5.001
Nome Artístico
Dona Neuma
Nome verdadeiro
Neuma Gonçalves da Silva
Data de nascimento
8/5/1922
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
17/7/2000
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Pastora. Personalidade pública da Mangueira.

Nasceu no subúrbio de Madureira, no Rio de Janeiro.

Filha de Saturnino Gonçalves, um dos fundadores do Bloco dos Arengueiros, que mais tarde originou a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.

Sobrinha de outro compositor da escola, Arthurzinho.

Além de seus filhos de sangue, criou e educou 18 filhos adotivos.

Faleceu no dia 17 de julho no Hospital Salgado Filho, vítima de acidente vascular cerebral, conseqüência de cirurgia para a retirada de um coágulo no cérebro.

Considerada a Primeira Dama da Mangueira, sua casa era freqüentada por personalidades como Noel Rosa, Villa-Lobos, Negrão de Lima e o prefeito Pedro Ernesto, além de Chico Buarque, Tom Jobim e Ricardo Cravo Albin.

Integrou, na década de 1970, o Conselho Superior das Escolas de Samba, órgão fundado pela Associação das Escolas de Samba e criado por Amaury Jório.

Em 2008, em sua homenagem, foi inaugurada a Escola Tia Neuma 2, na Vila Olímpica da Mangueira, para 500 crianças de seis a 14 anos. A escola, com ensino gratuíto em horário integral com aulas de esportes, ciências, biblioteca e labortório de informática, foi inaugurada em solenidade presidida pelo governador Sérgio Cabral, sendo uma parceria do Estado com a iniciativa privada (Santa Mônica Centro Eduacacional). O evento contou com as presenças de Nélson Sargento e do ex-mestre-sala Delegado, além da cantora Alcione (que cantou o Hino Nacional) e da Banda do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, a presidente da escola, Eli Gonçalves da Silva, a Chininha, filha da homenageada, declarou: “Ela tinha relação forte com a educação. Não era professora, mas ajudou a alfabetizar muitas crianças no morro”.

Dados artísticos

Desde criança conviveu sempre com os grandes compositores da Mangueira. Seu pai, Saturnino Gonçalves, foi um deles.

Integrante da Velha Guarda da Mangueira, foi considerada, juntamente com Dona Zica, uma das grande damas da escola.

No ano de 1984 interpretou a faixa “Brasil, terra adorada”, de Cartola e Carlos Cachaça no disco “Cartola entre amigos”.

Em 1998, a gravadora BMG lançou O CD “Chico Buarque de Mangueira”, que homenageava os compositores da escola. Neste disco, apareceu na foto ao lado de Chico Buarque e de outras “tias” importantes da comunidade, como Tia Zica, Tia Zélia e Tia Chininha. Participou também como pastora na faixa “Capital do samba” (Zé Ramos).

Em 1999, a gravadora Nikita Music produziu o CD “Velha Guarda da Mangueira e convidados”, no qual interpretou uma faixa.

No ano de 2000, foi uma das principais colaboradoras do disco “Mangueira – sambas de terreiro e outros sambas”, produzido pelo Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Além de conceder entrevistas e rememorar sambas de autores já falecidos, interpretou também algumas faixas, como “Linda demanda” e “Fiquei sem esperança” (composições de seu pai), e “Adeus Mangueira” (Zé Espinguela). Com Nelson Sargento, interpretou a música “Eu quero nota”, de seu tio Arthurzinho, “Sorriso falso” (Zé Criança), “Quem se muda pra Mangueira” (Zé Com Fome).

Em 2001, Alcione pediu ao compositor Arlindo Cruz que fizesse uma música em homenagem à “Primeira Dama da Mangueira”, incluindo-a em seu novo disco “A paixão tem memória”.

Discografias
2000 Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro CD Mangueira - sambas de terreiro e outros sambas
1999 Nikita Music CD Velha Guarda da Mangueira e convidados
1998 BMG CD Chico Buarque de Mangueira
1984 Selo Funarte INM LP Cartola entre amigos

(vários)

Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

BRITO, Odacy de. Dona Zica da Mangueira – na passarela da sua vida. São José dos Campos, São Paulo: Editora Gráfica Carimbex, 1999.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

FILHO, Arthur L. de Oliveria; CACHAÇA, Carlos & SILVA, Marília T. Barbosa da. Fala Mangueira. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1980.