
Compositor.
Entrou para a história da música popular com o pseudônimo de Dunga, apelido que ganhou aos 7 anos de idade, de sua professora que o considerava o mais querido da turma. Fez o curso primário na Escola Pública de Hadock Lobo e o ginásio (até o 4º ano), no Instituto Matoso. Em 1928, começou a jogar futebol em Petrópolis. Em 1930, trabalhou como conferente da Leopoldina Railways em cujos times de futebol e basquete jogava, sendo campeão diversas vezes da Liga Bancária. Em 1935, casou-se com Zaíra Moreira, com quem teve dois filhos.
Em 1940, entrou para a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), exercendo a funçaõ de cobrador junto aos teatros e, em 1941, para a UBC (União Brasileira de Compositores), onde permaneceu por muitos anos. A partir de 1960, assumiu a vice-presidência da ADDAF, não abandonando, no entanto, a atividade musical que exerceu até sua morte.
Em 1932, sua marcha “Nossa bandeira”, composta para o bloco “Quem fala de nós tem paixão”, venceu um concurso de carnaval instituído pelo “Jornal do Brasil”. Estreou em disco em 1934, com o samba “Amar pra quê?”, na voz de Sílvio Pinto na gravadora Columbia. Em 1935, Orlando Silva gravou na Victor o samba “Chora, cavaquinho”. No ano seguinte, o mesmo Orlando Silva gravou o samba “Foi você”. Em 1938, teve outra composição gravada por Orlando silva, o samba canção “Eu sinto vontade de chorar”. No mesmo ano, Aracy de Almeida gravou os sambas “Paz e harmonia”, parceria com Dias da Cruz, e “Dizem por aí”. Em 1939, Dalva de Oliveira gravou com a dupla Preto e Branco o samba “Quem é que não chora?”, parceria com Castro Barbosa; Arnaldo Amaral o samba “Hoje não, só na quinta-feira”, parceria com Haroldo Lobo; Odete Amaral o samba “Antes tarde do que nunca”, e Sílvio Caldas o samba “Tu és culpada”, parceria com Claudionor Cruz. No mesmo ano, Castro Barbosa gravou o samba “Quando alguém me pergunta”, e Cyro Monteiro o samba “Quem é você”, parceria com Ataulfo Alves, e um dos sucessos do ano. Em 1940, teve outra com posição gravada por Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco: a marcha “Onde Margarida mora”, também parceria com Castro Barbosa. No mesmo ano, seu fox canção “Minha vida é triste”, parceria com Dias da Cruz, foi gravado por Roberto Paiva na Odeon e os sambas “Bonito papel, hein?”, parceria com Nássara, e “Quem gostar de mim”, por Cyro Monteiro na Victor.
Em 1941, compôs com Castro Barbosa a marcha “Foi o teu olhar” gravada pelo parceiro na Columbia. No mesmo ano, fez com Haroldo Lobo os sambas “Sinto muito amor”, gravado por Aracy de Almeida na Victor e “Levanta José”, por Emilinha Borba na Odeon e, com Roberto Roberti o samba “Não dou liberdade a mulher”, gravado por João Petra de Barros na Victor. Em 1942, Cyro Monteiro gravou o samba “Que é isso Isabel?” e Sílvio Caldas o samba “Sereia”, parceria com Nássara, e um grande sucesso daquele ano. Ainda nesse ano, Dircinha Batista gravou a marcha “Casinha de bambuê”. Em 1943, compôs com Peterpan o samba “Os teus olhos falam”, gravado por Déo na Columbia. No mesmo ano, Linda Batista gravou a batucada “As cadeiras me doem” e Nelson Gonçalves o samba “Quase louco”, parceria com Herivelto Martins, ambos na Victor. Também no mesmo ano, Francisco Alves e o Trio de Ouro gravaram o samba “Odete”, parceria com Herivelto Martins, que obteve considerável repercussão. Em 1944, teve gravados os sambas “Ouro de lei”, com Sá Róris, por Cyro Monteiro; “Soluço de mulher”, por Orlando Silva; “Não sei se voltarei”, por Roberto Paiva e “Um prazer original”, com Mário Rossi, por Carlos Galhardo. No ano seguinte, o mesmo Carlos Galhardo gravou o fox “Segredos”; Orlando Silva o samba “Prisioneiro” e o Trio de Ouro o samba “Fantasia”, parcerias com Mário Rossi. Também em 1945, Déo lançou o samba “Nunca senti tanto amor” e Heleninha Costa o choro “Amor”, parceria com Laurindo de Almeida. Em 1946, Odete Amaral gravou “Ele gosta”, e Carlos Galhardo “É ou não é?”, marchas de parceria com Nássara, e Alcides Gerardi o samba “Perdoa”. No mesmo ano, Janet de Almeida gravou a marcha iaiá não vai”, parceria com João de Barro e Mário Rossi, e a batucada “Quem sabe da minha vida”. Em 1947, Gilberto Alves gravou o samba “Miragem no deserto”, primeira parceria com Alberto Ribeiro, e Linda Batista o samba “Trapaças de amor”. No mesmo ano, fez com Luiz Gonzaga a marcha “Pau de sebo”, gravada pelo próprio Gonzaga na RCA victor. Em 1948, Luiz Americano gravou ao saxofone a valsa “Zaíra”. Em 1949, Alcides Gerardi gravou o fox “Você é que pensa”, parceria com Roberto Roberti, e Dircinha Batista o samba-canção “Seremos três”, parceria com Cristóvão de Alencar. No mesmo ano, Nelson Gonçalves lançou o fox-blue “Você é que pensa”, parceria com Roberto Roberti.
