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Nome Artístico
Dora Lopes
Nome verdadeiro
Dora Freitas Lopes
Data de nascimento
6/11/1922
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
24/12/1983
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora. Compositora.

Aos 14 anos de idade, fugiu de casa com a intenção de ser cantora de Rádio. Anos depois, radicou-se em São Paulo onde morou, bem como no Rio, onde morreria.

Dados artísticos

Em 1947, já se apresentava em casas noturnas. Nesse ano, consquistou o primeiro lugar no famoso e rigoroso programa de calouros apresentado pelo compositor Ary Barroso na Rádio Nacional interpretando o samba “Plac-plac”, sucesso de Dircinha Batista alguns anos antes. No ano seguinte, gravou pelo selo Star o seu primeiro disco com os sambas “Volta pro teu barracão” e “Roubei o guarani”. Em 1951, assinou um contrato com a gravadora Sinter e lançou o batuque “Cão cambieci”, de Luiz Soberano e Anísio Bichara, e o samba-canção “Inclemência”, de Armando Cavalcanti.

Em 1952, gravou duas composições da dupla Luiz Soberano e Anísio Bichara, a marcha “Moço direito” e o samba “Vou beber”. No ano seguinte, gravou os sambas “Me abandona”, de Sávio Barcelos, Ailce Chaves e Paulo Marques, e “Lei da razão”, de Blecaute e Rubens Silva, além dos sambas-canção “Baralho da vida”, de Ulisses de Oliveira e “Você morreu pra mim”, de Fernando Lobo e Newton Mendonça. Ainda em 1953, apresentou-se no México e na Venezuela como integrante da orquestra-espetáculo de Ary Barroso, na qual, além de cantar em coro, interpreta sozinha a música “Chamego”, e com Vieirinha a música “Macumba”. Em 1954, lançou a batucada “Toma cachaça”, de Índio do Brasil e Darci Viana, e a marcha “Pegando fogo”, de J. Piedade, Humberto de Carvalho e Edu Rocha. Nesse ano, obeteve sucesso com o samba “Minha chave é você”, parceria com Hamilton Costa e Waldemar Silveira gravado na RCA Victor por Dircinha Batista.

Em 1955, ingressou na Continental e no primeiro disco nessa gravadora lançou os sambas-canção “Toda só”, de Hianto de Almeida e “Tenho pena da noite”, de Catulo de Paula e Marino Pinto. Ainda nesse ano, gravou a marcha “Homem leão”, de Haroldo Lobo e Brasinha, e o samba “Faca de ponta”, de Peterpan, Ivan Campos e Celso Albuquerque. No ano seguinte, gravou o samba “Samba não é brinquedo”, de Antônio Carlos Jobim e Luiz Bonfá, e o samba-canção “Tanto faz”, de Luiz Antônio e Ari Monteiro. Também em 1956, teve o samba “Quatro histórias diferentes”, com Bidu Reis, gravado pelo grupo vocal Quatro Estrelas.

Em 1957, transferiu-se para a gravadora pernambucana Mocambo e gravou o samba “Maria Navalha”, de Manoel Casanova, Jorge de Castro e InácioHeleno e a batucada “Ina…Ina…”, de sua parceria com Ari Monteiro. No mesmo ano, gravou a marcha “Fila de gargarejo”, de sua autoria, José Batista e Nilo Viana, e o samba “Samba borocochô”, de Inácio Heleno, Manoel Casanova e Jorge de Castro. Ainda em 1957, lançou pela Mocambo o LP “Enciclopédia da gíria”, disco no qual interpretou as músicas “Dicionário da gíria”, com César Cruz; “Banca de brabo”; “Falso cabrito” e ” Galã continental”, com Franco Ferreira; “Nega Odete”, com Aldacyr Louro; “Baiuca do Leleco”, com Zeca do Pandeiro; “Diploma de otário”, com Ari Monteiro e “Tostão não tem troco”, só de sua autoria, além de “Bom mulato” e ” Ninando muriçoca”, de Ari Monteiro e Zeca do Pandeiro; “Engolobada”, de Zeca do Pandeiro e Geraldo Seraphim, e “Conversando na gíria”, de Zeca do Pandeiro e Arthur Montenegro

