

CAMPOS, Conceição. A letra brasileira de Paulo César Pinheiro: uma jornada musical. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra, 2009.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música Brasileira – erudita, folclórica e popular. 3. ed. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural/Publifolha, 1998.

MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da música brasileira – erudita, folclórica e popular. 1 v. São Paulo: Arte Editora/Itaú Cultural, 1977.