Em 1950, o samba “Meu primeiro amor”, parceria com Nássara, foi gravado por Carlos Galharo e a marcha “Vaqueiro apaixonado”, por Bob Nelson. Em 1951, fez com Jorge de Castro o samba “Esperança” lançado por Gilberto Milfont. No mesmo ano, o violonista Garoto gravou ao violão tenor o choro “Artigo do dia” e Nuno Roland gravou na Todamérica o samba “Meu destino”. Em 1952, Fats Elpídeo e Britinho gravaram ao piano o choro “Galinha no choco”, parceria com Alberto Ribeiro, e Déo o “Samba do Méier”, parceria com Wilson Batista. No mesmo ano, fez com Nássara a “Marcha do soluço”, lançada por Ângela Maria; com Nóbrega de Macedo o samba “De braço com outro”, lançado por Nelson Gonçalves, e com Paulo Tapajós o samba “Morreu o Anacleto”, gravado por Geraldo Pereira. No ano seguinte, Nelson Fonseca lançou o samba-canção “Estrada branca da saudade”, parceria com Cícero Nunes e Ruy Rey e sua orquestra a marcha “Com jeitinho vai”, parceria com Ruy Rey. Em 1955, Roberto Luna gravou o samba “A mulher é sempre mulher”, parceria com Cristóvão de Alencar, na Odeon e Ruy Rey e sua orquestra gravaram na Continental a marcha “Jogado fora”, parceria com Ruy Rey . Ainda no mesmo ano, Elizeth Cardoso gravou o samba “Amanhã será tarde”, parceria com Norival Reis. Teve ainda o samba “É hoje”, com Ataulfo Alves, escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano como um dos dez mais populares do carnaval daquele ano. Em 1956, Dircinha Batista gravou o samba-canção “Conceição”, parceria com Jair Amorim, e que se tornou seu maior sucesso na gravação de Cauby Peixoto realizada no mesmo ano. Em 1957, Jamelão gravou o samba “Quem mandou”, parceria com Jair Amorim, Zé Trindade a “Marcha do capacho”, parceria com Nássara, e Cauby Peixoto o choro “Chora cavaquinho”. Em 1958, teve a marcha “O beijo da mulata”, parceria com Arlindo Marques Jr e Roberto Roberti, gravada por Lamartine Babo na Todamérica. Em 1959, sua marcha “Quero sonhar”, outra parceria com Nássara, foi gravada por Alcides Gerardi na Columbia, e seu bolero “Meu castigo”, parceria com Jair Amorim, foi gravada por Fernando Barreto na RCA victor. No mesmo ano, seu samba “Chora cavaquinho”, foi gravado por Roberto Silva, no LP “Descendo morro – Nº2”, da gravadora Copacabana. Em 1960, Ruy Rey gravou a marcha “Mundo virado”, parceria dos dois. No ano seguinte, o samba “Quando a mulher não quer”, parceria com Silva Jr, foi gravado por Orlando Silva na RCA Victor. Ao longo da carreira teve mais de 80 obras gravadas por artistas como Dircinha Batista, Cyro Monteiro, Jamelão, Cauby Peixoto e Orlando Silva. Foi componente por mais de 50 anos da Ala de Compositores do G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.