
Compositor. Cantor.
Embora ficasse conhecido como comositor de frevos, sua carreira teve início com composições para campanhas publicitárias como também políticas. Compôs também sambas-enredo. Foi assistente de orquestra da Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Trabalhou na Gravadora Copacabana como agente e na Mocambo como representante. Começou a compor na década de 1940. Em 1952, teve suas primeiras composições gravadas, o samba-choro “Há sinceridade nisso?”, e o baião “Se tocá eu danço”, feitos em parceria com Manezinho Araújo e Carvalhinho e gravados por César de Alencar, dois de seus maiores sucessos. No mesmo ano e com a mesma dupla fez o baião “Jica-jica”, gravado em dueto por César de Alencar e Heleninha Costa. Por essa época compôs a música de carnaval “Marta Rocha”, em homenagem à então miss Brasil, que visitava a cidade de Natal e que permaneceu inédita. Em 1955, Os Cancioneiros gravaram, de sua parceria com Genival Macedo, o baião “Menino de pobre”. No mesmo, ano Déa Soares gravou o samba “Peço a Deus”, parceria com Sebastião Rosendo. Em 1956, o Trio Puraci gravou dele e Hilário Marcelino a marcha “Vou de reboque” e Expedito Baracho o samba-canção “Beco da maldição”. Em 1957, Os Cancioneiros gravaram os frevo-canções “Tempero de pobre” e “Fantasia de capim”, que também figuram entre seus maiores sucessos. Em 1959, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção “Trapo”, parceria com Zito Limeira, e o samba “Só depende de você”. Em 1962, Gilberto Fernandes gravou o samba-canção “Maltrapilha” e Os Cancioneiros o samba “Sofredor”. Nesse mesmo ano, obteve grande êxito no lançamento do LP “Primeiro ensaio”, que recebeu as seguintes palavras elogiosas do historiador Câmara Cascudo: “Dosinho tem a linguagem musical. Diz todas as suas emoções na linha melódica, doce, clara, fácil, com uma naturalidade de fonte. E uma grandeza espontânea de predestinado”. Ainda no mesmo ano compôs “O mais querido”, hino do ABC Futebol Clube, popular clube de futebol de Natal. Compôs ainda o hino do Alecrim Futebol Clube e um segundo hino do América Futebol Clube de Natal. Em 1963, Roberto Bozzam gravou o bolero “Se alguém me perguntar” e o frevo-canção “Só presta quente”. Em 1964, Meves Gomes gravou o frevo-canção “Eu quero mais…” e José Alves “Me deixa em paz”. Entre seus LPs destaca-se “Carnaval de Norte a sul”, com 12 composições em parceria com Waldir Minone, interpretadas por Claudionor Germano, Albertinho Fortuna, Expedito Baracho, que cantou solo e como integrinte do conjunto Os Cancioneiros e Carminha Mascarenhas. Em 1965 lançou o compacto simples “A vez do morro” e “Ponta negra”, como parte da campanha Pró-Frente de trabalho João XXIII. No mesmo ano Gilberto Ferandes gravou “Baião”. Teve músicas gravadas, entre outros, por Claudionor Germano, Blecaute, Expedito Baracho, Trio Guarany com Orquestra Tamandaré e Paulo Marquez. É um considerado um dos grandes do carnaval ao lado de nomes como Capiba e Nelson Ferreira. Depois de atuar no Rio de Janeiro e no Recife, retornou para a cidade de Natal. Em 2004, foi lançado o CD “O Povo Canta o Carnaval de Dosinho”, com arranjos e orquestra de Jubileu Filho, no qual o autor interpretou as marchas “Carnaval com Bin Laden” e “Nem Velho nem Feio”. Também fizeram parte deste CD os cantores Expedito Baracho interpretando dois pout pourris, o primeiro com as marchas “Quero Mais”, “A Mais Cotada”, “O Boi Beleleu” e “Só Presta Quente”, e no segundo, “A Fome que Mudou de Nome”, “Apelo Pirata”, e “Fantasia de Capim”; Wilson Duarte, que cantou “Se Parar Eu Caio”; Quinteto Violado, com “Vão Me Levando”; “Valter Levita, com “Disco Voador”; Paulo Marques que cantou “Tô de Ressaca”; “Claudionor Germano, com “Rico e Valente”; Valéria Oliveira, com “Doido Também Apanha”, e Ivana que interpretou “Tributo a Natal”.
CÂMARA, Leide. Dicionário da Música do Rio Grande do Norte. Natal: Acervo da Música Potiguar, 2001.