Gravou em 1958, os sambas “Tuninho”, de Antônio Bruno, e “O gingador”, de Erasmo Silva e Geraldo Serafim; o bolero “Tu me acostumaste”, de Frank Dominguez, e a “Marcha da pimenta”, de sua autoria, Luiz Vanderley e Renato Araújo. Atou nas Rádios Nacional e Mayrink Veiga. Na década de 1950, fez um excursão pela Europa cantando na França, Itália, Suíça, divulgando ritmos brasileiros. Cantou também no México e nos Estados Unidos. Atuou com frequencia, nas boates do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Gravou em 1961, ainda na Mocambo os sambas “Tostão não tem troco”, de sua autoria e “Falso cabrito”, parceria com Franco Ferreira.

Em 1962, ingressou na gravadora Copacabana e lançou os sambas “Nós dois sabemos”, de Mário Cavagnaro e Othon Russo, e “Samba da madrugada”, de sua autoria, Carminha Mascarenhas e Herotides, música que passou a ser um dos hinos da boemia carioca, a partir de então. Nesse ano, recebeu o Prêmio Chico Viola por sua composição “Samba da madrugada”, com Carminha Mascarenhas e Herotildes José Nascimento. Gravou no ano seguinte, a batucada “Mulher de bebo”, de sua autoria, Renato Araújo e Arildo Souza, os sambas “Fica comigo”, de Emilinha Borba e Rubem Gerardi, e “Tortura de amor”, de Valdick Soriano, além da marcha-rancho “Estrela boêmia”, de sua autoria e Jorge Lopes. Ainda em 1963, seu samba “Velório de Sambistas”, com Jorge Lopes foi gravado por Edith Veiga na Chantecler. A mesma Edith Veiga gravaria o samba-canção “Canção de mulher sozinha”, no LP “Noite sem ninguém” do mesmo ano. Em 1964, lançou o samba “Vou lhe matando devagar”, com Renato Araújo e a marcha “Marrai, marrai”, de Santos Garcia e M. Gomes. Em 1965, gravou o disco “Minhas músicas e eu”, pela Copacabana. Neste LP, incluiu as músicas “Dona solidão”, com José Di; “Ambiente diferente”, com N. Ramos; “Recalque noturno [Eu sou a madrugada]”; “Dúvida”; “Pintura manchada”; “Meu alguém”; ” Meu samba triste”; “Se arranca que vem chuva”; “Lavadeira tem filho Dr”, e “Canção do que você é”, com Zairo Marinoso; “Com Dolores no céu”, com Jorge Lopes, e “Madrugada zero hora”, com Genival Melo. Em 1972, teve as músicas 1972, “Briguei com você”, com Edith Veiga, e “Ontem à noite”, com D.Mendonça e Analigia gravadas em compacto duplo lançado pela cantora Edith Veiga pela Sinter. Em 1974, gravou um compacto pela RGE, no qual lançou duas composições: “Se eu morrer amanhã, está tudo certo” e “Tomando mais uma”, ambas em parceria com Conde Fernete e Jony Santos. Neste mesmo ano, a gravadora lançou o LP “Testamento”, no qual interpretou alguns sucessos de sua carreira, como “Samba da madrugada” , “Com Dolores no céu”, “Tomando mais uma” e novas canções como “Ponto de encontro”, com Clayton Werre; “Branco de paz”, com Franco Xavier e Jean Pierre; “Oração à Dalva”, com Norberto Pereira e José Costa; “Visita permanente”, com Jean Pierre, e “Barraco diferente”, com Jorge Rangel e Conde Fernete, além do samba “Homenagem”, somente de sua autoria. Em 1980, teve os sambas “Amor de mentira”, com Odete Guimarães, “Amiga íntima da tristeza”, com Edith Veiga e José Hélio, e “Até os objetos”, com Edith Veiga e Nilton Moreira gravadas por Edith Veiga. Ao longo de sua carreira, atuou na vida noturna de Copacabana, convivendo com toda a boêmia das décadas de 1950, 1960 e 1970. Gravou um total de 19 discos em 78 rpm pelas gravadoras Sinter, Continental e Mocambo, além de 3 LPs. Como compositora seu maior êxito foi o “Samba da Madrugada”, que foi incluído em sua homenagem no show “Estão voltando as flores”, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin entre 2001 e 2003. A homenagem lhe foi prestada em cena pela co-autora do samba Carminha Mascarenhas.

Discografias
1974 RGE Compacto simples Dora Lopes
1974 RGE LP Testamento
1965 Copacabana LP Minha música e eu
1964 Rio 78 Mister Tico-Tico/A cigana errou
1964 Copacabana 78 Vou lhe matando devagar/Marrai, marrai
1963 Copacabana 78 Mulher de bebo/Fica comigo
1963 Copacabana 78 Tortura de amor/Estrela boêmia
1962 Copacabana 78 Nós dois sabemos/Samba da madrugada
1961 Mocambo 78 Tostão não tem troco/Falso cabrito
1958 Mocambo 78 Marcha da pimenta/O gingador
1958 Mocambo 78 Tuninho/Tu me acostumaste
1957 Mocambo LP Enciclopédia da gíria
1957 Mocambo 78 Fila de gargarejo/Samba borocochô
1957 Mocambo 78 Maria Navalha/Ina...Ina...
1956 Continental 78 Samba não é brinquedo/Tanto faz
1955 Continental 78 Homem leão/Faca de ponta
1955 Continental 78 Toda só/Tenho pena da noite
1954 Sinter 78 Toma cachaça/Pegando fogo
1953 Sinter 78 Baralho da vida/Você morreu pra mim
1953 Sinter 78 Me abandona/Lei da razão
1952 Sinter 78 Moço direito/Vou beber
1951 Sinter 78 Cão cambieci/Inclemência
1948 Star 78 Volta pro teu barracão/Roubei o guarani
Obras
Ambiente diferente (c/ N. Ramos)
Amiga íntima da tristeza (c/ Edith Veiga e José Hélio)
Amor de boate (c/ Donato)
Amor de mentira (c/ Odete Guimarães)
Até os objetos (c/ Edith Veiga e Nilton Moreira)
Baiúca do Leleco (c/ Zeca do Pandeiro)
Banca de brabo (c/ Franco Ferreira)
Barraco diferente (c/ Jorge Rangel e Conde Fernete)
Branco de paz (c/ Franco Xavier e Jean Pierre)
Briguei com você (c/ Edith Veiga)
Canção do que você é (c/ Zairo Marinoso)
Com Dolores no céu (c/ Jorge Lopes e Bob Júnior)
Dicionário da gíria (c/ Cezar Cruz)
Diploma de otário (c/ Ary Monteiro)
Diploma de sambista (c/ Jorge Lopes e Marcos Silvestre)
Dona solidão (c/ José Di)
Dúvida (c/ Zairo Marinoso)
Estrela boêmia (c/ Jorge Lopes)
Falso cabrito (c/ Franco Ferreira)
Fila de gargarejo (c/ José Batista e Nilo Viana)
Galã continental (c/ Franco Ferreira)
Homenagem
Ina...Ina... (c/ Ari Monteiro)
Lavadeira tem filho DR. (c/ Zairo Marinoso)
Madrugada zero hora (c/ Genival Melo)
Marcha da pimenta (c/ Luiz Vanderley e Renato Araújo)
Mesa de bar
Meu alguém (c/ Zairo Marinoso)
Meu samba triste (c/ Zairo Marinoso)
Minha chave é você (c/ Hamilton Costa e Waldemar Silveira)
Mulher de bebo (c/ Renato Araújo e Arildo Souza)
Nega Odete (c/ Aldacyr Louro)
Ontem à noite (c/ D.Mendonça e Analigia)
Oração à Dalva (c/ Norberto Pereira e José Costa)
Pintura manchada (c/ Zairo Marinoso)
Ponto de encontro (c/ Clayton Werre)
Quatro histórias diferentes (c/ Bidu Reis)
Recalque noturno (c/ Zairo Marinoso)
Samba da madrugada (c/ Carminha Mascarenhas e Herotides José Nascimento)
Samba sem viola (c/ Zédi)
Se arranca que vem chuva (c/ Zairo Marinoso)
Se eu morrer amanhã, tá tudo certo (c/ Conde Fernete e Jony Santos)
Tomando mais uma (c/ Conde Fernete e Jony Santos)
Tostão não tem troco
Velório de Sambistas (c/ Jorge Lopes)
Visita permanente (c/ Jean Pierre)
Vou lhe matando devagar (c/ Renato Araújo)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.